Diferentemente de quase todas as demais áreas e empresas, nossos colegas fazem questão de compartilhar know-how, dicas e informações preciosas, tanto técnicas, quanto contábeis e fiscais, até mesmo indicando seus fornecedores ou prestadores de serviços. Ninguém esconde segredos aos seus companheiros. Ninguém quer passar por cima do colega para ascender na carreira. Quem fizer isso corre o risco de ficar antipatizado por todos e acabará sentindo-se compelido a se distanciar da nossa família.
A palavra dada é sagrada. Todos cumprem os compromissos e honram suas dívidas. Vários negócios são feitos entre colegas com base apenas na palavra e dá tudo certo. Há um zelo extremo pelo bom nome e pela boa reputação.
A mensagem postada pela Diretora Luciane Ogata, da Unidade Bom Retiro, em Curitiba, exemplifica como funciona o apoio recíproco:
“Venho compartilhar com vocês a minha experiência em estar integrada a um grupo tão seleto de pessoas, em especial em Curitiba, e minha relação com meu monitor Ric Poli.
“Para quem não sabe a Unidade Bom Retiro fica a pouco mais de 1 km da Unidade Centro Cívico. Em qualquer outra empresa acredito que isso seria motivo para concorrência e, ao contrário do que pessoas de fora possam imaginar, o Ric faz acompanhamentos periódicos com relação ao crescimento da Unidade Bom Retiro.
“Eu participo do grupo no facebook de sua equipe e ele do meu, me dá ideias para minha realidade de trabalho por ser uma equipe de três pessoas em que duas estão atuando como podem por possuírem outras empresas em paralelo.
“Assim, tenho me esforçado para crescer, com uma injeção de confiança vinda através de visitas de outros diretores na nossa Escola.
“Ontem Rogério Brant, hoje o Ric Poli. Agradeço também ao Nilzo Andrade Jr. e a Maria Helena Aguiar e outras pessoas que mesmo mais longe estão também me apoiando.
“Enfim, o que queria expor aqui é que é realmente muito bom trabalhar em conjunto com estes dois pilares: filosofia e profissão! Só [escrevi isto] para reforçar o quanto somos felizes.
“Obrigada, DeRose, por nos confiar seu trabalho e proporcionar este maravilhoso estilo de vida! Beijos e feliz ano para todos nós!”
Um dia, vi a charge de um casal de velhinhos e a legenda: “Nós somos do tempo em que se quebrasse nós consertávamos, não jogávamos fora.” Achei genial! Muita gente simplesmente joga fora se algo não corre bem no relacionamento. Mas é isso que o parceiro vale? Lá isso é amor? Na hora em que algo não sai do jeito que você quer, em vez de acertar os ponteiros você descarta aquele ser que lhe proporcionou tantos momentos lindos, tanto carinho e tanto companheirismo?
Se o amor for verdadeiro, haverá falha grave o bastante para justificar a dissolução? Se o amor é verdadeiro, autêntico, deve ser imorredouro, deve resistir a tudo.
Errar, todos nós erramos. Eu erro feio! Você também erra. Então, supor que o seu príncipe encantado ou a sua princesinha nunca vai errar é muita imaturidade. Vai errar, sim, várias vezes e algumas delas serão situações abaladoras.
Um relacionamento consistente vai se robustecendo à medida que os problemas vão ocorrendo e vão sendo superados. Nesse processo, cada um percebe que, haja o que houver, “nós somos um time”. Se quebrou, nós não jogamos fora. Nós consertamos.
Mesmo em situações mais graves como uma traição, se isso for suficiente para devastar um casamento, eu pergunto seriamente: que amor é esse? Não se trata nem mesmo de perdoar. Estamos falando de algo muito maior, mais adulto e mais profundo: estamos falando de amor.
Em hipótese alguma deve-se bater no cão, assim como no filho.
Quando um educador parte para a agressão, ele está confessando sua incapacidade. Um líder não entra em desespero.
