terça-feira, 7 de abril de 2009 | Autor:

Em primeiro lugar, agradeço de coração o incentivo que todos estão me enviando para não desacelerar. É claro que isso ajuda e por certo que todos os que estão acessando o blog são muito importantes. É evidente que estou satisfeito com a estimativa que atribuiu o número de mais de dois milhões de leitores dos meus posts. Mas vou reproduzir abaixo alguns textos já postados anteriormente para que você compreenda a que me refiro.

Primeiro texto:

“Encontrei-me hoje com um Diretor e ele não sabia deste blog. Perguntei se não havia recebido o informativo semanal que eu envio a todos os instrutores, diretamente para o seu e-mail, um deles informando sobre o blog. Ele declarou que nunca recebeu nenhum informativo! Fiquei mal. Muito entristecido mesmo. Como é possível:

1) Que um Diretor de escola da nossa rede não saiba do blog?

2) Que um instrutor não esteja recebendo nenhum informativo e não se importe com isso?

Portanto, peço, mais uma vez, que se você for instrutor INFORME A TODOS OS SEUS MONITORADOS E MONITORES, DIRETORES DE ESCOLA E EQUIPES sobre a existência do blog e sobre a importância de receber meus informativos semanais! Não tem custo algum, já está incluído na supervisão!

Se você for aluno, INFORME AO SEU INSTRUTOR E AO SEU DIRETOR que o blog existe, que é importante participar do blog e que os informativos farão dele um instrutor melhor, mais atualizado, mais bem informado e que se ele receber E LER os informativos, prestará um serviço melhor a você que é seu aluno!

Vou dormir arrasado com essa história…”

Segundo texto:

“Hoje à noite fui jantar com uma querida Diretora e seus alunos. Cerca de vinte alunos compareceram. No meio do jantar, perguntei se estavam visitando nosso blog. Para minha decepção, NENHUM deles nem sequer sabia do blog. É claro que a Diretora se justificou declarando que enviara e-mails a todos os alunos, informando. Acredito que realmente tenha mandado os e-mails, mas não podemos esquecer o Axioma Número Nove (temporário): ‘E-mail não funciona.’ Se não há um incentivo direto e pessoal do instrutor ao aluno e se tal incentivo não é renovado com alguma frequência, não adianta. O que restou foi uma perplexidade!”

Terceiro texto:

“Visitei uma escola pela qual tenho muito carinho. Ocorria uma comemoração e havia muitos alunos e instrutores de outras unidades. Um bom número de pessoas a quem eu perguntava se estavam acessando o blog me declaravam que não.  ‘Não, Mestre, eu não sou blogueiro.’  ‘Sim, eu entrei uma vez.’  ‘É… estou em falta…’ Não, querido, não está em falta com ninguém, porque isto não se deve fazer por obrigação. O que fica é a sensação de que tenho mais gente de fora do que de dentro interessada no que eu tenho a dizer. Por exemplo, em Portugal, o único livro de SwáSthya Yôga, além dos meus, foi publicado por um instrutor que não é da Uni-Yôga! Parece que os de fora valorizam mais.”

Quarto texto, em resposta a um comentário:

“Sabe o que é Julia? Alguns fazem bastante, mas outros não fazem nada. Nós pensamos que todos estão acompanhando porque nós estamos e aqueles à nossa volta também estão. Mas é chocante como a informação às vezes bate e pára. Os organizadores do sádhana do dia 14 de fevereiro receberam um pedido de informações de um querido instrutor, desejando saber algo que já havia sido informado a todos os Diretores. Pensamos cá com nossos botões: será que nossas informações chegam no Diretor e páram ali? Não chegam nem aos instrutores? Quanto mais aos alunos! Pois é, mas fazer o quê? O ser humano é assim mesmo. Vamos fazer tudo o que estiver ao nosso alcance. Mas obrigado do fundo da alma pelo seu apoio.”

É por isso que eu constato, feliz por um lado, triste por outro: mais de dois milhões de pessoas têm acesso aos textos que eu posto aqui no blog, graças à replicação afetuosa através de centenas de links. No entanto, estou cada vez mais convencido de que muitos instrutores e alunos estão ausentes nessa estimativa de mais de dois milhões de leitores.

