sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011 | Autor:

Os Estatutos do Homem – Ato Institucional Permanente (Thiago de Mello)

Artigo I
Fica decretado que agora vale a verdade.
agora vale a vida,
e de mãos dadas,
marcharemos todos pela vida verdadeira.

Artigo II
Fica decretado que todos os dias da semana,
inclusive as terças-feiras mais cinzentas,
têm direito a converter-se em manhãs de domingo.

Artigo III
Fica decretado que, a partir deste instante,
haverá girassóis em todas as janelas,
que os girassóis terão direito
a abrir-se dentro da sombra;
e que as janelas devem permanecer, o dia inteiro,
abertas para o verde onde cresce a esperança.

Artigo IV
Fica decretado que o homem
não precisará nunca mais
duvidar do homem.
Que o homem confiará no homem
como a palmeira confia no vento,
como o vento confia no ar,
como o ar confia no campo azul do céu.

Parágrafo único:
O homem, confiará no homem
como um menino confia em outro menino.

Artigo V
Fica decretado que os homens
estão livres do jugo da mentira.
Nunca mais será preciso usar
a couraça do silêncio
nem a armadura de palavras.
O homem se sentará à mesa
com seu olhar limpo
porque a verdade passará a ser servida
antes da sobremesa.

Artigo VI
Fica estabelecida, durante dez séculos,
a prática sonhada pelo profeta Isaías,
e o lobo e o cordeiro pastarão juntos
e a comida de ambos terá o mesmo gosto de aurora.

Artigo VII
Por decreto irrevogável fica estabelecido
o reinado permanente da justiça e da claridade,
e a alegria será uma bandeira generosa
para sempre desfraldada na alma do povo.

Artigo VIII
Fica decretado que a maior dor
sempre foi e será sempre
não poder dar-se amor a quem se ama
e saber que é a água
que dá à planta o milagre da flor.

Artigo IX
Fica permitido que o pão de cada dia
tenha no homem o sinal de seu suor.
Mas que sobretudo tenha
sempre o quente sabor da ternura.

Artigo X
Fica permitido a qualquer pessoa,
qualquer hora da vida,
uso do traje branco.

Artigo XI
Fica decretado, por definição,
que o homem é um animal que ama
e que por isso é belo,
muito mais belo que a estrela da manhã.

Artigo XII
Decreta-se que nada será obrigado
nem proibido,
tudo será permitido,
inclusive brincar com os rinocerontes
e caminhar pelas tardes
com uma imensa begônia na lapela.

Parágrafo único:
Só uma coisa fica proibida:
amar sem amor.

Artigo XIII
Fica decretado que o dinheiro
não poderá nunca mais comprar
o sol das manhãs vindouras.
Expulso do grande baú do medo,
o dinheiro se transformará em uma espada fraternal
para defender o direito de cantar
e a festa do dia que chegou.

Artigo Final.
Fica proibido o uso da palavra liberdade,
a qual será suprimida dos dicionários
e do pântano enganoso das bocas.
A partir deste instante
a liberdade será algo vivo e transparente
como um fogo ou um rio,
e a sua morada será sempre
o coração do homem.

(Santiago do Chile, abril de 1964 dedicado a Carlos Heitor Cony)

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Eu adicionaria a este manifesto: “Fica decretado que humanos não mais se autodeclararão superiores aos outros animais, já que são iguais em sua capacidade de sofrimento, e nem senhores da Natureza, mas parte dela…” .
Um ótimo dia, um abraço forte e meu agradecimento sem fim!
Juliana (Unidade Granja Viana)

terça-feira, 7 de dezembro de 2010 | Autor:

Boa noite Mestrão.

Tenho uma aluna particular que se chama Tânia, que se dedica à veterinária e ela me pediu para que, por favor, eu divulgasse entre meus conhecidos a necessidade de achar um lar para uma cachorrinha. Acho que uma das melhores formas para fazê-lo, é através do seu blog, já que milhares de pessoas acessam diariamente e, quem sabe, uma delas está pensando em ter um cãozinho. Aliás, tem duas fotos dela antes e depois dos cuidados.

Agradeço se você puder fazer esta divulgação.

Um mahá abraço com saudades,

Federico

PS: Olha e e-mail que ela me enviou e o que ela tinha recebido antes. Se você quer postar o comentário, seria importante postar também a troca de e-mails entre elas. Ao final a Tânia, far-se-ia responsável das vacinas.

PS2: para saber mais, o pessoal pode enviar um e-mail para Tânia que ele responderá à brevidade: [email protected]

E-mail da Tânia para mim

Oi Fe!
Essa é a pretinha que falei; a ong se chama sos cães de rua (tem até um site-soscaesderua.com.br-mas ainda estão fazendo algumas melhorias). Como a ong é nova e ainda está se estruturando é perigoso levá-la p lá pois os animais estão em quarentena e alguns ainda estão doentes.
Como disse, comprometo-me a vaciná-la mesmo depois da adoção (já que os filhotes devem tomar algumas vacinas com intervalos mensais).
Muito obrigada, só de repassar vc está ajudando bastante!!!
Bjs

E-mail da Eliana para a Tânia

Olá Tânia, tudo bem?

