segunda-feira, 27 de agosto de 2012 | Autor:


 

O meu amigo Gustavo Cintra do Prado, secretário de Sua Alteza, o Príncipe D. Bertrand de Orleans e Bragança, morreu. Era quase vinte anos mais novo que eu. Na sexta-feira estava feliz em uma festa do Exército Brasileiro e no sábado, faleceu. Isso nos faz pensar sobre a volatilidade da vida.

Uma semana antes, Gustavo havia me visitado e trocamos boas risadas. Seria a última visita. Poderia não ter sido. Naquele dia, Gustavo me telefonara dizendo que adoraria tomar um chai na minha casa e se não poderíamos marcar um dia. E eu lhe disse: venha logo! Eu tenho esse sentido de urgência, de não deixar nada para amanhã. Ele veio logo e essa seria a última vez. Isso nos faz refletir.

Eu poderia ter adiado a visita. E me arrependeria para sempre.

Eu poderia não ter trocado risadas, mas, ao contrário, poderia ter sido azedo com o meu amigo. E me arrependeria para sempre.

Não quero que você se arrependa para sempre.

Não quero que você se arrependa para sempre por não ter feito feliz o seu amigo ou a pessoa a quem você ama.

Não quero que você precise carregar o fardo de um remorso por ter sido intransigente, impedindo seu ente querido de ser feliz e ele ou ela ter vindo a falecer… sem realizar seus últimos desejos.

Minha mãe velhinha (tinha mais de sessenta) me confidenciou que adoraria ir a um concerto. Ela havia sido violinista e adorava música. Mas não tinha quem a levasse. Eu a levei para assistir a apresentação de uma orquestra sinfônica. Pouco depois, minha mãe caiu doente e nunca mais teria oportunidade de assistir a outro concerto. Se eu tivesse sido ocupado demais para levá-la ou se fosse egoísta pensando só nas minhas conveniências, talvez hoje carregasse o sentimento de culpa de não ter permitido que minha mãe desfrutasse daquele derradeiro prazer.

Minha amiga Renata Sena, mais de dez anos mais nova que eu, partiu para o Oriente Eterno. Um dia antes, em Paris, conversamos, tomamos chá, rimos e caminhamos de mãos dadas. Um dia depois, viajando para Lisboa, ela entrou em coma e veio a falecer. Meu coração ficou tranquilo. Tivemos uma despedida feliz. Mas se eu tivesse reclamado, brigado, se eu a tivesse feito chorar no seu último dia (nunca sabemos quando será o nosso último dia ou o último dia de um amigo), hoje carregaria um remorso de peso insuportável.

Quando você quiser enviar uma carta, dar um presente, fazer uma declaração de amizade ou de amor, dar um abraço apertado, um beijo, uma palavra de afeto, conceder um prazer, fazer uma concessão, faça-o logo, faça-o hoje, faça-o agora, pois não sabemos como será o próximo dia ou o momento seguinte.

Faça feliz a pessoa que você ama.

Seu amigo, DeRose

“… Bésame,
bésame mucho,
como si fuera esta noche la última vez.”

De Consuelo Velázquez.

(Cantada de Frank Sinatra a Elvis Presley,
de Edith Piaf aos Beatles.)

quinta-feira, 23 de agosto de 2012 | Autor:

(Para Alessandro e Thiago)

Um jovem escritor brasileiro que vive no exterior veio ao Brasil e passou algumas horas descontraídas com o nosso pessoal de Curitiba. Ele não sabia que se tratava de gente do SwáSthya, alunos e instrutores. Melhor assim, pois dessa forma estava receptivo à experiência de conviver com a nossa egrégora, sem idéias pré-concebidas. O que se segue é o texto que ele escreveu sob o título acima:

“É bom estar no meio de pessoas que não se importam com política. Nem com os rumos da literatura contemporânea. É bom estar no meio de pessoas que riem de si e dos outros sem perversidade. Que não julgam. É bom estar no meio de pessoas.

Passei em Curitiba uma agradabilíssima noite com amigos. Tudo bem que eu sabia o nome de apenas dois ou três. Mas eram, vá lá, amigos. Porque me senti completamente à vontade, como há anos não me sentia, para ser eu mesmo. E quem sou eu? Esta é uma pergunta que me faço com espantosa e deprimente freqüência. Eu sou aquele que estava ali, em pé na bancada, comendo um pedaço de pão com muita manteiga. Prazer.

Foram cinco horas de nenhuma conversa séria. Nenhuma teoria da conspiração, nenhuma reclamação, nenhum medo. Éramos, novamente, crianças num jardim de infância – e isso era bom! Voltando para casa percebi que passamos cinco horas – cinco horas! – fazendo trocadilhos imbecis dignos da Praça É Nossa. Ríamos, ríamos muito. Éramos cretina e deliciosamente felizes.

Você pode pensar que estávamos bêbados. Mas… não! Não havia uma só gota de álcool na festa. Estávamos mesmo embriagados pela sensação inequívoca de estarmos juntos. Éramos todos da mesma geração, tínhamos vivido mais ou menos a mesma coisa. Buscávamos coisas bem diversas, é verdade.  Mas o tempo nos unia. Sempre vi o Zeitgeist como um monstro. Descobri, nesta noite, que ele pode ser também um fantasminha camarada.

