sábado, 24 de janeiro de 2009 | Autor:

Algumas pessoas me perguntam como é que tenho tempo de escrever tantos livros, revisar os livros de vários colegas (alguns estou re-re-revisando há oito anos!), redigir seus prefácios, escrever tantas cartas pessoais enviadas por correio comum, tantos informativos a ponto de os instrutores receberem até dois, três, quatro por semana, preparar contratos e estatutos, participar das reuniões do Conselho, frequentar as reuniões do Rotary, as solenidades da Academia Brasileira de Arte, Cultura e História e outras entidades, entrar oito vezes por dia no blog, viajar tanto, dar cursos e ainda conseguir dormir de vez em quando.

Bem, escrever é uma cachaça. Eu acordo, coloco o grilhão no meu tornozelo e prendo na mesa de trabalho e fico aqui dezesseis horas por dia. Por isso escritor e escravo começam com o mesmo radical em português. Na verdade, “escrever é preciso, viver não é preciso.” [Responda sem consultar o Google: a quem esta sentença está parafraseando? Acho que ninguém vai responder mesmo, pois a outra pergunta como esta que eu fiz num post do dia 21 ficou sem resposta.]

Se você quer vencer em seja lá o que for, esporte, arte, literatura, magistério, Yôga, artes marciais, ballet, piano, o que quer que seja, a dedicação tem que ser nesse nível.

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sexta-feira, 23 de janeiro de 2009 | Autor:
Extrato do nosso livro Quando é Preciso Ser Forte

A partida para a Índia

Chegado o momento certo deixei Paris e voei para Delhi. Foi um choque cultural enorme, contudo, bastante ilustrativo.

A primeira emoção foi sobrevoar o deserto de Thar. O avião voava a 900 km por hora e já havia quase meia hora de areia, às vezes clara, às vezes avermelhada, mas, por certo, sempre escaldante. Num dado momento, um oásis! Que sensação indescritível. Reagi quase como se estivesse caminhando lá embaixo, sedento. Era só um tufo de pequenas palmeiras e grama verde, mas… que imagem bonita e tão rica em vida, comparada com aquelas areias estéreis e inclementes.

Às vezes aparecia um povoado em torno de um oásis, outras vezes sem ele. Dava para enxergar as trilhas de camelos, marcadas na areia mais dura, como verdadeiras estradas, tão longas que perdiam-se no horizonte sem um cruzamento sequer. Todos já vimos isso em fotos ou filmes, mas estar ali em cima era outra coisa. Nas rarefeitas aldeias, aquela gente isolada do mundo, vivia de quê? Se não havia agricultura, água, matérias primas? Viveriam só de pastorear cabras, a um calor de 50oC de dia e 10 negativos à noite, e nunca pensaram em sair dali?

Começaram, então, a aparecer nacos esparsos de vegetação desértica, amarelada. Ao longe, uma visão inesquecível: o fim do deserto. Eu imaginava que os desertos fossem acabando pouco a pouco, com a modificação gradativa do tipo de solo. No entanto, visto lá de cima era impressionante. Aquele deserto acabava de repente, numa linha bem demarcada, onde as areias bruscamente paravam. Vegetação verde, estradas asfaltadas e uma incrível multiplicidade de vilarejos, marcava o início da, assim chamada, civilização.

O oposto dessa experiência foi um outro voo, sobre os Himálayas. O avião estava poucos metros acima das geleiras e uma senhora perguntou ao comissário de bordo, por que estávamos voando a tão pouca altitude.

– Não estamos voando baixo, madame. As montanhas é que são muito altas!

Que coisa linda! Milhares de quilômetros de montanhas cobertas de neve, enrugadas, comprimidas umas contra as outras, algumas altivas, destacando seus picos majestosos. De um lado batia o sol e do outro havia sombra, num contraste de cores enriquecido pela dinâmica da aeronave, proporcionando um espetáculo inimaginável. E saber que, tal como no deserto, não havia quase ninguém lá embaixo, a não ser o Yeti e uma ou outra aldeia encravada num vale. E estes, como será que sobreviviam ali? O ser humano é mesmo obstinado!

Em minhas viagens passei por mais uma experiência que eu gostaria de repartir com você. Já assistiu a um pôr-do-sol que não acabasse? Estávamos viajando numa direção em que acompanhávamos o sol em seu descenso. O céu ficara alaranjado e violeta em toda a extensão da linha do horizonte. O sol, vermelho, podia ser observado sem ferir os olhos e estava descendo lentamente. Dentro do avião, tudo parou para observar o crepúsculo. Exclamações de admiração e cliques de câmeras pipocando, longe de perturbar, até enriqueceram a magia do momento. Só que o “momento” não terminava! Habituados à curta duração de um fenômeno assim, visto do chão, todos a bordo comentavam a beleza que estava sendo, poder observar à vontade e ainda jantar à luz desse pôr-de-sol que durou quase uma hora.

