Excelente matéria publicada no jornal O Globo, um dos mais importantes do país. Meus cumprimentos ao brilhante jornalista Ronald Villardo pelo rigor, coragem e compromisso com a verdade. Por outro lado, agradeço a deferência, mas concordo com o que alguns vão escrever nos comentários: “Mestre só Jesus”. Obrigado, Ronald, obrigado O Globo, mesmo, de coração.
As normas que constam no meu livro Método de Boas Maneiras são basicamente aplicáveis aos adeptos da proposta clean. Contudo, estas dicas serão úteis a todos, pois visam a desenvolver um sentido estético do comportamento com amplitude universal.
É bem verdade que um praticante do DeRose Method não usa drogas, não fuma, não toma álcool e não come carnes de animais mortos. Por isso mesmo, devemos estar atentos para uma perfeita integração familiar, social e profissional. Evidentemente, procuramos manter o mimetismo a fim de não chamar a atenção. Mas, às vezes, não funciona. Então, que sejamos notados e lembrados pela nossa elegância, simpatia, cultura e cordialidade.
A maior parte das normas de conduta surgiu de razões práticas. Se você conseguir descobrir o veio da consideração humana, terá descoberto também a origem de todas as fórmulas da etiqueta. Tudo isso se resume a uma questão de educação. Boas maneiras são as maneiras de agir em companhia de outras pessoas de forma a não invadir seu espaço, não constrangê-las e fazer com que todos se sintam bem e à vontade na sua presença. Por isso, boas maneiras são uma questão de bom senso.
segunda-feira, 27 de fevereiro de 2017 | Autor: DeRose
Cruzei meu Rubicão. Hoje, já não atuo mais na área profissional de Yôga. Atualmente trabalho com o DeRose Method. Será que o Método é Yôga com outro nome? Não. DeRose Method é outra coisa. Vou demonstrar o que acabo de dizer.
Por definição, “Yôga é qualquer metodologia estritamente prática que conduza ao samádhi”. Ora, o DeRose Method transcendeu o “estritamente prático”. No momento em que os conceitos de reeducação comportamental ocupam mais de 80% do tempo do praticante durante o seu dia, restam menos de 20% para a prática regular convencional. Logo, o Método não é estritamente prático. Consequentemente, não é Yôga.
Não abandonei o Yôga. Ele está preservado intacto como parte do Método. Mas o segmento profissional em que nos inserimos já não é mais restrito a essa filosofia, nem está mais sujeito aos estereótipos que lhe foram impostos pela opinião pública ocidental.
Ao nosso acervo acrescentamos um formidável patrimônio de conceitos comportamentais aplicáveis ao mundo real do praticante: à sua profissão, à sua faculdade, ao seu esporte, à sua família, ao seu relacionamento afetivo.
Trabalhei muito, meu amigo. Todos os sábados e domingos do ano, durante 50 anos (uma pessoa comum se aposenta aos 35 anos de trabalho), dando cursos e viajando por este Brasil imenso e pelo resto do mundo. Você sabe por que trabalhei tanto? Eu o fiz porque acredito no que eu faço. Acredito no meu Método. Acredito nas pessoas que estão comigo nesta empreitada. E acredito no ser humano. Caso contrário, eu teria desistido há muito tempo.
Com mais de setenta anos de idade, espargi o conhecimento milenar, incrementei qualidade de vida, saúde, vitalidade, harmonia e felicidade nas pessoas. Mudei a vida de muita gente, de muitas famílias. Sou consciente de ter salvado a vida de milhares de jovens ao evitar que se envolvessem com drogas, bebidas e fumo. Trabalhei muito, muito mesmo. Até quando estava doente, continuei viajando e ministrando cursos. Quantas vezes saí da cama, dei aula e voltei para a cama! Não sei quantos foram capazes de fazer isso. Escrevi dezenas de livros publicados nas Américas e na Europa. Ergui bem alto o nome do Brasil noutras nações. Não admito que pessoas que recebam pagamento pelas suas respectivas profissões, venham me censurar por haver cobrado pelos meus cursos e pelos meus livros.
Por isso, também, eu saí do segmento do Yôga. Cansei de gente complicada, intolerante e preconceituosa.
O Yôga Antigo é tântrico. Isso significa que é um Yôga matriarcal, sensorial e desrepressor. Desrepressor significa que não tem foco em proibições. Orienta, mas não reprime. Sensorial significa que respeita e valoriza o corpo, sua beleza, sua saúde, seus sentidos e seu prazer. Logo, você tem liberdade total. Pode comer o que quiser, fazer o que quiser. Contudo, há aconselhamento com relação a tudo isso e você o segue se achar que deve. À medida que for aprimorando seus hábitos de vida e cultivando costumes mais saudáveis, vai recebendo do instrutor as técnicas mais avançadas.
Esse respeito pela liberdade do praticante tem sido uma das mais cativantes características do SwáSthya Yôga, pois vai ao encontro das aspirações das pessoas e responde positivamente às reivindicações dos adeptos de outras correntes restritivas, que estão desgostosos com a repressão imposta por elas.
Um bom exemplo de proposta comportamental do DeROSE Method, na área de conceitos, é a ação efetiva para transformar o mundo através da civilidade. A isto, podemos chamar de boas maneiras ou, até, de boas ações. Todos os dias vamos computar quantas ações louváveis protagonizamos.
TRÊS-VEZES-TRÊS
O três é um dos números reverenciados nas nossas raízes hindus. Vamos, então, fazer nossa contagem a partir dele.
Se você realizar hoje menos de três boas ações, considere este como um dia de chumbo.
Se realizar três ações de boas maneiras, este foi um dia de bronze. Com duas-vezes-três ações meritórias, seu dia terá sido de prata.
Conquistando três-vezes-três ações de civilidade, comemore um dia de ouro.
Mas se conseguiu realizar mais de três-vezes-três ações, você é o nosso herói e o seu dia foi de diamante!
Depois que você se acostumar e colocar estas atitudes no seu “piloto automático”, verá que é muito fácil praticar três-vezes-três ações meritórias por dia. As oportunidades estão ao nosso redor, o tempo todo, na nossa vida. É apenas uma questão de criar o hábito de ser gentil com toda gente e de cultivar a cordialidade, principalmente com os que não a merecem, porque é fácil ser gentil quando o outro também foi. Difícil e meritório é ser educado e cordial quando o outro estiver sendo grosseiro. Sempre devemos colocar-nos no lugar do outro e imaginar se ele não está sendo rude devido a algum problema em sua vida pessoal, se seu filho não está doente e ele está passando por dificuldades financeiras, se ele não acabou de ser humilhado pelo cônjuge, pelo chefe ou pelo freguês, se não está com enxaqueca ou com cólica e precisa trabalhar assim mesmo. Quando nos colocamos no lugar do outro, é muito fácil reagirmos com tolerância e compaixão.