terça-feira, 3 de março de 2009 | Autor:

Você sabe se comportar com seu parceiro(a) afetivo, antes, durante e depois do amor? Sabe se comportar no banheiro? Sabe segurar o garfo e largar a faca? São as boas maneiras de cama, mesa e banho! Mas não é só. Você está em condições de ser life style coach de um aluno de bom nível sócio-cultural? Está em condições de aceitar o convite de um aluno para jantar em sua casa ou de passar o fim-de-semana em seu sítio?

Sutileza é sinônimo de Boas Maneiras

No banheiro

  • Os homens devem lançar o jato na lateral do vaso para não produzir ruído nem levantar cheiro.
  • Devem limpar as bordas do vaso com papel higiênico.
  • Mantenha o vaso sanitário fechado.
  • Se algum dispositivo (papel higiênico, toalha, sabonete) estiver acabando, avise o dono da casa ou, melhor ainda, compre e reponha.
  • As mulheres devem catar os cabelos que vão denunciando sua passagem por aquele território.
  • Abra as torneiras para atenuar algum ruído desagradável.
  • Sempre que usar o banheiro, use um desodorizante spray.
  • Tenha desodorizantes de ar disponíveis no banheiro.
  • Enxugue-se dentro do box.
  • Tenha sempre uma toalha, um sabonete novo e uma escova de dentes nova, dentro da embalagem para oferecer a algum hóspede.
  • Evite entrar no banheiro quando seu parceiro estiver lá.
  • Não faça aquele ruído horrível com a garganta quando for ao banheiro pela manhã. Se você não sabe do que eu estou falando, ótimo, é porque você não o faz, nem nenhum conhecido seu!

Na cama

  • Verifique se a roupa de cama está sempre limpinha e perfumada.
  • Para não roncar, evite comer à noite e durma de lado. Costuma funcionar.
  • Não fique duro e pesado. Se o parceiro estiver sem espaço, perceba mesmo dormindo e chegue pra lá.
  • Arrume a cama ao se levantar.

Nas relações afetivas

  • Não brigue.
  • O casal que se fecha em copas é mal educado. Seja mais sociável. Conviva com os amigos, convide-os para jantar, passear, reunir-se, recebê-los em sua casa, ir à casa deles.
  • Saiba terminar bem o namoro ou sua fama de troglodita vai correr e vai ser difícil conseguir depois alguém interessante.
  • Saiba a hora certa de terminar. Se passar o momento mágico, vocês começarão a se tratar mal e vão terminar com constrangimento.
  • Nada de discutir a relação. Mas muito diálogo é saudável.
  • Ciúme é grosseria.
  • Em caso de confronto iminente, pense com a cabeça do outro.
  • Peça desculpas, mesmo que a culpa não seja sua. O outro também acha que a culpa não é dele.
  • Lembre-se das datas importantes.
  • Dê flores.
  • Dê presentes. Não precisam ser caros. Mas é importante mostrar essa atenção.
  • Abra a porta para ela.

Com os amigos

  • Não brigue.
  • Timidez é falta de educação. Deixa os outros pouco à vontade e dá a impressão de que você não gosta das pessoas.
  • Procure os amigos. Telefone. Visite-os. Leve flores. Envie postais dos lugares por onde viaja.
  • Visitando um amigo, sinta-se à vontade na casa dele, mas respeite seu espaço vital, sua privacidade e saiba quando ir embora.
  • Seja pontual. Deixar alguém esperando é uma grosseria. Atrasar-se é um descaso. Se você faz isso sempre, não tenho nem palavras para qualificar isso.

