terça-feira, 24 de março de 2009 | Autor:

Se pela manhã o divertimento era plantar e regar, à tarde íamos à fonte buscar água fresca que levávamos para casa em pesados tonéis de madeira os quais, felizmente, eram transportados rolando sobre suas laterais que funcionavam como rodas e eram puxados por meio de uma alça entalhada de cada lado. Como toda criança, eu cobria minha mãe de perguntas e queria saber por que não utilizávamos as búfalas para a tração do tonel. Minha mãe explicava que não era tão grande nem tão pesado quanto me parecia a mim que era pequeno, e que os animais tinham outras funções mais importantes.

Chegando em casa, a água era transferida para a cisterna, apoiando-se o tonel numa reentrância escavada no arenito especialmente para esse fim, de forma a encaixar a abertura numa posição baixa, capaz de deixar escoar quase toda a água quando retirávamos a tampa de resina. Depois, era só dar mais um sacolejão com o tonel já bem mais leve, e o restante do líquido escorria para fora.

Algo que sempre me impressionou era a engenharia do fornecimento de água da nossa casa. Na cidade, dispunham de canais que conduziam pequenas quantidades de água, suficientes, porém, para as necessidades de todos. Nós vivíamos fora da cidade e precisávamos nos prevenir, pois contávamos só conosco. A cisterna foi escavada no arenito, mais macio do que a rocha, mas suficientemente resistente para suster o precioso elemento. As paredes internas eram revestidas de uma seiva retirada das árvores próximas a qual, depois de seca, ficava impermeável e aromatizava a água. O reservatório me parecia enorme e precisávamos de muitas viagens diárias para enchê-lo e mantê-lo assim durante todo o período em que a nascente fornecia água. Depois vinha a estiagem e passávamos meses sem chuva, utilizando somente o que tivéssemos conseguido estocar. Cada casa possuía a sua cisterna, umas maiores, outras menores. Algumas eram beneficiadas pela topografia do terreno, como era o caso da nossa.

O caminho conduzia até a abertura superior. Pelo outro lado, havia uma abertura em baixo com um engenhoso sistema de regulagem que só permitia a saída do suficiente para manter cheia uma cuba de pedra onde íamos buscar as quantidades necessárias para lavar-nos ou para beber e cozinhar.

Algumas vezes ocorriam vazamentos e faltava suprimento de água para alguma das famílias da aldeia. Então os vizinhos se cotizavam e cada um dividia sua água na medida do possível. Sempre deu para todos.

Como as funções eram alternadas, quando não precisávamos buscar água, íamos trazer as cabras e os búfalos para guardá-los perto da choupana.

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sábado, 14 de março de 2009 | Autor:

Um cão pode vir a ser vegetariano?

Há alguns anos, talvez eu respondesse que não. Acontece que tantos são os casos de cães vegetarianos na comunidade do SwáSthya Yôga que hoje, devo confessar, fui convencido pelos fatos. Eu mesmo tenho uma weimaraner, que é um cão de grande porte, chamada Jaya. Desde pequena, alimenta-se de ração vegetariana da qualidade “super premium” e mais frutas, legumes, verduras, queijos, yogurtes e biscoitos caninos sem carnes de nenhuma espécie. Com isso, fiz algumas descobertas muito interessantes, a saber:

 

·          Jaya nunca ficou doente.

·          Não tem aquele hálito desagradável característico dos cães.

·          Os dentes são brancos, lindos e fortes sem jamais ter sido necessário escová-los.

·          O pelo é mais bonito, brilhante e não cai.

·          O veterinário autorizou a não lhe dar banho porque está sempre limpa e cheirosa.

·          Cresceu mais que a mãe dela.

·          Tem uma força descomunal.

·          Quando levamo-la ao parque para se exercitar, ela dá um baile nos demais cães, um show de agilidade e energia; permanece correndo muito mais rápido que os outros do mesmo porte e não para para descansar.

·          É moleca e alegre, mas não é hiperativa e para imediatamente de brincar se percebe que não é o momento.

·          Tem demonstrado ser mais inteligente que os espécimens da mesma raça e mesmo de outras raças reconhecidamente inteligentes. Aprendeu sozinha a obedecer comandos apenas com o meu olhar.

·          Nunca roeu nada meu, mesmo quando pequena.

