Muitos migram para o SwáSthya Yôga, deparam-se com o ashtánga sádhana e ficam perplexos. Frequentemente, após o choque da primeira aula, repetem a mesma frase:
– Em anos de yóga não aprendi tanto quanto nesta primeira aula de SwáSthya!
E isso porque só conheceram o ády ashtánga sádhana, a nossa prática mais elementar. Depois vêm outros mais adiantados: o viparíta ashtánga sádhana, o mahá ashtánga sádhana, o swa ashtánga sádhana, o manasika ashtánga sádhana etc.
Como o SwáSthya Yôga pode ser tão completo? Ele é prodigiosamente global por tratar-se de um proto-Yôga integrado, Yôga pré-clássico, pré-vêdico, pré-ariano. Yôga original, resgatado diretamente de seu registro akáshico. Do Yôga Pré-Clássico, nasceram todos os demais e por essa razão ele possui os elementos constitutivos dos principais e mais antigos ramos de Yôga. SwáSthya é o nome do próprio Yôga Pré-Clássico após a sistematização. Por isso é tão completo.
Certa vez, um aluno perguntou-nos se havia alguma literatura que explicasse o motivo pelo qual o nosso método era tão rápido e eficiente. Indicamos o livro Kundaliní Yôga, do Swámi Shivánanda, página 86 da segunda edição do Editorial Kier. Em poucas linhas o escritor hindu nos proporciona uma excelente elucidação, quando diz:
“Os hatha yôgins o conseguem mediante a prática de pránáyáma, ásana e mudrá; os rája yôgins, mediante a concentração e o treinamento da mente; os bhaktas, por devoção e entrega total; os jñánis, mediante o processo analítico da vontade; e os tântricos, mediante mantras, bem como pelo kripá guru (a graça do Mestre) por imposição das mãos, a fixação do seu olhar ou o mero sankalpa.”
Um método detentor, simultaneamente, de todos esses recursos e outros mais, como se denominaria um Yôga assim tão completo?
Seu nome é SwáSthya Yôga, sistematizado a partir de 1960 baseado no Dakshinacharatántrika-Niríshwarasámkhya Yôga, hoje tido como extinto.
Outras técnicas
Independentemente das diversas gradações de ashtánga sádhana ortodoxo e das miríades de variações heterodoxas, nossa tradição ainda oferece ao praticante os demais estágios 3, 4, 5, e 6, que se seguem e, além deles, as técnicas denominadas suplementares, posto que não fazem falta, mas auxiliam. Estudemos, a seguir, o estágio número três.
III – bhúta shuddhi
É a etapa de purificação intensiva do corpo e seus canais de prána, as nádís. Na terceira parte do ády ashtánga sádhana (o anga mantra), e depois na quinta parte (o anga kriyá), já demos os primeiros passos nessa tarefa. Trata-se agora de especializar e aprofundar a purificação, não apenas com mantras, kriyás (principalmente, jalabasti) pránáyámas, mas também com uma rígida seleção alimentar orgânica, sem sal, sem açúcar, sem laticínios, sem ovos, sem farinhas, jejuns regulares moderados e com um sistema de reeducação das emoções para que o praticante não conspurque seu corpo com os detritos tóxicos das emoções viscosas como o ódio, a inveja, o ciúme, o medo etc. Também tratamos de regular a quantidade de exercício, de trabalho, de sono, de sexo e de alimentos. Há uma medida ideal para cada um desses fatores. Qualquer excesso ou carência pode comprometer o resultado almejado.
Estes e outros recursos são utilizados para deixar os canais desimpedidos, desesclerosados, a fim de que a energia possa fluir livremente quando for despertada. Caso contrário, se despertarmos a kundaliní sem termos antes liberado seu caminho pelas nádís, sua eclosão avassaladora pode romper os dutos naturais e vazar para onde não deve, causando inconvenientes à saúde. Como os praticantes ocidentais, em geral, não conhecem os procedimentos corretos, eles nutrem um justificado medo de despertar a kundaliní. O homem receia o desconhecido e esse tema, para aqueles os ocidentais, é ignorado, misterioso. Daí o misticismo de alguns. Na verdade, seguindo as regras do jogo e a orientação de um Preceptor capacitado, despertar a kundaliní é menos perigoso que atravessar a rua. Por isso, os praticantes avançados do SwáSthya Yôga não o temem e dominam perfeitamente esse processo de desenvolvimento.