sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009 | Autor:

“Se não está escrito em inglês, não é ciência.”

Por trás da arrogância desta frase, existe uma realidade global. Por isso, os 200 gurus indianos não tomaram conhecimento do Tratado de Yôga e penaram para compilar apenas 600 ásanas, quando poderiam ter contado com um incremento considerável ao seu trabalho, se voltassem suas lunetas para outras culturas.

O reconhecimento do Império Romano

Durante o Império Romano ocorria um fenomeno de aculturação que persiste até os nossos dias. Se uma colônia, por exemplo, a Gália, quisesse comprar cultura, não cogitaria em adquiri-la da Lusitânia ou da Helvétia. Não a importaria do seu vizinho mais próximo, um produto às vezes melhor, a um custo mais razoável. Fazia questão de importar de Roma, o centro do império. Então, muitas vezes as colônias levavam seu produto para Roma, traduziam-no em latim e a partir de então as demais colônias o aceitavam! Quantas conquistas científicas e tecnológicas foram perdidas apenas por não estar escritas em latim! Conhecemos o Direito Romano, mas como era o Direito Etrusco? Conhecemos a Medicina Romana que atendia os legionários e os gladiadores, mas como era a Medicina Minóica?

Aqui no subcontinente brasileiro presenciei o mesmo fenômeno em diversas ocasiões. Quando eu ministrava um curso em Porto Alegre, minhas turmas chegavam a 160 alunos vindos de Caxias do Sul, Cruz Alta, Pelotas, Rio Grande, Santa Cruz do Sul, Santa Maria, Passo Fundo, Bento Gonçalves, Novo Hamburgo, Canela, Livramento, Uruguaiana e muitas outras cidades do exuberante interior gaúcho. Todos aceitavam de bom grado ir fazer um curso na capital. Mas quando o mesmo professor dava o mesmo curso em qualquer uma dessas cidades, o quorum era bem mais modesto, pois incrivelmente os interessados das cidades vizinhas não aceitavam fazer um curso em uma cidade de interior. Viajavam muito mais para fazer o curso em Porto Alegre, mas não se encaixava no seu paradigma viajar para participar do evento em uma cidade mais próxima.

Isso nos faz pensar. Praticamente tudo o que no Ocidente conhecemos e incorporamos no nosso passado, está restrito à cultura greco-romana. O direito que utilizamos é o Direito Romano, a língua morta de referência é o latim e “o mundo todo” a que nos referimos quando dizemos que Napoleão conquistou o mundo, é o mundo romano. Até a cultura grega, chegou a nós através dos romanos, que colonizaram e anexaram a Grécia ao seu Império. O Cristianismo chegou a nós através do Império Romano que estava lá em Jerusalém quando tudo aconteceu e, progressivamente, absorveu suas propostas. Tudo o que era incorporado ou aceito pelo Império Romano passava a “existir” e teria direito a ser perenizado. O que ficasse restrito a outras culturas estava destinado à desconhecença por parte do restante da civilização e seria condenado ao ostracismo pela História. Quantas descobertas cruciais para a Humanidade ocorridas entre os babilônicos, sumérios, drávidas, etruscos, hititas estão simplesmente perdidas, apenas porque não foram escritas em latim!

Atualmente, restringimo-nos aos registros em inglês. O que conhecemos do Egito ou da Índia, é porque foi escrito ou traduzido originalmente para o inglês. Só conhecemos o Kama Sútra porque o inglês Richard Burton o traduziu para a sua língua. Só conhecemos os Tantras porque o magistrado britânico Sir John Woodroffe os traduziu para o inglês. A Bhagavad Gítá, traduzida em 1784 por Charles Wilkins, é um dos muitos textos que vieram a se tornar mais populares na própria Índia depois que foram passados para o idioma britânico. Assim ocorreu com todas as demais escrituras hindus vertidas para o inglês: os Vêdas, as Upanishads, o Yôga Sútra, etc.

No início do século XX, havia um Mestre chamado Ramana Maharishi, que vivia em Arunachala, Tiruvanamalai, a uns 200 quilômetros ao Sul de Madrás. Nunca ninguém ouvira falar dele, embora fosse um grande sábio. E teria passado pela terra em brancas nuvens, sem que jamais a história registrasse sua existência ou o valor do seu ensinamento, se um anglo-saxão, Paul Brunton, não tivesse, um dia, visitado seu ashram e escrito sobre ele.

Esse é o caso do curare, que os índios brasileiros durante milênios usavam para pescar e que na segunda metade do século XX foi descoberto pela literatura em inglês, passando a ser adotado no mundo todo como anestésico nas grandes cirurgias.

