Só no meio da madrugada assumi: peguei uma intoxicação alimentar naquele jantar beneficente. Posso ter sido só eu, afinal basta uma salmonelazinha em um talher mal lavado que, por talento em controle de qualidade, tinha que vir para mim.
Cheguei do jantar passando mal, mas não poderia deixar de prestigiar a festa junina da nossa galera. Lá, piorou bastante, mas sobrevivi até chegar à casa. Por isso, escrevi uns posts tão pequenos. É que eu estava enxergando dois computadores – às vezes, três!
Terminei a revisão da tradução do livro da Yael (o que será que eu escrevi?) e fui dormir. No meio da noite é que percebi que a situação era grave. E fiquei matutando: ainda bem que não como carnes. Se comesse, poderia ter morrido ou, no mínimo, teria que ser hospitalizado.
Mas isso eu não podia aceitar, nem a primeira, nem a segunda hipótese, pois hoje tenho que ministrar um curso em uma conhecida universidade e há um montão de alunos inscritos. O pior é que o curso é sobre… Alimentação biológica!
Então, o jeito é fazer dhauti e jala basti, e beber muita água até a hora do curso. Só não vou poder tomar chai, porque leva um pouco de leite. Não sei se conseguirei enxergar o telefone para avisar a organização, pois estou vendo quatro deles na minha frente. Mas um chá inglês (Earl Grey) bem quentinho, seria muito oportuno. Não deve ser levado pronto em garrafa térmica. Leva-se a água quente (como o fazem os gaúchos como recurso de identificação da sua confraria do chimarrão) e os sachés, postos depois “para não liberar os demônios”.
É que uma antiga lenda chinesa diz que o chá durante os primeiros cinco minutos na água quente libera os deuses. A partir de então, libera os demônios.
Terminei este texto e fui revisar. Nunca dei tanta risada. As letras estavam todas trocadas! Acho que o curso de hoje vai ser bem engraçado!