sexta-feira, 21 de agosto de 2009 | Autor:

Renata Andrade

É Mestre mais difícil do que ensinar é conseguir espargir o que aprendemos para um número expressivo de pessoas.

Mas graças ao trabalho desses que conseguem disseminar nossa cultura o Método DeRose é cada vez mais reconhecido e enaltecido mundo a fora. Recentemente tive uma experiência muito prazerosa. Estava numa consulta com a minha dermatologista e ela me perguntou qual era minha profissão e eu cai no erro de falar que era instrutora de Yôga. Pela sua reação pude perceber que na cabeça dela passaram-se mil pensamentos deturpados sobre o Yôga, coisas que não tem realmente a ver com o Yôga que professamos. Foi quase que uma reação de indiferença e até desprezo. Continuando a consulta tive a oportunidade de dizer que eu dava aula numa unidade do Método DeRose e então ela parou de escrever, olhou para mim com uma cara de orgulho e disse: Puxa, que legal. Método DeRose é muito sério.

Beijo grande e até o Fest-Yôga!!!

jmf

Olá, com licença!
Eu sou nova no Método DeRose, passei pela graduação ao grau de sádhaka há menos de um mês, mas já me sinto parte de algo grande e importante para mim. E nesse pequeno intervalo já tive o desprazer de ouvir pessoas falando mal do que elas acham que é o que fazemos aqui. Contudo, em menos de 5 minutos de conversa todas elas assumiram estar falando sem conhecimento de causa sempre no “me disseram, ouvi dizer…”. Uma dessas pessoas, minha amiga mais próxima, estava falando muitas bobagens que teria ouvido de uma tia que achava que conhecia o método. Quando perguntei se alguma delas duas já havia frequentado alguma prática, lido um livro sequer ou ao menos uma entrevista do mestre, adivinhem a resposta???!! NADA!!!
Contudo, desse desprazer veio o prazer de passar a experiência de quem está em contato com o método, contar como realmente é, mostrar meu sorriso sincero e acabar de vez com as lendas absurdas que surgem naquelas cabecinhas desinformadas!
Forte abraço a todos,
Juliana Machado (Unidade Vila Oímpia)

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segunda-feira, 6 de julho de 2009 | Autor:

Isso não é mérito algum. É puro prazer. Há pessoas para quem a satisfação reside em não fazer nada nos fins-de-semana (e, se possível, nos outros dias também). E há os que se divertem bastante trabalhando, realizando e construindo. Desde 1974, quantos cursos tive que dar em meio a crises de qualquer coisa, afinal, se nosso corpo é uma máquina, é natural que vez por outra ocorra alguma falha mecânica. Assim, já estou acostumado a dar cursos em meio a problemas. Nestes trinta e cinco anos viajando, várias foram as vezes em que sai do hospital para a sala de aula ou para o estúdio de televisão dar uma entrevista. Ou vice-versa!

Uma coisa é certa: as técnicas do Método me salvaram a vida várias vezes. Nos primeiros dez anos de viagens, eu as fazia em ônibus interestaduais porque as passagens aéreas eram muito caras naquela época – ou eram caras para mim. Comendo em rodoviárias e restaurantes de estrada, mais de uma vez sofri intoxicação. E foi o dhauti kriyá que me ajudou. Aplicando essa lavagem estomacal e entrando em jejum pude minimizar a gravidade das ocorrências. Desta vez, estou em meio-jejum há 48 horas. “Meio-jejum”, porque estou tomando chás e, a partir das 48 h, suco de uva. Para mim foi ótimo, pois eu estava mesmo precisando queimar as reservas de inverno. Creio que baixei um ou dois quilinhos.

Sobre trabalhar nos fins-de-semana, não compreendo quando um profissional que diz querer subir na vida dá-se ao luxo de parar sábado e domingo. Isso é uma sequela da síndrome de empregado, que fim-de-semana quer parar, pois continua ganhando para ficar em casa e porque o que faz não lhe dá prazer: trabalha por dinheiro. Nós trabalhamos por satisfação, motivação, arte e Karma Yôga.

Espero que nunca me aposente. Aposentar é uma palavra parecida com entrevar, já que aposento designa um cômodo da casa. Podemos adaptar o tipo de trabalho e o ritmo. Eu hoje não trabalho no mesmo ritmo de vinte ou trinta anos atrás. Atualmente, estou muito mais dinâmico! Nunca produzi tanto, nunca estudei tanto, nunca escrevi tanto, nunca dei tantos cursos, nunca viajei tanto, nem para tantos países. Se isto continuar acelerando nesta proporção, mal posso imaginar como estarei aos 90 ou 120 anos.