Esse também é o caso dos bacteriófagos que os soviéticos vinham utilizando há quase um século no lugar dos antibióticos, com muito mais eficiência e menos inconvenientes, mas ninguém tomava conhecimento pelo fato de a literatura não estar escrita em inglês (“se não está escrito em inglês, não é ciência.”)!

Tivemos um filósofo brasileiro, falecido na década de 80, que era um verdadeiro gênio. Seu nome, Huberto Rohden. Quando jovem ele esteve na Alemanha e, na época, escreveu um livro de filosofia em alemão impecável. Enviou a obra a um editor que a aceitou incontinenti. Mandou chamar o autor para firmar contrato de edição. No entanto, quando Rohden abriu a boca o editor percebeu tratar-se de brasileiro e voltou atrás, recusando-se a editar o livro. “De brasileiros nós não compramos cultura. Compramos só café”, disse o preconceituoso editor.

Por todos estes fatos, devemos valorizar o trabalho que a Universidade de Yôga está realizando pelo mundo afora. A Uni-Yôga é a única instituição cultural brasileira (agora também argentina e portuguesa) que exporta know-how cultural e profissional para o resto do planeta. Ainda encontramos entraves linguísticos e outros, mas estamos derrubando fragorosamente todas as barreiras e seguimos crescendo para mostrar ao mundo a linda filosofia que temos para compartilhar.

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sábado, 14 de fevereiro de 2009 | Autor:

Acordei, coloquei em dia os comentários do blog (sim, deve ser a primeira coisa no nosso dia), e fui dar as boas-vindas aos instrutores que compareceram ao curso oferecido gratuitamente pelo Yôga Office.

Agarrei o Edgardo Caramella e fomos à reunião do Rotary, comemorativa aos 85 anos do Rotary São Paulo. Encontramos o aluno Lelo e muita gente importante, inclusive o próximo Governador que nos convidou para a sua posse.

Voltamos para a Universidade de Yôga para receber a visita do vereador Penna, do Partido Verde, que queria nos conhecer.

Na sequência seguimos para a Câmara Municipal para prestigiar evento da Associação Paulista de Imprensa, para o qual fomos convidados pelo seu presidente, o amigo J.B. Oliveira.

Dali, disparamos para a Assembléia Legislativa a fim de compor a Mesa de Honra da formatura dos instrutores de Yôga da Federação de Yôga do Estado de São Paulo (conseguimos chegar do centro de São Paulo ao Ibirapuera em trinta minutos no horário do rush, às 19h30). A formatura foi linda, muito bem organizada, o plenário ficou lotado com os amigos e parentes dos formandos. Parabéns à presidente da Federação, Profa. Nina de Holanda que com seu carinho emocionou a todos. A cobertura jornalística do evento foi feita pela Agência Internacional de Notícias de Yôga, YôgaPress. Aguarde, que hoje mesmo ela deve postar algumas fotografias.

Agora vou dormir porque já são oito da manhã e daqui a pouco terei de acordar para ir ministrar o ashtánga sádhana. Então, até já, que preciso descansar um pouco.

Thais Lopes
http://www.yogaemsantos.com | [email protected] | 189.34.226.1

Mestrão, sei que a correria do dia-a-dia não é fácil, mas você precisa descansar mais! Pois queremos sua saúde em perfeitas condições por muitos e muitos anos!
Sabemos que todo o seu trabalho é feito com um imenso amor e prazer. Mas pode dormir um pouquinho mais tá? (rsrsrs)

A formatura ontem foi realmente belíssima e fiquei muito feliz ao ver meus familiares completamente emocionados com o evento. Não vou esquecer as palavras de minha mãe:

“Filha, se eu tinha alguma dúvida da profissão que você escolheu, agora não tenho mais. Tenho certeza da seriedade deste trabalho, e tenho muito orgulho de você seguir uma carreira tão bonita.”

Ela adorou todas as pessoas que conheceu ontem, e comentou que ficou impressionada com a alegria, a união, o carinho imenso que estava no ar, e os sorrisos sinceros de felicidade daqueles jovens que ali estavam.

Parabéns para as professoras Nina de Holanda e Márcia Cordoni que organizaram esta belíssima colação de grau. No próximo ano, estarei lá novamente.

