sexta-feira, 4 de maio de 2012 | Autor:

Uma genuína e destemida felicidade

(Para Alessandro e Thiago)

Um jovem escritor brasileiro que vive no exterior veio ao Brasil e passou algumas horas descontraídas com o nosso pessoal de Curitiba.  O que se segue é o texto que ele escreveu sob o título acima:

“É bom estar no meio de pessoas que não se importam com política. Nem com os rumos da literatura contemporânea. É bom estar no meio de pessoas que riem de si e dos outros sem perversidade. Que não julgam. É bom estar no meio de pessoas.

 

Passei em Curitiba uma agradabilíssima noite com amigos. Tudo bem que eu sabia o nome de apenas dois ou três. Mas eram, vá lá, amigos. Porque me senti completamente à vontade, como há anos não me sentia, para ser eu mesmo. E quem sou eu? Esta é uma pergunta que me faço com espantosa e deprimente freqüência. Eu sou aquele que estava ali, em pé na bancada, comendo um pedaço de pão com muita manteiga. Prazer.

Foram cinco horas de nenhuma conversa séria. Nenhuma teoria da conspiração, nenhuma reclamação, nenhum medo. Éramos, novamente, crianças num jardim de infância – e isso era bom! Voltando para casa percebi que passamos cinco horas – cinco horas! – fazendo trocadilhos imbecis dignos da Praça É Nossa. Ríamos, ríamos muito. Éramos cretina e deliciosamente felizes.

Você pode pensar que estávamos bêbados. Mas… não! Não havia uma só gota de álcool na festa. Estávamos mesmo embriagados pela sensação inequívoca de estarmos juntos. Éramos todos da mesma geração, tínhamos vivido mais ou menos a mesma coisa. Buscávamos coisas bem diversas, é verdade. Mas o tempo nos unia. Sempre vi o Zeitgeist como um monstro. Descobri, nesta noite, que ele pode ser também um fantasminha camarada.

Sinto confessar, mas me falta a convivência com pessoas cujo único objetivo na vida é esta felicidade pequena e adorável. Uma felicidade que não busca se explicar com referências poéticas ou filosóficas. Uma felicidade que simplesmente é. Não éramos pessoas idiotas naquela casa. Cada qual, eu podia perceber, sabia-se dono de uma existência única, marcada por opiniões também únicas. Eram todas admiráveis por sua individualidade. Eram todas louváveis porque não procuravam o prazer pelo massacre do diverso.

Naquela noite, fui feliz. Falei o que pensava sem medo do julgamento. Melhor: muitas vezes falei o que nem pensava. Ninguém levantou a voz. Ninguém fez cara feia. Ninguém engoliu uma opinião por medo. Ninguém emitiu sua opinião para se provar inteligente.

Saí para a noite no meu passo mais alegre. Dou uns pulinhos quando estou assim. A noite estava fria, mesmo sendo novembro. O caminho para casa pareceu seguro demais e aconchegante demais. Deitei na cama. Era aniversário do meu amigo Alessandro. Desnecessário dizer, porém, que o melhor presente quem ganhou fui eu.”

Paulo Polzonoff Jr.

Polzonoff.com.br

Pois é, meu caro Polzonoff. Vocês estavam inebriados, sim, mas não de álcool ou drogas. Estavam inebriados da nossa felicidade intrínseca, da nossa intoxicação de oxigênio que hiperventila nossas almas a cada minuto de vida que vivemos e bendizemos. Somos felizes e é só isso.

Essa sensação benfazeja que desopilou sua mente é o cerne da Nossa Cultura. Espero que os que estão dentro dela, vivenciando-a no seu dia-a-dia e sendo felizes o tempo todo, continuem valorizando esse estado de ser que nos proporcionou a mesma sensação de descoberta, alegria e liberdade quando a encontramos pela primeira vez.

DeRose

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domingo, 22 de abril de 2012 | Autor:
[audio: http://www.uni-yoga.org/blogdoderose/wp-content/uploads/2009/08/caluda_tamborins-Mario_Lago.mp3]

Esta é para nossos colegas d’além-mar. Você vai ler agora a letra de um sambinha (na verdade uma “marchinha”) do compositor Mario Lago. Delicie-se com a linguagem.

Aos brasileiros, um teste: tente traduzir a letra em linguagem atual.

Esta é a letra de um sambinha de antigamente. É inacreditável! Uma marchinha despretenciosa! Como a nossa língua mudou…

“Caluda, tamborins, caluda!

