Algumas pessoas acham que, para ter autoridade, é preciso ser autoritário. Nada mais equivocado. A mãe que vive gritando com o filho, castigando e se descabelando, não tem nenhuma autoridade. O filho pode até ter medo dela, mas respeito, não tem. Se puder, desobedece por trás e mesmo pela frente.
O chefe que vive reclamando e dando broncas, só consegue angariar a antipatia de todos, inclusive daqueles que não foram suas vítimas… por enquanto! Só consegue deseducar a todos e fabricar uma porção de sem-vergonhas que vão dar risada pelas suas costas.
Nunca ninguém perdeu nada por ser cordial, simpático e por ajudar seus comandados. Ser afetuoso não compromete o respeito. Muito pelo contrário.
Isso não quer dizer que o líder vai deixar que as pessoas façam o que quiserem. Isso não é ser querido. É ser banana. Mas como agir quando um membro de equipe – seja ele empregado ou parceiro – desacata a sua autoridade?
Tudo é uma questão de tom de voz e de micro-contrações dos músculos faciais, que são os da comunicação interpessoal. O conteúdo também conta, mas se você disser frases lindas, queridas mesmo, porém com fisionomia de quem está se sentindo melindrado, ofendido ou constrangido, o resultado provavelmente será desastroso. A pessoa vai captar sua mensagem transmitida pela linguagem fisionômica que é muito mais eloquente do que as palavras. Todos sabem disso instintivamente, porque é fácil mentir com palavras hipócritas, mas é substancialmente mais difícil mentir com a fisionomia. Teria que ser um artista do fingimento. Há alguns, mas não são a maioria.
No Brasil, as pessoas valorizam mais um produto concreto, que elas possam comprar e levar para casa, do que o serviço abstrato prestado pelo profissional que detém um valioso know-how.
Um know-how, provavelmente, lhe custou muito dinheiro, estudo, tempo e trabalho.
Pagam qualquer preço por uma roupa, um relógio ou equipamento eletrônico, mas regateiam os honorários do arquiteto, do engenheiro, do advogado, do publicitário, do designer, do professor etc.
Portanto, quem trabalha com serviço, se possível, deve ter também um produto concreto, ou vários.
No início da minha carreira, eu tinha poucos alunos e precisava imprimir material gráfico de divulgação. Esses impressos me custavam muito caro e eu os dava de graça. Quem os recebia, muitas vezes, amassava e jogava no chão. Aquilo me partia o coração! Primeiro, porque era a rejeição do meu produto cultural; segundo, só eu sabia o quanto de esforço me custara para pagar aqueles flyers que estavam sendo tão displicentemente descartados.
Em 1969, pensei: por que não vender a minha publicidade? Em vez de eu pagar a impressão e dar de graça, por que não fazer um livro que as pessoas adquirissem? Então, estariam pagando para levar as informações e o conhecimento que eu tenho. Só compraria os livros quem já fosse interessado. E ninguém amassa um livro e o joga na rua. Assim, nesse ano, publiquei meu primeiro livro a ser vendido em livraria.
Foi um sucesso! O livro em si, hoje posso julgar, era insatisfatório. Mas fez sucesso mesmo assim. Talvez porque meu produto cultural estivesse no seu primeiro boom. Talvez porque houvesse pouquíssimos livros sobre o tema. Ou, quem sabe, pelas minhas fotos de técnicas corporais inseridas no livro, as quais eram muito boas. O fato é que a venda dos livros meu deu o primeiro fôlego, como uma pessoa se afogando que consegue pôr a cabeça fora d’água e respirar uma lufada de vida! E, depois, veio a consequência do livro nas livrarias: as pessoas compravam a minha publicidade e passavam a me conhecer.
Com isso, tive a minha primeira lição sobre a importância de ter produtos físicos. Tanto na arrecadação de verba, quanto na divulgação que eles proporcionam.
O grande erro é descontinuar um produto. Muita gente é inconstante. Gera um produto e depois para de produzi-lo. “Ah! Foi porque não fez sucesso, vendia pouco…” ‘Ah! Foi porque o fornecedor não tinha mais a matéria prima…” São meras desculpas esfarrapadas para justificar a sua instabilidade. Qualquer produto se torna um sucesso de vendas se você acreditar nele, se persistir nele, se fizer bastante divulgação e não parar de produzi-lo. Aos poucos, ele vai conquistando seu fã clube.
