sexta-feira, 5 de agosto de 2016 | Autor:

Como em todas as coisas, estas dicas não são infalíveis. Mas não custa mencioná-las. Uma delas, é a forma como você lida com papel. As pessoas educadas, bem sucedidas, tendem a tratar qualquer papel com respeito.
Não era à toa que os professores admoestavam os meninos sem educação das primeiras séries que tinham as folhas dos cadernos com “orelhas”, aquelas extremidades levantadas e amassadas. Em contrapartida, os mais caprichosos, os que, via-se, estavam fadados a ser bem-sucedidos, tinham as folhas dos seus cadernos impecavelmente limpas e lisas, como se seus cadernos e livros tivessem sido comprados naquele momento.
As pessoas que guardam um tíquete de estacionamento, ou daqueles para resgatar roupa no conserto, amassando-o de qualquer jeito, em geral têm mais dificuldade para vencer na vida. Isto serve também para as cédulas de papel moeda. Quase sempre, quem as guarda amarfanhando o dinheiro, está predisposto a não ganhá-lo.
Já estive propenso a supor que fosse por uma questão energética ou psicológica, de o indivíduo não respeitar o din-din, mas não. A questão é muito mais simples do que isso. É cultural, pois funciona com os tkts.
E funciona também com qualquer papel. Entregue a alguém uma folha de papel A4, ou apostila. Veja como o cidadão dobrou esse papel. Há os que dobram zelosamente e há os que dobram sem se preocupar com o esquadro, o encaixe, o vinco. E cartão de visitas? O cartão já é pequeno e tem gente que consegue amassá-lo, dobrá-lo de qualquer jeito ou pior. Certa vez, um advogado trocou cartões de visita com alguns profissionais que estavam com ele em uma reunião, na qual eu estava presente. Mais adiante, quis acrescentar um número de telefone celular e pediu aos demais o seu próprio cartão para acrescentar o dito número. Foi uma vergonha! Um dos profissionais que, via-se pelos calçados que era pessoa simples, tirou do bolso o cartão de visitas… enrolado! Enrolado!!! O advogado agarrou o seu cartão tratado com tanta desconsideração, tirou-o da mão do segundo, atirou-o fora e lhe deu outro cartão intacto. Mas não colocou nele o número do celular…
Belíssima bofetada com luva de pelica – mas, por dentro, uma manopla de aço.

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