Um biltre meu amor arrebatou.

No paroxismo da paixão ignota

Supu-la um querubim, não era assim.

Caluda, tamborins, caluda…

Soai plangentemente, ai de mim.

Vimo-nos num ror de gente

E, sub-repticiamente,

O olhar seu me dardejou.

Cáspite, por suas nédias madeixas

Que suaves endechas

Em pré-delíquio o pobre peito meu trinou.

Fomo-nos de plaga em plaga.

Pedi-lhe a mão catita,

Em ais de êxtase m’a deu.

E o dealbar de um amor

Em sua pulcra mirada resplandeceu, olarila!

Caluda, tamborins, caluda!

Um biltre meu amor arrebatou.

No paroxismo da paixão ignota

Supu-la um querubim, não era assim.

Caluda, tamborins, caluda…

Soai plangentemente, ai de mim.

Férula, ignara sorte

Solerte a garra adunca

Em minha vida estendeu!

Trêfaga ia a minha Natércia,

Surge o biltre do demo,

Rendida à sua parlanda, ela se escafedeu.

Vórtice no imo trago.

São gritos avernais

Que no atro ódio exclamei.

Falena sou, desalada…

Ó numes ouvi-me: aqui del-rey!”

Meus agradecimentos ao colega Fernando Almeida, da Unidade Vila Mariana, que me conseguiu a música gravada em áudio.

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terça-feira, 3 de janeiro de 2012 | Autor:

Na verdade, discrimina judeus, muçulmanos, hindus, budistas, jainas, sikhs, adventistas e outras religiões. As companhias aéreas fazem isso sistematicamente, em praticamente todos os voos.

Como?

Não dando opções no cardápio e obrigando os clientes de todos esses grupos religiosos a comer carnes, muitas vezes de porco, ou ficar com fome. Certa vez, a aeromoça me disse candidamente: “Não é carne de porco. É presunto.”

As companhias argumentarão que é possível pedir alimentação especial. O argumento não é válido porque as comissarías não sabem preparar alimentos sem carnes e oferecem absurdos intragáveis que nenhuma semelhança têm com a gastronomia dessas culturas. Isso, quando os pratos, mesmo errados, pelo menos entram a bordo.

Durante mais de vinte anos eu solicitei alimentação especial, VLML (lactovegetariana) ou AVML (asiática vegetariana) especificando a subdivisão “hindu”. Jamais a comida entrou a bordo corretamente, razão pela qual nunca mais pedi refeição especial e rogo que se você fizer alguma reserva para mim não deduza que eu desejo essa alimentação. Apesar de tal recomendação ser antiga, já que consta de vários livros meus, diversos colegas ao fazer reserva para meus voos recentes, me penalizaram com essa surpresa (pois nem ao menos me consultaram!).

E, por isso, eu havia publicado o capítulo Alimentação vegetariana: chega de abobrinha!, do qual reproduzo o trecho abaixo:

“Jamais declare-se vegetariano num hotel, restaurante, companhia aérea ou na casa da sua tia-avó. É que todos eles têm a mesma vivacidade e vão responder:

– Eu gostaria de lhe preparar uma comida decente, mas já que você não come nada vou lhe servir uma saladinha de grama.

E, por mais que você tente explicar que vegetariano não é isso o que a esvoaçante fantasia do interlocutor imagina, sua probabilidade de sucesso é nula. Na caixa-preta dele já está selado, carimbado e homologado que vegetariano só come salada e ponto final.

Há vinte anos envio cartas e faço visitas de esclarecimento à comissaría e aos nutricionistas de uma conhecida companhia aérea. Mas nada os demove da sábia decisão de que conhecem melhor o vegetarianismo do que os próprios vegetarianos. E tome discriminação. Os mal-entendidos já começam ao fazer a reserva. Basta solicitar alimentação lacto-vegetariana, cujo código é VLML, para que o solícito funcionário do outro lado da linha registre alegremente:

– Ah! Vegetariano? Perfeitamente, senhor.

Só que a alimentação vegetariana, para as companhias aéreas, tem outro código, VGML, que designa um sistema bem diferente e absurdamente intragável que só existe na cabeça dos nutricionistas dos caterings. Fico a pensar se VGML é a sigla para VegMeal ou se significa: Você Gosta Mesmo dessa Lavagem?

E se o passageiro sabe mais do que o atendente e adverte-o para que use o código certo, VLML, invariavelmente é deixado na linha esperando enquanto ocorre uma conferência nos bastidores. Às vezes, o som vaza e pode-se escutar:

– Diz prá ele que esse código não existe. Não é vegetariano? Então é VGML.

