Enviado por Fabio Azevedo: Parece que a história se repete mesmo, em que os homens mais importantes são perseguidos e injuriados até pelos seus pares ou principalmente por eles. Aconteceu com Hans Kelsen que, por suas ideias, foi combatido e teve que sair da Alemanha nazista para os EUA e que hoje é reconhecido como um dos mais importantes juristas do séc. XX, com centenas de obras publicadas, e a disciplina, Teoria Geral do Direito, sendo ensinada nas universidades de Direito do mundo, inspirada em suas ideias. Hans Kelsen (1881-1973), jurista austríaco, judeu, nascido em Praga, ao formular, em seu livro mais importante, Teoria pura do direito (1934), percebeu que estava contrariando muitos interesses de poderosos que usavam o Direito como forma de manipular as leis, a política e as pessoas, dando interpretações convenientes ao ordenamento jurídico, inclusive o nazismo. Na introdução dessa obra, Kelsen falou sobre as perseguições e reações violentas que vinha recebendo de pessoas que se opunham a uma forma mais neutra e científica de compreender e aplicar o direito, percebendo que o que ele propunha era muito mais “perigoso” que o que havia sido proposto por Galileu séculos antes: “a verdade prova o contrário e mostra com bastante clareza que até pela verdade sobre o curso das estrelas uma potência terrena se sentiu ameaçada” (p . XIV, Ed. Martins Fontes, 7° edição, 2006). Explica ele ao motivo da oposição: “Esta (a minha doutrina), além de adesões e imitações, provocou também oposição – oposição feita com uma paixão quase sem exemplo na história jurídica e que de forma alguma se pode explicar pelos contrastes de posições que nessa altura vieram à luz. Com efeito, estes baseiam-se em parte em más interpretações que, para mais, frequentemente parecem não ser completamente desprovidas de uma intenção e que , mesmo quando sejam sinceros, a custo podem justificar o profundo azedume dos adversários (…) Não foi tanto a novidade, mas antes as consequências da minha doutrina, que provocaram este tumulto na literatura.” (op. cit. pp. XI e XII) Mais adiante, escreve Kelsen: “é este o fundamento da oposição, já a raiar pelo ódio, à Teoria Pura do Direito, é este o motivo oculto do combate que lhe é movido por todos os meios. Com efeito, tal fundamento afeta os mais vitais interesses da sociedade e, consequentemente, não deixa de afetar os interesses pertinentes à oposição profissional do jurista” (op. cit. p. XII).
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Enviado pelo Alan:
Vi por acaso a história desse médico no Youtube, achei que seria interessante para essa sequência:
A diferença entre um médico e Deus é que Deus não pensa que é médico.
Reinaldo Pimenta em A Casa da Mãe Joana
Horace Wells, dentista, nasceu em Hartford, Estados Unidos, a 21 de janeiro de 1815. Em 1844 percebeu que o óxido nitroso, o “gás hilariante” tinha propriedades anestésicas. Ele era utilizado popularmente em shows e feiras por produzir o riso incontrolado, por isso era chamado “o gás do riso”. Bem, já começamos mal. Esse gás não tinha lá uma fama de coisa séria! No entanto, Wells notou que uma das pessoas se ferira enquanto usava o gás e não sentiu a dor como seria natural.
Começou a utilizar o óxido nitroso em sua clínica com grande sucesso. Imagine que até então, todos os procedimentos odontológicos eram feitos a frio! Um dentista que tratasse os pacientes sem dor, seria mesmo uma revolução. Então, Wells cometeu a ingenuidade de querer fazer uma demonstração científica no Massachusetts General Hospital. Ocorreu que o gás não fez efeito no sujet e Horace Wells foi ridicularizado e saiu dali escorraçado por entre insultos e chacotas. Alguns historiadores da medicina acham que ele utilizou menos gás do que o necessário, mas outros afirmam que o experimento teria sido sabotado pelos próprios médicos que não queriam admitir o mérito do dentista.
Depois de sofrer sucessivas humilhações, difamação e falta de reconhecimento por sua descoberta, Horace Wells, falido, foi preso em New York e suicidou-se na cadeia. Em seguida a Societé Medical de Paris reconheceu publicamente o mérito da sua descoberta. Tarde demais. Ele não estava mais vivo para desfrutar o reconhecimento.