Tudo isso move a minha gratidão à profissão de instrutor de Yôga. Se não fosse por ela, eu não teria podido viajar tanto e vivenciar experiências tão fascinantes.

Outra grande emoção foi quando os trens de aterrissagem do avião tocaram o solo da Índia. Senti-me comover. Eu estava mesmo na Índia, aquele país legendário do qual ouvira falar desde criança. A Índia dos filmes de aventura, dos contos fantásticos e dos livros de Yôga. A Índia dos faquires e dos marajás, dos elefantes e dos templos. E eu estava lá!

Dali para frente foi um misto de surpresas e decepções, alegrias e tristezas. Afinal era como devia ser, pois a Índia tornou-se conhecida como o país dos contrastes.

Primeiro, fiquei um pouco embaralhado com a confusão à saída do aeroporto. Todos os indianos são tão solícitos que um quer levar a mala, outros querem providenciar o táxi e mais uns quantos disputam para indicar o hotel. Dei azar. Aceitei a indicação do mais simpático e acabei num hotel tão distante do centro de Nova Delhi que parecia outra cidade. No dia seguinte mudei-me para um mais bem localizado e menos dispendioso. Se um dia você for a Delhi, é aconselhável ficar em algum hotel próximo a Connaught Place e Janpath Street, onde estão situadas quase todas as coisas mais importantes de Nova Delhi para o viajante: companhias aéreas, agências de turismo, o Tourist Office do Governo, restaurantes, cinemas e um variadíssimo comércio de artesanato, tecidos, roupas, estatuetas, pinturas, incenso, instrumentos musicais, henna, japamalas e tudo o que a sua imaginação nem conseguiria pressupor. Livros, não. É melhor comprá-los em Velha Delhi, na livraria Picadilly Circus.

Adorei a comida da Índia desde o primeiro instante e, como eu, todos quantos a conheceram. Além de saborosíssima, pode-se aceitar o que vier, pois o país é vegetariano e não há perigo de a comida vir com carne de boi, de peixes ou de aves. Por outro lado, se o paladar é superlativo, precisei me adaptar a um pormenor. Tudo vem hipercondimentado com gengibre, cominho, cravo, canela, cardamomo, coentro, curry e chili. Este último é mais ardido que a própria pimenta baiana. Como ainda não estava habituado a comidas tão ricas em especiarias, no segundo dia pedi uma salada de vegetais crus, pois assim, pensava eu, viriam seguramente sem tempero. De fato, recebi uma salada sem sal, sem azeite e sem tempero algum. Comecei a comer e gostei, apesar da falta total do paladar exacerbado dos condimentos. A fome é o melhor tempero. Com apetite, localizei, lá no meio, uma pequena vagem verde. Simpatizei com a cara daquela vagenzinha tão inocente. Mastiguei e engoli. Era o próprio chili! Nunca na minha vida havia tido uma sensação igual… parecia que ia morrer. Imaginei que beber ácido sulfúrico não devia ser pior. Salvou-me uma garrafa de refrigerante, que sorvi de uma só vez.

Tendo passado por esse batismo de fogo (literalmente de fogo), segui no meu curso de Índia. Nos primeiros dias, era pôr o pé na rua e constatar que mais uma falsa imagem ruía. A primeira fora a alimentação, pois os livros de Yôga, em geral, aconselham usar pouco condimento. Mas mesmo as escolas e mosteiros mais espartanos serviam a comida com um paladar bem requintado e forte. Aí, entendi: para eles, aquilo é que era pouco condimentado. A culinária ocidental seria considerada “à moda de isopor”.

Outra fantasia da nossa desinformação é supor que os indianos comuns tenham conhecimento de sânscrito. O sânscrito para o hindu é como o latim para nós. Tentei comprar um dicionário de sânscrito, mas não foi fácil encontrar. A cada livraria era o mesmo ritual: eu chegava, o livreiro vinha solícito, com um sorriso nos lábios. Porém, quando lhe pedia o dicionário, ele fechava a cara, respondia rispidamente que não tinha e virava as costas. Pensei até que tivessem alguma coisa contra o sânscrito. Depois descobri: é o jeitão do indiano. O sim, diz-se com muita amabilidade e o não, com rispidez. Faz parte da dramatização da linguagem. Após ter compreendido isso, não me aborreci mais. No nosso país é diferente. Quando precisamos dizer não, fazemo-lo com cara e voz de quem está desolado e, frequentemente, acrescentamos uma série de justificativas. Assim também já é demais.

