sexta-feira, 7 de outubro de 2016 | Autor:

Todos queremos estar no controle. Pois a forma mais racional e que proporciona melhores resultados não é fazer jogo duro ou vomitar as emoções atabalhoadamente. Quando você compreende que quem diz o que quer ouve o que não quer, suas palavras e ações passam a ser mais inteligentes.
Imagine uma enorme pedra arredondada, estável na beirada de uma ribanceira. A pedra é o nosso emocional. Enquanto está ali, parada, dá-nos a impressão de que sua estabilidade é perene. No entanto, sua posição é suscetível a rolar morro abaixo. Basta um pequeno toque, talvez com a ponta do seu dedo indicador, para fazê-la perder a aparente estabilidade e descer destruindo tudo. Assim é o nosso emocional.
Por outro lado, se a pedra começar a oscilar, na posição em que se encontra também basta um dedo do outro lado para evitar que comece a rolar. Assim é o nosso emocional.
Apenas um dedo é o suficiente para evitar um desastre, desde que aplicado na hora certa, antes do desencadeamento. Lembra-se da história do menino holandês? Ele viu uma rachadura no dique e colocou o seu dedinho para evitar que a força da água aumentasse o orifício e terminasse por romper a barragem. Apenas um dedo, o dedo de uma criança, foi o suficiente para evitar uma tragédia.
Se você conseguir detectar uma ameaça de surto de emocionalidade apenas um átimo antes que ele se deflagre, será muito fácil evitar o chilique, bastando colocar o seu dedo na brecha da represa.

youtu.be/V7DMxEZaaCM

quinta-feira, 6 de outubro de 2016 | Autor:

Certa vez, chegando ao Brasil de uma viagem ao exterior, encontramos, no aeroporto internacional, um serzinho pequeno que ia de passante em passante, pedindo para ser adotado. Saltava como uma molinha, como se quisesse se aboletar no colo das pessoas, o rabinho abanando incessantemente e um olhar suplicante; não havia como ignorá-lo. Quando veio pulando em mim, fiz-lhe carinho e senti receptividade. Dei-lhe comida. Olhei nos seus olhinhos negros e não consegui deixá-lo lá.
Não caberia mais um ente querido de quatro (nem mesmo de duas) patas no nosso apartamento. Ainda assim, trouxemo-lo conosco. Deixamo-lo durante alguns dias numa clínica, em observação, tomando todas as vacinas. Quando fomos buscá-lo no veterinário, sua alegria por nos rever era inacreditável. Minha amiga Virgínia se apaixonou por ele e adotou-o.
Quando perguntam sua raça, digo que é street terrier. Mas é bem possível que tenha mesmo algum ascendente com pedigree. Ele tem uma índole ótima, é ultra-educado, logo tornou-se vegetariano com prazer e parece estar nos dizendo o tempo todo “Obrigado, obrigado por me darem um larzinho!”. Quando fomos viajar para passar o Ano Novo no Rio, Vivi teve que deixá-lo na casa da treinadora. Ao retornarmos para buscá-lo, soubemos que ele ficou sentado diante do portão até as onze da noite esperando que sua “mãe” humana voltasse.

youtu.be/bFMeVwMf4FM

quarta-feira, 5 de outubro de 2016 | Autor:

A respeito da relação entre o conteúdo e a forma, podemos acrescentar que até pode-se encontrar um produto de qualidade inferior dentro de uma embalagem bonita, enganosa. Mas dificilmente se encontrará um produto bom em uma embalagem inferior. O produto bom utilizará uma embalagem discreta, elegante, com cores e formas de bom gosto e elaborada com material de boa procedência. Assim são também os seres humanos.
Manifestações exteriores, como o nível da linguagem, a decoração das nossas casas, o cuidado com os impressos, a aparência pessoal são apenas uma questão de respeito, consideração e carinho para com as pessoas que venham a travar contato conosco.
Portanto, aí vai uma recomendação aos que não ligam muito para sua aparência física: mande instalar vários espelhos grandes em diversos pontos da sua casa e habitue-se a prestar atenção aos detalhes de todas as coisas: sua caligrafia, o papel que escolheu para escrever um lembrete, a forma como recolocou algo em uma gaveta, a maneira de sentar-se ou de segurar um objeto. Preste atenção. Importe-se com os detalhes!

terça-feira, 4 de outubro de 2016 | Autor:

O melhor sistema alimentar para o Método DeROSE é o lacto-vegetarianismo ou, também, o ovo-lacto-vegetarianismo.
Há milhares de anos, à base de empirismo, desenvolveu-se um sistema nutricional compatível com os exercícios que fazemos. Ele vem sendo aplicado com sucesso há séculos.
Procuramos não utilizar rótulos porque, no Ocidente, conduzem à confusão. Quando declaramos que somos vegetarianos, sempre tem um desinformado que nos oferece salada ou soja ou, pior ainda, peixe!
Portanto, não somos veganos e também não nos declaramos vegetarianos. Somos simplesmente “não-carnívoros”. De resto, nossa alimentação é normal. Ou, melhor, paranormal, pois ela é mega saborosa.
Nós ensinamos uma cultura. Não podemos correr o risco de que algum instrutor ou aluno fique fraco ou pálido ou, ainda, doente. Seria um tiro no pé investirmos tanto trabalho, durante tantos anos, para demonstrar que nosso sistema é bom e saudável, mas, depois, termos um comprometimento de imagem só porque um instrutor ou aluno exagerou em dietas heterodoxas e ficou com aparência diferente daquela de saúde, força e beleza que preconizamos. Isso é inaceitável, inadmissível.
Esforçamo-nos para que nossos alunos sejam “cada vez mais comunicativos, exemplares e integrados no seu meio familiar, social e profissional.
Não comer carnes de qualquer tipo não prejudica essa integração, pois podemos comer em qualquer restaurante e na casa de qualquer anfitrião. Eu, particularmente, gosto de convidar meus amigos leigos para almoçar em churrascarias, a fim de que percebam o quanto podemos comer em qualquer lugar. E, para evitar estereótipos irritantes, nem me aproximo do buffet de saladas!
No entanto, não ingerir nenhum lácteo nem ovos, torna essa integração bem mais difícil, às vezes, impossível. Se nossos instrutores ou alunos professarem um sistema de vida que os desajuste ao invés de integrar, que dificulte a vida em vez de facilitar, estaremos indo contra tudo o que o Método DeROSE propõe.

youtu.be/mPscdZdcMMI

domingo, 2 de outubro de 2016 | Autor:

Estou ciente de que muita gente no nosso meio precisa se pavonear por uma questão de vaidade pessoal. Gostaria que o prezado amigo compreendesse qual é a minha posição perante títulos e condecorações.
Durante cinquenta anos trabalhei com Yôga. Foram cinquenta anos pugnando pelo reconhecimento e respeito à nossa profissão. Luta inglória, uma vez que do outro lado está a mídia internacional divulgando sistematicamente uma imagem distorcida e fantasiosa sobre o tema.
Desde 1978 tentei a regulamentação da nossa profissão. A de peão de boiadeiro foi regulamentada, mas a nossa foi rejeitada. Desde 1970 vários colegas tentaram fundar uma faculdade de Yôga. Nenhum deles conseguiu que o MEC aprovasse seus projetos. Nesse meio tempo, foram aprovadas faculdades de cabeleireiro e de mais uma porção de pro- fissões humildes. Conclusão: por não ser levada a sério pela Imprensa, nossa profissão, apesar de ser uma filosofia e exigir muito estudo, é situada preconceituosamente abaixo da de cabeleireiro e da de peão de boiadeiro, embora estes sejam respeitáveis ofícios.
O próprio Rotary, em seu Credo Rotário, declara: “reconhecer o mérito de toda ocupação útil, não fazendo distinções entre profissões, desde que legalmente reconhecidas.” A nossa não era legalmente reconhecida, logo, mesmo o Rotary não reconheceria o valor da profissão com a qual eu ajudei a tanta gente durante mais de meio século de magistério, implementando a saúde, incentivando os bons costumes e preservando as famílias unidas.
Temos profissionais extremamente cultos, sérios e que ocupam posições destacadas na sociedade. Não obstante, se eu for apresentado como Mestre de Yôga, o que se passa imediatamente pela sua cabeça é que eu trabalhe com relaxamento, com algo zen, algo místico ou com terapia. Ou, quem sabe, com alguma amenidade suposta- mente boa para celulite. Na sequência, alguém me pergunta se eu fico de cabeça para baixo ou qual é o meu nome verdadeiro. Disparates aviltantes!
Por isso, meu amigo, por uma contingência da profissão, no nosso caso é determinante que contemos com o beneplácito da sociedade na forma de títulos e condecorações. Eles não são incorporados como artifício para insuflação do ego desta persona e sim para implementar reconhecimento à nossa nobre profissão por parte dos poderes constituídos: Governo do Estado, Assembleia Legislativa, Forças Armadas, PM, ONU, OAB, API, entidades culturais, filantrópicas, heráldicas e nobiliárquicas.
Dessa forma, esperamos que os pais dos nossos alunos concedam a eles mais apoio e compreensão quando seus filhos lhes comuniquem que desejam formar-se conosco e seguir a nossa carreira. Uma carreira que tem mantido dezenas de milhares de jovens longe das drogas, do álcool e do fumo. Se para nada mais servisse a nossa filosofia, somente por isto já seria justificável o respaldo da sociedade brasileira e da Imprensa, bem como o apoio dos pais.

