Normalmente, nós costumamos só visitar a página atual, mais recente, nos blogs e outros acessos que fazemos no Google etc. Porém, no caso deste blog – por ser de uma Cultura estável, milenar, de valores quase imutáveis, vale a pena dispor de algum tempo para ler e compartilhar as boas mensagens, artigos, pensamentos, experiências, músicas, vídeos, entrevistas, links, coreografias e todo um tesouro de comentários que os companheiros deixaram nas páginas anteriores.
Olá, Mestrão!
Para facilitar a navegação, formatei todo o texto em formato de teia de links. Se for conveniente, então que ele fique à sua disposição para o melhor uso. Um abraço forte e até daqui a alguns dias!
Montagna
quarta-feira, 29 de agosto de 2012 | Autor: DeRose
Conheço a PM de perto. Conheço os homens e mulheres que arriscam suas vidas todos os dias pela nossa segurança. São pessoas de boa índole e boa formação. São pessoas boas.
Se há alguém que poderia sentir ressentimentos pelos inconvenientes ocorridos na minha juventude, durante a ditadura, seria eu. No entanto, se algo de negativo ocorreu naquela época, aquilo acabou, passou. Os que estão aqui hoje estavam nascendo em 1964, 1970, 1980. Constituem uma nova geração, esforçada, honesta, que trabalha com boas intenções.
Quem está de fora, seja lá do que for, tende a julgar os outros depressa demais e a estereotipar. Creio que a população deveria conhecer melhor os seres humanos que fizeram opção pela carreira de policial militar, uma carreira de heróis, mal remunerada, com risco constante da própria vida. É impressionante a quantidade de ações que a PM promove em benefício da população, ações filantrópicas e de assistência social.
Lembremo-nos de que os Bombeiros de São Paulo, que nos salvam em acidentes e tragédias, são da Polícia Militar.
A PM Ambiental protege os animais silvestres e as nossas florestas. A Defesa Civil, que socorre a população em casos de inundações, desabamentos e outras calamidades, também é da PM.
Temos muito é que agradecer aos homens e mulheres que formam essa honrada corporação.
___________________
Olá Mestre, com relação a este tema, tenho um relato bem ilustrativo.
Em meados da década de oitenta, em uma das muitas vezes em que junto com minha família de sangue, cumpríamos o trajeto quinzenal de 500 km entre Campina da Lagoa e Curitiba. Como já era previsto, devido ao péssimo estado das rodovias, ficamos na estrada devido a um segundo pneu furado.
Com a Belina sempre cheia quase tocando no chão, devido a família enorme, estávamos sempre alertas para o evento fatídico, mas desta vez foi um pouco diferente, ao invés de um, foram dois pneus que se romperam.
Neste segundo, estávamos a pouco mais de 100 Km de Curitiba, mas mesmo assim, em lugar ermo, sem borracharia, nem rica alma para nos ajudar. Madrugada adentro, o mato e as estrelas como companhia, logo nos sentimos em posição bastante vulnerável ( irmãos menores, mãe cansada, carro, bagagens, lugar desconhecido ). O jeito era esperar alguém parar, mas nada acontecia e aquele momento em que o desespero começava a tomar conta.
Após alguns minutos eternos, finalmente parou um veículo, um opala antigo com 2 policiais militares. Ao invés de aplicar-nos alguma multa ou darem alguma informação ou apoio moral, compreenderam a problemática e tomaram a iniciativa de levar eu e meu pai até alguma borracharia aberta.
O carro de polícia andava a 160 Km por hora, e oque no início pra mim era apenas uma grande aventura, logo adquiria um status de heroísmo pois não imaginávamos que não havia posto nem borracharia por muitos quilômetros de distância.
O rádio do comando chamava sem parar, diversos casos para eles resolverem, uma tensão impressionante, mas de alguma forma nos sentíamos seguros e cada vez mais gratos.
Só encontramos uma borracharia aberta quase na região metropolitana de Curitiba, eles fizeram questão de permanecerem conosco durante o serviço e acredito que sem sua presença o mesmo não seria tão eficiente e talvez minha mãe e os outros irmãos amanheceriam na estrada.
Mesmo após o conserto e a insistência de meu pai para que chamassem um táxi que já estava tudo ótimo, optaram por nos retornar pessoalmente até o veículo na estrada.
Após quase duas horas de dedicação exclusiva, não pediram nada. Não havia palavra para agradecermos. Meu pai fez questão de anotar os seus nomes. Posteriormente mandou presentes e fez um boa recomendação de seu trabalho ao batalhão.
Fiquei com a lembrança daqueles profissionais durante dias, queria ser policial durante o resto da minha infância e ainda hoje 25 anos depois, fico comovido ao lembrar.
É claro que existem problemas pontuais, mas por estas e outras que desde cedo tenho plena convicção de que é a bravura, heroísmo e disposição que levam muitos brasileiros a esta profissão.
Vale lembrar que é muito importante dirigir a palavra chamando-os de policiais e não “guardas”.
