Em 2011, eu havia comprado um automóvel Mercedes Benz novinho em folha. Logo na primeira semana da compra, quando o veículo ainda está com aquele cheirinho bom de saído da fábrica, minha secretária veio falar comigo com uma fisionomia de indisfarçável constrangimento e me confessou, meio insegura: “DeRose, eu fui sair da minha vaga na garagem e bati no seu carro novo.” Não sei se ela esperava que eu reagisse com a neurose que afeta todos os proprietários de automóveis no mundo todo. Talvez imaginasse, eu deveria fazer uma cena e brigar com ela. Pelo menos fazer uma cara feia e expressar uma exclamação de aborrecimento. Mas a minha reação foi dizer-lhe simplesmente: “Tudo bem. Depois, mandamos para o conserto.” Pude testemunhar seu suspiro de alívio, a fisionomia de felicidade e uma lágrima de emoção que ela tentou disfarçar.
Também por conhecer as leis que regem o universo, sempre dei boas gorjetas e contribuições para entidades que fazem um trabalho humanitário sério. Dinheiro é importante, mas é preciso lidar com ele sob a égide do desapego. Quanto mais apegado for, mais ele foge de você.
Eu acabei obtendo muito sucesso na vida, inclusive financeiro. Ensino meus supervisionados a ganhar bem, porque isso é fundamental para sua dignidade como ser humano, sua saúde, segurança para o caso de um acidente, ou doença e mesmo para a velhice. “Vencer na vida” é importante para os seus familiares e para contar com o respeito das pessoas. Contudo, ser dinheirista, mercantilista, apegado ao nobre metal constitui um defeito que espero evitar nos que seguem a nossa proposta profissional.
Certas posturas perante a vida estabelecem sintonia com o sucesso. Um bom exemplo é a proposta comportamental do DeROSE Method, na área de conceitos, a ação efetiva para transformar o mundo através da civilidade. A isto, podemos chamar de boas maneiras ou, até, de boas ações. Todos os dias vamos computar quantas ações louváveis protagonizamos. Acredite: tudo isto vai mover energias gregárias da espécie humana e contribuirá para o seu sucesso. Mas é claro que você não vai proceder assim por interesse.
youtu.be/dPGQF5AHqVM
No Brasil, as pessoas valorizam mais um produto concreto, que elas possam comprar e levar para casa, do que o serviço abstrato prestado pelo profissional que detém um valioso know-how.
Um know-how, provavelmente, lhe custou muito dinheiro, estudo, tempo e trabalho.
Pagam qualquer preço por uma roupa, um relógio ou equipamento eletrônico, mas regateiam os honorários do arquiteto, do engenheiro, do advogado, do publicitário, do designer, do professor etc.
Portanto, quem trabalha com serviço, se possível, deve ter também um produto concreto, ou vários.
No início da minha carreira, eu tinha poucos alunos e precisava imprimir material gráfico de divulgação. Esses impressos me custavam muito caro e eu os dava de graça. Quem os recebia, muitas vezes, amassava e jogava no chão. Aquilo me partia o coração! Primeiro, porque era a rejeição do meu produto cultural; segundo, só eu sabia o quanto de esforço me custara para pagar aqueles flyers que estavam sendo tão displicentemente descartados.
Em 1969, pensei: por que não vender a minha publicidade? Em vez de eu pagar a impressão e dar de graça, por que não fazer um livro que as pessoas adquirissem? Então, estariam pagando para levar as informações e o conhecimento que eu tenho. Só compraria os livros quem já fosse interessado. E ninguém amassa um livro e o joga na rua. Assim, nesse ano, publiquei meu primeiro livro a ser vendido em livraria.
Foi um sucesso! O livro em si, hoje posso julgar, era insatisfatório. Mas fez sucesso mesmo assim. Talvez porque meu produto cultural estivesse no seu primeiro boom. Talvez porque houvesse pouquíssimos livros sobre o tema. Ou, quem sabe, pelas minhas fotos de técnicas corporais inseridas no livro, as quais eram muito boas. O fato é que a venda dos livros meu deu o primeiro fôlego, como uma pessoa se afogando que consegue pôr a cabeça fora d’água e respirar uma lufada de vida! E, depois, veio a consequência do livro nas livrarias: as pessoas compravam a minha publicidade e passavam a me conhecer.
Com isso, tive a minha primeira lição sobre a importância de ter produtos físicos. Tanto na arrecadação de verba, quanto na divulgação que eles proporcionam.
O grande erro é descontinuar um produto. Muita gente é inconstante. Gera um produto e depois para de produzi-lo. “Ah! Foi porque não fez sucesso, vendia pouco…” ‘Ah! Foi porque o fornecedor não tinha mais a matéria prima…” São meras desculpas esfarrapadas para justificar a sua instabilidade. Qualquer produto se torna um sucesso de vendas se você acreditar nele, se persistir nele, se fizer bastante divulgação e não parar de produzi-lo. Aos poucos, ele vai conquistando seu fã clube.
Não fui filho de empresário, consequentemente, não aprendi onde deveria, isto é, em casa. Meu pai fora empregado a vida toda. Minha mãe limitara-se ao que se esperava das mulheres daquela época e restringiu-se a ser esposa, mãe e dona de casa.
Dessa forma, quando eu comecei a minha carreira de empreendedor, eu não sabia absolutamente nada. Nada! Nem de administração, nem de liderança, nem de contabilidade, nem de tributarismo, nem de mercado, nem de leis trabalhistas, nem de marketing… Nada!