À mesa

  • Não comece a comer antes dos outros. Espere todos se servirem. Se forem mais de seis pessoas esta regra não vale.
  • Ponha o guardanapo sobre as pernas.
  • Se comer pão, mantenha a mesa imaculadamente limpa de farelos.
  • Se a manteiga vier em esferas, tire uma e coloque-a no pratinho que está do seu lado esquerdo.
  • Não jogue o pão dentro da sopa.
  • Não incline o prato para alcançar a última colherada de sopa.
  • Use os talheres de fora para dentro. Os primeiros são para as entradas ou salada. Os últimos, para o prato principal.
  • Como segurar o garfo com delicadeza (de preferência com os três dedos: polegar, indicador e médio).
  • Não encha o garfo. Não encha a boca. Não fale de boca cheia.
  • Não incline muito o corpo sobre o prato.
  • Jamais corte o macarrão, nem com o garfo.
  • Como comer spaghetti ou tagliarini.
  • Nunca use a faca para empurrar a comida para o garfo.
  • Apoie a faca sobre dois pontos na borda do prato.
  • Ao usar a faca, não segure o garfo como quem está cortando um bife duro.
  • Corte sem fazer muita pressão, para evitar o ruído estridente e desagradável da faca raspando a louça.
  • Não toque com os dentes no garfo. Não os levante nem gesticule com os talheres.
  • Use o guardanapo para limpar os lábios antes de tomar a bebida.

No falar

  • Fale a, no mínimo, um braço de distância do seu interlocutor.
  • Não diga “uma mulher”: ou é uma senhora ou uma moça.
  • Não diga “quer que eu faço?” ou “quer que eu vou?” pois isso está errado e denota extrato social sem cultura.
  • Não diga “ele vai vim”. Vim é primeira pessoa: eu. Eu vim. Vim é passado. “Ontem eu vim assistir a aula do Prof. DeRose.” “Ele vai vim” é uma aberração idiomática! Alguém diria “Amanhã ele vim”? Então como é que algumas pessoas dizem solenemente: “Amanhã ele vai vim”?
  • Não diga “meu óculos”. Óculos é plural. Meus óculos, um par de óculos.
  • “Que nem ele”, significa “diferente dele”. Prefira “como ele”, “igual a ele”.
  • “Se caso ele não puder” não é correto. Use: “se ele não puder” ou “caso ele não possa”.
  • “Provavelmente ele não possa” não existe. Prefira: “É provável que ele não possa” ou “provavelmente ele não poderá”.
  • “Possivelmente eu não vá” é o mesmo caso acima. Prefira: “É possível que eu não vá” ou “possivelmente eu não vou”.
  • “Como você chama?” Chama o quê? Se quiser saber o nome do outro pergunte “como é que você se chama?”
  • Leia o capítulo Falar corretamente no livro Boas Maneiras no Yôga. É divertido e ensina a falar melhor.

E aí, recebi este comentário do Luc:

Luc
[email protected] | 189.41.83.160

Um aluno me mandou este texto e acho que tem tudo a ver com o post:

Existe uma coisa difícil de ser ensinada e que, talvez por isso, esteja cada vez mais rara : a elegância do comportamento.
É um dom que vai muito além do uso correto dos talheres e que abrange bem mais do que dizer um simples obrigado diante de uma gentileza.
É a elegância que nos acompanha da primeira hora da manhã até a hora de dormir e que se manifesta nas situações mais prosaicas, quando não há festa alguma nem fotógrafos por perto.
É uma elegância desobrigada.
É possível detectá-la nas pessoas que elogiam mais do que criticam. Nas pessoas que escutam mais do que falam. E quando falam, passam longe da fofoca, das pequenas maldades ampliadas no boca a boca.
É possível detectá-la nas pessoas que não usam um tom superior de voz ao se dirigir a frentistas. Nas pessoas que evitam assuntos constrangedores porque não sentem prazer em humilhar os outros.
É possível detectá-la em pessoas pontuais.
Elegante é quem demonstra interesse por assuntos que desconhece, é quem presenteia fora das datas festivas, é quem cumpre o que promete e, ao receber uma ligação, não recomenda à secretária que pergunte antes quem está falando e só depois manda dizer se está ou não está.
Oferecer flores é sempre elegante.
É elegante não ficar espaçoso demais.
É elegante, você fazer algo por alguém , e este alguém jamais saber o que você teve que se arrebentar para o fazer…
É elegante não mudar seu estilo apenas para se adaptar ao outro.
É muito elegante não falar de dinheiro em bate-papos informais.
É elegante retribuir carinho e solidariedade.
É elegante o silêncio, diante de uma rejeição…
Sobrenome, jóias e nariz empinado não substituem a elegância do gesto.
Não há livro que ensine alguém a ter uma visão generosa do mundo, a estar nele de uma forma não arrogante.
É elegante a gentileza… atitudes gentis, falam mais que mil imagens…
…Abrir a porta para alguém… é muito elegante …Dar o lugar para alguém sentar…é muito elegante…Sorrir, sempre é muito elegante e faz um bem danado para a alma… ..Oferecer ajuda…é muito elegante…Olhar nos olhos, ao conversar é essencialmente elegante.
Pode-se tentar capturar esta delicadeza natural pela observação, mas tentar imitá-la é improdutivo. A saída é desenvolver em si mesmo a arte de conviver, que independe de status social: é só pedir licencinha para o nosso lado brucutu, que acha que “com amigo não tem que ter estas frescuras”.
Se os amigos não merecem uma certa cordialidade, os inimigos é que não irão desfrutá-la.
Educação enferruja por falta de uso.
E, detalhe : não é frescura.
(Toulouse Lautrec)