Certa vez, numa viagem internacional, minha mesinha já estava posta quando tive a infeliz idéia de informar a comissária de bordo que o pedido de alimentação vegetariana era meu. Ato contínuo ela retirou da minha mesa o queijo, a manteiga, a maionese, o pão, o biscoito, o chocolate, a sobremesa e tirou até o sal e a pimenta. No lugar, colocou uma lavagem de legumes cozidos à moda de isopor.

Por que a gentil senhorita fez isso com este simpático cavalheiro? Será que ela pensa que queijo é carne? Que manteiga, maionese, chocolate são algum tipo perigosíssimo de carne de vaca-louca camuflada?

O pior nas viagens aéreas é que se você pedir alimentação VGML ou VLML, o pessoal do catering tira a sua sobremesa como que a puni-lo por ter-lhes dado trabalho. É como se estivessem a ralhar com o passageiro:

– Menino mau. Já que não come a sua carne, vai ficar sem sobremesa.

E você é obrigado a comer legumes cozidos sem tempero ou salada fria com uma uva de sobremesa, enquanto assiste o vizinho de poltrona refastelando-se com um prato quentinho de strogonoff, suflé, parmegiana, milanesa, tudo arrumado com capricho, mais um apetitoso pudim e ainda tem que ouvi-lo comentar:

– Essa comida de bordo é uma porcaria… “

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012 | Autor:

Foi-me perguntado se há algum motivo para não divulgar que só ministro aulas gratúitas e que o faço há mais de vinte anos. Na verdade, não há nenhuma razão. Só não nos ocorrera motivo para divulgá-lo. Mas, para mero registro, fica a informação de que há mais de duas décadas só ministro uma aula por semana. Essa aula sempre foi gratuita, portanto, todas as aulas que ministrei nos últimos vinte e poucos anos foram sem ônus para os interessados. Esse dado é interessante como demonstração de que não trabalhamos visando dinheiro. Talvez por isso, tenha sido solicitado que divulgássemos a presente informação, em benefício de todos.

Com o tempo, a maior parte dos interessados nessas aulas veio a ser constituída pelos próprios instrutores, a quem demos prioridade nas vagas. Hoje, temos um salão com setenta lugares sempre lotados e 95% das vagas são ocupadas por instrutores que acorrem de diversas cidades.

Única exceção: de uns tempos para cá, comecei a ministrar também uma prática avançada, uma vez por mês, em turma exclusiva para instrutores formados. Esse sádhana é a única aula regular que tem um fee. Como se trata de uma turma fechada, só para instrutores formados, não é aberta ao público.

Fora as aulas, tenho a satisfação de ministrar os cursos nos fins-de-semana, cada vez em uma cidade ou país diferente e esses sim, precisam de uma taxa de inscrição que cubra as despesas com deslocamentos aéreos, hotéis, alimentação etc, que pague a instalação em uma sala da Universidade Federal, Estadual ou Católica e que remunere os organizadores.

Não temos nada contra o dinheiro, mas a vida me ensinou que há valores e satisfações mais importantes do que o nobre metal. Por isso, disponibilizo vários livros meus para free download (gratuito) no nosso site. Por isso, permito que assistam gratuitamente minhas webclasses na internet, mais de 60 vídeo-aulas, sem pagar nada. Por isso, damos as aulas gratuitas em parques, jardins e praias de várias cidades e de vários países (consulte o post Aulas gratuitas do Método DeRose em parques e jardins). E pelo mesmo motivo, nossos instrutores interrompem o trabalho que lhes dá o ganha-pão a fim de dedicar seu tempo a ações de responsabilidade social e humanitária. E, ainda, nosso site divulga gratuitamente os endereços de mais de mil concorrentes de outras linhas. Creio que somos os únicos na nossa área a proporcionar tudo isso desinteressadamente à população.

______________

[O acento em “gratúitas” não existe, mas coloquei-o assim mesmo para alertar algumas pessoas que proncunciam mal, “gratuítas” (na verdade, muita gente). Inclusive, alguém já escreveu aqui no blog com acento no i. Quanto mais corretamente conseguirmos falar e escrever, mais credibilidade terá a nossa proposta.]

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quinta-feira, 22 de dezembro de 2011 | Autor:

Mario

Vendas

Olá Mestre e querida família,

Aproveito esta oportunidade para desejar a todos nós boas festas com votos de um excelente Ano Novo!!

