sábado, 14 de março de 2009 | Autor:

Esta é a Jaya

Esta é a Jaya

Se você não tem um cão, não sabe o que é acordar e ser recebido com tanto afeto de bom-dia. Nenhum ser humano é capaz de dizer: “Posso lhe fazer um carinho? Desculpe se eu me descontrolei e lhe dei uma lambida no rosto, mas é que eu o amo tanto!… Sabe? Eu fiquei esta noite toda prestando atenção a cada movimento seu, para protegê-lo. E cada atitude sua para saber se já era a hora de lhe dar meu olharzinho de ternura e – quem sabe? – receber de você um pouco de atenção. Eu peço tão pouco! Se você apenas me olhar, eu já balanço meu cotoquinho de cauda, para demonstrar a felicidade por ser sua e poder viver ao seu lado!”
Acordei. Abri a porta do meu quarto. Dei bom-dia à Jaya. Ela me encostou a cabeça sobre as pernas, como sempre faz para pedir carinho. Me olhou nos olhos com a meiguice de mil anjos e me arrancou uma lágrima de gratidão. E, no entanto, devo-lhe mais do que ela a mim.

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quinta-feira, 12 de março de 2009 | Autor:

Quero agradecer aos instrutores que se inscreveram e pagaram o eventro mesmo sabendo que não poderiam comparecer, apenas para ajudar o FDI:

Fernanda (Fêfa)

Lucila Silva

Lucia Gagliardini

Rafael Santos

Rodrigo De Bonna

Taline Mendes

A todos eles, minha gratidão mais sentida. São gente pró, paladinos da 5a. característica do SwáSthya!

Para que fique bem registrado, quero que todos saibam que a iniciativa do ashtánga sádhana comemorativo ao Dia do Yôga foi do Conselho Administrativo que, por sua vez, é composto por dez Diretores de Unidades Credenciadas. São eles:

André Safra

Charles Trump

Daniel Matarazzo

Daniel Rockfeller

Fábio Gates

Flávio Marinho Cívita Mansur

Gisele Onassis

Heloiza Scarpa

Rosana Guinle

Fernanda DeRose

Só nomes famosos!

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quinta-feira, 12 de março de 2009 | Autor:

Um dia resolvi procurar os saddhus, sábios eremitas que vivem em cavernas, nas montanhas geladas dos Himálayas. Para ter mais certeza de encontrá-los e também por medida de segurança, contratei um guia, Pratap Sing. Era minha primeira viagem àquela região, eu era novinho e ainda não conhecia nada de Índia.

Acordamos cedo e começamos a subir a montanha ao nascer do sol. Uma densa neblina cobria a floresta, mas o guia dava passos seguros morro acima.

– Sir, vou levá-lo para conhecer um grande yôgi, sir!

– Como é o nome dele? – Perguntei. O guia me disse o nome de um conhecido guru, muito famoso no Ocidente. Então, retruquei-lhe que não estava interessado em conhecê-lo e se esse tipo de mestre era o que ele considerava um grande yôgi, podíamos voltar dali mesmo, pois iria dispensar os seus serviços. Ele sorriu e abriu o jogo:

– Sir, o senhor entende mesmo de Yôga. Vamos, então, para o outro lado, sir.

– Mas, se você sabia que esse não é um verdadeiro yôgi, como ia me levar lá?

– Sir, eu ganho uma gratificação para cada turista que encaminhar. Mas vou levá-lo para conhecer saddhus de verdade se me pagar dobrado, sir.

Bem, o fato é que subimos a montanha durante mais de quatro horas. Durante a caminhada surgiram vários saddhus, mas dessa vez o guia cumpriu o trato e seguiu em frente sem se deter em nenhum deles. Eu já estava exausto quando fui surpreendido por uma figura que parecia saída dos contos de fadas. Era um saddhu, realmente, daqueles que não se encontram mais nas aldeias, nem em ocasiões especiais. Uma imagem impressionante. Completamente nu, pele curtida pelo frio e pelo sol, quase negro, todo coberto de cinzas, o que lhe conferia um tom violáceo, semelhante ao da representação da cor da pele de Shiva nas pinturas. Cabelos e barbas completamente brancos e muito longos. Um olhar forte e penetrante, olhos injetados de poder. Recordou-me Bhávajánanda.

Não tive tempo de falar nem fazer nada e ele já estava me dando ordens, passando instruções em língua hindi, num tom marcial, com o guia traduzindo apressadamente. Ensinou-me novos mantras, mudrás, ásanas e meditação. Se eu não acertasse em executar o exercício exatamente como ele queria, o Mestre rugia uma admoestação intraduzível.