Certo dia, em uma aula, eu disse que os desamigos são muito mais fiéis do que os discípulos, pois os desamigos leem tudo o que eu escrevo e assistem a todas as minhas aulas gravadas para tentar encontrar alguma coisa que possam usar contra mim. Já os instrutores e alunos não demonstram a mesma disposição de ler e de assistir tudo  e com tão dedicada atenção. Portanto, é bem possível que os perenizadores da Obra sejam os que antes se posicionavam como antipatizantes. De tanto ler tudo o que escrevo e de tanto assistir a tudo o que eu gravo, acabam se tornando fiéis defensores e divulgadores. Há dezenas de casos assim que vieram me relatar que antes foram desamigos e hoje são meus paladinos.

Obrigado aos que me acompanham diariamente aqui no blog e duas vezes obrigado aos que, além disso, divulgam-no.

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segunda-feira, 6 de abril de 2009 | Autor:

danieltonet
[email protected] | 189.27.97.57

Oi, Mestre. Você viu que na semana passada uma professora de yoga bateu o recorde mundial de mergulho em apnéia? Ela mergulhou até uma profundiade de 96 metros. Este é o link da notícia: http://noticias.terra.com.br/mundo/interna/0,,OI3678952-EI8142,00-Britanica+mergulha+m+e+quebra+recorde+mundial.html

“Uma britânica quebrou o recorde mundial após mergulhar 96 m no oceano sem tubo de oxigênio. Sara Campbell, de apenas 1,52 m de altura, apelidada de “Poderoso Rato”, ficou 3 minutos e 36 segundos embaixo da água em Long Island, nas Bahamas, informou o Mail Online nesta sexta-feira.”

Observação do DeRose:

Poderoso Rato? Isso lá é nickname que se dê à Miss Campbell? Trata-se de erro de tradução por incultura do tradutor. O apelido é Mighty Mouse, personagem de desenhos animados da década de 1950 que parodiava o Superman! Ele também tinha uma capa, voava e defendia os oprimidos. Ela terá recebido esse título carinhoso por ser baixinha e poderosa. Portanto, não poderia ter sido traduzido, teria que ser preservado o nome em inglês: Mighty Mouse. Além do mais, mouse é camundongo e não “rato”. Ah! Tradutore, traditore

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segunda-feira, 6 de abril de 2009 | Autor:

O Hinduísmo é constituído por seis darshanas (pontos de vista). Dois desses pontos de vista são filosofias teóricas que podem ser aplicadas para fundamentar a nossa filosofia prática:

Vêdánta, espiritualista, que teve seu apogeu no período medieval da Índia; e

Sámkhya, naturalista, que teve seu apogeu na antiguidade Clássica e Pré-Clássica. Nossa fundamentação é Pré-Clássica, logo, ela é baseada na filosofia Sámkhya – naturalista.

Na verdade, esses dois pontos de vista podem parecer antagônicos (e o são mesmo se os analisarmos por uma ótica externa), mas, para o filósofo que os conheça bem, não há contradição intrínseca entre eles. O primeiro parte do princípio de que tudo é espiritual em diferentes níveis de densificação até chegar aos patamares mental, emocional, energético e físico denso. O segundo, parte do princípio de que tudo é matéria em diferentes níveis de sutilização, até alcançar os patamares energético, emocional, mental e os que estão acima dele.

Espiritualismo é uma coisa e espiritualidade é outra. A espiritualidade é um patrimônio do ser humano. Qualquer vertente da Nossa Cultura, de qualquer modalidade, desde que autêntica, desenvolve a espiritualidade.

Contudo…

A espiritualidade é uma função biológica. É como a digestão. Todos a temos: uns, melhor; outros, nem tanto. Nossa Cultura a aprimora. Contudo, ficar com fixação sobre isso é sinal de distúrbio psicológico. Você só pensa na sua digestão quando ela não está funcionando bem. É a mesma coisa com a espiritualidade. Imagine alguém lendo livros sobre digestão, indo a conferências sobre digestão, debatendo sobre digestão e seguindo Mestres de digestão! Essa pessoa deve ser doente da função digestiva… Quem assiste a palestras sobre espiritualidade, lê livros sobre esse tema, debate-o, ou segue Mestres espirituais, por analogia, também deve ser uma pessoa doente da espiritualidade. Caso contrário, desfrutaria dela com naturalidade e a aprimoraria com discrição.