Já escutei pais e proprietários de cães declarando que “com este aqui só batendo, porque ele me tira do sério”. Se ele, cão ou filho, tira-o do sério, é ele quem está no controle. Você pode agredi-lo, torturá-lo, mas jamais vai conquistar a sua alma.
Quem educa através do medo e da dor não cativa a admiração, o afeto e o respeito. Isso significa que vai ser obedecido apenas enquanto estiver presente, mas quando sair de perto, os comandados vão fazer o que bem entenderem.
Além do mais, quem assistir a uma cena de agressão vai julgar você um neanderthal capaz de maltratar cães e crianças. Isso é péssimo para a sua imagem.
Onde há sutileza, em geral, há boa educação. Sutileza tem a ver com polimento, refinamento.
Sutileza na maneira de segurar uma xícara, um copo, um garfo. Sutileza na forma de sentar-se no sofá sem se atirar nele ou de se virar na cama sem disturbar o parceiro que lá está. Sutileza na maneira de tocar pessoas e objetos. Sutileza na forma de fechar o porta-malas do automóvel de um amigo. Sutileza na hora de repor as coisas exatamente no lugar de onde as tiramos, na casa dos outros, por mais íntimos que sejamos. Sutileza na hora de selecionar as amizades e as pessoas com quem vamos envolver-nos afetivamente. Sutileza na maneira de reclamar ou na forma de dizer uma verdade.
Não há nada mais agradável que poder dizer a alguém:
– Não sei se eu gostaria disso.
E o outro compreender que você não quer isso de maneira nenhuma, não insistir e não perguntar por quê. Já imaginou se, para obter esse resultado, você precisasse dizer:
– Olha aqui, meu amigo. Eu não estou a fim, está me entendendo? Pare de insistir.
E, pior, se o espécimen de Homo sapiens não compreendesse palavras e você precisasse apelar para a força física a fim de ser respeitado! Por exemplo, tendo que trancar à chave um aposento para que o humanóide entendesse que não é para entrar! Certa vez, tive uma secretária que não respeitava a porta fechada da minha sala. Tinha que estar chaveada ou ela irromperia pela minha intimidade adentro.
Creio que pela comparação com os opostos o conceito de sutileza e seu valor ficam mais claros, não é?
A Índia, que é o berço do vegetarianismo e a maior nação vegetariana do mundo, quando lá fui por 25 anos, não tinha arroz integral. Essa foi minha pasmada constatação quando morei num mosteiro dos Himálayas. A comida não tinha nada de marrom, não era integral e não tinha gosto naturéba. Era colorida, aromática e temperadíssima.
Meditação é uma palavra inconveniente para definir a prática chamada dhyána, em sânscrito, já que essa técnica consiste em parar de pensar a fim de permitir que a consciência se expresse através de um canal mais sutil, que está acima da mente. No entanto, o dicionário define meditar como pensar, refletir.
O termo dhyána pode ser usado tanto para designar o exercício de meditação, quanto o estado de consciência obtido com essa prática. Ela consiste em concentrar-se e não pensar em nada, não analisar o objeto da concentração, mas simplesmente pousar a mente nele até que ela se infiltre no objeto. “Quando o observador, o objeto observado e o ato da observação se fundem numa só coisa, isso é meditação”, dizem os Shástras. Portanto, o melhor termo em nossa língua para definir esse fenômeno é contemplação.
Por outro lado, não queremos alimentar o falso estereótipo popular de que os praticantes de Yôga sejam “contemplativos”. Assim sendo, essa palavra que melhor define dhyána torna-se inconveniente no momento atual.