Documentação complementar: leia o livro História sinóptica da anestesia, de Amedeo Bobbio, São Paulo, 1969.
Se você conhecer outros casos semelhantes, por favor, informe-nos. Obrigado.
Antigamente queimavam os hereges com lenha.
Agora, queimam-nos com jornais.
DeRose
Helena Petrovna Blavatsky, uma sensitiva com dons paranormais, foi quem fundou a Sociedade Teosófica. Sofreu tão pavorosas perseguições e difamações, que fez publicar o seguinte anúncio no jornal New York World, em 6 de maio de 1877:
“Desde o primeiro mês de minha chegada a New York comecei, por motivos misteriosos, mas, talvez inteligíveis, a provocar ódio entre aqueles que pretendiam ser dos meus melhores amigos e manter comigo boas relações. Informações aleivosas, insinuações vis e indiretas pouco elegantes choveram sobre mim. Mantive silêncio por mais de dois anos, embora a menor das ofensas que me lançaram fosse calculada para excitar a repugnância de alguém com o meu temperamento. Consegui livrar-me de um número regular desses varejistas de difamações, mas, achando que estava atualmente, sofrendo na estima de amigos cuja boa opinião me é valiosa, adotei uma política de auto-exclusão.
“Por dois anos, meu mundo esteve restrito ao apartamento que ocupo, e dezessete horas por dia, em média, estive sentada à secretária, tendo os livros e manuscritos por únicos companheiros.
“Sou uma velha e sinto necessidade de ar fresco como qualquer pessoa, mas minha aversão por esse mundo, caluniador e mentiroso, que se acha fora das fronteiras dos países incivilizados e pagãos foi tal que, em sete meses, creio ter saído de casa apenas três vezes. Contudo, nenhum retiro é seguro bastante contra os caluniadores anônimos que se valem do serviço postal. Cartas inúmeras foram recebidas por amigos leais, contendo as calúnias mais imundas contra a minha pessoa.
“Por várias vezes fui acusada de alcoólatra, embusteira, espiã russa, espiã anti-russa, de não ser russa, de aventureira francesa, de ter estado em cárceres destinados a ladrões, de ter assassinado sete maridos, de bigamia etc. Outras coisas poderiam ser mencionadas, mas a decência não permite. Desafio qualquer pessoa em toda a América a vir provar uma só das imputações contra minha honra. Convido qualquer pessoa de posse de tais provas a publicá-las nos jornais, sob sua assinatura.“
Não é preciso dizer que ninguém assumiu a autoria das difamações. Blavatsky não foi a primeira nem a última a sofrer esse tipo de agressão. Foram incompreendidos, perseguidos, atacados, insultados, difamados seres de luz como Galileu Galilei, Charles Darwin, Giordano Bruno, Santos Dumont, Marcellino de Sautuola, Miguel Servet, Sigmund Freud, Carl Gustav Jung e tantos outros.
Blavatsky nem sonhava com o que conseguiriam fazer cem anos depois os inimigos da Luz para implantar as trevas.
Arrow – o desafio
Sinopse do filme – No Canadá, um empresário de sucesso consegue projetar e fabricar, na década de 50, um avião, Avro Arrow, que atingia a incrível velocidade de duas vezes e meia a velocidade do som e uma altitude de 35.000 pés! Era indiscutivelmente o melhor avião de combate jamais construído em todo o mundo. No entanto, por inveja e politicagens, os inimigos do empresário, para prejudicá-lo, conseguiram passar uma lei que interrompia a fabricação da aeronave. Quando a fabricação foi proibida pelo Governo, chegou a notícia de que a França fizera um pedido de 400 unidades das turbinas do Arrow e os Estados Unidos queriam comprar todos os aviões disponíveis. Diante disso, a anta do Primeiro Ministro declarou que iriam fazer papel de idiotas perante o mundo se a França e os Estados Unidos tivessem o melhor caça jamais construído e eles, canadenses que o construíram, não o possuíssem. Então, recusou-se a vender àqueles dois países e deu ordens de que destruíssem todos os aviões, arquivos, filmes, fotografias, pesquisas, projetos, documentos, qualquer coisa que pudesse atestar a existência de semelhante aeronave. O empresário que projetou e construiu o Arrow morreu na miséria poucos anos depois da falência. Inacreditável? Pois é uma história real.