Nós esperamos ainda que todo indiano entenda de Yôga. No entanto, um número relativamente pequeno de indianos dedica-se a essa filosofia. No Brasil temos proporcionalmente muito mais instrutores de Yôga do que na Índia, com mais de um bilhão e tanto de habitantes espremidos num território cerca de três vezes menor que o nosso.

Primeiramente, tinha que me ambientar e conhecer a cidade. Visitei templos de várias religiões (hindus, muçulmanos, sikhs, budistas, jainistas etc.), mercados, palácios, museus, ruínas, monumentos. Fui ao Memorial do Gandhi, erigido no local onde ele foi cremado. Visitei o Forte Vermelho, palco de tantas batalhas. Não podia deixar de conhecer o Qtub Minar, a torre inclinada da Índia, ao lado do qual encontra-se o poste de ferro construído há séculos, deixado desde então ao tempo e à chuva e, apesar disso, não enferruja. Essa curiosidade científica é comentada com algum sensacionalismo por Von Daniken em seu livro Eram os deuses astronautas?.

                                                           

Enfim, perfiz o indefectível roteiro de qualquer turista comum. A maioria fica por aí, dá-se por satisfeita e volta para cá cantando de galo, sem ter feito, visto ou aprendido absolutamente nada que prestasse em termos de Yôga.

Tão logo me familiarizei com o território, saí à procura dos bons Mestres. Em Delhi não fui feliz. Certamente, há boas escolas por lá, mas nessa primeira investida não encontrei nenhuma que satisfizesse as minhas expectativas. Eu dispunha de um catálogo publicado pelo Governo da Índia com os endereços de um grande número de entidades selecionadas, porém não senti empatia por nenhuma delas. Comecei então a colher indicações dos próprios indianos e verifiquei um consenso. A esmagadora maioria declarava que determinado professor era o melhor, embora seu nome não constasse do meu guia. No entanto, quando eu questionava:

– O que leva você a considerá-lo o melhor?

Todos, unanimemente respondiam:

– É porque ele vai à televisão(!).

Ora, também estou sendo seguidamente entrevistado pela TV, mas seria um demérito se o povo dissesse que sou bom Mestre somente por essa razão.

Em vista disso, preferi não conhecê-lo. Cansei de procurar na capital e decidi seguir para os Himálayas.

Aguarde a continuação: Os Himálayas

 

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sexta-feira, 23 de janeiro de 2009 | Autor:

Embora a equipe de trabalho do Gustavo Oliveira para Curitiba já esteja completa, não custa você conversar com ele e deixar o seu nome numa lista de espera de candidatos a ocupar alguma vaga que surja.

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sexta-feira, 23 de janeiro de 2009 | Autor:

Este pensamento é em homenagem aos que gostaram da idéia de trabalhar juntos para refinar a letra do nosso Hino. ♥

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sexta-feira, 23 de janeiro de 2009 | Autor:

Parabéns ao colega instrutor do Método DeRose, Gustavo Oliveira, Diretor da Unidade Vila Mariana. Com ele não tem conversa mole. Ele soube que Curitiba é uma cidade muito boa, próspera, com público inteligente e perfil. Não perdeu tempo. Foi lá e comprou uma escola. Aproveitando que já estava lá, comprou duas!

“É que achei as instalações boas, o ponto das duas é ótimo, os instrutores locais competentes e bem preparados. Além disso, as escolas já vinham com um número bom de alunos! Gostei muito dos colegas de Curitiba. Tenho a certeza de que foi um bom negócio para quem vendeu e para quem comprou.” Espero não estar distorcendo muito o param-pará. Se as exatas palavras não foram estas, passou perto.

Antes deste empreendimento, ele havia comprado a Unidade Luís Góes que estava mal das pernas e em menos de um ano reergueu-a tanto que precisou se mudar para uma casa maior. Tem uma equipe grande e contente, forma muitos novos instrutores e todos querem trabalhar com ele.

Espero que os demais sigam o bom exemplo desse administrador de sucesso, excelente colega, Diretor querido pela sua equipe, empreendedor honesto que nunca foi enrolado com dinheiro e paladino engajado com sentido de missão. Gustavo, admiro-o bastante.

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quinta-feira, 22 de janeiro de 2009 | Autor:

Eu gostaria que todos os companheiros que enviaram propostas para a letra do nosso Hino começássem a trocar figurinhas entre si, para conseguirmos uma letra digna dos maiores compositores sérios. 

Lembre-se de que é necessário haver sintaxe correta, métrica e rima. É necessário que seja uma letra nobre, refinada como a entidade e o método que ela louva. É imprescindível que insufle fibra, brio, garra, entusiasmo, ganas de lutar por algo, coragem para defender seus ideais, mas também tolerância, a fim de que no futuro não induza as pessoas ao fanatismo. É fundamental que a letra se encaixe bem na melodia a fim de que os que forem entoá-la não tenham que forçar as sílabas nos compassos.