Leia mais »

segunda-feira, 2 de março de 2009 | Autor:

Axioma Número Um

Pleno de coerência, nosso Axioma Número Um, declara laconicamente: Não acredite. Não acredite em mim e não acredite no que fala contra mim. Não acredite na propaganda, nem nas notícias que chegam pelos jornais. Não acredite na informação mais honesta, transmitida pela pessoa mais sincera, pois até essa sofreu distorção. Porque todas as “verdades” são relativas a uma ótica particular, dependendo do observador. Todas as afirmações aureoladas como verdades, sofreram as distorções de cultura, neuroses e interesses dos que as aceitam como reais.

– x –

Hoje, mais do que nunca, com o incremento de várias novas tecnologias capazes de distorcer a realidade perante a percepção do observador, torna-se ainda mais verdadeiro o nosso Axioma Número Um: assista ao vídeo http://www.youtube.com/watch?v=8dJujKM635s

 

httpv://www.youtube.com/watch?v=8dJujKM635s

Leia mais »

sábado, 28 de fevereiro de 2009 | Autor:

A História Oficial

 

É difícil obter o triunfo da verdade.
Pasteur

Os historiadores sabem-no bem: não é à toa que história e estória (History & story) têm a mesma origem semântica. Em inglês é etimologicamente muito significativo que a palavra History seja composta de his+story (sua estória, sua versão).

No fundo, é tudo mitologia. Se lhe perguntarem: “qual é a cor do cavalo branco de Napoleão?”, não responda que ele era cinzento e que branco era seu nome. Na verdade ele era branco mesmo e o nome era Le Vizir. Se ouvir que Ivan, o Terrível era terrível, duvide. Alexandre, o Grande, era pequeno. Rasputin era muito mais santo que demônio. E, afinal, os peles-vermelhas não eram uns selvagens desalmados como se quis fazer crer durante séculos.

A História sempre foi torcida por quem a escreveu. Qual terá sido a verdadeira história da revolução russa ou da revolução francesa? Comunistas comiam criancinhas? Os químicos da idade média eram mesmo bruxos emissários do diabo? Joana d’Arc era o que diziam os ingleses (uma bruxa francesa), o que diziam os franceses (uma santa) ou ainda o que diria Freud (uma portadora de psicose obsessiva com alucinações)? Não faria diferença: ela seria queimada de qualquer maneira.

Na mesma fogueira são torrados o nome, a reputação e a paz de espírito de todos aqueles que ousam ser mais lúcidos que a massa ignara, ou simplesmente diferentes. O próprio Freud foi impiedosamente perseguido e difamado enquanto vivo. Depois de morto, tornou-se venerado como gênio. Anos depois, outra vez, atacado e injuriado. Pelo jeito esse processo cíclico vai continuar se repetindo.