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segunda-feira, 22 de junho de 2009 | Autor:

Lembro-me do meu pai. Era um homem simples, mas, como toda a gente da aldeia, vivia feliz. Devia ter uns trinta anos de idade e já estava bem consumido pelo trabalho na lavoura, pelo sol inclemente e por alguns acidentes. Havia perdido um dedo cortando lenha. Por sorte, a ferramenta era de cobre e partiu-se antes de decepar os outros dedos. Mancava um pouco por ter sido mordido no pé por um bicho peçonhento que ele não chegou a ver. Só sentiu a dor da picada e ficou dias de cama com febre. Quando se recuperou, seu pé estava endurecido como uma pedra e havia perdido o tato. Contudo, os dentes fortes constituíam seu orgulho. Gostava de sorrir por qualquer razão, pois era pretexto para mostrar que não havia perdido nenhum dente, coisa rara naquela idade avançada. Os únicos que passavam muito dessa idade eram os sábios que viviam e se alimentavam de outra forma e jamais executavam trabalhos braçais sob o sol e a chuva, nem estavam sujeitos aos ataques dos animais selvagens. Certa vez, conheci um sábio ancião com suas longas barbas brancas, símbolo da sabedoria que lhe permitira atingir tão dilatada longevidade. Acho que tinha o dobro da idade do meu pai.

Nunca vi meu pai zangado com coisa alguma. A única vez em que ele começou a ficar mais sério por causa de uma disputa com um vizinho sobre a propriedade de umas frutas, minha mãe colocou a cabeça dele em seus seios, acariciou seus longos cabelos muito negros e disse-lhe:

– A árvore está plantada fora do nosso terreno e fora do dele. Você plantou a árvore quando nosso primeiro filho nasceu. Mas quando ele faleceu, você não cuidou mais dela. O vizinho cuidou da árvore a partir de então e acha que tem direito sobre ela. Nós temos sido muito amigos desde que nos conhecemos, e ele nos ajudou e nós o ajudamos muitas vezes. As frutas que caem da árvore não podem ser motivo de conflito. Percebi que ele aprecia nossas flores. Amanhã vou me oferecer para plantar umas mudas no terreno dele e vocês fazem as pazes.

Meu pai começou a sorrir e beijar o colo da minha mãe. Logo estavam se amando como duas crianças. É que no lugar onde passei minha infância, os adultos não escondiam dos filhos os seus atos de amor. Por outro lado, meninos e meninas brincavam livremente e faziam suas descobertas sob o olhar benevolente e carinhoso dos mais velhos. Nossa civilização era alicerçada na liberdade e achávamos que todas as experiências prazerosas deveriam ser saudáveis, e nós as cultivávamos. As dolorosas deveriam ser prejudiciais e nós as evitávamos. Nós e todos os animais à nossa volta tínhamos a mesma opinião.

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segunda-feira, 22 de junho de 2009 | Autor:

Comíamos muitos cereais, raízes, frutas e hortaliças, ovos, leite, coalhada, queijo e manteiga. Algumas tribos do noroeste alimentavam-se também de peixes, mas na nossa região considerávamos primitivismo agarrar um animal, ave ou peixe, matá-lo brutalmente e devorá-lo como fazem os mais selvagens predadores.

Nós nos afeiçoávamos às cabras e búfalos, mas não conseguíamos sentir afeição pelos tigres que matavam e dilaceravam nossos animais e parentes. A maior parte das famílias já havia perdido pelo menos um ente querido morto por algum animal carnívoro. Não podíamos descer ao mesmo nível animalesco dessas feras.

Como observávamos muito a natureza à nossa volta, percebíamos que os animais vegetarianos eram amistosos e podiam ser amansados a ponto de trabalhar conosco; e os deixávamos dormir ao nosso lado sem perigo de sermos atacados por eles no meio da noite. Nenhum animal carnívoro pôde ser domesticado para trabalhar para nós, para ser montado ou para puxar uma carroça. Somente o cão se afeiçoou ao homem e, mesmo assim, não nos dava leite nem puxava nossos arados e só servia para a guarda, muitas vezes representando perigo para nossos vizinhos.