Não fui filho de empresário, consequentemente, não aprendi onde deveria, isto é, em casa. Meu pai fora empregado a vida toda. Minha mãe limitara-se ao que se esperava das mulheres daquela época e restringiu-se a ser esposa, mãe e dona de casa.
Dessa forma, quando eu comecei a minha carreira de empreendedor, eu não sabia absolutamente nada. Nada! Nem de administração, nem de liderança, nem de contabilidade, nem de tributarismo, nem de mercado, nem de leis trabalhistas, nem de marketing… Nada!
O resultado é fácil de se deduzir. Comecei fazendo tudo errado e pagando o preço: prejuízo em cima de prejuízo, multas do fisco, imagem construída de forma aleatória e falta de clientes.
Passados alguns anos de fracassos sucessivos, pensei em desistir e arrumar um emprego como o meu pai sempre quis que eu fizesse. No entanto, comecei a matutar: vou me sentar em um escritório que não é meu, recebendo ordens de um chefe que não sou eu, realizando tarefas que não me realizam e talvez me violentem em meus valores éticos, tudo isso a fim de receber um salário ofensivo e insuficiente para garantir minha dignidade. É… não vai dar certo.
Então, vou ter que continuar tratando de tocar minha empresa, na base de tentativa e erro. Lembrei-me daquele pensamento que eu mesmo havia escrito: “Cada erro cometido é uma virtude adquirida.” Então, que venham os erros. Hoje, posso dizer que adquiri muitas virtudes!
Há uma estatística afirmando que um empresário tem que falir cinco vezes antes de conquistar o sucesso. Bem, se assim for, ainda me faltavam as cinco vezes. Vamos tocar para a frente que atrás vem gente.
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Que época rica em almas inspiradas! Alexandre Dumas, Victor Hugo, George Sand, Honoré de Balzac, Voltaire, Diderot, Lizst… Esses e tantos outros, todos juntos numa só época e num só lugar!
Balzac já havia escrito uma carrada de livros, era o mais lido em Paris e suas obras um sucesso pelo mundo afora. A essa altura sua mãe lhe disse: “Honoré, você não nasceu para escrever. Maldita hora em que enfiou essa ideia na cabeça. Você deveria ter um emprego regular e receber um salário, em vez de viver cheio de dívidas e ser insultado nos jornais pelos críticos que o ridicularizam com suas caricaturas!” Até a Igreja colocou o nome de Balzac na lista negra, considerando seus livros perniciosos. Balzac, o herege, o maldito.
Ah! Se Balzac tivesse ouvido sua mãe… Ah! Se eu tivesse ouvido o meu pai… Hoje a literatura não teria La Comédie Humaine e eu seria um empregado numa empresa qualquer. Não teria escrito mais de trinta livros, não teria viajado o mundo todo tantas vezes, não teria mudado para melhor a vida de tanta gente; não teria dado uma profissão incrível a tantos jovens! Teria me limitado a trabalhar para viver e viver para trabalhar como as legiões de empregados infelizes, sem motivação, que viveram e morreram sem nunca saber a que vieram ao mundo. Nesta idade, provavelmente, eu estaria velho, pobre e doente, como em geral estão os empregados nessa fase da vida, ansiando por uma aposentadoria que, longe de ser libertadora, constituiria o prenúncio do fim.
Mas, se a instituição do emprego é nociva, por que nossos pais nos aconselham a sermos empregados? Pior: eles nos doutrinam, pressionam e, muitas vezes, obrigam a esse destino desafortunado e sem perspectivas.
Conscientize-se desta realidade humilhante. Um amigo pergunta: “O que o seu filho faz?” E o pai tem que responder: “Ele é um empregado.” Numa situação assim embaraçosa, é normal que esse genitor justifique: “Mas ele está muito bem. É uma carreira de futuro. Uma grande empresa.” (Com sorte e se trabalhar direito, dentro de vinte anos ele poderá estar ganhando bem, se não for despedido antes.)
Quando escuto isso sinto como se o pai de um escravo no Império Romano estivesse respondendo: “Meu filho é escravo. Mas ele está muito bem. Trabalha para um rico senhor, muito conceituado.”
E se o filho ou filha encontra um caminho melhor, instala-se em casa um clima de tragédia e tortura psicológica. Mas os pais não querem justamente o bem dos seus filhos?
Querem. Contudo, são condicionados pelo Sistema e acham honestamente que o melhor é ser empregado.