Então, resta-nos uma outra designação. O estado de consciência que os britânicos do século XVIII arbitraram chamar de meditation é, na verdade, um tipo de intuição, ou seja, o mecanismo que possuímos para veicular a consciência, o qual está localizado acima do organismo mental. Intuição, todos já tivemos uma manifestação desse fenômeno, alguns mais outros menos. Trata-se de um canal que nos traz o conhecimento por via direta, sem a interferência do intelecto. Foi intuição aquele episódio familiar ou profissional no qual você sabia do fato, embora ninguém lhe tivesse dito, telefonado, escrito, telegrafado ou comunicado por meio racional algum. Simplesmente, você o sabia. Profissionalmente, academicamente, cientificamente, talvez você o tenha deixado passar por não dispor de um respaldo racional, uma documentação, uma pesquisa, uma bibliografia… No entanto, se tivesse lançado mão daquele conhecimento intuicional, teria passado à frente da concorrência, teria feito uma grande descoberta científica muito além do seu tempo. Depois, bastaria procurar a documentação adequada, ou as estatísticas necessárias para fundamentar o que você já sabia – fundamentá-lo apenas para que os seus pares não pudessem questionar as suas fontes.
Os historiadores sabem-no bem: não é à toa que história e estória (History & story) têm a mesma origem semântica. Em inglês é muito significativo que a palavra History pareça composta de his+story (sua estória, sua versão).
No fundo, é tudo mitologia. Se lhe perguntarem: “qual é a cor do cavalo branco de Napoleão?”, não responda que era cinzento e que branco era seu nome. Na verdade ele era branco mesmo e o nome era Le Vizir. Se ouvir que Ivan, o Terrível era terrível, duvide. Alexandre, o Grande, era pequeno. Rasputin era muito mais santo que demônio. E, afinal, os peles-vermelhas não eram uns selvagens desalmados como se quis fazer crer durante séculos.
A História sempre foi torcida por quem a escreveu. Qual terá sido a verdadeira história da revolução russa ou da revolução francesa? Comunistas comiam criancinhas? Os químicos da idade média eram mesmo bruxos emissários do diabo? Joana d’Arc era o que diziam os ingleses (uma bruxa francesa), o que diziam os franceses (uma santa) ou ainda o que diria Freud (uma portadora de psicose obsessiva com alucinações)? Não faria diferença: ela seria queimada de qualquer maneira.
Na mesma fogueira são torrados o nome, a reputação e a paz de espírito de todos aqueles que ousam ser mais lúcidos que a massa ignara, ou simplesmente diferentes. O próprio Freud foi impiedosamente perseguido e difamado enquanto vivo. Depois de morto, tornou-se venerado como gênio. Anos depois, outra vez, atacado e injuriado. Pelo jeito esse processo cíclico vai continuar se repetindo.
Galileu foi preso por dizer a verdade, libertado por admitir a mentira. Giordano Bruno, Miguel Servet e outros tantos, não se calaram: foram torturados e queimados vivos em praça pública. O psicanalista Wilhelm Reich saiu da Alemanha nazista e foi para o país da liberdade: lá foi preso por suas ideias libertárias e morreu na prisão.
Quantos passaram à História como loucos e eram iluminados; quantos passaram como iluminados e eram loucos!
A esta altura já acho que honesto é o adjetivo que se aplica a todo aquele que não foi desmascarado. E, em contrapartida, desonesto é o que não conseguiu provar sua inocência, ainda que verdadeira. Ah! Quanta gente honesta você conhece, não é?
Curioso é que embora a lei diga que todos são inocentes até que se prove o contrário, o povo faz o inverso. Em vez de exigir as provas ao que acusa, exige-as ao acusado! Então, para o populacho ele passa a ser culpado até que se prove a sua inocência.
Pensando bem, na Justiça também é assim. Se você for acusado falsamente terá de provar que a acusação é falsa, senão vai preso! Então… e aquela estória de que “ao acusador cabe o ônus da prova”?
Hoje, quando estoura algum escândalo envolvendo personalidades públicas em seus supostos envolvimentos amorosos “provados”, corrupções “documentadas” e outras pilantragens “testemunhadas” penso cá comigo o quão possível é que tenham apenas sido vítimas de complôs para desmoralizá-los e, assim, afastar concorrentes realmente fortes por ser incorruptivelmente honestos.
Mas o que esperar da humanidade se os seus mais ilustres sábios têm nos dado mostras de sandice desde a antiguidade até os nossos dias?