Por vezes, o guia tentava falar com o saddhu, mas ele o ignorava. Não respondia e ainda dava-lhe as costas. Falava só comigo, porém, eu não entendia o idioma hindi e precisava do cicerone para traduzir. Apesar desse inconveniente, foi a ocasião em que aprendi o maior volume e a melhor qualidade de técnicas em tão pouco tempo. Foram umas poucas horas de aprendizado, umas sete ou oito, e o guia já estava inquieto, insistindo para irmos embora imediatamente. Depois de uma certa insistência, concordei, muito a contragosto. Levara a vida inteira para encontrar um saddhu de verdade e, no melhor da festa, precisava largar tudo e ir embora! Cheguei a aventar a hipótese de passar a noite lá, mas o guia ficou histérico com a possibilidade. Mais tarde descobri a razão.

Então, agradeci ao saddhu e cumprimentei-o da forma tradicional, fazendo o pronam mudrá, curvando-me até o chão e tocando-lhe os pés. Deixei-lhe minha sacola como pújá. Dentro havia uma manta, um livro meu (Prontuário de SwáSthya Yôga) e alguma comida.

Começamos a descer a montanha e logo compreendi o motivo da preocupação. Nas outras quatro horas que durou a descida, danou a esfriar e, no final da caminhada, começou a escurecer. Segundo o guia, se escurecesse conosco na floresta, nem mesmo ele conseguiria encontrar o caminho de volta e morreríamos devido ao frio. Numa viagem posterior à Índia, descobri que aquela região inóspita ainda tinha elefantes selvagens os quais atacavam quem se aventurasse por seus domínios, além de tigres e serpentes para viajante nenhum botar defeito. Como é que o saddhu conseguia sobreviver lá? E pela aparência já devia ter muitos anos de idade vividos, quem sabe, ali mesmo.

Nessa noite fez tanto frio que tive de acordar algumas vezes no meio da madrugada para praticar bhastriká, um respiratório que eleva a temperatura do corpo, e, só assim, consegui dormir de novo. Aí pensei: estou cá em baixo onde a temperatura é mais amena, estou dentro de um alojamento fechado, numa cama, com roupas de lã e cobertores. Como é que sobrevive aquele velho saddhu lá em cima, onde é muito mais gelado, sem roupas, dormindo no chão, dentro de uma caverna de pedra úmida, que não tem nem portas para evitar o vento gélido?

No dia seguinte partimos mais cedo, antes de amanhecer, para dispormos de mais tempo com o Mestre. Pensei que fosse encontrar um picolé de saddhu, mas qual nada. Logo que chegamos, ele, super energético, começou novamente a dar ordens e instruções. Achei interessante o fato de que ele havia me ensinado certos ásanas no dia anterior e insistido para que os executasse de uma determinada maneira. Neste segundo dia, ensinara ásanas (pronuncie “ássanas”) novos e revisara os do dia anterior, só que queria que eu os fizesse de outra forma. E no terceiro dia ia querer de uma outra maneira. Talvez fosse para me tirar a imagem estereotipada de que só há uma forma estanque de executar e mostrar-me que diversas variações podem estar igualmente corretas. Ou, possivelmente, seria sua intenção produzir um resultado evolutivo, diferente a cada dia.

Mandou-me sentar à sua frente e repetir os mantras que fazia. Quando não vocalizava exatamente igual, ele rosnava alguma coisa em hindi, cuja tradução era perfeitamente dispensável. Depois fez o mesmo com a meditação. Assim que me dispersava, ele grunhia, como se estivesse vendo o que se passava dentro da minha cabeça.

Novamente o guia começou a ficar nervoso, só que desta vez atendi logo. Deixei um pújá, despedi-me da forma convencional e descemos o mais rápido que conseguimos.

O terceiro dia foi o melhor de todos. Dava para sentir a energia no ar. Percebi que estava entrosado. O Mestre não rugiu nem rosnou nenhuma vez. Em dado instante, enquanto eu executava um ásana, ele me passou o kripá, um toque que transmite a força e confere ao iniciado o poder de, por sua vez, transmiti-la aos seus discípulos.

Após o kripá, o próprio saddhu considerou encerrada a aula e, pelo visto, o curso. Mandou-nos embora como quem já tinha feito o que devia e entrou na caverna.

Na manhã seguinte, subimos outra vez, só que não encontramos mais o Mestre. Não estava na caverna nem nas imediações. Esperamos até tarde. Ele não voltou. Assim, compreendemos que havia considerado completa a iniciação que me conferiu nos três dias. Descemos e não subimos mais.