Galileu foi preso por dizer a verdade, libertado por admitir a mentira. Giordano Bruno, Miguel Servet e outros tantos, não se calaram: foram torturados e queimados vivos em praça pública. O psicanalista Wilhelm Reich saiu da Alemanha nazista e foi para o país da liberdade: lá foi preso por suas ideias libertárias e morreu na prisão.

Quantos passaram à História como loucos e eram iluminados; quantos passaram como iluminados e eram loucos!

A esta altura já acho que honesto é o adjetivo que se aplica a todo aquele que não foi desmascarado. E, em contrapartida, desonesto é o que não conseguiu provar sua inocência, ainda que verdadeira. Ah! Quanta gente honesta você conhece, não é?

Curioso é que embora a lei diga que todos são inocentes até que se prove o contrário, o povo faz o inverso. Ao invés de exigir as provas ao que acusa, exige-as ao acusado! Então, para o populacho ele passa a ser culpado até que se prove a sua inocência. Lembra-se do caso da respeitável Helena Petrovna Blavatsky que já relatei neste livro?

Pensando bem, na Justiça também é assim. Se você for acusado falsamente terá de provar que a acusação é falsa, senão vai preso! Então… e aquela estória de que “ao acusador cabe o ônus da prova”?

Hoje, quando estoura algum escândalo envolvendo personalidades públicas em seus supostos envolvimentos amorosos “provados”, corrupções “documentadas” e outras pilantragens “testemunhadas” penso cá comigo o quão possível é que tenham apenas sido vítimas de complôs para desmoralizá-los e, assim, afastar concorrentes realmente fortes por ser incorruptivelmente honestos.

Mas o que esperar da humanidade se os seus mais ilustres sábios têm nos dado mostras de sandice desde a antiguidade até os nossos dias? É o próprio Camille Flammarion quem nos conta estas:

“Assistia eu, certo dia, a uma sessão da Academia de Ciências, dia esse de hilariante recordação, em que o físico Du Moncel apresentou o fonógrafo de Edson à douta assembléia. Feita a apresentação, pôs-se o aparelho docilmente a recitar a frase registrada em seu respectivo cilindro. Viu-se, então, um acadêmico de idade madura, saturado mesmo das tradições de sua cultura clássica, nobremente revoltar-se contra a audácia do inovador, precipitar-se sobre o representante de Edson e agarrá-lo pelo pescoço, gritando:

– ‘Miserável! Nós não seremos ludibriados por um ventríloquo.’

“Senhor Bouillaud chamava-se esse membro do Instituto. Foi isso a 11 de março de 1878. Mais curioso ainda é que, seis meses após, a 30 de setembro, em uma sessão análoga, sentiu-se ele muito satisfeito em declarar que, após maduro exame, não constatara no caso mais do que simples ventriloquia, pois ‘não se pode admitir que um vil metal possa substituir o nobre aparelho da fonação humana’.

“Quando Lavoisier procedeu à análise do ar e descobriu que o mesmo se compõe principalmente de dois gases, o oxigênio e o azoto, esta descoberta desconcertou mais de um espírito positivo e equilibrado.

“Um membro da Academia de Ciências, o químico Baumé (inventor do aerômetro), acreditando firmemente nos quatro elementos da ciência antiga, escrevia doutoralmente:

– ‘Os elementos ou princípios dos corpos têm sido reconhecidos e confirmados pelos físicos de todos os séculos e de todas as nações. Não é presumível que esses elementos, considerados como tais durante um lapso de dois mil anos, sejam postos, em nossos dias, em um número de substâncias compostas, e que se possa dar como certos tais processos para decompor a água e o ar e tais raciocínios absurdos, para não dizer coisa pior, com que se pretende negar a existência do fogo ou da terra.’

“O próprio Lavoisier não está indene da mesma acusação contra os que supõem tudo descoberto, pois ele dirigiu um sábio relatório à Academia para demonstrar que não podem cair pedras do céu. Ora, a queda de aerólitos, a propósito da qual ele escreveu esse relatório oficial, tinha sido observada em todos os seus detalhes: tinha-se visto e ouvido o bólido explodir, bem como o aerólito cair, tendo sido levantado do chão ainda ardente, para ser em seguida submetido ao exame da Academia. E esta Academia declarou, pelo órgão do seu relator, que a coisa era inacreditável e inadmissível. Assinalemos também que há milhares de anos caem pedras do céu diante de centenas de testemunhas, que tem sido apanhado grande número dessas pedras, tendo sido conservadas diversas nas igrejas, nos museus, nas coleções. Mas faltava ainda, no fim do século, um homem independente para afirmar que de fato caem essas pedras do céu: tal homem foi Chladui.