Os colegas são estes:

Priscila de Sousa

Jacques Kopersztych

Zélia Couto e Santos

Helder Carminé

Regina Zarling

Isaac Freire

Natacha Santos

Luísa Sargento

Filipa Loureiro

Anahí Flores

Rafael Schoenfelder

Luis Régio

 

Façam contato entre si.

…………………..

Pronto, já recebemos uma resposta:

Rafael Schoenfelder
kell44@hotmail.com | 201.40.216.171

O Mestre tem toda razão , mais importante do que um belo hino é a união efetiva dos colegas .

De minha parte posso contribuir com algum conhecimento musical e melódico , já participei de bandas e gosto muito de compor canções e poesias.

Por enquanto sou praticante de Swásthya Yôga no grau de Yôgin, sendo assim será um enorme prazer cooperar com vocês nesta jornada, estou certo de que tenho muito mais a aprender do que a ensinar.

Começo sugerindo aos companheiros que baixem algum programa que grave a melodia disponível aqui no blog para seus computadores pessoais. Quem já tem o Nero instalado pode utilizar o recurso record disponível no Nero Wave Editor ou mesmo utilizar o gravador do Windows acessando pela ordem :

Iniciar , Todos os programas , Acessórios, Entretenimento , Gravador de Som.

A partir de então é só executar a melodia do site e clicar no Rec ao mesmo tempo..

Isto facilita muito para ir e voltar mais depressa nos tempos de entrada da melodia .

Dividi os tempos de entrada da letra em 4 partes :

1- Aos 9 Segundos

2- Aos 33 segundos

3- Aos 55 segundos e

4- Ao 1 minuto e 20 segundos

Estou trabalhando a partir destas 4 estrofes e tentando encaixar as letras bem em cima das frases.

Por enquanto é só , fico a disposição para cooperar com quem seja ..

Em breve postarei aqui mais uma tentativa..

Forte abraço e
Swásthya !!

Outro comentário foi este:

Jacques Kopersztych
movemment@hotmail.com | 201.19.95.60

Deveriam exister os dez comandamentos! hehehehe

Brincadeiras à parte, Mestre, lhe peço uma ajuda aqui, pois as pessoas estão tendo dificuldades para entrarem no grupo. Peço-lhe que me auxilie postando o seguinte: creio que seja necessário criar um e-mail do yahoo; e-mail do grupo: hino_yoga@yahoogroups.com ; meu e-mail pessoal movemment@hotmail.com (podem me enviar os e-mails pessoais do yahoo por aqui para que eu possa adicionar).

Agradeço-lhe muitíssimo, já percebi que essa sexta-feira será longuíssima…

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quinta-feira, 22 de janeiro de 2009 | Autor:

Fiquei feliz ao saber que os Guerreiros do Rio montaram uma programação de cursos para o ano todo e que está havendo muita repercussão e procura.

Neste próximo week-end haverá um curso no sábado e outro no domingo na Unidade Leblon, da Diretora Vanessa de Holanda. Ambos fazem parte do Programa de Aprimoramento no Método DeRose.

Parabéns, Vanessa, parabéns Guerreiros do Rio, parabéns aos que vão participar dessa louvável iniciativa.

Recebi um comentário do Bruno, acrescentando alguns dados:

Bruno Sousa
bruno.sousa@uni-yoga.org.br | 189.122.241.163

Pois é Mestre, neste fim-de-semana começamos o curso de Aprimoramento, que é prévio ao curso de Formação Profissional e se iniciará no meio do ano. Assim, os alunos chegam lá bem afiados!

Neste momento estão acontecendo as provas teóricas na Federação de Yôga no Estado, mais uma leva de alunos se tornando instrutores e de instrutores sendo reavaliados, para garantir sempre a excelência técnica que é a marca do nosso trabalho.

E na semana que vem teremos a ilustre presença do Mestre Edgardo Caramella, que participará das bancas nas avaliações práticas e, de quebra, dará dois cursos: Mantra, na sexta, dia 30, e Conhecimento Vivencial dos Ásanas, no domingo, dia 1 (este segundo para quem tem fibra, hehe!).

Ao que tudo indica, alguns instrutores virão de Sampa para aproveitar o verão no Rio de Janeiro e prestigiar nuestro querido Edgardo. Caso alguém queira participar dos cursos ou vir para o Rio para curtir o fim de semana com os swásthas locais, pode entrar em contato com as Unidades Leblon ou Copacabana.

Beijos!

Bruno

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