Até meus quinze anos de idade eu só comia carne. Era uma luta para minha mãe me convencer a provar os legumes e outras iguarias. Eu só comia carne e estava acabado. Ainda por cima, fazia questão de que a carne fosse mal passada e viesse sangrando! (Sim, todos temos um passado negro. Ou deveria dizer “um passado ensanguentado”?)
Por essa época eu tinha um amigo chamado Wladimir, que não comia carne. Quando ele ia almoçar na nossa casa, eu explicava à minha mãe:
– Mãe, o Wlad não come carne.
– Por que? – me perguntava ela.
– Sei lá. Maluquice dele.
Sempre achei meio doideira do Wladimir não se alimentar direito, como qualquer pessoa normal. No entanto, um dia tivemos uma disputa, dessas de adolescente, e partimos para a briga. A essa altura eu já estava – aparentemente – muito mais forte que ele. Tinha desenvolvido físico atlético, começara a praticar lutas. E, apesar disso, quando Wlad me segurava num estrangulamento ou outro golpe era de uma força descomunal. Aquilo mexeu comigo. De onde meu amigo tirava tanto vigor? Guardei a experiência no meu arquivo de memórias e segui em frente.
Quando tinha dezesseis anos de idade li em um dos muitos livros que eu debulhava incessantemente, que uma pessoa civilizada, educada e sensível não deveria comer as carnes de animais mortos. Que uma pessoa inteligente deve procurar ter uma alimentação mais seletiva. Que evitando as carnes de todos os tipos e cores, nosso corpo fica mais saudável e purificado, proporcionando condições para uma evolução interior muito mais rápida e efetiva. Não titubeei. Lembrei-me da força do Wladimir e decidi parar de comer carnes.
No entanto, era o mês de junho de 1960. Estava ocorrendo na minha rua uma festa junina que reunia a garotada de todas as casas e um dos prazeres dessas festas eram as comidinhas. E tudo grátis! Havia uma barraquinha de mini hot-dogs. Como despedida tracei quinze! Passados cinquenta anos, não me lembro se havia sido só o pão com o molho ou se foi com salsicha e tudo. O fato é que essa teria sido a última vez. Dali para frente, tornara-me formalmente um yôgin sincero e verdadeiro, logo, sem devorar carnes mortas.
Minha mãe entrou em pânico:
– Você vai ficar fraco. Vai ficar doente!
Mas eu não arredava pé da decisão. Então mamãe chamou o médico da família para uma consulta domiciliar, como era costume naquela época. O Doutor Rocha Freire olhou a minha língua, penetrou meus olhos com um feixe de luz, auscultou meus batimentos cardíacos, mediu-me a pressão e pontificou:
– Se não voltar a comer carne, você morrerá em três meses.
Por essa época, eu já utilizava o conceito que veio a se tornar o axioma número um do SwáSthya: “Não acredite”. E eu não acreditei. Pouco tempo depois, eu fui ao enterro do médico e continuo muito vivo até hoje, meio século depois.
Minha mãe sempre lamentava:
– Eu queria fazer uma comidinha gostosa para você, mas você não come nada…
E, por mais que eu explicasse que comia sim, de tudo, consumia agora muito mais variedades do que antes e apreciava uma profusão de pratos de forno e fogão, não adiantava. No conceito da mamãe (e de tantas outras pessoas!), eu “não comia nada”. E, mesmo ela não podendo mais contar com a cumplicidade do médico que morrera, o estribilho prosseguia buzinando nos meus ouvidos:
– Você vai ficar fraco. Você vai ficar doente.
Sob todo esse esforço de me sugestionar negativamente, foi mesmo uma proeza eu não haver sido influenciado e não ter ficado de fato enfermo.
Com o tempo, ela foi se acostumando, pois cada vez eu me tornava mais alto e mais forte, ultrapassando em muito os meus pais, tios e irmão mais velho que a essa altura estava na Academia Militar.
Mas não nos esqueçamos, nesse período, eu era aborrecente, com dezesseis, dezessete, dezoito anos de idade. Quando alguém questionava minha alimentação, eu respondia do alto da minha empáfia: “Não sou necrófago, não como cadáveres.” Ou então: “Não sou papa-defunto.” Ou, melhor ainda: “Não como comida de cachorro.” (Eu não imaginava que mais tarde viria a ter uma weimaraner vegetariana!) Obviamente, não recomendo a ninguém dar essas respostas mal-educadas.
Descobri, com o tempo, que as pessoas só implicam porque nós damos satisfação. Quem não gosta de comer jiló por acaso anda apregoando isso? Se alguém puser essa amaríssima solanácea no seu prato, quem não a aprecia simplesmente deixa-a de lado sem fazer alarde. Se puxarem assunto perguntando se a pessoa em questão não come jiló, ela, com naturalidade, responderá laconicamente e prosseguirá a conversa com outro tema.
