Esposa ou marido costumam ter prazo de validade. Ex-mulher e ex-marido são para o resto da vida. Este é o espírito da nossa política de boa vizinhança com projeção no futuro. Vamos explicar.
O ideal para todos nós seria que quando tivéssemos uma relação afetiva, a cada palavra, a cada flor, carinho ou carta de amor, deveríamos estar o tempo todo considerando: “o que esta pessoa querida vai pensar se algum dia não estivermos mais juntos neste status de casal?”
Querer consertar a sua imagem ou o seu afeto “depois que o relacionamento azedar, certamente, não dará mais tempo.
Então, desde agora vamos investir cada vez mais naqueles que podem se tornar nossos futuros “ex” (ex-namorados, ex-cônjuges, ex-amigos, ex-clientes) enquanto eles ainda estão dentro, para que o respeito e o carinho sejam preservados para sempre.
Um cuidado é com o volume de qualquer ruído, não apenas com o das gargalhadas.
Geralmente, quanto menos polida for a pessoa, mais ruído fará. O fato é que barulho costuma só ser agradável a quem o produz, mas raramente para quem apenas o escuta. É um fenômeno interessante. Aquele que grita, solta rojão ou produz algum outro tipo de ruído alto, experimenta uma forma de prazer primal, como se, pela intensidade do ruído produzido, percebesse que existe (disturbo, ergo sum), pois interfere na harmonia do Cosmos.
Quanto mais sensível e refinada for, menos ruído a pessoa produzirá ao se movimentar pelo Universo. Falará mais baixo, rirá mais baixo, produzirá menos ruído ao comer ou beber, e ao divertir-se. Os demais não perceberão tanto a sua proximidade, logo, não a considerarão um invasor do seu território e lhe votarão menos animosidade. Isso se chama low profile, que é considerado uma estratégia de sobrevivência e de conquista do sucesso no século XXI.
Vegetariano é aquele que não come carnes. Nem vermelhas, nem brancas, nem azuis, nem furta-cor. Carne alguma. E é só isso.
O vegetarianismo divide-se em três grupos:
a) vegetarianismo propriamente dito (também chamado lacto-ovovegetarianismo), que consiste em alimentar-se com absolutamente tudo o que é usado na alimentação comum, menos as carnes de qualquer espécie;
b) vegetalianismo (também denominado lacto-vegetarianismo), que consiste no mesmo que a modalidade anterior, menos os ovos;
c) Vegetarismo (também chamado vegetarianismo puro ou veganismo), que não aceita as carnes, nem os ovos, nem os laticínios.
O sistema mais comum no Ocidente é o primeiro. Quando alguém se declara vegetariano, em noventa por cento dos casos, está querendo dizer que apenas não ingere carnes, de espécie alguma. Quem alardeia que é vegetariano, mas come peixe ou frango não está sendo honesto.
As técnicas aprimoram o indivíduo, porém os conceitos permitem mudar o mundo, criando ondas de choque com as quais o praticante do DeRose Method influencia, mediante o exemplo de bons hábitos, primeiramente, o círculo familiar; depois, o círculo de amigos e colegas de trabalho, de faculdade, de esporte; por último, o círculo das pessoas com as quais nós cruzamos na nossa vida, inclusive os clientes, os fornecedores e os desconhecidos.
É que as técnicas só beneficiam quem decidiu praticar formalmente o Método, senta e faz os exercícios. Mas esse praticante, quando incorpora os conceitos, contagia os familiares e os amigos que acabam praticando a Nossa Cultura. É o marido ou esposa; é o filho, ou o pai, ou o irmão o qual supõe que “ainda” não aderiu ao DeRose Method porque não colocou um rótulo. No entanto, já absorveu o lifestyle, o modus vivendi, adotou hábitos, atitudes, comportamentos saudáveis que são o cerne do nosso Método.
Em 25 anos de viagens à Índia, estudei com vários Preceptores hindus como o Dr. Yôgêndra (em Mumbai), Dr. Gharote (em Lonavala), Swámis Krishnánanda, Nádabrahmánanda, Turyánanda (em Rishi- kêsh), Muktánanda (em Ganêshpurí) e outros, considerados os últimos grandes mestres daquele país. Krishnánanda, por exemplo, orientou- me por mais de vinte anos. Foi um excelente Mestre. Soube não deixar que a sua linhagem Vêdánta-Brahmacharya interferisse com a a minha. Chegou a me conseguir um professor de Sámkhya que me dava aulas dessa filosofia dentro do Sivánanda Ashram.