Notamos também diferenças entre as tribos, que podiam ser atribuídas aos hábitos alimentares. O corpo dos que não abatiam animais para se alimentar de suas carnes mortas era mais saudável, a pele bonita e macia, o semblante apaziguado e amistoso. Os do noroeste, além de serem fisicamente mais rudes, quando algo os desagradava aceitavam tranqüilamente sangrar o desafeto, pois estavam habituados a derramar sangue dos animais.

Nossas comidas também eram mais saborosas e aromáticas. Certa vez provamos da comida feita por um clã nômade que nos visitara. Às carnes, é claro, tivemos repulsa e não admitimos colocá-las na boca, até por uma questão de higiene. Mas alguns vegetais que as acompanhavam, aceitamos. Não tinham gosto de nada. Era como se eles achassem que comida era a carne, e que esta não precisava de temperos. O resto não merecia nenhum cuidado especial. Quando lhes oferecemos nossos vegetais preparados em fornos, com leite e manteiga, condimentados com ervas e sementes aromáticas, largaram de lado a deles e preferiram a nossa comida. Também nos pareceu que não conheciam a arte de fazer pão, pois, sendo nômades, não plantavam os cereais e, assim, davam preferência à caça e à pesca.

Tínhamos vários tipos de pão, cada qual com uma seleção de grãos e ervas, e com um formato diferente. Porém, era sempre pesado e duro. Quando perguntei à minha mãe se não podia ser mais macio, ela riu, fez uma careta e não me respondeu. Fiz-lhe outra careta e continuei mastigando meu pedaço de pão. Mais tarde, descobri que podia deixá-lo um pouco no leite e conseguia a maciez desejada.

Uma iguaria que preparávamos era uma combinação de grãos, deixados de molho em água e ervas aromáticas durante a noite. No verão, comíamos esse prato cru, acompanhado de coalhada. No inverno, o cozinhávamos e nos servíamos dele ainda fumegando.

Nossa família tinha um carinho especial por um arbusto que dava umas sementes redondas, escuras e brilhantes, que eram moídas e guardadas para serem adicionadas a algumas receitas. Além de perfumar o alimento e enriquecer o sabor, dizia-se que tinha a propriedade de aumentar a energia para o trabalho e evitar doenças.

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sábado, 20 de junho de 2009 | Autor:

Em 1974, antes de fundar a Uni-Yôga, eu andava muito entristecido com minha equipe de trabalho. Tenho uma política de não descartar pessoas. Gosto de equipes antigas, amigos antigos, roupas velhas e sapatos que já façam parte da história da minha vida. Não gosto de mudar de casa, nem de mudar os móveis de lugar. Nesse aspecto sou conservador. Acontece que, às vezes, quando os comandados percebem isso, abusam. É como se pensassem: “faça eu o que fizer, ele não vai me afastar, então, farei o que bem entender e não o que ele determinar.” O fato é que naquela época eu tinha uma equipe de sete jovens instrutores e quando viajava para dar cursos, ao retornar a casa estava de pernas para o ar. Alunos me telefonavam para reclamar que vieram praticar e a Unidade Copacabana estava fechada. Outros queixavam-se que o instrutor sistematicamente atrasava-se e, quando aparecia, estava em trajes de praia e cheio de areia, o que demonstrava sua irresponsabilidade. Com isso, perdíamos alunos aos borbotões e a minha equipe cultivava uma péssima imagem para o meu nome.

Uma certa quantidade de livros era deixada para que fossem fornecidos a quem os procurasse. Quando eu voltava de viagem e perguntava por eles, ninguém sabia. E o dinheiro da venda? Sumira! Ninguém assumia a responsabilidade. E sob tal panorama desolador, ainda ocorria um clima de insatisfação e insubordinação!

Pelos padrões atuais, você já deve estar se perguntando como é que alguém podia admitir um comportamento daqueles. Pois leve em consideração que eu era quase quarenta anos mais jovem, menos experiente e ainda passávamos pela fase lisérgica em que a humanidade estava protestando paz e amor, a anarquia era modismo no mundo ocidental e a autoridade execrada. Ainda mais no Brasil, pois vivíamos a nefanda ditadura militar. Eu achava que não tinha o direito de mandar em ninguém, nem o de afastar um instrutor e muito menos selecionar os candidatos à prática do Yôga.

