Em 1980 visitei uma entidade shakta em Bombaim (Mumbai) e tive a oportunidade de gravar uma versão matriarcal do Gayatri. Na época, publiquei um cassette de mantra com essa versão gravada na Índia. Depois, com o falecimento do sistema de cassettes, essa gravação ficou perdida por mais de dez anos. Agora, temos a satisfação de relançá-la em CD para proporcionar orientação e mesmo documentação aos que desejarem conhecer e vocalizar uma versão do Gayatri que tem a ver com a nossa linhagem.
É importante que todos os nossos instrutores e alunos possuam um exemplar e tenham-no sempre à mão, porque a sabichonice campeia no ambiente de filosofias orientais. Todo o mundo quer saber mais do que o outro e todos se arrogam o direito e a autoridade de corrigir você. Existem várias versões do Gayatri e são todas de linhas patriarcal, já que essa é a corrente moderna, vigente nos últimos séculos. Acontece que professamos uma estirpe mais antiga, pré-clássica, pré-vêdica, pré-ariana, proto-histórica. Naquele período, o Vale do Indo era habitado pela etnia dravídica, cuja civilização era de estrutura matriarcal, shakta. Por ignorância, alguns adeptos de modalidades modernas podem querer “corrigir” a nossa versão do Gayatri que, pela lógica, deve ser a mais autêntica por ser matriarcal. Nessa hora você precisa de documentação. Então, tenha no coldre um exemplar da nossa gravação feita na Índia.
Outra contribuição desse lançamento é a tradução do Gayatri de acordo com o Dakshinacharatántrika-Nirísharasámkhya, a linhagem mais antiga. Pela primeira vez levada a público, propõe uma interpretação não-religiosa da letra desse importante mantra.
O CD Gayatri Mantra deve fazer parte do kit de estudos e de documentação de todos os alunos e instrutores.