·          Raramente late, e só para nos defender.

·          Não é agressiva e demonstra uma sociabilidade extraordinária com pessoas, cães e até gatos!

 

 

Alguém me informou que na internet há a notícia do cão mais velho do mundo, com 27 anos de idade. Ele é vegetariano! (Google, “O cão mais velho do mundo é vegetariano”. Dados de 2002.)

Portanto, se até animais carnívoros podem ser vegetarianos com vantagens, demonstrado está que os seres humanos terão muito mais benefícios e facilidades, afinal, nós podemos entrar em um supermercado ou restaurante e escolher o que desejarmos comer, adotando uma dieta extremamente variada e rica.

 

 

 

E-mail enviada por Nanda, Fabi e Vini, de Caxias do Sul:

O Cão mais velho do mundo é vegetariano

Bramble, uma fêmea da raça Border Collie com 27 anos, vai entrar para o Guinness Book of World Records como o cão mais velho do mundo.

A cadela mora em Bridgewater Somerset, na Inglaterra e a sua dona, Anne Heritage, costuma dizer que ela ainda é activa e sai para caminhar quatro vezes por dia.

Bramble é alimentada com uma dieta vegetariana [grifo nosso] que inclui arroz integral, lentilhas e vegetais orgânicos. O marido de Anne leva Bramble para nadar uma vez por semana numa piscina canina de hidroterapia.

Bramble é o cão mais velho que se apresentou até agora no Guinness Book!
Fonte: www.aaaporto.com/site/php/not_div.php?idx=100003&idy=31370 <http://www.aaaporto.com/site/php/not_div.php?idx=100003&idy=31370>  – 53k –

Outras fontes: Rede Vet – Portal Veterinário <http://www.redevet.com.br/curiosid/caovelho.htm>
                      mundogump.com.br/cao-mais-velho-do-mundo-morreu-com-203-anos/ <http://mundogump.com.br/cao-mais-velho-do-mundo-morreu-com-203-anos/>
                      www.vegetarianismo.com.br <http://www.vegetarianismo.com.br>
                      Ou então digite “cão mais velho do mundo” no google
Obs: parece que ela já faleceu 

 

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sábado, 14 de março de 2009 | Autor:

Jaya, a prova viva de que vegetarianismo faz bem até aos cães.

God created dog and spell his own name backwards.
Enviado por Claudia Melcher
(Claudia, por favor, entre em contato comigo, pois não consigo mais localizá-la!)

Para fazer a Fernanda mais feliz e alegrar a nossa vida, conto com uma linda cadelinha weimaraner que me faz companhia, deitada na cadeira ao meu lado enquanto escrevo estas linhas. É uma raça muito bonita, cinzenta, de olhos claros e pêlo curto, grandalhona, com umas patas enormes. Ela se chama Jaya e eu não poderia deixar de mencioná-la. Todos os proprietários de cães estão convencidos de que esses magníficos animais têm paranormalidades. Eu também acho. Neste momento, quando escrevi seu nome, ela levantou a cabeça, fitou-me com seu olhar atento e assestou as orelhas como se tivesse escutado seu nome em meu pensamento.

 

 

Fernanda e eu cobrimos a filhota com tantas atenções e carinho que às vezes preocupa-nos que venha a se comportar mais tarde como uma criança mimada. Ela passa o dia todo ao nosso lado, pois moramos no mesmo imóvel em que temos a escola. Para compensar as viagens constantes, procuramos mantê-la ao nosso lado o restante do tempo, enquanto estamos trabalhando. Ela sobe numa das cadeiras, enrosca seu corpanzil e dorme. Ou então traz um brinquedo para nos convidar a um folguedo, o que quase sempre aceitamos de bom grado e partimos para um cabo-de-guerra (o qual ela tem sempre que perder, por uma questão de adestramento).

Aos domingos, sempre que estamos em São Paulo, passea­mos com ela no Parque do Ibirapuera ou pela Rua Oscar Freire para que ela possa fazer um pouco de exercício. Não há quem não pare para comentar como ela é linda, como é tão educada, perguntar que raça é essa ou qualquer outro pretexto para se aproximar e lhe fazer um carinho. Jaya, por sua vez, desde pequena sempre conviveu com os alunos da escola e isso a tornou muito sociável. Ela adora gente e adora cães. Gosta até de gatos! Brinca e conversa com todo o mundo. Conversa, sim, pois quando dou o comando “fala!” ela emite uns resmungos muito bonitinhos.

