terça-feira, 16 de junho de 2009 | Autor:

“Não precisa ser homem ou mulher. Basta ser humano, basta ter sentimentos, basta ter coração. Precisa saber falar e calar, sobretudo, saber ouvir. Tem que gostar de poesia, da madrugada, de pássaros, de Sol, da Lua, do canto dos ventos e das canções da brisa. Deve ter amor, um grande amor por alguém, ou então sentir falta de não ter esse amor. Deve amar o próximo e respeitar a dor que os passantes levam consigo. Deve guardar segredo sem se sacrificar. Não é preciso que seja de primeira mão, nem é imprescindível que seja de segunda mão. Pode já ter sido enganado, pois todos os amigos são enganados. Não é preciso que seja puro, nem que seja de todo impuro, mas não deve ser vulgar. Deve ter um ideal e medo de perdê-lo e, no caso de assim não ser, deve sentir o grande vácuo que isso deixa. Tem que ter ressonâncias humanas, seu principal objetivo deve ser o de ser amigo. Deve sentir pena das pessoas tristes e compreender o imenso vazio dos solitários.

“Procura-se um amigo para gostar dos mesmos gostos, que se comova quando chamado de amigo. Que saiba conversar de coisas simples, de orvalhos, de grandes chuvas e das recordações da infância. Precisa-se de um amigo para não enlouquecer, para contar o que viu de belo e de triste durante o dia, dos anseios e das realizações, dos sonhos e da realidade. Deve gostar de ruas desertas, de poças de água e de caminhos molhados, de beira de estrada, de mato depois da chuva, de se deitar no capim.

“Precisa-se de um amigo que diga que vale a pena viver, não porque a vide é bela, mas porque já se tem um amigo.

“Precisa-se de um amigo para se parar de chorar. Para não se viver debruçado no passado em busca de memórias perdidas. Que bata nos ombros sorrindo e chorando, mas que nos chame de amigo para ter-se consciência de que ainda se vive.”

Recebi este texto em 24 de julho de 1979 assinado “de Mara e Nirka, suas eternas alunas e amigas.”  Passados trinta anos, tenho a oportunidade de publicar aqui o mesmo texto e ofertá-lo a todos os meus alunos e amigos, inclusive os do passado e os do futuro. Principalmente, os eternos!

Fernanda Neis

Tinha que ser do Vinicius…

Tenho amigos que não sabem o quanto são meus amigos. Não percebem o amor que lhes devoto e a absoluta necessidade que tenho deles. A amizade é um sentimento mais nobre do que o amor, eis que permite que o objeto dela se divida em outros afetos, enquanto o amor tem intrínseco o ciúme, que não admite a rivalidade. E eu poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem morrido todos os meus amores, mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos! Até mesmo aqueles que não percebem o quanto são meus amigos e o quanto minha vida depende de suas existências … A alguns deles não procuro, basta-me saber que eles existem. Esta mera condição me encoraja a seguir em frente pela vida.

Mas, porque não os procuro com assiduidade, não posso lhes dizer o quanto gosto deles. Eles não iriam acreditar. Muitos deles estão lendo esta crônica e não sabem que estão incluídos na sagrada relação de meus amigos. Mas é delicioso que eu saiba e sinta que os adoro, embora não declare e não os procure. E às vezes, quando os procuro, noto que eles não tem noção de como me são necessários, de como são indispensáveis ao meu equilíbrio vital, porque eles fazem parte do mundo que eu, tremulamente, construí, e se tornaram alicerces do meu encanto pela vida.

Se um deles morrer, eu ficarei torto para um lado. Se todos eles morrerem, eu desabo! Por isso é que, sem que eles saibam, eu rezo pela vida deles. E me envergonho, porque essa minha prece é, em síntese, dirigida ao meu bem estar. Ela é, talvez, fruto do meu egoísmo.

Por vezes, mergulho em pensamentos sobre alguns deles. Quando viajo e fico diante de lugares maravilhosos, cai-me alguma lágrima por não estarem junto de mim, compartilhando daquele prazer… Se alguma coisa me consome e me envelhece é que a roda furiosa da vida não me permite ter sempre ao meu lado, morando comigo, andando comigo, falando comigo, vivendo comigo, todos os meus amigos, e, principalmente, os que só desconfiam – ou talvez nunca vão saber – que são meus amigos!