“Na época da criação dos trens de ferro, houve engenheiros que demonstraram que esses trens não caminhariam e que as rodas das locomotivas rodariam sempre sobre o mesmo lugar. Na Baviera, o Colégio Real de Medicina, consultado, declarou que as estradas de ferro causariam, se fossem construídas, os mais graves danos à saúde pública, já que um movimento assim tão rápido, provocaria abalos cerebrais nos viajantes e vertigens no público exterior. Em consequência, recomendou o encerramento das linhas entre duas cercas de madeira à altura dos vagões.”

Todo este extenso texto foi retirado do livro O Desconhecido e os Problemas Psíquicos, editado no Rio de Janeiro no ano de 1954.

O leitor poderá argumentar que o texto de Flammarion se refere a uma época pretérita e que hoje não é mais assim. Deploro a ingenuidade de quem pensar dessa forma. O texto foi justamente escolhido por referir-se a atitudes absurdamente ridículas aos nossos olhos de hoje, para que possamos ter uma ideia de como serão tachadas mais tarde as que estamos cometendo agora.

Helena Petrovna Blavatsky, uma sensitiva com dons paranormais, foi quem fundou a Sociedade Teosófica. Sofreu tão pavorosas perseguições e difamações, que fez publicar o seguinte anúncio no jornal New York World, em 6 de maio de 1877:

“Desde o primeiro mês de minha chegada a Nova Iorque comecei, por motivos misteriosos, mas, talvez inteligíveis, a provocar ódio entre aqueles que pretendiam ser dos meus melhores amigos e manter comigo boas relações.

Informações aleivosas, insinuações vis e indiretas pouco elegantes choveram sobre mim.

Mantive silêncio por mais de dois anos, embora a menor das ofensas que me lançaram fosse calculada para excitar a repugnância de alguém com o meu temperamento.

Consegui livrar-me de um número regular desses varejistas de difamações, mas, achando que estava atualmente sofrendo na estima de amigos cuja boa opinião me é valiosa, adotei uma política de auto-exclusão.

Por dois anos, meu mundo esteve restrito ao apartamento que ocupo, e dezessete horas por dia, em média, estive sentada à secretária, tendo os livros e manuscritos por únicos companheiros.

Sou uma velha e sinto necessidade de ar fresco como qualquer pessoa, mas minha aversão por esse mundo, caluniador e mentiroso, que se acha fora das fronteiras dos países incivilizados e pagãos foi tal que, em sete meses, creio ter saído de casa apenas três vezes.

Mas, nenhum retiro é seguro bastante contra os caluniadores anônimos que se valem do serviço postal. Cartas inúmeras foram recebidas por amigos leais, contendo as calúnias mais imundas contra a minha pessoa.

Por várias vezes fui acusada de alcoólatra, embusteira, espiã russa, espiã anti-russa, de não ser russa, de aventureira francesa, de ter estado em cárceres destinados a ladrões, de ter assassinado sete maridos, de bigamia, etc. Outras coisas poderiam ser mencionadas, mas a decência não permite.

Desafio qualquer pessoa em toda a América a vir provar uma só das imputações contra minha honra. Convido qualquer pessoa de posse de tais provas a publicá-las nos jornais, sob sua assinatura.”

 

 

 Bem, tudo isso está aqui apenas para registro. Foram coisas que, evidentemente, marcaram-me bastante no passado e devem ter influenciado o norteamento de toda a obra. No entanto, há muitos anos superei quaisquer perplexidades, reivindicações ou indignações. Talvez graças ao amadurecimento proporcionado pela idade e pelas vivências, talvez com a contribuição do sucesso e da aceitação das pessoas… É difícil determinar o motivo real da satisfação de alguém.

