terça-feira, 12 de julho de 2016 | Autor:

Aqui, nós temos que considerar dois aspectos. Primeiro, a maior parte das coisas que são vendidas como integrais, não o são. Veja o caso do pão integral. Aquele pão fofinho, leve e macio que você encontra nos supermercados não é integral. Ele pode conter alguma percentagem de farinha integral, em alguns casos, algo como 5%. Alguns fabricantes salpicam grãos por cima da casca, para convencer o freguês, mas por dentro, a quantidade desses grãos é ínfima ou inexiste. Segundo aspecto da questão é que os integrais são mesmo melhores para a saúde, porém, isso não tem nada a ver com comer carne ou não comê-la. Vegetarianismo não tem nada a ver com comida integral. Isso é modismo ocidental contemporâneo. Começou timidamente na década de 1960 e tomou impulso na de 70. Nos anos 80s ficou popular e começou a falsificação. A partir de 2000, fiquemos mais lúcidos e independentes de doutrinações, sejam elas de seitas alimentares irracionais, sejam elas do marketing das indústrias que querem vender seus produtos. A Índia, que é o berço do vegetarianismo e a maior nação vegetariana do mundo, quando lá fui por 25 anos, não tinha arroz integral. Essa foi minha pasmada constatação quando morei num mosteiro dos Himálayas. A comida não tinha nada de marrom, não era integral e não tinha gosto naturéba. Era colorida, aromática e temperadíssima! Certa vez, numa das minhas muitas viagens à Índia, levei um grupo de instrutores de Yôga do Brasil, Argentina e Portugal. Um dos participantes, vendo que o arroz servido era refinado, chamou o garçom e pediu:
– Leve este arroz e traga-me arroz integral. O solícito empregado não discutiu. Levou o arroz branco e trouxe outro igual.

A ocidental reclamou:
– Isto aqui não é arroz integral. Olha, meu filho, eu quero arroz integral, compreendeu Arroz in-te-gral!

E o garçom, humilde:
– Mas o arroz está inteirinho. Eu mesmo ajudei o cozinheiro a catar só os grãos que não estavam quebrados.

Parece anedota, mas é verdade. A questão é que na Índia, até então, nunca se havia escutado falar de arroz integral ou pão integral. Atualmente, em alguns estabelecimentos para turistas você já consegue encontrá-los. Logo, esse estereótipo de que você precisa comer alimentos integrais só porque pratica Yôga ou só porque é vegetariano, não tem fundamento. Por outro lado, não confunda o que este autor afirmou. Ninguém questiona que o alimento integral é melhor que o refinado.

Assista ao vídeo sobre o assunto:
youtu.be/pU0ra5MBdp8