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segunda-feira, 9 de março de 2009 | Autor:

Codificar:  reunir numa só obra textos, documentos, extratos oriundos de diversas fontes; coligir, compilar. (Dicionário Houaiss)

 

Imagine que você ganhou como herança um armário muito antigo (no nosso caso, de cinco mil anos). De tanto admirá-lo, limpá-lo, mexer e remexer nele, acabou encontrando um painel que parecia esconder alguma coisa dentro. Depois de muito tempo, trabalho e esforço para não danificar essa preciosidade, finalmente você consegue abrir. Era uma gaveta esquecida e, por isso mesmo, lacrada pelo tempo. Lá dentro você contempla extasiado um tesouro arqueológico: ferramentas, pergaminhos, sinetes, esculturas! Uma inestimável contribuição cultural!

As ferramentas ainda funcionam, pois os utensílios antigos eram muito fortes, construídos com arte e feitos para durar. Os pergaminhos estão legíveis e contêm ensinamentos importantes sobre a origem e a utilização das ferramentas e dos sinetes, bem como sobre o significado histórico das esculturas. Tudo está intacto sim, mas tremendamente desarrumado, embaralhado e com a poeira dos séculos. Então, você apenas limpa cuidadosamente e arruma a gaveta. Pergaminhos aqui, ferramentas acolá, sinetes à esquerda, esculturas à direita. Depois você fecha de novo a gaveta, agora sempre disponível e organizada.

O que foi que você tirou da gaveta? O que acrescentou? Nada. Você apenas organizou, sistematizou, codificou.

Pois foi apenas isso que fizemos. O armário é o Yôga Antigo, cuja herança nos foi deixada pelos Mestres ancestrais. A gaveta é um comprimento de onda peculiar no inconsciente coletivo. As ferramentas são as técnicas do Yôga. Os pergaminhos são os ensinamentos dos Mestres do passado, que nós jamais teríamos a petulância de querer alterar. Isto foi a sistematização do SwáSthya Yôga.

Por ter sido honesta e cuidadosa em não modificar, não adaptar, nem ocidentalizar coisa alguma, nossa codificação foi muito bem aceita pela maioria dos estudiosos. Hoje, esse método sistematizado no Brasil existe em todos os Continentes. Se alguém não o conhecer pelo nome de SwáSthya Yôga, conhecerá seguramente pelo nome erudito e antigo: Dakshinacharatántrika-Niríshwarasámkhya Yôga.

Seu nome já denota as origens ancestrais uma vez que a linhagem mais antiga (pré-clássica, pré-ariana) era de fundamentação Tantra e Sámkhya. Compare estas informações com o quadro da Cronologia Histórica publicado originalmente no meu livro Yôga Sútra de Pátañjali, editado sob a chancela da Universidade de Yôga.

 

Cronologia Histórica do Yôga

Divisão

Yôga Antigo

Yôga Moderno

Tendência

Sámkhya

Vêdánta

Período

Yôga Pré-Clássico

Yôga Clássico

Yôga Medieval

Yôga Contemporâneo

Época

Mais de 5000 anos

séc. III a.C.

séc. VIII d.C.

séc. XI d.C.

Século XX

Mestre

Shiva

Pátañjali

Shankara

Gôrakshanatha

Rámakrishna e Aurobindo

Literatura

Upanishad

Yôga Sútra

Vivêka Chudamani

Hatha Yôga

Vários livros

Fase

Proto-Histórica

Histórica

Fonte

Shruti

Smriti

Povo

Drávida

Árya

Linha

Tantra

Brahmácharya

 

 

Belgrano estudiando

¨All truth passes through three stages. First, it is ridiculed. Second, it is violently opposed. Third, it is accepted as being self-evident.¨

Arthur Schopenhauer. German philosopher (1788 – 1860)

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quinta-feira, 5 de março de 2009 | Autor:

Luc

Olá, Mestre e amigos.

É com satisfação que participo a publicação de uma boa matéria sobre o SwáSthya no Jornal da Manhã de Uberaba-MG.
Continuando o intenso trabalho do Mestre Sérgio Santos em Minas Gerais, vim desbravar o Triângulo Mineiro.
Semana passada consegui uma entrevista sobre “Yôga e jovens”. Como é de praxe, pedi as perguntas e as respondi por escrito. A querida jornalista Faeza Rezende fez alguns cortes e reformulações, mas o resultado ficou bem satisfatório. Confiram:

http://www.jmonline.com.br/novo/?noticias,7,SA%DADE,5654

Luc divulgando o SwáSthya Yôga em Uberaba

Gostaria de contar com o apoio da família SwáSthya para comentar e agradecer à jornalista Faeza Rezende. Imagine-a recebendo dezenas de e-mails em espanhol, francês, inglês, português? Sem dúvida a mídia uberabense ficará bem impressionada com nossa força e gratidão e abrirá novas oportunidades para divulgação do nosso método.

