terça-feira, 3 de janeiro de 2012 | Autor:

Na verdade, discrimina judeus, muçulmanos, hindus, budistas, jainas, sikhs, adventistas e outras religiões. As companhias aéreas fazem isso sistematicamente, em praticamente todos os voos.

Como?

Não dando opções no cardápio e obrigando os clientes de todos esses grupos religiosos a comer carnes, muitas vezes de porco, ou ficar com fome. Certa vez, a aeromoça me disse candidamente: “Não é carne de porco. É presunto.”

As companhias argumentarão que é possível pedir alimentação especial. O argumento não é válido porque as comissarías não sabem preparar alimentos sem carnes e oferecem absurdos intragáveis que nenhuma semelhança têm com a gastronomia dessas culturas. Isso, quando os pratos, mesmo errados, pelo menos entram a bordo.

Durante mais de vinte anos eu solicitei alimentação especial, VLML (lactovegetariana) ou AVML (asiática vegetariana) especificando a subdivisão “hindu”. Jamais a comida entrou a bordo corretamente, razão pela qual nunca mais pedi refeição especial e rogo que se você fizer alguma reserva para mim não deduza que eu desejo essa alimentação. Apesar de tal recomendação ser antiga, já que consta de vários livros meus, diversos colegas ao fazer reserva para meus voos recentes, me penalizaram com essa surpresa (pois nem ao menos me consultaram!).

E, por isso, eu havia publicado o capítulo Alimentação vegetariana: chega de abobrinha!, do qual reproduzo o trecho abaixo:

“Jamais declare-se vegetariano num hotel, restaurante, companhia aérea ou na casa da sua tia-avó. É que todos eles têm a mesma vivacidade e vão responder:

– Eu gostaria de lhe preparar uma comida decente, mas já que você não come nada vou lhe servir uma saladinha de grama.

E, por mais que você tente explicar que vegetariano não é isso o que a esvoaçante fantasia do interlocutor imagina, sua probabilidade de sucesso é nula. Na caixa-preta dele já está selado, carimbado e homologado que vegetariano só come salada e ponto final.

Há vinte anos envio cartas e faço visitas de esclarecimento à comissaría e aos nutricionistas de uma conhecida companhia aérea. Mas nada os demove da sábia decisão de que conhecem melhor o vegetarianismo do que os próprios vegetarianos. E tome discriminação. Os mal-entendidos já começam ao fazer a reserva. Basta solicitar alimentação lacto-vegetariana, cujo código é VLML, para que o solícito funcionário do outro lado da linha registre alegremente:

– Ah! Vegetariano? Perfeitamente, senhor.

Só que a alimentação vegetariana, para as companhias aéreas, tem outro código, VGML, que designa um sistema bem diferente e absurdamente intragável que só existe na cabeça dos nutricionistas dos caterings. Fico a pensar se VGML é a sigla para VegMeal ou se significa: Você Gosta Mesmo dessa Lavagem?

E se o passageiro sabe mais do que o atendente e adverte-o para que use o código certo, VLML, invariavelmente é deixado na linha esperando enquanto ocorre uma conferência nos bastidores. Às vezes, o som vaza e pode-se escutar:

– Diz prá ele que esse código não existe. Não é vegetariano? Então é VGML.

Certa vez, numa viagem internacional, minha mesinha já estava posta quando tive a infeliz idéia de informar a comissária de bordo que o pedido de alimentação vegetariana era meu. Ato contínuo ela retirou da minha mesa o queijo, a manteiga, a maionese, o pão, o biscoito, o chocolate, a sobremesa e tirou até o sal e a pimenta. No lugar, colocou uma lavagem de legumes cozidos à moda de isopor.

Por que a gentil senhorita fez isso com este simpático cavalheiro? Será que ela pensa que queijo é carne? Que manteiga, maionese, chocolate são algum tipo perigosíssimo de carne de vaca-louca camuflada?

O pior nas viagens aéreas é que se você pedir alimentação VGML ou VLML, o pessoal do catering tira a sua sobremesa como que a puni-lo por ter-lhes dado trabalho. É como se estivessem a ralhar com o passageiro:

– Menino mau. Já que não come a sua carne, vai ficar sem sobremesa.

E você é obrigado a comer legumes cozidos sem tempero ou salada fria com uma uva de sobremesa, enquanto assiste o vizinho de poltrona refastelando-se com um prato quentinho de strogonoff, suflé, parmegiana, milanesa, tudo arrumado com capricho, mais um apetitoso pudim e ainda tem que ouvi-lo comentar:

– Essa comida de bordo é uma porcaria… “

domingo, 12 de julho de 2009 | Autor:

Hoje, na Unidade Downtown, na Barra da Tijuca, tivemos esse curso avançado só para instrutores. Além do curso, vivenciamos um dos melhores bate-papos com colegas dos últimos tempos. Foi ótimo! Depois, jantar com strogonoff DeRose no restaurante Doce Delícia do Shopping Fashion Mall.

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segunda-feira, 26 de janeiro de 2009 | Autor:

Não atire óleo nos deságues

O que fazer com o óleo que sobra depois de uma fritura? Bem, o melhor mesmo é utilizar o mínimo possível de frituras. O organismo agradece e o meio ambiente também. Eu desenvolvi uma técnica de fritar sem óleo que funciona excelentemente para algumas receitas. Por exemplo, para o strogonoff DeRose, frito as cebolas sem nada, nem óleo, nem água, até que fiquem douradas. Se for preciso, no final coloco uma pequena quantidade de água apenas para não grudar.

Quanto às frituras que exijam óleo, ao invés de “jogar fora” pelo ralo da pia, o ideal é colocá-lo em uma garrafa plástica e depois encaminhá-lo para a coleta. Cada vez mais, os óleos utilizados pelos restaurantes e residências estão sendo usados para produzir biodiesel. Quanto mais biodiesel for incorporado, menos combustíveis fósseis serão necessários.

Um litro de óleo contamina cerca de 1 milhão de litros de água, o que equivale ao consumo de uma pessoa no período de 14 anos.

Viviane
http://vivianesantos.wordpress.com | [email protected] | 189.62.138.92

Olá Mestre tão amado.
Obrigada por colocar estas maneiras de mudar o mundo. Acho que quando é você quem fala, seus instrutores e nossos alunos dão mais atenção. Espero que, realmente, comecem a agir com mais consciência, consciêcia esta, que a própria filosofia proporciona.
Sobre essa dica do óleo, eu tenho uma informação sobre onde levar, já tinha posto também no meu blog.
http://vivianesantos.wordpress.com/2008/09/16/maneiras-faceis-de-ajudar-o-planeta/
Um grande abraço e até amanhã

Alessandra Dorante
[email protected] | 195.23.135.34

Querido Dê!
Aqui em Portugal a nossa escola apóia o trabalho da AMI-Associação Médica Internacional, http://www.ami.org.pt que tem projectos nesse sentido. Inclusive com uma rede de apoio de estabelecimentos onde se levar o óleo alimentar. Vale a pena conferir em http://www.ami.org.pt/default.asp?id=p1p490p338&l=1.
beijos,
Alessandra

http://www.unichem.com.br/videos.php
http://www.storyofstuff.com/international/

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