segunda-feira, 6 de julho de 2009 | Autor:

Tá louco? Em 1984, eu tinha um curso marcado em Caxias do Sul, RS, organizado por uma instrutora chamada Lourdes. Saí da minha casa, tomei o avião até Porto Alegre e de lá iria de ônibus até Caxias.

Acontece que chegando a Porto Alegre, adoeci seriamente. Telefonei à organizadora do curso e informei que estava doente e que não poderia dar o curso. A resposta foi:

– DeRose, tu tem que vim (sic).

– Lourdes, acho que você não entendeu. Eu estou doente. Não posso prosseguir viagem.

– Mas DeRose, eu divulguei por toda a cidade. Minhas alunas estão te esperando. Como é que vai ficar a minha situação? Tu tem que vim.

Naquela época, o organizador não efetuava nenhum pagamento adiantado, portanto o único prejuízo seria o meu, que já havia pago as passagens do Rio até Porto Alegre. Não fui dar o curso.

Como retaliação, Lourdes e mais um instrutor de Caxias desligaram-se da Uni-Yôga, desligaram-se da Supervisão e ficaram mais de dez anos sem me dirigir a palavra. Isso foi em 1984 e me magoou profundamente, pois me mostrou que não tenho o direito de ficar doente. Por esse motivo, todas as vezes em que adoeci, algumas com gravidade, fui dar aulas assim mesmo. E quando sofri o acidente no Aikidô que me pôs numa cadeira de rodas em 13 de janeiro de 1999, tínhamos uma viagem à Índia com vários instrutores marcada para o dia 22 de janeiro desse ano. Nem pensar em desmarcar! Enfrentei a viagem mesmo em meio à dores lancinantes.

Isso tudo foi bom, pois aprendi que é possível honrar os compromissos mesmo em meio às piores circunstâncias. Isso me ajudou a crescer e vencer na vida. Espero que também sirva de exemplo para que você não fique sentindo pena de si mesmo nem use as ocorrências da vida como pretexto para não cumprir seus compromissos.

Diana Raschelli
Tradução

¡Ah, Maestro, lembro-me bem daquele janeiro de 1999!
Estavas aqui em Buenos Aires; havias vindo dar teus cursos, apesar de que já sentias dor. O problema aumentou com a atividade intensa, e Edgardo me pediu que fosse ver-te no hotel enquanto ele não chegasse com um médico.
Não te podias endireitar pela terrível dor na coluna, porém estivemos a conversar como se nada se passasse.
Mais tarde, já com Edgardo e muitas outras visitas em seu quarto, lembro-me de que se decidiu que um banho de imensão poderia ajudar a acalmar a dor. Como não podias caminhar, carregaram-te (ele e alguém mais) para levar-te até o banheiro, completamente dobrado…, e te rias a gargalhadas pela situação!
Nós que estávamos no quarto nos entreolhávamos sem poder crer naquilo, enquanto seguíamos escutando teu riso de lá do banho…
Contei isto algumas vezes, a colegas que chegaram posteriormente, e sempre chego à mesma conclusão: essas horas a seu lado no hotel foram para mim o curso mais valioso de todos.
Un beso inmenso, seguí mejorándote…!
Diana.
(Buenos Aires)

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