youtu.be/F0bO3D8qeJ0

domingo, 2 de outubro de 2016 | Autor:

Certa vez, um aluno em Paris perguntou-me como era o dia-a-dia do praticante de Yôga. Percebendo uma pontinha de fanatismo na compostura daquele jovem, na ocasião não respondi à pergunta e brinquei com o estudante, dizendo-lhe que somos pessoas normais, que vivem, comem e trabalham como todo o mundo. Quis neutralizar em sua cabeça a imagem estereotipada de que praticantes de Yôga devam ser exóticos. Ele riu, rimos todos e a classe seguiu em frente. Contudo, ao terminar o curso eu estava com uma enorme vontade de proporcionar um esclarecimento mais amplo sobre o tema e pus-me a escrever. O que você vai aprender agora, devemos àquele rapaz.

A diferença entre “fazer Yôga” e ser um yôgin

Há uma diferença muito grande entre tocar piano e ser pianista. O primeiro vai à escola de música, aprende umas notas, dá-se por satisfeito em extrair alguns sons do nobre instrumento, paga e vai embora. Já o que tem a aspiração de ser um pianista, vai para casa e treina horas a fio. Lê livros sobre o assunto. Participa de eventos. Dá recitais. Envolve-se. Compromete-se. Faz disso sua razão de viver.

Isso é assim com qualquer coisa. Com o Yôga também. Quem apenas pratica Yôga não é forçosamente um yôgin. Só é, a rigor, um yôgin aquele que penetra fundo, de corpo e alma, na filosofia de vida que o Yôga preconiza. Aquele que na sua vida particular segue um programa de envolvimento e identificação total, a tempo integral.

Mas como conseguir isso sem se alienar e sem gerar fanatismo?

As recomendações devem ser adotadas pelo praticante de forma que não prejudiquem seus compromissos profissionais ou relações familiares. Tenha presente que o Yôga significa união no sentido de integração. Integração é o oposto de alienação.

O SwáSthya Yôga não endossa fanatismo. Procure incorporar gradualmente as sugestões que se seguem, de forma a absorvê-las naturalmente sem deixar que constituam arestas que o tornem uma pessoa “estranha”.

www.youtu.be/G_Xx4F3JMSc

sábado, 1 de outubro de 2016 | Autor:

Algumas pessoas acham que, para ter autoridade, é preciso ser autoritário. Nada mais equivocado. A mãe que vive gritando com o filho, castigando e se descabelando, não tem nenhuma autoridade. O filho pode até ter medo dela, mas respeito, não tem. Se puder, desobedece por trás e mesmo pela frente.
O chefe que vive reclamando e dando broncas, só consegue angariar a antipatia de todos, inclusive daqueles que não foram suas vítimas… por enquanto! Só consegue deseducar a todos e fabricar uma porção de sem-vergonhas que vão dar risada pelas suas costas.
Nunca ninguém perdeu nada por ser cordial, simpático e por ajudar seus comandados. Ser afetuoso não compromete o respeito. Muito pelo contrário.
Isso não quer dizer que o líder vai deixar que as pessoas façam o que quiserem. Isso não é ser querido. É ser banana. Mas como agir quando um membro de equipe – seja ele empregado ou parceiro – desacata a sua autoridade?
Tudo é uma questão de tom de voz e de micro-contrações dos músculos faciais, que são os da comunicação interpessoal. O conteúdo também conta, mas se você disser frases lindas, queridas mesmo, porém com fisionomia de quem está se sentindo melindrado, ofendido ou constrangido, o resultado provavelmente será desastroso. A pessoa vai captar sua mensagem transmitida pela linguagem fisionômica que é muito mais eloquente do que as palavras. Todos sabem disso instintivamente, porque é fácil mentir com palavras hipócritas, mas é substancialmente mais difícil mentir com a fisionomia. Teria que ser um artista do fingimento. Há alguns, mas não são a maioria.