Um abração. E até a sua aula, logo mais…

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sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009 | Autor:

Lerivan Ribeiro
http://www.YogaKobrasol.com.br | [email protected] | 201.3.221.215

Pessoal,
Vamos escrever uma carta de opinião elogiando a matéria ao Fórum dos Leitores. O e-mail deles é [email protected].
Se eles gostarem, podem até publicar a sua carta no jornal ou no site. O importante é mostrarmos nossa presença.
Para eles aceitarem o e-mail, você deve colocar a identificação completa – nome, sobrenome, endereço, telefone e RG.

Caio Melo
http://www.paraviverbem.com.br | [email protected] | 201.3.221.215

Grande Mestrão!

Parabéns pela entrevista. Ficou excelente, como de costume. Precisamos, ainda, aparecer muito mais na mídia. Não só o DeRose, mas cada um de nós, para mostrarmos que de fato somos muitos.

E o trabalho continua!

Um abração do Caio

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segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009 | Autor:

Daniel Tonet – Goiânia / GO
http://www.yoga-go.com.br | [email protected] | 201.22.161.123

Oi, Mestre.

Você viu que ontem o site da Globo (G1) publicou um artigo enviado pela nossa querida Vanessa de Holanda? O texto se chama “Conhecer a Índia é uma grande viagem.”

Vale a pena acessar o link abaixo e dar nota máxima para a matéria:

http://g1.globo.com/VCnoG1/0,,MUL990452-8491,00-CONHECER+A+INDIA+E+UMA+GRANDE+VIAGEM+DIZ+INSTRUTORA+DE+YOGA.html

Parabéns à Vanessa!!!

Felipe Lengert
http://lapidatio.wordpress.com | [email protected] | 189.123.206.199

Ao ler o texto da Vanessa não se esqueçam de marcar as 5 estrelas que ele merece! Desta forma ele será mais lido e mais divulgado dentro do site e da internet.

Forte abraço a todos!

Alexandre Montagna
http://www.alexandremontagna.com | [email protected] | 189.26.141.230

Que bacana! Fica o aviso: existe um ranking de qualidade abaixo do texto, e a nota máxima é 5 estrelas. Sugiro que todos os amigos leitores façam sua votação após a leitura.

Bruno
[email protected] | 201.38.112.140

Para pontuar: lá embaixo do artigo, há a média geral, em que as estrelas estão preenchidas, e a sua nota, em que as estrelas estão em branco. Basta clicar sobre a quinta estrela em branco, assim você atribui a nota máxima.

Beijos!

terça-feira, 27 de janeiro de 2009 | Autor:

Ontem tive a satisfação de comparecer à posse de Geraldo Alckmin como Secretário do Desenvolvimento do Estado de São Paulo, que contou com a presença da queridíssima Dona Lu, do Governador Serra, do ex-Presidente da República Fernando Henrique Cardoso, do Deputado Edson Aparecido, do Deputado Arnaldo Faria de Sá e de vários outros deputados amigos do SwáSthya, bem como de outras autoridades.

A reportagem fotográfica abaixo foi feita pela Agência Internacional de Notícias de Yôga, Yogapress.

 Clique na foto para ampliá-la:

 

 

 

 

 

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sexta-feira, 16 de janeiro de 2009 | Autor:

Doutrinação não funciona para a nossa proposta. Pessoas suscetíveis a aceitar catequese de quem quer que seja, não são o nosso público. Não queremos entre os nossos a síndrome de rebanho. Costumamos dizer que não somos nem mesmo ovelhas negras, pois não admitimos sequer ser ovelhas. É preciso saber pensar livremente.

Livre pensar não é sinônimo de questionar compulsivamente. Também por isso não somos ovelhas, nem negras, pois não estamos contestando a forma de viver dos outros. Somos adeptos da diversidade de opções e da liberdade de escolha.

O fato de não professarmos nenhum credo, não preconizarmos nenhuma terapia, não oferecermos nenhum benefício, torna nossa proposta cultural protegida contra qualquer eventual tendência ao equívoco e confere-lhe incontestável seriedade.

Comentário de Luís Régio, de Portugal:

“Neste momento sou um praticante debutante, mas para mim o mais importante neste inicio não são propriamente as questões técnicas da prática, é sim o processo de envolvimento que se adquire numa escola deste tipo: aqui não estou a competir com ninguém; aqui não estou a ser catequizado; aqui ninguém me promete nada; aqui existe ambiente saudável; aqui, como dizem os adolescentes, «tá-se bem»; aqui estou em liberdade – nada de especial, pois não?”

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terça-feira, 13 de janeiro de 2009 | Autor:

1 – Qual é a importância do processo de entrada e saída de ar do nosso corpo?

