Algumas pessoas acham que, para ter autoridade, é preciso ser autoritário. Nada mais equivocado. A mãe que vive gritando com o filho, castigando e se descabelando, não tem nenhuma autoridade. O filho pode até ter medo dela, mas respeito, não tem. Se puder, desobedece por trás e mesmo pela frente.
O chefe que vive reclamando e dando broncas, só consegue angariar a antipatia de todos, inclusive daqueles que não foram suas vítimas… por enquanto! Só consegue deseducar a todos e fabricar uma porção de sem-vergonhas que vão dar risada pelas suas costas.
Nunca ninguém perdeu nada por ser cordial, simpático e por ajudar seus comandados. Ser afetuoso não compromete o respeito. Muito pelo contrário.
Isso não quer dizer que o líder vai deixar que as pessoas façam o que quiserem. Isso não é ser querido. É ser banana. Mas como agir quando um membro de equipe – seja ele empregado ou parceiro – desacata a sua autoridade?
Tudo é uma questão de tom de voz e de micro-contrações dos músculos faciais, que são os da comunicação interpessoal. O conteúdo também conta, mas se você disser frases lindas, queridas mesmo, porém com fisionomia de quem está se sentindo melindrado, ofendido ou constrangido, o resultado provavelmente será desastroso. A pessoa vai captar sua mensagem transmitida pela linguagem fisionômica que é muito mais eloquente do que as palavras. Todos sabem disso instintivamente, porque é fácil mentir com palavras hipócritas, mas é substancialmente mais difícil mentir com a fisionomia. Teria que ser um artista do fingimento. Há alguns, mas não são a maioria.
Logo no primeiro dia de internato, houve uma competição para medir forças e estabelecer hierarquia entre os alunos. Era uma espécie de trote, The king of the hill, que consistia em conquistar o domínio de uma rocha, derrubando quem estivesse lá em cima e, depois, não deixando mais ninguém subir.
Como o Yôga me deu um bom preparo físico, fiquei numa posição muito especial: empatei com outro aluno, tão grande que seu apelido era Gigante. Logo após, por coincidência, vi-me envolvido numa esgrima verbal com um veterano para defender um calouro menor, de quem já estavam abusando demais. Eu não sabia, mas esse veterano era considerado o chefão por ali. Como o enfrentei bem, a gurizada não quis nem saber de fazer troça com o sistema hindu que eu adotara.
Nessa noite, o chefe de disciplina, Sr. Adalberto, chamou-me na frente de todos e me admoestou severamente.
– Aqui, não queremos galos de briga – disse ele –, mas como foi para defender o colega menor, desta vez você não vai ser punido.
Pelo contrário, recebi uma recompensa e tanto: passei a ser o cabeceira, que era quem tomava conta dos que se sentassem à sua mesa nas refeições e, mais tarde, tornei-me Auxiliar de Disciplina dos alunos do internato. Depois, seria nomeado pelo Prof. Barbosa também para o externato, ganhando com isso diversas vantagens, além da motivação e da autoafirmação tão importantes naquela idade: passei a poder ir às aulas sem uniforme e a ganhar meus estudos como bolsista em troca desse trabalho.
Este homem salvou a minha vida, tanto quanto a prática da filosofia que eu professava e professo. Percebendo que minha energia poderia me encaminhar para a rebeldia, chamou-me e disse: “Percebo que você tem muita liderança. Não quer me ajudar a manter a disciplina?” Com isso, ele ganhou um aliado e eu, adolescente questionador, enquadrei-me no bom caminho.
Algumas pessoas acham que, para ter autoridade, é preciso ser autoritário. Nada mais equivocado. A mãe que vive gritando com o filho, castigando e se descabelando, não tem nenhuma autoridade. O filho pode até ter medo dela, mas respeito, não tem. Se puder, desobedece por trás e mesmo pela frente. O chefe que vive reclamando e dando broncas, só consegue angariar a antipatia de todos, inclusive daqueles que não foram suas vítimas… por enquanto! Só consegue deseducar a todos e fabricar uma porção de sem-vergonhas que vão dar risada pelas suas costas. Nunca ninguém perdeu nada por ser cordial, simpático e por ajudar seus comandados. Ser afetuoso não compromete o respeito. Muito pelo contrário. Isso não quer dizer que o líder vai deixar que as pessoas façam o que quiserem. Isso não é ser querido. É ser banana. Mas como agir quando um membro de equipe – seja ele empregado ou parceiro – desacata a sua autoridade? Na década de 1980, existia um restaurante na Av. Angélica, em São Paulo, chamado Restaurante da Tia Lúcia. A proprietária era uma suíça-alemã. Um dia, eu estava sentado à última mesa, já perto da cozinha, e escutei a Tia Lúcia passando uma reprimenda em um garçom. Nunca mais me esqueci daquela lição de liderança. Ela disse, com uma voz muito carinhosa: – Meu filho, eu já lhe disse para não fazer isso. Mas você repetiu. Tia Lúcia gosta muito de você, meu filho. Mas se você repetir isso mais uma vez, Tia Lúcia vai pôr você no olho da rua. Você entendeu, meu filho? Ela não levantou a voz, não ofendeu, não humilhou. Falou como se estivesse se dirigindo a um filho querido. Se funcionou? Talvez sim. Talvez não. Mas ela manteve a elegância. E, certamente, dormiu com a consciência tranquila. O jovem, por sua vez, compreendeu e não teve dúvidas sobre quem é que mandava ali. Se errou de novo, perdeu o emprego, mas a atitude da Tia Lúcia foi irrepreensível. Carisma e carinho começam com o mesmo radical.
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É chocante como as pessoas desconhecem o mecanismo da liderança animal! Quase todos os meus amigos me dizem a mesma frase (parece um disquinho):
– Quando fui escolher o cachorro, foi este que me escolheu. Ele veio correndo na minha direção e saltou nos meus braços!
Então, começou mal. A relação já se iniciou com o cão tomando as decisões. Se ele teve aquela atitude, deve ser um cão alfa dominante. Seu relacionamento com ele, provavelmente, vai ser de um medir forças sem trégua.
Quando fomos escolher a Jaya, ela era tão acanhada e tímida, que tive receio que fosse autista. No entanto, quando cresceu, no nosso dia-a-dia ela, passou a brincar, correr, pular, com uma energia incrível. Só que quando não queremos mais brincar, ela para na hora. É alegre e dinâmica, mas carinhosa e obediente.
Há um pequeno truque ao escolher o seu amiguinho: coloque-o no seu colo, de barriga para cima. Se ele aceitar tranquilamente essa posição, provavelmente, é cordato e dócil. Caso não se submeta e fique agitado para se virar, é possível que seja um animal rebelde.
Fora o cuidado de não escolher o cão mais hiperativo, deve-se conhecer bem os espécimens que o canil fornece e checar os ancestrais, para que não haja antecedentes de enfermidades genéticas. Verifique, também, se o canil não explora de forma cruel as fêmeas, fazendo-as engravidar seguidamente.
Por outro lado, não há nada mais lindo que salvar da morte certa os “focinhos carentes” que estão esperando por adoção nos abrigos. Se ninguém os adotar, serão abatidos sem dó nem piedade. Procure nos sites de adoção e poderá conhecer o seu futuro pet pela foto e pelo perfil que geralmente é descrito.
Assista no YouTube o vídeo completo!
youtube.com/watch?v=U52zuMlYDTo