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domingo, 5 de abril de 2009 | Autor:

Esta semana, dei uma palestra sobre a Índia, juntamente com o jornalista Arthur Veríssimo, em um respeitado centro cultural de São Paulo. Enquanto explanávamos, rodava o DVD Índia Exótica, do Veríssimo. Foi bastante instrutivo e também divertido. Tivemos, inclusive, a presença de representantes da própria Índia, que nos ajudaram com dados e informações sobre línguas, sobre castas, sobre o casamento indiano etc. Como é nosso costume, não divulguei antes. No entanto, compareceu tanta gente que os organizadores precisaram recorrer a mais cadeiras e deixar algumas pessoas na sala adjacente, vestíbulo do salão. Da Uni-Yôga, só convidei os membros do Conselho Administrativo, dos quais compareceram quase todos. Concederam-me a honra da sua presença várias autoridades militares, eclasiásticas, políticas, humanitárias e jornalísticas. A todos, muito obrigado pelo privilégio de sua presença.

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sexta-feira, 3 de abril de 2009 | Autor:

Hoje estamos comemorando 800 fotos! Parabéns a todos!

É tão bom poder, de madrugada, ficar contemplando os rostos daqueles que estão comigo há tanto tempo nesta luta, os rostos dos que conheço e por quem nutro uma saudadinha doce. E os rostos dos que ainda não conheço, fico a imaginar quem são, o que fazem, onde vivem, com quem praticam, quantos livros meus terão lido e, consequentemente, o quanto de intimidade nos une…

E me fascino com a idéia de que poderei vê-los todos de perto (quem sabe até abraçá-los) em alguma das “conversas com alunos” que realizo de tempos em tempos nas escolas credenciadas à Uni-Yôga ou em alguma noite de autógrafos.

Se você ainda não colocou a sua fotografia, este é um ótimo momento para se animar e inseri-la. Brevemente, vamos chegar a mil fotos!

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quarta-feira, 1 de abril de 2009 | Autor:

 

Na Índia, os mágicos pertencem a uma sub-casta específica e seus truques vêm sendo ensinados de pai para filho há centenas de anos. Graças a isso, desenvolvem sua arte até às raias do impossível. E fazem-no sem nenhum recurso tecnológico, pois exercem na rua, no chão de terra, onde não há possibilidade de truques com espelhos ou fundos falsos.

Em uma das viagens, nosso grupo foi abordado na rua por um desses mágicos, que logo propôs:

– Se não gostarem não precisam pagar.

Aceitamos, mesmo sabendo que acabaríamos tendo que pagar de qualquer jeito. Sentamo-nos em círculo e ele no meio. Começou com o truque elementar das três cabaças e uma bolinha de pano, para que a assistência adivinhasse sob qual delas estaria a bolinha. Mostrou as cabaças e a bolinha. Todos as examinaram. Ele colocou a bolinha sob uma das cabaças e as embaralhou propositadamente devagar, sobre o chão de terra, na rua. Quando achou que bastara de movimentar as peças, perguntou:

– Onde está a bolinha?

Todos apontaram para a mesma cabaça, pois ele embaralhara tão lentamente que era fácil acertar. Ele levantou a cuia e… não estava lá! Olharam dentro da cabaça. Não estava mesmo. Bem, quem sabe, nesta outra? Também não. Então, tem que estar nesta última. Mas… também não estava! Ele explodiu numa sonora gargalhada. Olhou para o vento e invocou:

– Charlie!

Voltou-se para nós e mandou que recolocássemos, nós mesmos, as cabaças emborcadas no chão e as embaralhássemos. Aí levantou a primeira: a bolinha estava lá! Com um sorriso maroto levantou a segunda: também havia uma bolinha ali. Levantou a terceira: também estava lá. Outra gargalhada. E outra invocação ao vento:

– Charlie!

Mandou que puséssemos as três bolinhas sob uma só cabaça e embaralhássemos. Ficamos de olho. Ele foi direto nela. Levantou-a: não havia nada ali. Levantou a segunda: lá estavam as três. Levantou a terceira: rolaram tantas lá de dentro que depois foi impossível recolocá-las, pois não cabiam mais no mesmo espaço!

Era impossível. Não havia mangas, nem fundos falsos. Era dia claro e estávamos todos em torno dele, à frente, atrás, dos lados, com espertos olhos, observando atentamente. Pedíamos que repetisse e olhávamos todos juntos, bem de perto. Nada. O truque era mesmo perfeito.

Pegou uma bolinha e pôs na boca. Quando a retirou ela estava em chamas. Truque barato. Então soltou a fumaça que havia ficado na boca. Em seguida mais fumaça. E mais. E mais, mais, muito mais. Ficamos envoltos em fumaça saída da boca do mágico, como se ele fosse um dragão com dispepsia. Que truque poderia fazer aquilo acontecer diante dos nossos olhos?

