Há anos venho recomendando: “Não se pede comida vegetariana nas reservas de voos.” Na verdade, não se pede comida vegetariana em lugar algum. Se você usar essa outra palavra mágica vão lhe entuchar uma comida intragável, sem tempero, naturéba, com soja, tofú e outros desatinos. Queria tanto que meus amigos e instrutores me escutassem. Mas não escutam. O resultado é que, ao fazer reservas para os meus voos, insistem em pedir para mim a infame interpretação dos caterings sobre o que seria a alimentação vegetariana – perdão pela má palavra. Quando descubro que fizeram isso comigo, ligo para a companhia aérea pedindo para mudar esse pedido, mas a companhia não aceita trocar a alimentação porque a reserva não foi feita por mim! Oh, céus!
Por isso é que solicito insistentemente que as passagens sejam reservadas pela minha assistente. Quando isso não for possível devido a alguma logística particular, que meus estimados procurem efetuar a reserva com a Fernanda ao meu lado (ao trocar de avião nos voos internos na Europa sempre ficamos em assentos separados) e que não peçam algum tipo de alimentação sem nos consultar antes. Por favor, tenham dó de um viajante que há quase cinquenta anos transita de um aeroporto a outro e de um avião a outro.
Aos quase setenta anos de idade e sequelas de muitas batalhas, preciso do maior conforto possível para conseguir continuar trabalhando todos os fins-de-semana do ano e viajando em quase todos eles.
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Olá, Mestre.
É impressionante mesmo o desatino das pessoas quando se falam algumas palavras mágicas, como Y… ou Veg….
Em uma das últimas vezes que pedi alimentação vegetariana num voo internacional, lembro-me em especial do momento da sobremesa, no qual eu e Lucila recebemos uma saladinha de frutas insonsa e amarela-esverdeada, à base de um melão que mais parecia chuchu, enquanto as “pessoas comuns” receberam um pudim de leite que parecia delicioso!!
Perguntei à comissária se por acaso aquele pudim era feito com algum tipo de “fruto-do-mar” exótico do meio do pacífico ou algo assim, pois não seria possível, na minha lógica cartesiana, que uma pessoa formada em nutrição, responsável pela elaboração desse cardápio, cometesse tal gafe.
Mas era fato, doeu um bocado – no coração e no estômago – mas era verdade, não tínhamos direito a um pudim de leite, pois “o nutricionista é quem entende do assunto”!
Era como se fosse um castigo da mamãe: “você nos incomodou pedindo comida esquisita, agora não vai ganhar o seu pudim, coma seu chulão [chuchu com gosto de melão, ou seria o contrário…] e vá para a sua poltrona dormir!”
Obviamente, como já aprendemos com nosso Mestre a tratar sempre com polidez, um sorriso no rosto foi o suficiente para amenizarmos a situação e, pelo menos, conseguirmos de cortesia o tal pudim – o qual, no fundo, parecia mais saboroso do que era de fato.
Um beijo grande.
De Bona
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Pois é, meu Amigo. Quem leu o Tratado ou o Alimentação… chega de abobrinha, já foi advertido sobre o que acontece se pedir comida ve-… ve-… Ah! não consigo pronunciar! Tudo De Bona para você.
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È vero. Uma vez em um vôo internacional caí na bobagem de pedir a tal comida ve…. e me veio um arroz cru com tanto curry que não consegui comer, salada e mais salada e de sobremesa uma pera em calda. Enquanto isso, os outros sortudos comiam uma quiche de queijo e um bolinho de chocolate.. hehe depois disso, realmente, nunca mais!
Tanti baci al mio caro maestro. : )
Amina Guerra