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Diferentemente de quase todas as demais áreas e empresas, nossos colegas fazem questão de compartilhar know-how, dicas e informações preciosas, tanto técnicas, quanto contábeis e fiscais, até mesmo indicando seus fornecedores ou prestadores de serviços. Ninguém esconde segredos aos seus companheiros. Ninguém quer passar por cima do colega para ascender na carreira. Quem fizer isso corre o risco de ficar antipatizado por todos e acabará sentindo-se compelido a se distanciar da nossa família.
A palavra dada é sagrada. Todos cumprem os compromissos e honram suas dívidas. Vários negócios são feitos entre colegas com base apenas na palavra e dá tudo certo. Há um zelo extremo pelo bom nome e pela boa reputação.
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Como em todas as coisas, estas dicas não são infalíveis. Mas não custa mencioná-las. Uma delas, é a forma como você lida com papel. As pessoas educadas, bem sucedidas, tendem a tratar qualquer papel com respeito.
Não era à toa que os professores admoestavam os meninos sem educação das primeiras séries que tinham as folhas dos cadernos com “orelhas”, aquelas extremidades levantadas e amassadas. Em contrapartida, os mais caprichosos, os que, via-se, estavam fadados a ser bem-sucedidos, tinham as folhas dos seus cadernos impecavelmente limpas e lisas, como se seus cadernos e livros tivessem sido comprados naquele momento.
As pessoas que guardam um tíquete de estacionamento, ou daqueles para resgatar roupa no conserto, amassando-o de qualquer jeito, em geral têm mais dificuldade para vencer na vida. Isto serve também para as cédulas de papel moeda. Quase sempre, quem as guarda amarfanhando o dinheiro, está predisposto a não ganhá-lo.
Já estive propenso a supor que fosse por uma questão energética ou psicológica, de o indivíduo não respeitar o din-din, mas não. A questão é muito mais simples do que isso. É cultural, pois funciona com os tkts.
E funciona também com qualquer papel. Entregue a alguém uma folha de papel A4, ou apostila. Veja como o cidadão dobrou esse papel. Há os que dobram zelosamente e há os que dobram sem se preocupar com o esquadro, o encaixe, o vinco. E cartão de visitas? O cartão já é pequeno e tem gente que consegue amassá-lo, dobrá-lo de qualquer jeito ou pior. Certa vez, um advogado trocou cartões de visita com alguns profissionais que estavam com ele em uma reunião, na qual eu estava presente. Mais adiante, quis acrescentar um número de telefone celular e pediu aos demais o seu próprio cartão para acrescentar o dito número. Foi uma vergonha! Um dos profissionais que, via-se pelos calçados que era pessoa simples, tirou do bolso o cartão de visitas… enrolado! Enrolado!!! O advogado agarrou o seu cartão tratado com tanta desconsideração, tirou-o da mão do segundo, atirou-o fora e lhe deu outro cartão intacto. Mas não colocou nele o número do celular…
Belíssima bofetada com luva de pelica – mas, por dentro, uma manopla de aço.
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O culpado se você não vencer na vida, aquele graças a quem a sua prosperidade não vem, é um conhecido criminoso cujo retrato falado é reproduzido abaixo, e que é hóspede parasitário em algumas empresas. Seu nome é Nãoposso da Silva Preguiça.
Ele tem pacto com a sua prima, a Crise. É amigo dos seus inimigos e agente secreto dos seus concorrentes. Nosso Serviço de Inteligência aconselha a seguinte fórmula como remédio
eficaz contra essa endemia:
Primeiramente, faça um caldo com uma dose generosa de qualidade, uma pitada de boa administração, alguns gramas de linda embalagem. Deixe fermentar. Depois adicione aos poucos: uma tonelada de trabalho sem esmorecimento; todos os dias uma colher das de chá de tentar-de-novo, sem autopiedade; alguns litros de não-deixar-para-depois; muitas sementinhas de investimento e de divulgação. Tempere bem e adicione constantemente uns torrõezinhos de açúcar para a coisa toda não ficar sem graça. Evite fogo brando porque morno ele não dá liga. Mexa o tempo todo sem parar nem nos fins de semana. Se tirar férias, a mistura apodrece. Quando ficar dourado e você sentir o sabor do sucesso, tome um cálice desse coquetel diariamente. Se achar a mistura amarga, você não deve ter um negócio próprio, pois vai azedar. Nesse caso, jogue tudo fora e recomece como empregado – mas isso é uma outra fórmula. Se achar esta receita estimulante, prossiga: para você ela será a cura de todos os males.
Assista a um vídeo especial sobre Procrastinação e Vitimização:
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