Este é de um documentário da rede CBC:
Esse aqui eu acho que é do filme que você indicou no Yôga Cine. Não sei também se fizeram um outro com o mesmo nome.
Esse outro também é do filme:
Aliás nunca consegui encontrar esse filme em locadoras.
Mais filme
Avro Arrow (CF105) Tribute
Há ainda outros videos. Digite”avro arrow” no youtube.
abraços
Texto inspirado em um artigo da revista Superinteressante.
Todos os dias da minha vida eu bendigo a santa alma que inventou o ar condicionado. E, todas as vezes que tiro algo geladinho do refrigerador, agradeço ao iluminado que inventou essa máquina maravilhosa. Na verdade, foi a mesma pessoa e tudo começou como uma invenção só.
O nome desse benfeitor da humanidade é John Gorrie, devotado médico estado-unidense que passou boa parte da vida interessado em melhorar as condições dos doentes. Em 1838, ele teve a idéia de pendurar sacos de gelo nas dependências do seu hospital para tornar mais ameno o ar que os pacientes respiravam. Acontece que era difícil conseguir gelo e o preço, exorbitante.
Nessas circunstâncias Gorrie, impulsionado pela necessidade, teve um lampejo de genialidade e inventou uma máquina capaz de fabricar gelo. Dela surgiram a geladeira e o ar condicionado. Hoje, praticamente, não há uma casa no mundo que não tenha uma geladeira. Na maior parte dos países civilizados, quase todos os escritórios, residências e automóveis contam com o conforto do ar condicionado. Além do conforto que proporcionou ao gênero humano, sua invenção salvou muitas vidas. E o que John Gorrie ganhou com isso?
O jornal The New York Times foi contundente em sua crítica: “Existe um excêntrico na cidade de Apalachicola, Flórida, que pensa poder fazer gelo tão bem quanto Deus Todo-Poderoso.” Imagine o efeito devastador que um comentário intolerante desses, instilado em plena provinciana e preconceituosa sociedade do século XIX, pode ter tido na vida profissional e na reputação do cientista.
O abençoado médico, a quem eu agradeço todos os dias em minhas preces, morreu difamado, desacreditado, amargurado e pobre em 1855.
Se você conhecer outros casos semelhantes, por favor, informe-nos. Obrigado.
Desde bem jovem o cientista Graham Bell começou a trabalhar no projeto que o imortalizaria: o telefone. E, como sempre acontece, pagou caro por isso.
Bell queria casar-se com uma jovem. Certo dia o pai da donzela mandou chamar o pretendente à sua casa e humilhou-o de todas as formas, acusando-o de ser um vagabundo, dizendo que não trabalhava, que não tinha futuro, que era um João Ninguém e que se persistisse com a intenção de casar-se com sua filha, deveria abandonar aquelas idéias malucas de inventar um tal de telefone e arranjar um emprego.
Graham Bell não podia perder tempo com emprego, já que agasalhava um ideal muito maior. Ele tinha objetivo e sabia o que queria. Sabia que era possível transmitir a palavra pelos fios telefônicos, coisa tida na época como quimera. Ele sofria muita necessidade, passava muita fome e não tinha roupas decentes para cortejar sua eleita. Às vezes, alguma boa alma o convidava para jantar e isso era o que o mantinha vivo.
Trabalhando dia e noite, certo dia conseguiu fazer o telefone funcionar. Aquele jovem acabara de inventar o aparelho de comunicação que um século depois estaria em todas as residências e empresas do mundo! Mas… o inesperado ocorreu. Um concorrente invejoso, querendo para si os direitos da descoberta, conseguiu convencer a opinião pública de que Graham Bell era um charlatão e o legítimo inventor do telefone foi processado. Durante o julgamento foi insultado e ultrajado. Os jornais o chamaram de vigarista e charlatão. Ele foi coberto de vergonha e exprobração.
Como consolo, no final de muito sofrimento, Graham Bell ganhou a questão judicial e teve o seu nome limpo.