terça-feira, 14 de fevereiro de 2017 | Autor:

Cuidado com o uso indevido de crase que atualmente se converteu numa endemia nacional. Escrever “Portões 14 à 25” é um absurdo que só poderia ser encontrado num aviso de aeroporto de quarto mundo (já não está mais escrito assim: foi corrigido depois que este autor enviou uma cartinha à Infraero). Crase jamais ocorre se a palavra seguinte for masculina. Mesmo se for feminina, utilize-a com cuidado. Só pode ser aplicada se a palavra a que se refere, convertida ao gênero masculino, impuser o uso de ao (à é o feminino de ao). Ou se em espanhol se traduzir por a la.
A abreviação de professor é Prof. (Profo. seria para professoro!). Já viu alguém usar a abreviação Dro.?
“Fuja” do uso de “aspas” como o “diabo da cruz”. Denota pouco domínio da “língua” escrita e é “cafona”. Além do mais em alguns casos pode ser insultuoso como é o caso do sarcástico “bispo” Macedo, que a imprensa costumava usar para deixar claro que não reconhecia seu título de bispo. Já imaginou o que penso quando alguém escreve “De Rose”? Tal pessoa estaria insinuando que esse não é o meu nome verdadeiro? Que indelicadeza!
Recomendamos que todo professor, engenheiro, médico, jornalista, locutor de TV e político faça urgentemente um curso de português. Um começo excelente é estudar os livros de Luiz Antonio Sacconi e os de Pasquale Cipro Neto, assim como o livro Saber escrever saber falar, de Edite Estrela, Maria Almira Soares e Maria José Leitão.

domingo, 12 de fevereiro de 2017 | Autor:

Estava com 16 anos de idade quando comecei a dar classes de Yôga. Isso foi bom, pois, dessa forma, nunca usei drogas, nunca fumei e nunca tomei bebida alcoólica como os demais jovens. Por outro lado, nem imaginava a encrenca em que estava me metendo. Encontrávamo-nos em meados do século passado! As pessoas não tinham cultura e, consequentemente, não sabiam o que era o Yôga (bem… não sabem, até hoje). Minha mãe, muito católica, pensava tratar-se de alguma religião ou seita; e o meu pai não se convencia de que era uma profissão bem remunerada, digna e promissora – melhor que a dele!
Não era só isso. Por aquela época, todos achavam que para ser um professor deste sistema era preciso ter cabelos brancos e eu era um simples adolescente. Comecei mal. Sem idade, sem padrinho e sem dinheiro eu estava dando o primeiro passo para que as pessoas não acreditassem em mim.
Contudo, o impulso para dedicar-me de corpo e alma a este life style era mais forte que eu. O Yôga fervilhava em minhas veias. Quando lia nos livros algum conceito, aquilo me era tão familiar que parecia não estar sendo assimilado pela primeira vez e sim apenas recordado. Quando aprendia algum termo sânscrito, ele me era perfeitamente íntimo, a pronúncia fluía como se fosse a minha própria língua e bastava lê-lo ou escutá-lo uma única vez para não o esquecer nunca mais. Quando executava alguma nova técnica, sentia uma facilidade tão grande que era como se sempre a tivesse praticado. Isso, para não mencionar os tantos procedimentos, conceitos e termos que eu já havia intuído antes de ler o primeiro livro desta filosofia indiana e que foram confirmados nos estudos posteriores.
Assim, superei todos os obstáculos e prossegui dedicando-me à minha grande vocação. Na época, eu era estudante, mas dava um jeito e só estudava os livros deste maravilhoso sistema durante o período escolar. Fora dele, lia mais ainda e praticava o tempo todo. Um dia, recebi o convite para começar a dar classes gratuitamente numa ordem filosófica. Isso desencadeou meu pendor natural. Aí, começou um novo tipo de problemas, bem maiores do que os que eu enfrentava em casa, com a incompreensão dos pais.
Os praticantes, naquele tempo, eram pessoas de mais de cinquenta anos de idade. Eu, com dezesseis, certamente não convencia muita gente. Alguns ficavam cativados pela profundidade das técnicas que eu ensinava e pela seriedade que sempre marcou minhas atitudes. Esses extrapolavam a meu favor, declarando que eu devia ser a reencarnação de algum monge hindu. Mas constituíam uma minoria. Os outros diziam que esperavam um professor mais velho e me aplicavam interrogatórios para Gestapo nenhuma botar defeito – sobre que vertente era aquela, sobre as minhas fontes, se eu tinha ido à Índia, se eu me lembrava das vidas passadas et reliqua.
Com isso, fui logo ganhando mansos admiradores por um lado e ferozes críticos por outro. Os admiradores declaravam que um jovem daquela idade já saber tanto era sinal inequívoco de que não estava começando tal caminhada pela primeira vez nesta encarnação. Afirmavam que o fato de eu não estar levando uma vida leviana, não fumar, não beber e não me entregar às loucuras normais da idade, mas ser tão austero era, no mínimo, elogiável.
O outro time censurava com um azedume cujo motivo eu não compreendia. Dizia que eu era muito jovem e que deveria estar aprendendo e não ensinando naquela idade. Que eu estava sendo muito orgulhoso ao posar de professor. Quem eu pensava que era?
Nessa pouca idade já comecei a observar que os que defendem fazem-no sem agressividade e não aparecem, mas os que atacam, agem com virulência e todos os escutam.
No entanto, ainda tinha alguns anos de estudo escolar pela frente e, depois, o serviço militar que eu queria prestar. Então, não dei muita importância às críticas. Prossegui lendo e praticando o máximo de tempo, até que cheguei à programação diária de 7 horas de leituras, 7 horas de prática e 7 horas de sono. As outras três horas diárias para completar 24 h eram para as refeições. Isso, naquela idade, teve um efeito bombástico na minha aceleração evolutiva. Em pouco tempo, eu estava experimentando estados de consciência expandida e dos 16 aos 18 já havia escrito vários livros. Infelizmente, não tinham nenhum interesse para o público, a não ser um deles que mais tarde, no final da década de 1960, foi ampliado e publicado com o título Prontuário de SwáSthya Yôga, o qual posteriormente virou o Tratado de Yôga. Ah! E um outro que só chegou a ser publicado mais de quarenta anos depois, em 2005, com o título Sútras – Máximas de lucidez e êxtase.