Dados:
Yôga: prática para um novo estilo de vida.
Jornal da Manhã, caderno Saúde, p. 10, dia 5/3/2009.
Telefone: (34) 3331–7900 – Fax: (34) 3321–8200
E–mail geral: [email protected]
E-mail da jornalista: [email protected]
Espaço do leitor: [email protected]

Lembre-se de colocar seu nome completo, RG/CPF, endereço e telefone.

Mahá abraço!

quinta-feira, 5 de março de 2009 | Autor:

Dia 4 de março transcorre o aniversário natalício da nossa inesquecível e insubstituível Renata Sena, Fundadora da Federação Francesa de SwáSthya Yôga. Fiquei muito feliz porque os próprios instrutores do Brasil e da Argentina (sem mencionar Portugal, é claro!) lembraram-se dessa data e houve uma movimentação por e-mails, telefones, skypes, blogs e outros meios de comunicação, em sua homenagem.

Renata Sena deixou uma obra importante e constitui exemplo a todos nós daquilo que uma pessoa consegue realizar quando tem foco e está engajada. Ela se esforçava muito.

No último dia em que estivemos juntos, em Paris, caminhamos de mãos dadas, fizemos compras, conversamos bastante, demos boas risadas e degustamos ótimas comidinhas. Três dias depois, Renata teve um acidente vascular cerebral dentro do avião que a traria ao Brasil e nunca mais acordou.

Veja como é importante manter boas relações com as pessoas. Já imaginou se nosso último contato tivesse sido tenso, se insatisfações tivessem marcado nossa conversa? Sem dúvida, hoje haveria um sentimento de culpa.

Não sabemos quando nos vamos. Nossa passagem pelo mundo tem a duração de um relâmpago. É preciso sermos felizes e fazermos os outros ainda mais felizes. É isso que prega a Nossa Cultura. É para isso que estamos aqui.

Zélia Couto e Santos

Mestre, ontem a Renata faria 50 anos. Foi um dia em que pensei nela ainda mais do que o costume.
Não há dúvida de que deixou marca no SwáSthya e no mundo. Se eu hoje estou aqui, o devo a ela que me deu a conhecer esta egrégora. Foi ela que um dia, há muito tempo, me apresentou ao Mestre e tenho a honra de poder dizer que fui a sua primeira monitorada.
A Renata era uma poetisa e deixou poemas lindíssimos. Vou deixar aqui um, em sua homenagem, pois sei que era o seu poema preferido. Quanto a mim, Renata nunca te esquecerei! SwáSthya!

“Mestre!
Ao sentir-me, sem rumo
nesta terra de Pessoa.
Aonde os meus próximos
me encorajam,
Aonde os meus pares
me confundem.
Procuro heterónimos…
um a norte que saiba dizer não
um a sul que grite “cuidado”
a oriente a magia do som
a ocidente o deslumbre da luz,
Até que um rosto surge
no horizonte da memória,
De olhar doce e sereno
Com voz segura e forte
A mais bela “Rosa dos ventos”
São os seus ensinamentos
A bússula mais eficaz
Está nas páginas dos seus livros.
DeRose, obrigado.

Com dedicação e lealdade
A eterna discípula

Renata Sena”

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segunda-feira, 2 de março de 2009 | Autor:

Axioma Número Um

Pleno de coerência, nosso Axioma Número Um, declara laconicamente: Não acredite. Não acredite em mim e não acredite no que fala contra mim. Não acredite na propaganda, nem nas notícias que chegam pelos jornais. Não acredite na informação mais honesta, transmitida pela pessoa mais sincera, pois até essa sofreu distorção. Porque todas as “verdades” são relativas a uma ótica particular, dependendo do observador. Todas as afirmações aureoladas como verdades, sofreram as distorções de cultura, neuroses e interesses dos que as aceitam como reais.

– x –

Hoje, mais do que nunca, com o incremento de várias novas tecnologias capazes de distorcer a realidade perante a percepção do observador, torna-se ainda mais verdadeiro o nosso Axioma Número Um: assista ao vídeo http://www.youtube.com/watch?v=8dJujKM635s

 

httpv://www.youtube.com/watch?v=8dJujKM635s

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