Estou enviando a foto da Pretinha( antes e depois), foi retirada da rua ela e a irmãzinha , que infelizmente não sobreviveu.Ela está p/ adoção, mas ninguém
a quer, pois tem um pequeno problema em uma das perninhas e sua imunidade é um pouco baixa.Estava tentando ficar com ela, mas como não depende só de mim ……………Meu coração está apertadíssimo.
Não estamos com muitas condiçoes de mante-la na clínica onde está hospedada, o valor já está muito alto.A idéia no momento é levá-la p/ um abrigo em São José onde temos outros, lá pagamos mensalmente, pois em Suzano é arriscado p/ a saúde dela.
Ela é muito especial e precisa de muuuuuuuuuito amor e carinho.

        

segunda-feira, 8 de novembro de 2010 | Autor:

Uma resposta

Querida Amiga.

O seu problema é o de todos. Em 99,99% dos relacionamentos ocorre o mesmo. Eu tenho a convicção de que as pessoas seriam mais felizes e menos solitárias se não se envolvessem em relacionamentos rotulados. Não importa se é casamento, namoro ou outro rótulo que se lhe dê. Não havendo essa limitação, você preserva os amigos e cultiva sempre novas amizades. Quem tem um  relacionamento, está sozinho com a pessoa amada. Quem não se envolve sob um formato tradicional, está sempre rodeado de amigos e amigas para comer, para sair, para ir ao cinema, para viajar, para tudo. A culpa das dificuldades não é de ninguém. É da instituição do casamento.

Se, por um lado, eu aconselho que as pessoas não se enrabichem em um relacionamento, por outro lado, recomendo – já que fizeram a besteira – que se esforcem por manter esse relacionamento. Trocá-lo por outro seria trocar seis por meia dúzia. Sugiro que você espere um pouco, esfrie a cabeça e julgue sem emocionalidade se é possível salvar o relacionamento atual. Respire fundo.

Não obstante, tudo tem o seu timing, o seu momento mágico. Alguns casais se violentam até não poder mais e quando se separam, fazem-no odiando-se. O ideal que que no caso da inevitabilidade da separação, que vocês preservem o afeto, o respeito e admiração. Que a mudança de status não signifique uma separação, mas a conquista de uma grande amizade. Se daqui a um bom tempo você considerar que, por uma decisão madura e ponderada, é inevitável a mudança de status, aí, a decisão é sua.

Estou torcendo por você, mas também pelo seu companheiro. Pode me consultar sempre que precisar. Seu amigo, DeRose.

sábado, 11 de setembro de 2010 | Autor:

Certo dia, depois de um longo jejum, pus-me a praticar horas de japa com bíjá mantras, pránáyámas ritmados e longos kúmbhakas, reforçados com bandhas, kriyás, ásanas e pújás. Após três horas desse sádhana, pratiquei maithuna por mais três horas. Depois, outras duas horas de viparíta ashtánga sádhana, com padma sírshásana de uma hora. Então senti um daqueles ápices de arrebatamento energético, síndrome de excesso.

Ao final de tantas horas com práticas tão fortes, acumulativamente com o que já vinha desenvolvendo durante anos, ocorreu o inevitável. Senti que algo estava acontecendo no períneo, como se um motor tivesse começado a funcionar lá dentro. Uma vibração muito forte tomou conta da região coccígea, com um ruído surdo que se irradiava pelos nervos até o ouvido interno, onde produzia interessantes efeitos sonoros, cuja procedência eu podia facilmente atribuir a este ou àquele plexo.

Em seguida, um calor intenso começou a se movimentar em ondulações ascendentes. Conforme os mudrás, bandhas, mantras e pránáyámas, eu podia manobrar a temperatura e o ritmo das ondulações, fazendo ainda com que o fenômeno se detivesse mais tempo em um chakra ou passasse logo ao seguinte. A cada padma, o som interno cambiava, tornando-se mais complexo à medida que subia na linha da coluna vertebral.

De repente, perdi o controle do fenômeno, como se ele fosse um orgasmo que você consegue dominar até determinado ponto, mas depois explode. E foi mesmo uma explosão de luz, felicidade e sabedoria. Tudo à minha volta era luz. Não envolvido em luz: simplesmente era luz. Uma luz de indescritível brilho e beleza, intensíssima, mas que não ofuscava. A sensação de felicidade extrapolava quaisquer parâmetros. Era uma satisfação absoluta, infindável. Um jorro de amor incondicionado brotou do fundo do meu ser, como se fosse um vulcão. E a sabedoria que me invadiu durante tal experiência, era cósmica, ilimitada. Num décimo de segundo compreendi tudo, instantaneamente. Compreendi a razão de ser de todas as coisas, a origem e o fim.

Faço questão de frisar: foram vivências como essa que aniquilaram com o meu misticismo assimilado na juventude, perpetrado por leituras equivocadas. Aqueles que declaram ter-se tornado místicos por causa, justamente, de experiências semelhantes, na verdade tiveram apenas vislumbres tão superficiais que acabaram gerando mistérios ao invés de dissolvê-los. É como a parábola do homem que encontrou a verdade[1].

