segunda-feira, 10 de outubro de 2011 | Autor:
Enviado por Alê Filippini – Unidade Alphaville / SP

Da inteligência canina – UMBERTO ECO

CRÔNICA

Quando o cão elabora um plano complexo

RESUMO Um fait-divers recentemente publicado na imprensa italiana, sobre um cão que dá prova de sagacidade numa situação de grave perigo para sua dona, suscita reflexões sobre a inteligência dos cachorros, assinalada por autores da Antiguidade clássica, como Plutarco, Plínio e outros.

UMBERTO ECO
tradução MAURÍCIO SANTANA DIAS

UMA SENHORA que estava catando cogumelos com uma amiga é picada por uma vespa, tem um choque anafilático, para de respirar, a amiga telefona para a emergência, mas o socorro demora a chegar porque as duas mulheres estão em um bosque muito cerrado e é difícil localizá-las.
Então Queen, o cachorro (mas imagino que fosse uma cadela) da amiga, em vez de ficar ali, como o instinto recomendaria, ganindo e lambendo a mão da moribunda, parte feito um raio, atravessa o bosque, encontra a equipe de resgate e a conduz até o lugar certo.
Como Danilo Mainardi comenta no “Corriere della Sera” de 21 de agosto, não estamos diante de um simples comportamento instintivo: estamos diante de um comportamento “inteligente”, em que o cão não responde ao comando do instinto (não se afastar do ferido), mas elabora “um plano complexo, que abrange até a coparticipação de outros indivíduos”.

RACIOCÍNIO O caso -e os comentários de Mainardi- evocam uma literatura antiquíssima e vasta sobre as capacidades de raciocínio dos cães. Um dos textos que mais influenciaram essa tradição é a “História Natural” (77 d.C.) de Plínio, que trata da fala dos peixes e dos pássaros e discorre amplamente sobre a inteligência canina, cita um cachorro que reconhecera entre a multidão o assassino de seu dono e, com seus latidos e mordidas, o forçou a confessar o crime, ou ainda o cachorro de um condenado à morte que uivava dolorosamente e, quando um espectador lhe jogou uma comida, ele a levou até a boca do morto; quando o cadáver foi atirado no Tibre, ele também se jogou e nadou, tentando sustentá-lo.
Mas a discussão filosoficamente mais interessante já tinha ocorrido pelo menos três séculos antes, em um debate entre estoicos, acadêmicos e epicuristas. No âmbito da discussão estoica desponta um argumento atribuído a Crisipo, que será retomado e popularizado quase cinco séculos depois por Sexto Empírico.
Sexto considerava que os cães fossem capazes de raciocínio lógico, e a prova disso era que um cão, após chegar a um trívio e reconhecer pelo faro que a presa não tinha seguido por duas das estradas, imediatamente envereda pela terceira sem nem farejar. Com efeito, o cão teria formulado de algum modo o seguinte raciocínio: “A presa seguiu por esta estrada, ou por essa, ou por aquela; ora, a estrada não é esta nem essa; então só pode ser aquela” (o que seria um exemplo de raciocínio conhecido como “quinto indemonstrável”).
Além disso, Sexto lembrava que os cães possuem um “logos” porque sabem arrancar espinhos do corpo e limpar as feridas, porque mantêm imóvel a pata doente e identificam as plantas que podem aliviar a dor.
Quanto a uma linguagem animal, é verdade que não compreendemos os sons emitidos por eles, mas tampouco entendemos os sons emitidos por bárbaros, os quais no entanto falam; e os cães certamente emitem sons diversos em situações diferentes.
PLUTARCO Poderíamos continuar citando o “De Sollertia Animalium” (sobre a astúcia dos animais), de Plutarco, no qual se diz que, de fato, a racionalidade animal é imperfeita se comparada à humana, mas que essas diferenças também ocorrem entre seres humanos; e em outro diálogo, “Bruta Animalia Ratione Uti” (os animais usam a razão), a quem contestasse que seria demasiado atribuir a razão a seres que não têm uma noção inata da divindade, Plutarco responderia recordando que entre os seres humanos também existem os ateus.
Em “A Natureza dos Animais”, de Eliano, além dos argumentos já vistos, são citados exemplos de cães que se apaixonam por seres humanos. No “De Abstinentia” (da abstinência), de Porfírio, os argumentos em favor da inteligência animal servem para sustentar uma tese “vegetariana”. Todos esses temas serão retomados de várias maneiras na era moderna, até nossos dias.
Mas paremos por aqui: ainda que não se consiga definir bem a inteligência canina, deveríamos ser mais sensíveis a esse mistério. E, se for muito difícil virar vegetariano, pelo menos que donos menos inteligentes que eles não abandonem seus cães nas estradas.

[ Reply ]

Muito bom, Filippini. Muito bom, mesmo!

terça-feira, 22 de março de 2011 | Autor:

Ajuda Humanitária para as vítimas do terremoto e tsunami do Japão

Todos podemos ajudar. O Governo do Brasil enviou uma doação de meio bilhão de dólares de ajuda. Enquanto a maior parte dos países estava retirando do Japão os seus diplomatas, o Brasil enviou diplomatas para auxiliar os brasileiros que lá se encontram.

E você? Quer ajudar?

É fácil. A Cruz Vermelha está recebendo doações em dinheiro. Como sabemos, essa é uma entidade honesta, portanto, vamos fazer qualquer doação. Não ache que é pequena demais, pois somada às outras fará volume.

quarta-feira, 7 de abril de 2010 | Autor:

Mestre querido.
Como todos já devem saber as chuvas intensas aqui no Rio fizeram estragos… gostaria de divulgar esta mensagem com a egrégora e os leitores do blog.
Beijinhos e obrigada!
Mel – Copacabana

Solidariedade com os desabrigados no Rio
A Prefeitura começou. nesta terça-feira, dia 6, uma Campanha de Arrecadação de Donativos para auxiliar a população desabrigada após as fortes chuvas que atingiram a cidade do Rio de Janeiro na madrugada da segunda-feira. A intenção é arrecadar colchonetes, alimentos não-perecíveis, água, além de roupas para serem doados aos mais de 2.000 necessitados.

Ao todo, dez unidades da Guarda Municipal receberão os donativos. Para facilitar isso as escolas do Método DeRose no Rio receberão esses donativos e entregarão no posto mais próximo: basta chegar a uma das nossas escolas para encaminhar a sua colaboração.

Copacabana – Av. Nossa Senhora de Copacabana, 583 / 306 2255-4243

Downtown – Av. das Américas, 500 Bl. 9, Cob. 311 – Barra da Tijuca – 2493-2585

Leblon – R. Dias Ferreira, 259 – Cob. – 2259-8243

Contamos com a sua ajuda!
Obrigado,
Equipe do Método DeRose no RJ
http://www.MetodoDeRoseRJ.com
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