sexta-feira, 8 de abril de 2011 | Autor:

Sempre achei que o ritual de colocar no rosto o creme de barbear, passar a lâmina, lavar a lâmina para poder passar de novo e assim sucessivamente por várias vezes, depois lavar o rosto para retirar os resíduos do creme de barbear… tudo isso dava muito trabalho e tomava muito tempo. Além do mais, no inverno, era desagradável jogar água fria no rosto. Está bem, as casas têm água quente, mas isso obrigaria a conservar as torneiras abertas para manter a água na temperatura certa e deixar o precioso líquido se escoando desnecessáriamente.

Então, um dia descobri que era muito simples, prático e rápido barbear-se a seco. Basta usar lâminas novas. Para quem tem barba muito grossa, barbear-se depois do banho, quando os fios ficam mais macios, também pode ser uma solução mágica.

A partir dessa descoberta, fiquei a pensar: como somos inertes e submissos aos paradigmas! Meu pai fazia a barba da forma tradicional, molhada, incômoda, demorada e desperdiçando água porque aprendera aquilo com o pai dele. E todos continuamos fazendo assim por mera inércia, sem perceber que no passado as lâminas não eram tão boas e talvez fosse mesmo necessário lambuzar a cara com sabão. E as pessoas tinham mais tempo para esse ritual. Mas hoje, para alguns homens, já é possível aplicar mais qualidade de vida nesse rito diário.

Isso pode parecer bobagem, mas poupa tempo, economiza o custo do creme de barbear, poupa água e reduz o desgaste que leva muitos homens a não se barbear nos feriados e nas férias, o que indica que não gostam de fazê-lo. E no final, melhora a aparência pessoal, pois permite que os cavalheiros retoquem rapidamente o escanhoamento antes de sair para um jantar, festa ou evento.

Como efeito colateral, imagine que de 200 milhões de habitantes do Brasil, 50 milhões sejam homens adultos que façam a barba diariamente. Calcule a quantidade de espuma de sabão ou creme de barbear que 50.000.000 de pessoas atiram diariamente nos nossos rios. E se cada um deles gastasse apenas um litro de água (tem gente que desperdiça muito mais), seriam cinquenta milhões de litros de água todos os dias só no ritual de fazer a barba!

 

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terça-feira, 9 de junho de 2009 | Autor:

Ainda a respeito do ritual de barbear-se, há um trecho do antigo post O paradigma do emprego que vale a pena isolar e repetir aqui:

“É como os cadarços dos sapatos. Há mais de meio século, quando eu ainda era criança, lançaram os primeiros calçados sem cordão. Eram os sapatos de fivela. Tempos depois introduziram o elástico. Depois, o velcro. Depois, o zíper. E até hoje a maior parte dos sapatos continua usando os absurdamente unpractisch cadarços que dão trabalho para calçar, para descalçar e desamarram-se o tempo todo, fazendo crianças e adultos tropeçar e cair. Por que continuam usando uma coisa dessas, trabalhosa, sem praticidade e perigosa, ao invés de substituí-la por alguma das muitas alternativas mais modernas? A explicação é que o humanóide demora a incorporar as mudanças.”

 

Aliás, esse é um dos motivos pelos quais adotei os calçados tradicionais dinamarqueses, que se parecem com os tamancos suecos que estiveram em moda no mundo todo há trinta anos, só que os dinamarqueses são fechados atrás. Eles são muito práticos especialmente para quem precisa descalçar-se e calçar-se com rapidez várias vezes por dia, como é o caso da nossa profissão. São resistentes à água e a maus-tratos. E são lindos. Mas acho que você vai ter que ir a Kopenhagen para adquiri-los!

 

Luc
[email protected] | 189.41.65.196

Aproveitando o embalo, descobri no youtube este outro indicado pelo Mestre:
httpv://www.youtube.com/watch?v=XGvFJe0TsCo

 

[Atenção: este vídeo completo tem cerca de meia hora e este link apenas três minutos. Recomendo procurar o vídeo completo – A questão dos paradigmas, da Siamar. É sensacional e recomendo veementemente que você o assista completo, várias vezes. DeRose.]

Luc
[email protected] | 189.41.67.66

Esta lista de reprodução mostra o documentário todo:
http://www.youtube.com/watch?v=XGvFJe0TsCo&feature=PlayList&p=33C73CB2889291F9&index=0&playnext=1

[Contudo, o vídeo A questão dos paradigmas que eu uso para orientar os instrutores é outra versão. E dublado em português.]

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