Vinicius de Moraes

Obrigado Fée, por me compreender e recorrer ao Vinicius para me ajudar a expressar o que eu sinto pelos meus amigos.  
Nakinagara aruku. DeRose.

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segunda-feira, 15 de junho de 2009 | Autor:

Rosângela de Castro está comigo há mais de 30 anos e continua uma jovem adolescente, linda e divertida. Só que agora também acumula um enorme conhecimento advindo dessas décadas de estudo, de viagens, de experiência no magistério da Nossa Cultura e como autora consagrada de livros célebres. Ro começou muito jovem e jovem ainda é. Imagine o que é ter de Método DeRose mais que o dobro do tempo de vida que viveu sem estar imersa na nossa filosofia! É uma pessoa muito importante para mim pela sua lealdade e carinho. Sua risadas animam a vida dos seus amigos e banham-me a alma com a sensação de que tudo valeu a pena. Ro de Castro habita no meu coração já há quase (eu disse quase) quarenta primaveras! E por isso mesmo é uma honra e um orgulho para todos nós, pois muitas meninas de 18 anos gostariam de ter o corpo que ela esculturou durante tanto tempo de SwáSthya. Ro, você hoje é mais jovem do que quando a conheci. E mais bonita. De verdade. Parabéns pelo seu aniversário! E parabéns para o nosso Método, pois você é a prova viva do que ele proporciona ao longo dos anos. Quando crescer, eu quero ser como você.

PS – Estamos todos aguardando seu novo livro.

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domingo, 14 de junho de 2009 | Autor:

Que bom termos unidades em tantas cidades e em vários países, não é? Não há nenhuma outra escola de Yôga que ofereça tantas facilidades e apoio aos alunos que viajam! Nenhuma outra instituição, clube ou confraria que proporcione uma família internacional tão grande, tão querida, íntima e confiável quanto a nossa. Precisamos divulgar mais esse diferencial aos nossos alunos.

Nossos alunos precisam ser mais informados de que se estiverem inscritos em qualquer uma das nossas escolas credenciadas, ao viajar para qualquer parte do Brasil e mais uma porção de países europeus e americanos continuarão praticando durante suas viagens sem ter que pagar nada às escolas que visitarem.

E ainda contam com uma rede de apoio lastreada na amizade e no companheirismo para o que precisarem quando estiverem fora da sua cidade ou país.

Temos alunos que praticam regularmente em dois ou três países. De vários deles, recebemos elogios quanto ao profissionalismo dos nossos instrutores que, mesmo em outros países, utilizam exatamente o mesmo método, aplicam os mesmos procedimentos e preservam o mesmo clima de afeto intimista que é tão raro e, por isso mesmo, tão valorizado.

Hoje atuamos no Brasil, Argentina, Chile, Portugal, Espanha, França, Inglaterra, Itália, Alemanha, Escócia, Havaí, Estados Unidos e outros países. É uma experiência maravilhosa ter amigos em centenas de cidades e em vários países. Imagine, você sair de viagem e ir praticando Yôga em diversas localidades. E mais: a segurança e outras facilidades que isso representa.

Eliane Lobato, grávida de nove meses da primeira filha, Parvatí, viajou de automóvel da sua cidade (na época, o Rio de Janeiro) para São Paulo. Assim que chegou foi furtada e ficou sem dinheiro e sem os documentos. Não tinha como abastecer o veículo para voltar ao Rio, nem dinheiro para comer ou hospedar-se. Nem mesmo cartões de crédito! Que fazer? Mas isso tudo deixou de ser problema, porque já existia a União. Bastou identificar-se em uma unidade da Rede e já tinha onde comer e dormir, e, ainda, como abastecer o carro para voltar à sua cidade. Casos como esse, de companheirismo e ajuda mútua são uma característica dos membros da Uni-Yôga.