Apesar de ainda haver reflexos das campanhas desencadeadas pelo Yeti e seus prosélitos, para tristeza e decepção deles, elas não conseguem mais nos prejudicar.

Atualmente, guardamos um sentimento no coração: uma profunda gratidão por tudo e por todos, pelo que nos ensinaram e pelo estímulo do desafio.

 

Já sofri demasiadamente a incompreensão e o isolamento a que se é relegado quando se tenta dizer aquilo que os homens não compreendem.

Carl Gustav Jung

 

Dai-me seis linhas escritas pelo homem mais honrado
e eu conseguirei motivos para levá-lo à forca.

 

Cardeal Richelieu

 

 

 

Leia mais »

sábado, 28 de fevereiro de 2009 | Autor:

Existe toda uma barreira cultural praticamente intransponível às idéias que surgem fora das fronteiras dos países que fazem parte do clube. Eles não reconhecem, por exemplo, o fato histórico de que o primeiro a conseguir o vôo de um aeroplano mais pesado que o ar foi o brasileiro Santos Dumont, e insistem na balela de que foram os irmãos Wright, para ficar com os louros históricos.

Filmes da época provam que o aparelho deles não venceu a força da gravidade, não decolou, mas foi catapultado por uma geringonça e depois planou com o auxílio de um motor. Mesmo assim, seu “vôo histórico” realizou-se sem testemunhas, sem a imprensa, sem a presença de autoridades.

Santos Dumont, ao contrário, realizou seu grande feito com testemunhas, jornalistas e autoridades. Depois que ele voou com o mais pesado que o ar, os irmãos Wright afirmaram que já haviam feito isso antes, na sua fazenda, sem testemunhas. Nunca, no mundo científico, aceitou-se tamanha incongruência.

Em 2004, para comemorar os 100 anos da data que os irmãos Wright declararam ter voado, cientistas nos Estados Unidos reconstruíram o aeroplano Wright com tecnologia do século XXI, baseados no projeto original. E… chocante constatação! Nem com a tecnologia do Terceiro Milênio a geringonça conseguiu voar! Pior: o fiasco foi documentado e levado ao ar em todo o mundo pela Discovery Channel e reprisado várias vezes.

De mentiras históricas a História oficial está cheia. Outro fato semelhante foi o da invenção da máquina de escrever, cuja idéia genial está sendo usada até hoje no teclado dos computadores. Quem a inventou foi o padre paraibano Francisco João de Azevedo Júnior. Em 1861 a máquina de escrever do padre brasileiro já estava na Exposição Agrícola e Industrial de Pernambuco. No entanto, em 1867, Christopher Latham Sholes passou à História como seu inventor.

Evandro Ribeiro
[email protected] | 187.3.62.91

Bom dia Mestre!

Isso se repete com o relógio de pulso, que os suiços alegam que Louis Cartier tenha inventado. Porém, este apenas manufaturou uma encomenda feita pela amigo Alberto Santos Dumont que usava um relógio preso ao pulso por um lenço enquanto realizava “os primeiros” voos na história.

Ah! E ainda tem o cupuaçu que quase foi patenteado pelo Japão…

Daqui há alguns anos o Soccer virá primeiro do que o Foot Ball e o Pelé será natural de alguma cidadezinha do Alabama…

Abraço

Regina Wiese Zarling
http://yogabatel.blogspot.com | [email protected] | 189.115.84.92

O mesmo ocorre com o relógio de pulso que foi inventado por Santos Dumont. Esse mesmo Santos Dumont que conhecemos como o pai da aviação. Entretanto, se perguntarmos para europeus ( não vale o pessoal do SwáSthya), estadunidenses, será que dariam a resposta correta, ou afirmariam ter sido Cartier?