Sinto confessar, mas me falta a convivência com pessoas cujo único objetivo na vida é esta felicidade pequena e adorável. Uma felicidade que não busca se explicar com referências poéticas ou filosóficas. Uma felicidade que simplesmente é. Não éramos pessoas idiotas naquela casa. Cada qual, eu podia perceber, sabia-se dono de uma existência única, marcada por opiniões também únicas. Eram todas admiráveis por sua individualidade. Eram todas louváveis porque não procuravam o prazer pelo massacre do diverso.

Naquela noite, fui feliz. Falei o que pensava sem medo do julgamento. Melhor: muitas vezes falei o que nem pensava. Ninguém levantou a voz. Ninguém fez cara feia. Ninguém engoliu uma opinião por medo. Ninguém emitiu sua opinião para se provar inteligente.

Saí para a noite no meu passo mais alegre. Dou uns pulinhos quando estou assim. A noite estava fria, mesmo sendo novembro. O caminho para casa pareceu seguro demais e aconchegante demais. Deitei na cama. Era aniversário do meu amigo Alessandro. Desnecessário dizer, porém, que o melhor presente quem ganhou fui eu.”

Paulo Polzonoff Jr.

Polzonoff.com.br

Pois é, meu caro Polzonoff. Vocês estavam inebriados, sim, mas não de álcool ou drogas. Estavam inebriados da nossa felicidade intrínseca, da nossa intoxicação de oxigênio que hiperventila nossas almas a cada minuto de vida que vivemos e bendizemos. Somos felizes e é só isso.

Essa sensação benfazeja que desopilou sua mente é o cerne da Nossa Cultura. Espero que os que estão dentro dela, vivenciando-a no seu dia-a-dia e sendo felizes o tempo todo, continuem valorizando esse estado de ser que nos proporcionou a mesma sensação de descoberta, alegria e liberdade quando a encontramos pela primeira vez.

DeRose

DeRose.org.br

domingo, 15 de julho de 2012 | Autor:

Alessandro Martins

Já compartilhei com você antes, mas só para mostrar que eu também concordo com você recompartilho: http://alessandromartins.me/fique-calmo-algo-sobre-tudo-o-que-voce-ja-aprendeu/ Se o peso do vestibular fosse tirado do sistema de ensino, nos anos escolares anteriores, talvez a escola pudesse ensinar as coisas realmente importantes.

terça-feira, 10 de julho de 2012 | Autor:

Oi pai, escrevi hoje um post no meu blog (www.metododerosepinheiros.com) e acho que você vai gostar de ler.

“Em meio ao caos:

Ao sair hoje da Unidade para fazer algumas funções na rua, a moça que me ajuda na limpeza da escola me lembrou do guarda-chuva. Peguei e saí. No meio do caminho, quando estava na Dr. Arnaldo começou a chover. Não demorou muito e pessoas estavam desesperadas dentro de seus carros buzinando e meninas na rua tirando suas compras das sacolas para poder cobrir seus cabelos. Pessoas amontoadas disputando um espaço embaixo da banca de jornais.

Observando tudo isso lembrei-me de um aniversário: na minha festinha de onze anos, minha mãe resolveu fazer minha festa de aniversário ao ar livre, na piscina e brincadeiras externas… mas todos sabiam que no mês de janeiro, chove!!! No meio da festa, advinha? Começou aquela chuva de verão. Fiquei super triste e fomos para dentro de casa. Meu pai, sempre que podia, estava presente nas minhas festinhas, e nesta ele estava! Ao observar todos dentro de casa e a festa acabando, teve uma brilhante idéia: Tomar banho de chuva e continuar a festa! Meus amiguinhos adoraram a idéia, afinal, que pai daria essa idéia?
Nunca havia me divertido tanto!
Lembrando disso e olhando o caos a minha volta, apenas sorri, fechei o guarda-chuva e literalmente sai cantando na chuva! Ai que lembrança ótima! Que chuva boa!
Mas não durou muito, depois de uns dez minutos, a chuva foi passando e ficou uma bela garoa.
Hoje vejo a lição que meu pai me deixou naquele dia, há 17 anos.”

isso foi uma boa lição papis, e cada vez que eu leio seus ensinamentos e o que vc escreve no seu blog, é uma inspiração!

beijocas,

Clique na foto para ampliá-la.

DeRose e Chandra na outorga do Colar da Cruz do Anhembi

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Visitei seu site e gostei muito. Ele está completíssimo, com uma quantidade enorme de vídeos e um número incrível de links. Recomendo a todos que o visitem e que façam links para www.metododerosepinheiros.com

Beijinhos do papai.

domingo, 8 de julho de 2012 | Autor:

 

Werner Forssman, nasceu em Berlim a 20 de agosto de 1904. Formou-se em medicina em 1928. Desenvolveu uma teoria que ninguém aceitava: a de que seria possível introduzir uma sonda por via intravenosa e conduzi-la até o interior do coração, sem matar o paciente. Obviamente, não poderia usar cadáveres, pois já estavam mortos. Tentou autorização dos seus superiores no hospital para levar a efeito a experimentação em algum paciente. É claro que não foi autorizado. Então, não podendo utilizar cobaias humanas, usou o seu próprio corpo.