Priscila Ramos de Sousa estava viajando pela Europa e num dado momento precisou de socorro. Escreveu no seu messenger: “Pri perdida em Barcelona”. Imediatamente recebeu o apoio de que precisava por parte de membros da nossa grande família.

A mãe da instrutora Fernanda Neis teve os documentos e cartões de crédito furtados quando passeava em Buenos Aires. Voltando ao Brasil, foi notificada pelas autoridades Argentinas de que seus documentos haviam sido recuperados. Bastou um telefonema da Fernanda a um colega porteño e ele fez a gentileza de buscar os documentos e enviou-os a ela por Sedex.

Um aluno quis viajar com uma determinada quantia, perfeitamente dentro da lei, mas não queria levar dinheiro vivo por uma questão de segurança. Comunicou-se com um colega e combinou: “Quando eu for à sua cidade você me disponibiliza esse valor. Depois, quando você vier à minha cidade eu lhe disponibilizo o mesmo valor.” E ambos viajaram em segurança, sem carregar dinheiro vivo.

Certa vez, um aluno havia vendido um imóvel na Europa e não sabia (ou não tinha tempo) para providenciar os trâmites burocráticos a fim de transferir os valores para o seu país. Pretendia declarar corretamente a transação ao Imposto de Renda como, de fato, creio que o fez, mas seria muito bom não ter que pagar aos bancos a elevada taxa de transferência. Outro aluno, na mesma época, havia vendido um imóvel no país daquele primeiro. Os dois entraram em contato, cada qual depositou o valor correspondente no banco do outro e ficou tudo resolvido.

Note bem que todos os casos relatados foram realizados sem a intervenção da Uni-Yôga. Nem recomendamos que realizem operações de risco – nem mesmo nos responsabilizamos por elas. Foram apenas pessoas ajudando pessoas. A entidade Uni-Yôga só ficou sabendo desses fatos muito tempo depois.

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quarta-feira, 10 de junho de 2009 | Autor:

Julio

Bom dia Mestre!

Fico feliz de o Blog estar a todo o vapor, confesso que alguns dias fica difícil acompanhar o seu pique e o de todos os amigos que acessam e postam comentários!

Recebi um texto recentemente, e tão logo o li tive o ímpeto de compartilhá-lo com você e todos os visitantes do blog. Aí vai:

Um rato, olhando pelo buraco na parede, vê o fazendeiro e sua esposa abrindo um pacote. Pensou logo no tipo de comida que haveria ali. Ao descobrir que era uma ratoeira ficou aterrorizado. Correu ao pátio da fazenda advertindo a todos:
– Há uma ratoeira na casa, uma ratoeira na casa!!
A galinha disse:
– Desculpe-me Sr. Rato, eu entendo que isso seja um grande problema para o senhor, mas não me prejudica em nada, não me incomoda.
O rato foi até o porco e disse:
– Há uma ratoeira na casa, uma ratoeira!
– Desculpe-me Sr. Rato, disse o porco, mas não há nada que eu possa fazer, a não ser orar. Fique tranquilo que o Sr. será lembrado nas minhas orações.
O rato dirigiu-se à vaca. E ela lhe disse:
– O que ? Uma ratoeira ? Por acaso estou em perigo? Acho que não!
Então o rato voltou para casa abatido, para encarar a ratoeira. Naquela noite ouviu-se um barulho, como o da ratoeira pegando sua vítima. A mulher do fazendeiro correu para ver o que havia pego. No escuro, ela não viu que a ratoeira havia pego a cauda de uma cobra venenosa. E a cobra picou a mulher… O fazendeiro a levou imediatamente ao hospital. Ela voltou com febre. Todo mundo sabe que para alimentar alguém com febre, nada melhor que uma canja de galinha. O fazendeiro pegou seu cutelo e foi providenciar o ingrediente principal. Como a doença da mulher continuava, os amigos e vizinhos vieram visitá-la.
Para alimentá-los, o fazendeiro matou o porco. A mulher não melhorou e acabou morrendo. Muita gente veio para o funeral. O fazendeiro então sacrificou a vaca, para alimentar todo aquele povo.

