É mesmo interessante como o nosso público é completamente diferente do público de yoga. No ambiente da yoga os alunos têm o condicionamento de sugar o professor, perguntar, cobrar, reclamar e criticar. Neste blog é muitíssimo mais comum que as pessoas aportem informações, vídeos, textos, contribuições culturais, dados úteis para compartilhar ou palavras de carinho para ofertar! Sou obrigado a concordar com os que disseram isso durante décadas e finalmente assumi: o que nós fazemos “é outra coisa”.
Eu queria poder responder a cada um, pessoalmente. Não sendo possível, quero que você saiba que eu li o seu comentário e que fiquei emocionadíssimo. Não sabia que tanta gente iria se comunicar comigo pelo meu aniversário. Independentemente das outras atividades e compromissos, fiz questão de ler e curtir uma por uma das mensagens. Foi emocionante ver que havia 142, eu aprovava 50 e agora havia 185 de tantas outras que entravam enquanto eu estava lendo e liberando as 50. No final, 493 mensagens, todas com muito carinho. Tenho a sensação de que naquele momento minha expectativa de vida se expandiu em alguns anos. Tive ímpetos de sair abraçando todos os instrutores e alunos que eu encontrasse pela frente, mas não iria resolver, já que havia tanta gente que se comunicou da Itália, Alemanha, França, Portugal, Espanha, Argentina, Chile, Peru, República Dominicana, Guatemala, Estados Unidos, Austrália, Inglaterra, Escócia, Polônia e de todas as nações do subcontinente brasileiro.
Quero que você se sinta pessoalmente, individualmente, abraçado. Quero que você saiba que fez feliz uma pessoa que valoriza muito o afeto e que jamais vai se esquecer desse dia. Foi supreendentemente, alegremente inesperado.
Fernanda só me perguntava a cada cinco minutos: “Você está feliz?” E me parecia que, em sua sensibilidade, ela estava expressando não só os próprios sentimentos dela, mas também os seus e os de tantos amigos, colegas, alunos, leitores e simpatizantes que pararam tudo o que estavam fazendo para me escrever algumas palavras de amor.
Eu queria lhe dizer mais, mas estou muito emocionado neste momento. Depois eu volto. Receba um forte abraço e um beijo carinhoso deste velhote que comemorou 65 anos com satisfação adolescente.
– Como vai você?
– Vou trishulando e kalidando.
Este tipo de cumprimento e respectiva resposta dos praticantes de SwáSthya é apenas um bem-humorado gracejo que não precisa significar coisa alguma. Mas, se quisermos “traduzir”, poderemos entender que o instrutor e até mesmo o aluno desta modalidade está sempre trishulando, isto é, corrigindo os equívocos, cortando-os com o trishúla de Shiva e, por outro lado, incensando com Kálí-Danda, para analgesiar e cicatrizar, com a alma leve e o coração cor-de-rosa. É como se fosse dar um tapinha com uma mão e fazer um carinho com a outra. Se o tapas é necessário (tapinha não é o diminutivo do niyama sânscrito tapas?), o carinho é duas vezes mais importante. Leia mais »