Cortou uma veia do braço e introduziu um cateter (a pronúncia correta é catetér e não catéter) e foi empurrando-o até que atingiu o órgão cardíaco. Para provar que havia conseguido e que tal procedimento não matava o paciente, foi até a sala de raios-x e, sob os protestos dos colegas, bateu uma chapa. Era incontestável! Ninguém poderia questionar sua descoberta que viria a salvar tantas vidas no mundo inteiro. Sua recompensa? Foi tão punido, criticado e atacado que teve de abandonar a cardiologia!

Durante mais de duas décadas não era convidado para nada e se ousasse comparecer a algum congresso tinha que sofrer o constrangimento de ser apontado pelos seus pares como um indesejável. Após 25 anos de humilhações e exclusões, finalmente, o reconhecimento. Em 1956, recebeu o Prêmio Nobel de Medicina.

 

Se você conhecer outros casos semelhantes, por favor, informe-nos. Obrigado.

Leia mais »

domingo, 27 de maio de 2012 | Autor:

Olá Mestre,

Olha que bacana a matéria que saiu aqui na Revista Pilotis (PUC-Rio), numa ação conjunta entre as escolas Copacabana, Downtown e Lebon!

Grande abraço,
Antonio Prates – Escola Copacabana


Clique na imagem para ampliá-la.

sábado, 19 de maio de 2012 | Autor:

Enviado por Lucas Delalibera:

 

Bom dia, Meste.

Mensalmente, os corretores de seguros do estado de São Paulo recebem o JCS – Jornal dos Corretores de Seguros, publicado pelo SincorSP (Sindicato dos Corretores de Seguros no Estado de São Paulo). Na edição de março de 2012 há um artigo muito útil a todos nós, escrito pela advogada Ana Paula Oriola De Raeffray.
Permita-me compartilhá-lo:

A união homoafetiva e os planos de previdência complementar.


A união entre pessoas do mesmo sexo é uma realidade em todo o mundo. O Supremo Tribunal Federal (STF) reconheceu a união estável homoafetiva, em 2011, quando julgou a ADI nº 427. Já o Superior Tribunal de Justiça (STJ), em fevereiro de 2010, julgou o Recurso Especial nº 1.026.981, com relatoria da Ministra Nancy Andrighi, no qual foi tratada a questão da união estável entre pessoas do mesmo sexo e o direito ao benefício da pensão por morte nos planos de previdência complementar. No primeiro parágrafo da ementa do acórdão proferido neste recurso está assim consignado: “Despida de normatividade, a união afetiva constituída entre pessoas do mesmo sexo tem batido às portas do Poder Judiciário ante a necessidade de tutela, circunstância que não pode ser ignorada, seja pelo legislador, seja pelo julgador, que devem estar preparados para atender às demandas seguidas de uma sociedade com estruturas de convívio cada vez mais complexas, a fim de albergar, na esfera da entidade familiar, os mais diversos arranjos vivenciais”.
O plano de previdência complementar, como qualquer contrato, não é alheio à realidade e às modificações observadas na sociedade. Tanto é que pode ser notada a sua nítida adaptação quando houve o reconhecimento da própria união estável entre homem e mulher. Em muitos planos de benefícios, anteriores à Constituição Federal de 1988, os beneficiários da pensão por morte porderiam ser, além dos filhos, apenas o cônjuge, ou seja, exigia-se o casamento. A evolução das relações sociais determinou que passasse a figurar como beneficiário o companheiro ou a companheira, reconhecendo-se, assim, a união estável entre homem e mulher.
Da mesma forma, o contrato de previdência privada vem absorvendo a realidade social no que se refere à união estável entre pessoas do mesmo sexo, sendo que muitos planos, seguindo as diretivas do STF e do STJ, já vem adaptando as regras para pagamento da pensão por morte de forma a que figure dentre os beneficiários o companheiro do mesmo sexo.
É evidente, todavia, que as formalidades previstas no contrato de previdência privada para a concessão do benefício terão que ser observadas. A primeira delas é a de que haja a indicação pelo participante de seu companheiro do mesmo sexo como beneficiário, seguindo-se da comprovação de que ambos conviviam em união estável, o que pode se dar mediante a apresentação de pacto de união estável particular ou público.
Estas formalidades do contrato de previdência privada visam trazer a segurança para a relação jurídica, respeitando-se a vontade do participante e não inibir a concessão do benefício, haja vista que, nesta espécie contratual, a pessoa pode decidir sobre a forma de pagamento do seu benefício em caso de morte dentro das hipóteses regulamentares e legais.
O próprio STJ na decisão acima citada reconhece que a união entre pessoas do mesmo sexo precisa ser comprovada para que haja o correto pagamento do benefício da pensão por morte.

Espero ter contribuído! Um abraço.