Moral da História:
Na próxima vez que você ouvir dizer que alguém está diante de um problema e acreditar que o problema não lhe diz respeito, lembre-se que quando há uma ratoeira na casa, toda fazenda corre risco.
O problema de um é problema de todos!

Um grande e carinhoso abraço,

Júlio

[Irado, Júlio! Grande lição. Sugiro que os colegas leiam também o post “O que gansos têm a ver com a Uni-Yôga”. DeRose.]

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segunda-feira, 8 de junho de 2009 | Autor:

Vitor Calisto

Olá a todos!!

Queridos amigos, aproveito para vos deixar o link para um filme (documentário), feito pelo ambientalista francês Yann Arthus-Bertrand sobre a nossa casa, a Terra. Imagens maravilhosas, banda sonora fantástica e acima de tudo muita imformação importante sobre aquilo que está a acontecer na Terra. Esta é também a nossa causa… http://www.youtube.com/watch?v=tCVqx2b-c7U

Abraços e beijos,
Vitor Calisto

Ana Rocha

Olá Dalila, assistimos ao video aqui de Londrina(Paraná-Br), e ficamos estupefatos com a maravilha, tanto das imagens como da mensagem positiva que nos passa o final. A primeira ação foi logo divulgar, e não pensamos lugar melhor que o Blog do Mestre.

Mas como somos pessoas já muito felizes por fazer parte dessa Nossa Cultura, por vezes perdemos a medida de quantas pessoas ainda não têm consciência da ligação que temos uns com os outros e com o planeta, e da importância de tornar-se e fazer o melhor a cada dia…e qual é esse MELHOR? Este filme nos diz muito, sobre nós, sobre o outro e sobre a união do ser com sua prórpia natureza!…Me encantou!

Me permito fazer uma sugestão que alargue o assunto: Mestre, que tal se promovessemos um Yôga Cine global em prol do meio ambiente, com a divulgação do projeto HOME e nosso apoio efetivo à causa? Todas as escolas passando aos alunos o Video “Home-O mundo é a nossa casa”, que foi amplamente divulgado no dia 5 de junho (dia mundial do meio-ambiente), é facil de ser encontrado, tem a duração de um filme comumente passado (1h58), é de uma beleza e inteligência extraordinárias, além de motivador…Já é tarde demais para sermos pessimistas!

Fica aqui o carinho dos Londrinenses, e a mentalização verde esmeralda para o Mestre DeRose, e hoje também para o Planeta Terra.

Um beijo de coração Mestre e obrigada por compartilhar tanto!

http://www.youtube.com/watch?v=tCVqx2b-c7U

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segunda-feira, 18 de maio de 2009 | Autor:

São poucos os blogs que podem contar com esse privilégio. Mais de mil leitores, amigos, alunos, colegas, simpatizantes que se deram ao trabalho de amavelmente colocar suas fotos na coluna da direita. Fico bem feliz ao ver nossa coluna de fotinhas crescer a cada dia.

Sugiro que você não olhe apenas as fotos da primeira página, mas que visite as demais para ver quanta gente interessante temos como habitués deste espaço cultural.

Parabéns a todos nós! Que continuemos crescendo!

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terça-feira, 5 de maio de 2009 | Autor:

Há um fato ao qual dou muita importância. É que algumas pessoas antes de se envolver com a nossa profissão me conheceram como pessoa e só depois de conhecer o ser humano é que decidiram tornar-se alunos ou instrutores do nosso Método. Isso é muito lisonjeiro e me mostra que, afinal, não devo ser tão ruim assim…

Dentre muitos casos assim, há dois em especial que gosto de citar. Ambos eram, respectivamente, o marido e o namorado de instrutoras nossas. São eles o Edgardo Caramella, da Argentina, e o Sandro Nowacki, de Porto Alegre. Esses dois homens me proporcionaram o elogio mais importante desta fase da minha vida. Ambos tinham tudo para antipatizar comigo e para me rejeitar ou mesmo sentir ciúme, afinal, suas parceiras dedicavam parte do tempo que devia ser deles para estar em meus cursos e eventos. Mas ocorreu justamente o contrário. Brotou uma simpatia e um carinho à primeira vista.