Alguém lembrou-se de advertir:

– Cuidado com as carteiras e passaportes, que podem aproveitar o fog para fazer a limpa!

Aí, ele tirou uns pregos tortos e enferrujados de dentro da boca. A essa altura já não nos impressionávamos com isso. Mas ele começou a regurgitar uma quantidade enorme, infindável, de pregos enferrujados e secos. Sim, secos, sem um mínimo de suco gástrico. Não podiam estar vindo do seu estômago.

Depois, mandou que déssemos um nó num lenço. E que cada um puxasse de um lado para que ficasse bem apertado. Pegou o lenço numa extremidade, sacudiu-o e… o nó sumiu.

Após uma variedade de truques sofisticados, mandou que cada um de nós pensasse num perfume e em seguida friccionasse o dorso das mãos e cheirasse. Quem pensou em rosa, lá estava esse perfume. Quem pensou em jasmim, lá estava ele. Quem pensou sândalo, lá estava sândalo. Para nos precavermos contra a possibilidade de alguma hipnose coletiva, cada um cheirou a mão do outro sem saber em que perfume ele havia pensado. E constatamos: o perfume estava lá e conferia.

Sempre antes de cada fenômeno ele invocara o tal de Charlie. Então, contestamos:

– Assim não vale. Você disse que era mágico. Usando poderes paranormais e invocando o elemental Charlie, é fácil. Isso não é mágica: é siddhi.

Ele respondeu:

– Se me pagarem mais vinte rupias eu ensino o truque e aí vocês vão constatar que é ilusionismo.

Pagamos e constatamos. Era mesmo truque!

Já imaginou se um desses prestidigitadores quisesse fazer-se passar por Mestre espiritual, usando seus “poderes” para convencer as pessoas? É o que ocorre com muita frequência, tanto na Índia, quanto no Ocidente.

terça-feira, 31 de março de 2009 | Autor:

A importância do livre pensar

A liberdade é o nosso bem mais precioso.
No caso de ter que confrontá-la com a disciplina,
se esta violentar aquela, opte pela liberdade.
DeRose

Eu só permaneci no SwáSthya porque ele não violentava minha liberdade, não tolhia meu livre pensamento e não me castrava com doutrinação. Essas são questões sobre as quais não há concessão.

Mas como conciliar Liberdade com Disciplina? Como conciliar a preservação da Opinião Própria com a necessidade do aprendizado e da memorização do conhecimento?

Entendo que esses fatores são elementos de seleção. Se você tiver fervilhando em suas veias o gérmen do Yôga Pré-Clássico, não sentirá que nossa disciplina violente a sua liberdade. Contudo, se senti-lo, deve “optar pela liberdade”, a liberdade de ir-se.

Quando estivemos na escola e na faculdade, fomos obrigados a decorar centenas de nomes e de fórmulas. Quando estudei anatomia, fisiologia e cinesiologia, não tive a possibilidade de questionar com meus professores que para exercer minha profissão eu jamais precisaria saber os nomes de todos os ossos e músculos do corpo humano. Se não os decorasse, simplesmente seria reprovado e ponto final. Nosso curso é igual a todos os demais, pois ainda não existe outro meio para fazer o conhecimento entrar na cabeça do estudante.

Sempre fui contra a “decoréba”. Mas tenho que reconhecer a memorização como recurso eficiente para reter o conteúdo da matéria. Decorar por decorar não tem grande valor. No entanto, memorizar e compreender o que está sendo gravado tem seu valor inquestionável.

No questionário do livro Programa do Curso Básico, as respostas que precisam ser memorizadas ipsis litteris, estão assinaladas com as letras RP (resposta-padrão). Essas, são poucas. As perguntas e respostas foram elaboradas por diversos instrutores ao longo destes últimos trinta anos e são muito interessantes – sem mencionar que são úteis também!

 

Alexandre Montagna
 

Ótimo texto. É interessante lembrar que toda resposta padrão foi elaborada e aprimorada por diversos docentes e Mestres ao longo de muitos anos. São, portanto, as frases mais bem elaboradas para suas respectivas perguntas, daí decorar ser o melhor método*.

* Em latim, de cordis; em francês, par coeur, em inglês, by heart. Decorar é gravar com o coração. (Fonte: A força da gratidão – pújá)

konnie ciuro

muchas gracias Mestre, me ha dado una importante herramienta para utilizar con mis alumnos, siempre hay alguno que pregunta por que debe estudiar de memoria… gracias nuevamente

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