Durante quase cinquenta anos, nós nos esforçamos por corrigir falsos estereótipos (para mim, todos os estereótipos são falsos) sobre a nossa filosofia e sobre o nosso trabalho. Fomos bem-sucedidos sob um certo aspecto, pois conseguimos definir muito bem o que não somos. Não somos terapia, não somos seita, não somos ginástica, não somos zen, não somos auto-ajuda, não somos esoterismo…
Mas não conseguimos dizer de maneira resumida, simples e clara o que somos. Talvez com mais cabeças pensantes consigamos uma definição do Método DeRose que seja facilmente compreendido pelo público leigo e possa mobilizar as pessoas certas a visitar uma escola do Método.
Para ajudar você na elaboração da sua sugestão, vou-lhe fornecer alguns dados. Não é para mencioná-los, mas apenas para que você se situe:
1) Método DeRose é constituído por técnicas e conceitos.
2) Nenhum dos dois é moderno. As técnicas e os conceitos são inspirados em um período muito antigo.
3) Sabemos que a meta dessa Cultura é o estado de consciência expandida que nos proporcione o autoconhecimento; sabemos que durante o percurso ocorrem consequências benéficas para o organismo e psiquismo do praticante; sabemos que não trabalhamos com foco nos benefícios. Como explicar isso em uma frase de até dez palavras?
4) Quem está dentro sabe que o mais importante é a coisa em si, Nossa Cultura, nossa belíssima proposta de revolução comportamental que torna as pessoas melhores e mais felizes. Fazemo-lo por que nos dá prazer, não para receber qualquer tipo de benefício. Mas como classificar ou resumir isso aos nossos amigos e familiares?
5) Queremos compartilhar nossa descoberta com os entes queridos, mas não desejamos doutrinar nem convencer ninguém de coisa alguma. Como expor isso em uma pequena definição que seja cativante, mas não queira vender nada?
Pelos itens acima, você percebeu que é muito mais simples agarrar um rótulo que já tenha seus estereótipos, seu fã-clube, como é o caso do Yôga, aceitar oferecer benefícios e não questionar os mitos, as farsas e o mesmismo. No entanto, esse ônus seria muito pesado para a nossa consciência. Teríamos que abrir mão daquilo em que acreditamos e nos prostituir à sociedade de consumo. Queremos prosseguir – e cada vez mais – fazendo um trabalho sério, digno, elegante, ensinando uma filosofia de vida.
Mestrão,
Refletindo sobre este tópico, gostaria de compartilhar uma experiência pessoal…
Infelizmente, já conclui que o termo “Yôga” gera uma rotulagem estereotipada quase impossível de ser revertida, e, para o intelecto popular, representa exatamente aquilo que não somos: naturebas, pseudo-hindus, místicos, “espiritualizadíssimos”, etc.
Contudo, acredito que com os termos “SwáSthya”, “DeRose”, e “Uni-Yôga”, ocorre coisa diversa: por conta de sua perpetuação pelas pessoas integrantes desta poderosa egrégora, através de um exemplo cotidiano de virtuosidade, levado a cabo pelos representantes fiéis daquilo que o SwáSthya significa (dinamismo, saúde, alegria sincera, companheirismo, apreço pelo conhecimento, etc.), o público em geral pode construir uma opinião mais fiel a respeito da Nossa Cultura, ainda que dela não participe diretamente. Tanto pode como já o vem fazendo! (Pelo que posso observar…)
Por isso, pessoalmente, sempre faço questão de deixar claro ao público leigo que tudo isso de bom tem nome (Swásthya!), e que aquelas “Pessoas” se unem por um ideal em comum (são alunos do DeRose e dos professores por ele formados, que estudam e trabalham na Universidade de Yôga!).
Grande abraço! Aguardamos sua vinda a Curitiba !
Juliano Paganini
(Aluno do Ricardo Poli)