Na verdade, a Uni-Yôga começou a surgir quando organizei aquela União aos dez anos de idade. Era uma tendência minha unir, catalisar, polarizar as pessoas em torno de algum ideal útil e tentar conciliar entre si as que seguissem filosofias diferentes. Mas, ao mesmo tempo, hoje posso afirmar: como é difícil conciliar as pessoas! Especialmente quando elas são adeptas de correntes que se pretendem altruístas e desapegadas…
Façamos um rápido retrospecto para obter a amarração daquele somatório de fatores que foi eclodir com a fundação da União Nacional de Yôga.
Comecei a lecionar aos dezesseis anos (1960), abri o primeiro Núcleo aos vinte (1964) e registrei-o em 1966 com o nome de Instituto Brasileiro de Yôga. Em 1967 foi inaugurada a primeira filial, no Rio de Janeiro. Nela, em 1969, lançamos a primeira edição do nosso primeiro livro. Isso tornou o nosso nome conhecido em outros Estados e permitiu que, em 1973, no congresso internacional, as pessoas já o conhecessem por terem lido o Prontuário de SwáSthya Yôga e nos convidassem a ir dar cursos em suas cidades.
Em 1974 viajei pelo país todo e percebi que a maior parte dos professores era constituída por gente muito boa e que estava ansiosa por acabar com a vergonhosa desunião reinante. Estavam todos querendo que surgisse uma instituição que os congregasse. Mas relutávamos em dar esse passo.
Em 1975, fui à Índia pela primeira vez. Quando voltei, senti muito mais força, como se estivesse agora investido do poder milenar dos Himálayas. Com essa energia fundamos a União Nacional de Yôga. Foi o estopim que desencadeou uma grande corrente de opinião favorável. Isso coincidiu com a cessação dos exames pela Secretaria de Educação do Estado da Guanabara, o que, forçosamente, levantou o outro braço da balança, projetando-nos como preparadores dos futuros instrutores. Estava sendo lançada a sementinha da Primeira Universidade de Yôga do Brasil, que surgiria duas décadas depois, em 1994.
Nossas viagens pelo Brasil continuavam a todo o vapor, fazendo engrossar as fileiras da União num ritmo que derrubava fragorosamente qualquer tentativa de oposição. Curioso é que a oposição não veio de fora, mas do próprio métier. Tivemos apoio irrestrito das Universidades Federais, Estaduais e Católicas, da Imprensa, da Igreja, do Governo… só alguns ensinantes de yóga é que viam o nosso trabalho com desconfiança ou com inveja e tentavam atrapalhar.
domingo, 20 de novembro de 2016 | Autor: DeRose
Categoria: Ser Forte
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