Até o final do século XIX, os homens traziam seus patacões nas algibeiras ou suspensos em correntes nos bolsos dos coletes. Dizer as horas naquela época envolvia um breve mas impressionante ritual: retirar o relógio de seu compartimento, abrir a tampa e só aí anunciar as horas. Santos Dumont, quando se encontrava no ar, encontrou dificuldades de acompanhar o tempo (ele só podia ficar no ar por minutos). Então, portátil, só havia o relógio de bolso. Santos Dumont queria checar seu tempo de vôo em testes de velocidade mais rapidamente do que seria capaz com um relógio de bolso (ele chegou a improvisar um relógio de bolso amarrado ao pulso por um lenço). Santos-Dumont foi amigo de Louis Cartier e encomendou a ele um relógio mais fácil de usar do que o de bolso. Cartier criou em 1904 para Alberto Santos Dummont o relógio de pulso em formato quadrado – o modelo Tank, com pulseira de couro, que o relojoeiro denominou Santos e é reproduzido e vendido até hoje, com sucesso. O preço varia, conforme o modelo, entre US$ 1.600 e 2.500. Os suíços contestam que Cartier tenha sido o inventor do relógio de pulso, alegando que o criaram em 1790 . Santos Dumont inventou o relógio de pulso com a ajuda de uma velha conhecida dos brasileiros, a princesa Isabel. Quando a amiga lhe deu de presente uma medalha de São João Batista, amarrou-a no pulso, já que no pescoço poderia atrapalhá-lo durante os vôos. Aí teve o lampejo: era o lugar ideal para o relógio. Batizado de “modelo Santos”, a novidade chegou ao mercado em 1911. “Infelizmente, aquele primeiro protótipo se perdeu, para o desespero da empresa Cartier”, comenta Henrique Lins Barros.

Fonte:
http://www.uol.com.br/folha/pensata/ult682u14.shtml
http://www.terra.com.br/istoe/biblioteca/brasileiro/ciencia/ciencia5.htm
http://epoca.globo.com/edic/ed021198/socied5.htm acesso em janeiro de 2002
http://www.estado.estadao.com.br/editorias/2003/06/07/cad028.html
acesso em fevereiro de 2004

Beijos

Caio
[email protected] | 201.0.89.83

Oi Mestre,

Falando em padre tem tambem o Francisco João de Azevedo que inventou a maquina de escrever.
http://www.geocities.com/acadletras/padre.htm

Leia mais »

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009 | Autor:

“Se não está escrito em inglês, não é ciência.”

Por trás da arrogância desta frase, existe uma realidade global. Por isso, os 200 gurus indianos não tomaram conhecimento do Tratado de Yôga e penaram para compilar apenas 600 ásanas, quando poderiam ter contado com um incremento considerável ao seu trabalho, se voltassem suas lunetas para outras culturas.

O reconhecimento do Império Romano

Durante o Império Romano ocorria um fenomeno de aculturação que persiste até os nossos dias. Se uma colônia, por exemplo, a Gália, quisesse comprar cultura, não cogitaria em adquiri-la da Lusitânia ou da Helvétia. Não a importaria do seu vizinho mais próximo, um produto às vezes melhor, a um custo mais razoável. Fazia questão de importar de Roma, o centro do império. Então, muitas vezes as colônias levavam seu produto para Roma, traduziam-no em latim e a partir de então as demais colônias o aceitavam! Quantas conquistas científicas e tecnológicas foram perdidas apenas por não estar escritas em latim! Conhecemos o Direito Romano, mas como era o Direito Etrusco? Conhecemos a Medicina Romana que atendia os legionários e os gladiadores, mas como era a Medicina Minóica?

Aqui no subcontinente brasileiro presenciei o mesmo fenômeno em diversas ocasiões. Quando eu ministrava um curso em Porto Alegre, minhas turmas chegavam a 160 alunos vindos de Caxias do Sul, Cruz Alta, Pelotas, Rio Grande, Santa Cruz do Sul, Santa Maria, Passo Fundo, Bento Gonçalves, Novo Hamburgo, Canela, Livramento, Uruguaiana e muitas outras cidades do exuberante interior gaúcho. Todos aceitavam de bom grado ir fazer um curso na capital. Mas quando o mesmo professor dava o mesmo curso em qualquer uma dessas cidades, o quorum era bem mais modesto, pois incrivelmente os interessados das cidades vizinhas não aceitavam fazer um curso em uma cidade de interior. Viajavam muito mais para fazer o curso em Porto Alegre, mas não se encaixava no seu paradigma viajar para participar do evento em uma cidade mais próxima.