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2017 | Autor:

Não precisa cultivar inimizades. Elas nascem sozinhas, como fungos. Mas, afinal, os fungos são úteis. Olha a penicilina!
Alguns fungos são venenosos. Mas o veneno da jararaca, por exemplo, é usado para tratamento de hipertensão, no medicamento Captopril. Salva muitas vidas.
Se eu não tivesse sido impiedosamente atacado a vida inteira, não teria me tornado o mais bem sucedido profissional da minha área, não teria escrito o mais completo Tratado, não teria expandido meu Método para tantos países da Europa e das três Américas.

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2017 | Autor:

Há gente que nunca aprende, mas esses vão-se queimando na consideração de todos os amigos. Precisam estar o tempo todo mudando de grupo, sem formar nenhuma amizade sólida. E, quando precisarem de um amigo sincero, não encontrarão nenhum que lhe estenda a mão.

terça-feira, 7 de fevereiro de 2017 | Autor:

A prática da caça estimulou algumas tribos a migrar atrás das manadas e, assim, muitos humanos tornaram-se nômades e exploradores. Com isso, essa bactéria planetária espalhou-se por todo o globo.
No entanto, nós não fomos projetados para comer carnes. Animais vegetarianos quando comem carnes adoecem mais e morrem mais cedo. Não dispomos de sucos gástricos nem intestinos para processar carne. A maior demonstração de que não nascemos para caçar é a nossa virtual falta de ferramentas naturais para abater outro animal. Não temos garras, nem presas, nem veneno, nada.

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2017 | Autor:

Aos 17 anos de idade decidi que queria servir o Exército e fiz questão de servir na tropa. Foi um escândalo!
– O que é que um rapaz como você vai fazer lá na tropa? Não é ambiente para você. – Era o que ouvia com frequência.
Mas, assim como escolhi o colégio interno que, todos diziam, iria detestar e adorei, da mesma maneira ocorreu com a caserna. Imagine um garotão de dezoito anos podendo fazer ginástica de graça, ordem-unida, dar tiros à vontade e ainda ter o direito de rastejar na lama! O fato é que foi bastante divertido e eu me dei muito bem lá. Era o único soldado que nunca foi advertido pelo sargento do Primeiro Pelotão da Companhia do Quartel General da Primeira Região Militar, no Rio de Janeiro.
Quando tivemos uma solenidade de comemoração do aniversário da Companhia, cada pelotão demonstraria uma aptidão. O primeiro pelotão, ordem-unida; o segundo, educação física; e, o terceiro desmontar e montar um mosquetão com os olhos vendados. Fui o único soldado que os sargentos dos demais pelotões escalaram para participar de todas as demonstrações. Enfim, inseri estas lembranças para ilustrar como gostei e como foi importante o meu convívio com o quartel.
Não fui para o Exército a fim de estudar mais o Yôga, como fizera ao optar pelo internato, e sim para pô-lo à prova num ambiente adverso.
Decidira também que após o serviço militar iria tornar-me um instrutor de Yôga e exercê-lo como profissão verdadeira, em tempo integral, dedicando minha vida a esse ideal.

domingo, 5 de fevereiro de 2017 | Autor:

Muita gente, quando está no status de empregado, sonha em ter seu próprio negócio para poder trabalhar quando quiser, ter horário livre e tirar férias quando desejar. Pois saiba que é exatamente o contrário que você vai fazer: vai querer trabalhar muito mais que oito, dez ou doze horas por dia; e não vai querer tirar férias.
Eu trabalhei mais de vinte anos sem tirar férias e não me senti cansado por isso. Férias, feriados e fins de semana são artifícios criados para amenizar o sofrimento dos que trabalham no que não gostam. Lembre-se de que quem inventou o descanso no sétimo dia foi o povo que havia sido escravizado pelo Egito, conforme nos conta o Velho Testamento. Quando se é escravo – com esse nome ou com o apodo de empregado –, aspira-se por uma pausa.
Contudo, conheço algumas pessoas que realmente queriam ter seu próprio negócio para não trabalhar. Ou para trabalhar pouco. Ou para mandar que os outros trabalhassem. Desses, quase todos se deram mal e voltaram a ser empregados.
Em geral, pessoas que ficaram muito ricas sempre acordaram cedo, foram os primeiros a chegar na empresa e os últimos a sair.
Há que ser criativo:
“Ah! Mas eu não tenho criatividade…” confie em mim: se você tiver o seu próprio negócio, vai desabrochar a criatividade. Ela vem com a prática e o desempenho da profissão. Pouco a pouco, você começa a fazer o trabalho ou o produto com uma marca pessoal.