No meu caso, dali resultaram os conceitos que me permitiram intensificar a sistematização do método. Naquele momento, tudo ficou claro. Todo o sistema começou a se ajustar sozinho, bastando para isso que fosse observado do alto e visto todo de uma só vez, como através de uma lente grande-angular. Era como observar de cima um labirinto. Bastava subir para uma dimensão diferente daquela, na qual, nossas pobres mentes jazem agrilhoadas cá em baixo. Tudo era tão simples e tão lógico!

Vontade de sair daquela experiência, não tive nenhuma. Porém, depois de um enorme período, parecendo-me muitas horas de regozijo e aprendizado, senti que havia se esgotado o tempo e era preciso retornar ao estado de consciência de relação, no qual poderia conviver com os demais, trabalhar, alimentar meu corpo. Bastou cogitar em volver e imediatamente troquei de estado de consciência. Foi algo muito interessante, sentir-me perder a dimensão do infinito e cair, com a velocidade da luz, de todas as direções às quais havia me expandido! Passara a contrair minha consciência para um pequeno centro, infinitesimal, blindado por uma mente e por um corpo, numa localização determinada dentro daquele Universo que era todo meu e que era todo eu, apenas um instante atrás. Era o Púrusha cósmico, contraindo-se para tornar-se Púrusha individual.

Voltar à dimensão hominal não foi desagradável. A sensação de plenitude e felicidade extasiante permanecia. O curioso foi que tinham-se passado não as tantas horas que supunha, mas tempo algum! O relógio de parede à minha frente marcava a mesma hora. Portanto, para um observador externo, tudo ocorrera num lapso equivalente a um piscar de olhos e não teria chamado a atenção de ninguém.

A partir desse dia, foi como se eu tivesse descoberto o caminho da mina: não precisava mais dos mapas. Podia entrar e sair daquele estado sempre que quisesse, com facilidade.


[1] Um dia, um filósofo estava conversando com o Diabo quando passou um sábio com um saco cheio de verdades. Distraído, como os sábios em geral o são, não percebeu que caíra uma verdade. Um homem comum vinha passando e vendo aquela verdade ali caída, aproximou-se cautelosamente, examinou-a como quem teme ser mordido por ela e, após convencer-se de que não havia perigo, tomou-a em suas mãos, fitou-a longamente, extasiado e, então, saiu correndo e gritando: “Encontrei a verdade! Encontrei a verdade!” Diante disso, o filósofo virou-se para o Diabo e disse: “Agora você se deu mal. Aquele homem achou a verdade e todos vão saber que você não existe…” Mas, seguro de si, o Diabo retrucou: “Muito pelo contrário. Ele encontrou um pedaço da verdade. Com ela, vai fundar mais uma religião e eu vou ficar mais forte!”

quarta-feira, 24 de março de 2010 | Autor:

Oi Mestrão

Infelizmente não posso ficar com Frank, mas recebi este video por e-mail e como tinha visto o comentário de Lu Fandinho, lembrei-me do post. “DOG = GOD”

É muito fofo, espero que gostem.

httpv://www.youtube.com/watch?v=H17edn_RZoY

Beijos

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Que vídeo mais doce! Como o desenhista conseguiu reproduzir a fisionomia do cão a cada sentimento expressado!… Ele deve ter um e amá-lo muito. Gostei da interpretação da cantora quando diz que o cachorro “dança” alegremente no seu retorno. É de emocionar a quem tem amor por esses anjinhos peludos.

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quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010 | Autor:

Quando uma ex-esposa se lembra do nosso aniversário é bom sinal, pois geralmente as ex-esposas guardam ressentimentos dos seus ex. Quando duas ex-esposas telefonam para dar os parabéns afetuosamente, isso é muito lisonjeiro. Quando duas ex-esposas e uma ex-namorada da juventude, hoje com 60 aninhos (quarenta anos depois), telefonam no dia do nosso aniversário, bem, aí é para qualquer um ficar orgulhoso de ter sido um bom companheiro e de ter tratado as mulheres de uma forma inesquecível. E fica a impressão de que “afinal, não devo ser de todo mau.”

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segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010 | Autor:

Amor é toda essa “magia” de luz que gigantes de lucidez despertam em nós. Foi assim com Nelson Mandela.
Senti-o agora na estética, ética e saber por si semados há cinco décadas.
Só podemos merecer-vos dando-vos colinho no nosso existir, o melhor de nós em cada dia.
Flores regadas na varanda de nossas vidas.
Obrigado. Sempre. A si Mestre De Rose e a quem o ama tornando este um Mundo melhor.
António Mateus ([email protected])
Jornalista
Lisboa – Portugal

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Seu carinho e sua atenção esculpem em mim uma pessoa melhor. Meu velho coração comovido agradece sua consideração. Retribuo-lhe com um abraço apertado e longo, de um irmão para o outro. DeRose.

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