O resultado é fácil de se deduzir. Comecei fazendo tudo errado e pagando o preço: prejuízo em cima de prejuízo, multas do fisco, imagem construída de forma aleatória e falta de clientes.
Passados alguns anos de fracassos sucessivos, pensei em desistir e arrumar um emprego como o meu pai sempre quis que eu fizesse. No entanto, comecei a matutar: vou me sentar em um escritório que não é meu, recebendo ordens de um chefe que não sou eu, realizando tarefas que não me realizam e talvez me violentem em meus valores éticos, tudo isso a fim de receber um salário ofensivo e insuficiente para garantir minha dignidade. É… não vai dar certo.
Então, vou ter que continuar tratando de tocar minha empresa, na base de tentativa e erro. Lembrei-me daquele pensamento que eu mesmo havia escrito: “Cada erro cometido é uma virtude adquirida.” Então, que venham os erros. Hoje, posso dizer que adquiri muitas virtudes!
Há uma estatística afirmando que um empresário tem que falir cinco vezes antes de conquistar o sucesso. Bem, se assim for, ainda me faltavam as cinco vezes. Vamos tocar para a frente que atrás vem gente.
youtube.com/watch?v=H31OvPiFGfs
O culpado se você não vencer na vida, aquele graças a quem a sua prosperidade não vem, é um conhecido criminoso cujo retrato falado é reproduzido abaixo, e que é hóspede parasitário em algumas empresas. Seu nome é Nãoposso da Silva Preguiça.
Ele tem pacto com a sua prima, a Crise. É amigo dos seus inimigos e agente secreto dos seus concorrentes. Nosso Serviço de Inteligência aconselha a seguinte fórmula como remédio
eficaz contra essa endemia:
Primeiramente, faça um caldo com uma dose generosa de qualidade, uma pitada de boa administração, alguns gramas de linda embalagem. Deixe fermentar. Depois adicione aos poucos: uma tonelada de trabalho sem esmorecimento; todos os dias uma colher das de chá de tentar-de-novo, sem autopiedade; alguns litros de não-deixar-para-depois; muitas sementinhas de investimento e de divulgação. Tempere bem e adicione constantemente uns torrõezinhos de açúcar para a coisa toda não ficar sem graça. Evite fogo brando porque morno ele não dá liga. Mexa o tempo todo sem parar nem nos fins de semana. Se tirar férias, a mistura apodrece. Quando ficar dourado e você sentir o sabor do sucesso, tome um cálice desse coquetel diariamente. Se achar a mistura amarga, você não deve ter um negócio próprio, pois vai azedar. Nesse caso, jogue tudo fora e recomece como empregado – mas isso é uma outra fórmula. Se achar esta receita estimulante, prossiga: para você ela será a cura de todos os males.
Assista a um vídeo especial sobre Procrastinação e Vitimização:
youtu.be/r7y-Qu6ITd4
Raras são as pessoas que nunca tiveram vontade de matar um inimigo. Seria tão bom, tão gostoso, ver aquela pessoa malvada indo para os quintos com todas as pompas fúnebres, não é mesmo?
Acontece que seria um mau negócio. Seu inimigo é o seu estressor. Sem ele, você se deitaria na almofada fofa da inércia. Ficaria restrito à sua zona de conforto. Não utilizaria seus estímulos de luta ou fuga. Você se converteria em um banana!
Não precisa cultivar inimizades. Elas nascem sozinhas, como fungos. Mas, afinal, os fungos são úteis. Olha a penicilina!
Alguns fungos são venenosos. Mas o veneno da jararaca, por exemplo, é usado para tratamento de hipertensão, no medicamento Captopril. Salva muitas vidas.
Se eu não tivesse sido impiedosamente atacado a vida inteira, não teria me tornado o mais bem sucedido profissional da minha área, não teria escrito o mais completo Tratado, não teria expandido meu Método para tantos países da Europa e das três Américas.
Então, o que você acha? Eu devo sentir rancor e ressentimentos, desejo de vingança e querer que o inimigo morra? Ou devo nutrir uma sensação de gratidão aos meus opositores e perseguidores?
Desenvolvo mais sobre esse assunto no vídeo abaixo. Assista:
youtu.be/XBfavyJXjMc
Se preferir, ouça no seu smartphone pelo podcast:
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Conta a mitologia que quando Cortez desembarcou na América, tinha apenas um punhado de homens, pois era isso o que cabia naquelas casquinhas de noz, que eram as caravelas do século XVI. Quando viu que o número de nativos era absurdamente superior e que seus homens iriam acovardar-se e fugir para as embarcações, ele teria mandado pôr fogo nelas e teria dito: “Agora, não há outra opção. Vocês têm que vencer.” E venceram.
Bem, consta que a história não foi bem assim e que ele não mandou pôr fogo e sim afundar as naus. Mas isso não faz diferença no resultado final.
-> Explico mais sobre esse assunto neste outro post.
Se você mantiver a profissão antiga “enquanto a nova não deslancha”, desista! Ela não vai deslanchar nunca, por melhor que seja.
PASSE FOME
Infelizmente, essa é uma triste verdade. Se você tem a casa dos pais e a comida da mamãe, terá mais dificuldade de vencer na vida. Quando você não tem a quem apelar, não pode pedir dinheiro aos pais (ou quando não os tem), você é obrigado a arrancar lá do âmago do seu ser as soluções para continuar existindo. E aí, você aprende a ser bem sucedido.
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