É aí que eu discordo dos treinadores. Eles são quase todos da opinião de que cão não é gente e precisa ser tratado como cão. Eu trato a Jaya como pessoa da família. Trato-a como filha.
Obviamente, não é para achar que o cão é um ser humano, mas sim para tratá-lo como uma “pessoa” de quatro patinhas. Só assim vamos conseguir respeitar o cachorro em sua natureza de ser vivo que sente dor, frio, fome, amor, medo, felicidade e tristeza, tal como os humanos.
Ao longo da História, os homens sempre discriminaram a tudo e a todos para que lhes fosse justificado o direito de superioridade e de exploração. No início do Cristianismo, foi debatido se mulher deveria ter alma ou não. Por poucos votos, decidiu-se que sim. Já os negros e o índios não tiveram a mesma sorte. A fim de contar com o beneplácito divino para poder explorar, escravizar, torturar, matar, afastar os filhos das mães e vendê-los para lucro próprio, todos os que não pertencessem à etnia do vencedor eram declarados seres sem alma, isto é, não eram gente. (“Diferente não é gente.”) Agora compare e confira se não é o que fazemos com os animais.
Quando tratamos cão como bicho, não investimos no desenvolvimento da sua inteligência. No entanto, os cães têm uma inteligência muito sofisticada. Só não aprendem mais porque não lhes ensinamos. Não obstante, quantos anos investimos para ensinar um ser humano a falar, a comer, a andar, a vestir-se? E vamos continuar a lhe ensinar coisas por muito tempo. Por que não podemos investir um pouco de cultivo aos nossos cães?
quinta-feira, 27 de outubro de 2016 | Autor: DeRose
Categoria: Anjos Peludos
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