Um dia em que eu estava muito acabrunhado com o comportamento de instrutores e alunos, precisei ir ao banco fazer um depósito (na época era o Diretor quem o fazia). Ao entrar, tive um insight. Vi todos os funcionários trabalhando felizes e competentes. Sorriam e gracejavam uns com os outros, eram cordiais com os clientes, pontuais na chegada, jamais sumia dinheiro, raramente faltavam e, se precisavam faltar, eram descontados nos honorários. Se cometiam algum erro, eram humilhantemente repreendidos e, se reincidissem, eram demitidos com a justificativa desabonadora na carteira de trabalho. E estavam todos lá, lutando pelo empreguinho, ganhando um salário de fome, com patrão intolerante, relógio de ponto, responsabilidade exasperante e liberdade zero.

Por outro lado, na minha instituição ninguém era empregado, todos eram membros da diretoria, todos eram tratados com carinho e com respeito, tinham liberdade máxima, flexibilidade de horários, ganhavam bem e retribuíam agindo mal… e ainda estavam descontentes!

Fiquei tão triste que não prossegui no objetivo da minha visita ao banco. Sentei-me numa poltrona e fiquei observando o trabalho dos funcionários. Pouco a pouco fui me concentrando tanto no objeto da minha observação que entrei em meditação. No processo da meditação podem ocorrer percepções de diferentes manifestações. Naquele dia, tive a percepção de um Jardineiro cuidando do seu jardim e arrancando as ervas daninhas, deixando que ficassem somente as flores que plantara.

Ao presenciar aquilo, questionei a cena. Com que direito ele estava decidindo qual podia e qual não podia viver? Algumas daquelas ervas daninhas podiam ser muito úteis na cura de enfermidades! Nisso o Jardineiro, sem se virar para mim, continuou o seu trabalho e disse:

– Eu não estou impedindo que vivam. Só não permito que vivam no meu jardim. Aqui elas impedem as flores de se desenvolver.

Quando escutei aquilo, compreendi imediatamente onde estava o meu erro. Levantei-me, deixei o depósito para lá, voltei para a sede de Copacabana e reuni a equipe para colocar as novas diretrizes. Na minha frente, todos concordaram. No entanto, quando fui para a sala da diretoria, escutei lá fora uns sussurros em clima de insurreição:

– O que é que nós vamos fazer?

– Nada. Vamos continuar como sempre fizemos.

– É. O De é legal.

– Verdade, ele não vai cumprir a ameaça de nos afastar.

– Claro. E além do mais ele precisa da gente.

Foi a gota d’água. Sai da minha sala e lhes disse:

– Para mostrar que estou falando sério e que não preciso de ninguém, vocês estão todos dispensados.

– Mas De, quem é que vai dar aula para os nossos alunos? E quem vai cuidar do Instituto quando você estiver viajando para dar cursos?

– Não preciso de vocês, nem quero na minha casa os alunos que vocês deseducaram. Aluno de instrutor indisciplinado é indisciplinado e meio. Chega de insubordinação.

E assim coloquei ordem no galinheiro, eliminando todos os focos de indisciplina. Dispensei todos os instrutores e alunos, fechei a sede, fiz uma reforma para ajudar na mudança de egrégora e reabri sem comunicar aos antigos.

Ao longo da minha vida tive que repetir algumas vezes atitudes dramáticas como essa e sofri bastante com isso, pois tive que violentar minha natureza conciliatória e mostrar pulso firme. Mas os resultados compensaram.

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terça-feira, 2 de junho de 2009 | Autor:

Recebi um cartão muito meigo no final do Fest-Yôga. Reproduzo o texto:

“Mestre, entrego-lhe este cartão como retribuição pela minha alegria sincera que senti por ter tido a oportunidade de participar desta festa maravilhosa.

Até que enfim! Foram três anos de espera que valeram a pena, dos meus 15 anos até a maioridade.

[Explicação: não é permitido a menores de idade participar do Festival.]

Tomara que para você tenha sido tão bom quanto foi para mim.

Já disse e repito, o senhor é O Cara, Mestre.

Muitos beijos cheios de satisfação.

Camilla Monteiro – Unidade Alphaville.”

São manifestações assim que recompensam por todo o trabalho e por todas as decepções.

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terça-feira, 26 de maio de 2009 | Autor:

Ela relatou que o Marcelo Tessari está fazendo um trabalho incrível em Manhattan. Disse que ele postou um comentário com vídeo, mas esse, por qualquer razão, não entrou.

Marcelo também se dispõe a receber em casa interessados em hospedar-se, a um custo irrisório, considerando-se os altos preços dos hotéis na Big Apple. Isso é interessante para os nossos instrutores e alunos que estejam interessados em passar alguns dias por lá.

Marcelo, insista com o vídeo, pois estamos curiosos!

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