Todos conhecem o caso do Edgardo, mas acho que poucos conhecem a história do Sandro. Então vou começar por ela.

Nossa instrutora era a Cleyde Alberti, de Caxias do Sul (RS). Conheci Cleyde em 1979 e logo ficamos muito amigos. Cleide tinha duas filhas que eu conhecia desde pequenas, sete ou oito anos de idade. E agora estavam adultas. Naiana, lindíssima e sempre bem querida, decidiu tornar-se instrutora e mudou-se para Porto Alegre. Seu namorado, Sandro, sempre foi um cara bonitão, louro de olhos azuis, alto, corpo atlético, de dar inveja a qualquer barbado. Sempre que podíamos saíamos os três para jantar, comer uma pizza, ou ficar conversando e ouvindo música no apartamento da Cleyde. Sinto muita saudade daqueles tempos. Desde que nos conhecemos, Sandro sempre me tratou com tanto carinho que carrego o peso na consciência de nunca ter conseguido retribuir, pelo fato de estar sempre trabalhando e não conseguir tempo para saborear momentos de pura descontração ao lado dos que eu amo. Jamais me esquecerei de uma noite em que estávamos Naiana, eu e o Sandro, conversando no apê.  Ele era, na época, fisioterapeuta com clínica instalada e uma carreira garantida. Naquela noite Sandrão me olhou com um sorriso que jamais esquecerei, um brilho doce no olhar e me perguntou (mais ou menos assim): “De, você acha que eu poderia me tornar instrutor e junto com a Naiana abrirmos uma escola do seu Método em Porto Alegre? Nós faríamos um trabalho como você sempre sonhou.” Ah! Sandrão, você nunca vai conseguir avaliar o que eu senti naquela noite. Naquele momento depositei meu coração nas suas mãos. Queria tanto que pudéssemos conviver mais e compartilhar mais a vida, enquanto ela ainda está por aqui… 

O caso do Edgardo foi igualmente emocionante. Sua mulher era representante do nosso Método em Buenos Aires. Ele era o maridão. Um dia foi a um curso para conhecer esse tal de DeRose, de quem a esposa vivia falando. Não poderia ocorrer situação mais propensa a que o marido não gostasse de mim. No entanto, não há nada como conhecer as pessoas, conversar olhos nos olhos. Ambos percebemos que estava ocorrendo um desses encontros que mais parecem reencontros. Rolou uma sintonia, um diálogo de almas, e começou uma relação muito bonita de pura amizade. Quando saíamos juntos ou quando viajávamos os três, com a esposa, falávamos de profissão. Com Edgardo, falávamos de tudo. Até que um dia Edgardo me consultou: “DeRose, você acha que eu daria um bom instrutor de SwáSthya?” E foi assim que ele primeiro se tornou meu amigo e só depois me escolheu como Mestre.

No meu livro Quando é Preciso Ser Forte eu escrevi o seguinte trecho:

“Edgardo gosta de contar que antes de adotar DeRose como Mestre, conheceu o homem DeRose, o ser humano cheio de defeitos, mas que para ele soavam como qualidades. Normalmente, quando alguém entra para o Yôga já passa a olhar DeRose como se fosse um guru, um santo, um ser sobre-humano, que não erra, que não fica triste ou zangado, que não cai doente, que não come nem vai ao banheiro. Com Edgardo ocorrera o contrário do que acontece com os demais que, primeiro adotam DeRose como Mestre e depois se tornam seus amigos. Edgardo conheceu primeiro o outro lado. Pelo fato de ter-se tornado primeiramente meu amigo, todas as fantasias e expectativas mirabolantes dos demais no seu caso não existiram. Viu um DeRose que ficava triste e zangado e todas as outras facetas. E gostou do que viu. Em função disso, um dia me perguntou se eu o aceitaria como discípulo. E, para o bem de todos nós, assim foi.”

Hoje Edgardo é um dos meus melhores amigos, a quem devoto uma grande admiração e um carinho que não cabe no meu peito. E como primeiro me conheceu sem me colocar num pedestal, a possibilidade de se decepcionar comigo é quase nula.

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