Mas a nenhum deles posso reconhecer como o Meu Mestre. Isso confundiu um pouco os cri-críticos de plantão e induziu-os ao erro de supor que eu fosse um autodidata, o que não é fato. Embora alguns professores tenham sempre declarado com indisfarçável orgulho que eram autodidatas, esse não é o meu caso. Considero que nesta área, o autodidatismo não é nada louvável. É apenas uma questão de ego. Como dizia Mário Quintana, “autodidata é um ignorante por conta própria”.
No entanto, antes de ter estudado com aqueles renomados mentores, quando bem jovem, andei à procura de alguém para ser meu Mestre físico, de carne-e-osso. Ninguém aceitou, uns por honestidade ao avaliar sua própria limitação, outros disfarçando isso com falsa modéstia. O fato é que professor algum julgou-se apto a levar-me adiante do ponto onde eu já estava.
Muito antes de descobrir o verdadeiro Preceptor gastei muita sola e muito latim (e sânscrito!) na procura. Finalmente desisti de encontrá-lo entre meus conterrâneos e comecei a buscá-lo nos indianos que vinham dar conferências no nosso país. Mas decepcionava-me seguidamente, pois eles não pareciam ter mais conhecimento do que os compatriotas. Em suas palestras não acrescentavam nada e por vezes deixavam muito a dever aos nossos. Só iludiam mais a opinião pública por apresentarem-se com trajes exóticos e dirigirem-se ao público em inglês. Até que, certo dia, um deles pareceu possuir realmente algum grau mais avançado e pôs termo a essa fatigante peregrinação. Foi o Swámi Bhaskaránanda, que esteve no Brasil em 1962. Aos dezoito anos de idade, tive a oportunidade de estar com ele e expor minha expectativa. Ele esclareceu:
– Seu Mestre ainda não sou eu, nem é nenhum dos da sua terra. Ele é maior do que todos nós juntos e tem muito mais a lhe transmitir do que o mero conhecimento intelectual. Não se preocupe em achá-lo. Ele é que vai achar você, mas só no momento certo, quando estiver mais amadurecido e puder entender.
A partir daí, fiquei tranquilo e parei de buscar. Ao invés disso, passei a investir todo o meu tempo no aprimoramento necessário para me colocar à altura de um tão grandioso Preceptor. Forçosamente tive que ler pencas de livros, fazer muitos cursos e conhecer inúmeros mentores. Nesse crisol alquímico, vinham coisas boas, coisas ruins e muitas fraudes.
Parece-nos que o componente mais dramático do relacionamento afetivo é o cerceamento da liberdade. Não é à toa que o termo “esposa” em espanhol significa algemas. Contudo, não é só o homem que se sente algemado pelo enlace afetivo. A mulher é até mais vitimada pelas convenções sociais, afinal, vivemos numa sociedade patriarcal, que se caracteriza pela restrição da liberdade.
É preciso que preservemos a liberdade, o nosso bem mais precioso. Entretanto, parece estar implícito que para nos relacionarmos afetivamente com alguém, precisaremos abrir mão da nossa liberdade. Isso não está certo.
Mas, como usufruir da nossa liberdade sem magoar o outro? Como conceder liberdade ao outro sem nos violentarmos? É isso que vamos descobrir durante o desenrolar do livro “Método para um Bom Relacionamento Afetivo”.
Quem estiver no comando sempre consulta e ouve as equipes, comissões etc. A liderança não é impositiva nem arrogante. Ninguém manda em ninguém. Todos dialogam, parlamentam e decidem em conjunto.
Os mais novos podem emitir opiniões e até mesmo críticas aos que estão em cargos mais antigos, desde que tudo seja feito com bom-senso, elegância e afeto.
Não se admite clima de emocionalidade, melindres, nervosismo, agressividade ou falta de delicadeza.
Se alguém se estressar e cometer algum rompante ou disser algo desrespeitoso a qualquer colega, todos, inclusive os de hierarquia mais baixa, têm a liberdade de chamar sua atenção, educadamente, para que não faça assim. Todos os colegas auxiliam na preservação do bom clima de respeito e afeto.