Nós podemos permanecer algumas semanas sem comida, alguns dias sem água, mas só alguns segundos sem ar. Alguns resistem 120 segundos (dois minutos) outros um pouco mais, mas esse pequeno lapso sem bombear oxigênio para dentro do nosso corpo nos mostra o quanto o ar é vital para o nosso organismo. Engana-se quem pensa que o processo respiratório ocorre apenas pelas chamadas “vias respiratórias “. A respiração se processa em grande parte pela pele, motivo pelo qual se cobrirmos toda a pele com uma tintura impermeável, o indivíduo pode morrer. Também precisamos levar em consideração a necessidade de eliminação do gás carbônico e resíduos que são eliminados na expiração.

2 – É verdade que quando somos bebês respiramos perfeitamente e, com o passar do tempo e os problemas do dia-a-dia, passamos a respirar errado?

Quando nascemos, respiramos por instinto como os outros animais, uma respiração plena, utilizando a capacidade total dos pulmões. Com o passar do tempo nossa respiração passa a ser comprometida pela educação, os cintos, soutiens, roupas apertadas, má postura bípede e – acima de tudo – uma cultura equivocada de que, para efetuar uma boa inspiração, é preciso pôr a barriga para dentro (“Barriga para dentro, peito para fora”). Ora, ao retrair e comprimir o abdomen impedimos que o diafragma baixe, liberando mais espaço na base dos pulmões, justamente onde esses órgãos têm a maior capacidade. Mais tarde, as pessoas acabam contratando um instrutor que as ensine a respirar corretamente, outra vez.

3 – Quais os problemas que isso pode provocar?

Uma boa respiração contribui para a perfeita oxigenação do sangue e consequentemente das células de todo o corpo, inclusive do próprio cérebro, o órgão que mais consome oxigênio em todo o organismo. Os problemas decorrentes da má respiração, sem dúvida, são o agravamento de enfermidades respiratórias ou seu surgimento naqueles que ainda não apresentavam um histórico dessas enfermidades. Até a pele e o cabelo sofrem alterações para melhor ou para pior, dependendo da qualidade da respiração do indivíduo. No caso dos desportistas, uma respiração errada pode ser a diferença entre o podium e o anonimato. No caso dos estudantes, pode ser a diferença entre ser aprovado ou reprovado. No caso dos profissionais, pode ser a diferença entre a criatividade e agilidade mental que conduzem ao sucesso ou, na falta dessas faculdades, o fracasso. Respirar bem pode ser a diferença entre uma boa e uma má qualidade de vida.

4 – Para quais finalidades podemos usar as técnicas de respiração?

As técnicas de respiração podem ser aplicadas para uma infinidade de resultados. A hiperventilação, através de uma insuflação de mais oxigênio no cérebro produz um estado de euforia, sempre bem-vinda no ambiente familiar, afetivo ou de trabalho, principalmente nos momentos em que precisamos de um “gás” e não sabemos de onde tirá-lo. Ele está aí mesmo à nossa disposição, mediante uma respiração mais eficiente.

Outra ocorrência no aprendizado das técnicas de respiração é a administração do stress. Aquele recurso que a sabedoria popular recomenda: respire dez vezes antes de tomar uma decisão importante ou antes de perder as estribeiras.

Mas o mais interessante é que por meio das técnicas de respiração nós conseguimos romper a barreira do inconsciente. Os animais em geral só respiram pelo neurovegetativo, ou seja, só dispõem da respiração automática. O ser humano tem a capacidade de controlar essa função e passá-la ao domínio do consciente, parando de respirar, voltando a fazê-lo, inspirando mais profundamente ou menos, alterando seu ritmo e os músculos nele envolvidos. Assim sendo, as técnicas respiratórias são o mais rápido e eficiente recurso para romper a fronteira entre consciente e inconsciente, o que permite um fácil acesso ao autoconhecimento.

5 – O senhor poderia me dar exemplos de algumas técnicas de respiração?

Uma técnica muito fácil é descontrair o abdomen e inspirar de forma plena e gostosa. Retenha a respiração por alguns instante, enquanto isso for agradável. Depois expire retraindo o abdomen para expelir o máximo possível do ar. Uma única vez que você o faça já produz resultados que qualquer um pode sentir. Contudo, o ideal é repetir algumas vezes.

Outra técnica excelente é respirar aceleradamente pelas narinas até sentir uma leve tonteira. É claro que não deve praticar esta técnica enquanto está dirigindo qualquer tipo de veículo ou operando máquinas, mas ela é tremendamente eficiente para captar aquele “gás” a que nos referimos antes.