O problema maior são os entes queridos que, estando mais próximos, invadem mais a nossa privacidade e não tocam no assunto uma só vez, en passant. Os íntimos voltam à carga outra e outra vez até entupir as medidas e acabam tirando do sério o desafortunado vegetariano. Nesse caso, observe o exemplo dos meninos de escola que experimentam ir chamando os colegas de qualquer coisa. Se algum dos apodos incomodar, esse é o apelido que vai pegar. Da mesma forma, se os familiares perceberem que você dá muita importância à opinião deles e que se irrita com a interferência sistemática na sua liberdade de opção, isso se transformará numa neurose obsessiva. Aproveitarão todas as oportunidades para lhe aplicar uma alfinetada. Contudo, se você não ligar a mínima e algumas vezes entrar na brincadeira, gracejando junto, todos vão considerá-lo uma pessoa equilibrada e bem resolvida. Depois, pararão de tocar no assunto, pois ele fica velho e acaba perdendo a graça.
Para mim, o fato de não ingerir carnes nunca trouxe dificuldade alguma de relacionamento. Estudei em colégio interno, pratiquei esportes, servi o exército na tropa, sempre fazendo muitos amigos. Incursionei por esse Brasil imenso dando cursos no interior de vários estados, depois viajei por outros países e jamais tive qualquer problema para me alimentar nem para cultivar as atividades sociais. Em alguns lugares o problema para comer era a diferença de paladar, mas não o fato de eu ser vegetariano.
Comida ruim não é vegetarianismo: é desinformação
É lamentável a mania de fazer comida ruim e marrom só para dizer que é saudável. Comida vegetariana não tem nada a ver com salada, nem com soja, nem ricota, tofú, algas, shoyu, missô. Nem mesmo com açúcar mascavo ou cereal integral. É claro que o cereal integral é melhor do que o refinado. Mas isso não tem nada a ver com comer carne ou não comê-la. As pessoas tendem a misturar as coisas. É uma pena.
A Índia, que é o berço do vegetarianismo e a maior nação vegetariana do mundo, não tem arroz integral. Essa foi minha pasmada constatação quando morei num mosteiro dos Himalayas. A comida não tinha nada de marrom, não era integral e não tinha gosto naturéba. Era colorida, aromática e temperadíssima!
Marinheiro de primeira viagem, meio garotão, fui consultar o Mestre do Shivánanda Ashram a esse respeito. Perguntei: “Como é que o Swámi Shivánanda escreveu em seus livros que devemos reduzir os temperos e a comida aqui é tão condimentada?” O Mestre respondeu, serenamente: “Tudo que é demais não é aconselhável.” E eu fiquei com a minha dúvida pairando no ar. Só quando saí do mosteiro, viajei pelo país e fui comer nos restaurantes normais é que compreendi. A culinária indiana legítima é tão superlativamente condimentada, que o que eles chamam de reduzir os temperos seria elaborar uma comida um milhão de vezes mais temperada e ardida que a nossa pobre, insípida, gororoba ocidental.
No livro Método de Boa Alimentação abordo o tema da alimentação inteligente, exponho a fundamentação antropológica que sustenta essa opção alimentar, forneço regras, dicas, receitas e endereços, além de relatar uma série de peripécias e curiosidades. Como tudo isso já está publicado noutra obra, neste capítulo vamos ficando por aqui.
Mestre, me desculpe a demora para respondê-lo. Eu consigo entrar normalmente ao clicar no link que deixei e me parece que está correto, já que há um comentário da Regina Wiese dizendo que entrou no site e já preencheu o formulário. Tente mais uma vez: http://www.vista-se.com.br/expedito
Este é o link para mais informações sobre o projeto de lei: http://vista-se.com.br/site/primeiro-projeto-de-2009-amplia-direitos-do-consumidor
Se não conseguir, me avise novamente.
Beijos
Vivi
Estou sempre aprendendo no seu blog, Mestre. Esse post me ensinou muito.
Ah, encontrei um link de uma notícia que não tem relação com o post, mas que pode ser interessante. A Manchete é “Efeitos globais do bife brasileiro”, e fala sobre como o gado de corte brasileiro é um dos mais impactantes mundialmente para o meio ambiente.
Oi, Mestre! Não sabia quais os melhores trâmites a seguir para poder deixar-lhe o link para um video que julgo que vai adorar. Devido ao tema em questão, procurei o arquivo de “amigos”, para melhor ilustrar a minha intenção.
É de uma beleza extrema, e julgo retratar na perfeição o que nos une a todos.
Olá João Marcelo,
além da sunga, imagine o fato do atleta ser vegetariano…
O vegetariano Piero Venturato é duas vezes
campeão mundial de fisiculturismo, sete vezes campeão italiano e cinco vezes campeão europeu.
Não sei como postar aqui, mas gostaria de compartilhar um vídeo com todos
O vídeo é de uma matéria do SBT Realidade sobre longevidade. A cidade de Loma Linda nos Estados Unidos ficou em segundo lugar no mundo com a maior expectativa de vida, perdendo apenas para a ilha de Okinawa, no Japão
O interessante é que a cidade é de adventistas do sétimo dia, ou seja, não comem carne, não bebem e não fumam