Mas também é nosso cão de guarda, pois assusta pelo seu tamanho, já que o weimaraner é um cão de grande porte; e intimida muito mais nas raras vezes em que solta uns latidos muito grossos, acompanhados de um rosnado de gelar a alma.

Desde que ela veio morar conosco, ainda com quarenta e cinco dias de nascida, nunca comeu carne. Quando foi ao seu primeiro veterinário, Fernanda lhe deixou bem claro que ela seria vegetariana e que ele só seria seu médico se aceitasse essa nossa decisão. Bem, ele aceitou, mas com reservas. Afinal, é um animal grande e precisa de muita proteína, cálcio e todos os outros elementos nutricionais, caso contrário pode não se desenvolver, pode ficar com problemas de saúde, coitadinha.

Nossa decisão envolvia uma grande responsabilidade. Contudo, sou vegetariano há cinquenta anos. Tornei-me vegetariano em idade de crescimento e cresci tanto que fiquei maior que o meu pai – muito mais robusto que ele e que todos os meus colegas de escola. A vida inteira, pratiquei esportes violentos, artes marciais e aos 52 fui fazer ginástica olímpica. Portanto, tenho plena convicção de que o vegetarianismo nos deixa bem mais fortes.

Jaya se alimenta de ração vegetariana, adora mini-cenourinhas, fica alucinada por uma maçã, banana, queijo, yogurte, biscoitos caninos sem carne e uma grande variedade de alimentos que na teoria os cães não deveriam apreciar. E descobrimos o inusitado: com o sistema vegetariano o pêlo fica mais bonito, a pele livre de alergias, o hálito fica ótimo, as fezes não cheiram tão mal, o organismo sofre menos riscos de contrair verminoses e outras doenças típicas da ingestão de carnes, o animal torna-se mais ágil, mais inteligente e vive mais tempo!

Conversando num jantar com uma médica veterinária, mencionei que minha weimaraner nunca roeu nada meu, quase não late e que aos quatro meses aprendera a sentar, deitar, dar a patinha, fazer suas necessidades no lugar certo, ir para a sua cama, esperar a ordem de pegar a comida, não entrar em determinados cômodos da casa e uma série de outros comandos. A veterinária não acreditou. Para essa raça, nessa idade, ela não poderia ter aprendido isso tudo. Como Jaya estava na época com quatro meses, convidei-a a me visitar para se convencer da “excepcionalidade” da nossa cadelinha. E não pude perder a oportunidade de gracejar: “É mais inteligente porque ela é vegetariana!”

 

Quando ela estava com dez meses, um dia entrou no meu quarto com a boca espumando e cabeça baixa. A imagem me gelou o sangue. Jaya com hidrofobia! Será que o meu karma seria assim tão cruel a ponto de não se satisfazer afastando de mim os meus filhos e agora ceifando a minha filhota Jaya que tanto amamos, a Fernanda e eu?

Ofereci um pouco de água, pois os cães com raiva ficam com fobia e a rejeitam. Seria uma forma de checar antes da chegada do veterinário. Quando aproximei o pote de água, Jaya virou bruscamente a cabeça e se afastou. Meu coração bateu mais forte! Eu teria que mandar matar a pessoinha de quatro patas que me dera tanto carinho pelos últimos dez meses?

Só me vinham imagens da Jaya pequenina e depois crescendo na nossa companhia, abanando aquele cotoco de cauda, com as orelhinhas para trás e o olhar mais doce do mundo…

Mesmo consciente do risco que corria, abraceia-a bem forte e coloquei sua cabeça no meu ombro. Um nó na garganta me impedia de falar com ela.

Mas, então, senti um perfume diferente do seu cheirinho delicioso de cachorro vegetariano. Cheirei sua boca. Oh! Céus! Que alívio! Ela havia apenas comido o meu sabonete!

lerivan
[email protected] | 189.101.242.59

Mestre,
Um presente para você:
httpv://www.youtube.com/watch?v=dsv2YqCVJQ0

Um vídeo que eu gravei da Jaya no Fest-Yôga de Floripa do ano passado.
Forte Abraço!

 

 

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