Para tal, compartilho este vídeo:

httpv://www.youtube.com/watch?v=yt-K5w1PFMo

Beijos e abraços,

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011 | Autor:

Aceite meus votos de Feliz Natal Cristão, Boas Festas de Hannukah Judaico e Feliz Ano Novo Islâmico.
Tenhamos um novo ciclo de pleno de diálogo, compreensão e generosidade. Shanti, Shalom, Salaam. Pax, Paz, Peace, Pace, Paco, Paix, Frieden, Vrede, Fred, Мир (Mir), Ειρήνη (Eirene), Heiwa
.
Que todos os povos, todas as etnias, todas as religiões possam se abraçar e congraçar-se.
Possamos todos respeitar os outros seres humanos e suas culturas, possamos respeitar os seres angelicais de quatro patinhas, possamos respeitar o planeta que nos acolhe e a todos retribuir da forma mais carinhosa.
Para trazer felicidade, a muita gente basta um abraço, para muitos anjinhos peludos basta um afago e para o planeta basta um pouco mais de consciência.
Para mim, peço apenas a sua amizade sincera, um abraço apertado e sua presença sempre que possível.

 

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quinta-feira, 29 de setembro de 2011 | Autor:

Segundo o estudo abaixo, publicado pela revista Época de 16 de Outubro de 2006, todos os veículos juntos – automóveis, motocicletas, ônibus, caminhões, tratores e outros – produzem 4% da poluição do ar.

No entanto, a poluição produzida pela criação de ruminantes (28%) mais seu esterco (4%), juntos produzem 32% da contaminação da atmosfera. A desproporção é colossal!

Conclusão: os maiores responsáveis pela poluição e pelo comprometimento do ar que respiramos, pelo aquecimento global e pela destruição da camada de ozônio são os comedores de carnes que sustentam uma indústria pecuária sem precedentes na história da humanidade.

Confira no gráfico abaixo (clique no gráfico para ampliá-lo):

 

Eimara Lima

Mestre, por este link aqui dá para ver melhor e navegar no site Animals Save the Planet. Tem até informações sobre os personagens. Um primor!
http://www.animalssavetheplanet.com/

Vinicius Pessoa

Por falar em vegetarianos, achei uma entrevista (em audio) do repórter Arnaldo Jabor sobre os efeitos da “produção” de carne no meio ambiente:

 

Arnaldo Jabor fala sobre Carne e Meio Ambiente (Meat and Environment)

httpv://www.youtube.com/watch?v=xRX6NguImAE

Macagnan

Bom dia Mestre!

Como peças vivas de um gigante quebra cabeça espalhadas pelo mundo, os genes amábilis pouco a pouco vão se encontrando e cada vez mais pessoas que AMAM surgem nesse mundo, vindas dos mais diversos credos, filosofias e estilos de vida com o intuito de fazer desse pequeno grão de areia azul um lugar melhor para se viver, com mais respeito, dignidade e amor entre todas as espécies.
Nós do SwáSthya sabemos do nosso compromisso e temos em ti, querido Mestre, nosso farol para nos orientar nesse caminho. E acredito que devemos ser, se não ativistas ativos, ao menos propagadores de idéias e ideais que ajudem a humanidade a ter um futuro digno.
Para tanto indico um site que contém um documentário nacional sobre como a criação de animais para alimentação contribui de forma muito significativa para a degradação do meio ambiente e a desigualdade social, o documentário Hábitos e Habitat é um prólogo para outro, Meat the Truth, mais longo, mais detalhado e mais incisivo.

http://www.habitosehabitat.org/

http://video.google.com/videoplay?docid=2756277227675684050#

Com amor,
Rogério

Oi Mestre!
Hoje no site UOL sairam duas reportagens interessantes. Uma fala sobre a importância do curry em nossa alimentação e a outra fala do vegetarianismo contra a mudança climática.
Espero que ache interessante também!
Beijos e mais beijos da Flavinha
Jardins-SP

Links:

http://noticias.uol.com.br/ultnot/cienciaesaude/ultnot/efe/2009/10/27/especialista-recomenda-vegetarianismo-contra-a-mudanca-climatica.jhtm

http://noticias.uol.com.br/ultnot/cienciaesaude/ultnot/bbc/2009/10/28/elemento-presente-no-curry-pode-matar-celulas-de-cancer-diz-estudo.jhtm

Para saber quantos milhares de animais já foram abatidos desde que você abriu este blog, consulte informativo no final da coluna da direita.

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