Isso nos faz pensar. Praticamente tudo o que no Ocidente conhecemos e incorporamos no nosso passado, está restrito à cultura greco-romana. O direito que utilizamos é o Direito Romano, a língua morta de referência é o latim e “o mundo todo” a que nos referimos quando dizemos que Napoleão conquistou o mundo, é o mundo romano. Até a cultura grega, chegou a nós através dos romanos, que colonizaram e anexaram a Grécia ao seu Império. O Cristianismo chegou a nós através do Império Romano que estava lá em Jerusalém quando tudo aconteceu e, progressivamente, absorveu suas propostas. Tudo o que era incorporado ou aceito pelo Império Romano passava a “existir” e teria direito a ser perenizado. O que ficasse restrito a outras culturas estava destinado à desconhecença por parte do restante da civilização e seria condenado ao ostracismo pela História. Quantas descobertas cruciais para a Humanidade ocorridas entre os babilônicos, sumérios, drávidas, etruscos, hititas estão simplesmente perdidas, apenas porque não foram escritas em latim!

Atualmente, restringimo-nos aos registros em inglês. O que conhecemos do Egito ou da Índia, é porque foi escrito ou traduzido originalmente para o inglês. Só conhecemos o Kama Sútra porque o inglês Richard Burton o traduziu para a sua língua. Só conhecemos os Tantras porque o magistrado britânico Sir John Woodroffe os traduziu para o inglês. A Bhagavad Gítá, traduzida em 1784 por Charles Wilkins, é um dos muitos textos que vieram a se tornar mais populares na própria Índia depois que foram passados para o idioma britânico. Assim ocorreu com todas as demais escrituras hindus vertidas para o inglês: os Vêdas, as Upanishads, o Yôga Sútra, etc.

No início do século XX, havia um Mestre chamado Ramana Maharishi, que vivia em Arunachala, Tiruvanamalai, a uns 200 quilômetros ao Sul de Madrás. Nunca ninguém ouvira falar dele, embora fosse um grande sábio. E teria passado pela terra em brancas nuvens, sem que jamais a história registrasse sua existência ou o valor do seu ensinamento, se um anglo-saxão, Paul Brunton, não tivesse, um dia, visitado seu ashram e escrito sobre ele.

Esse é o caso do curare, que os índios brasileiros durante milênios usavam para pescar e que na segunda metade do século XX foi descoberto pela literatura em inglês, passando a ser adotado no mundo todo como anestésico nas grandes cirurgias.

Esse também é o caso dos bacteriófagos que os soviéticos vinham utilizando há quase um século no lugar dos antibióticos, com muito mais eficiência e menos inconvenientes, mas ninguém tomava conhecimento pelo fato de a literatura não estar escrita em inglês (“se não está escrito em inglês, não é ciência.”)!

Tivemos um filósofo brasileiro, falecido na década de 80, que era um verdadeiro gênio. Seu nome, Huberto Rohden. Quando jovem ele esteve na Alemanha e, na época, escreveu um livro de filosofia em alemão impecável. Enviou a obra a um editor que a aceitou incontinenti. Mandou chamar o autor para firmar contrato de edição. No entanto, quando Rohden abriu a boca o editor percebeu tratar-se de brasileiro e voltou atrás, recusando-se a editar o livro. “De brasileiros nós não compramos cultura. Compramos só café”, disse o preconceituoso editor.

Por todos estes fatos, devemos valorizar o trabalho que a Universidade de Yôga está realizando pelo mundo afora. A Uni-Yôga é a única instituição cultural brasileira (agora também argentina e portuguesa) que exporta know-how cultural e profissional para o resto do planeta. Ainda encontramos entraves linguísticos e outros, mas estamos derrubando fragorosamente todas as barreiras e seguimos crescendo para mostrar ao mundo a linda filosofia que temos para compartilhar.

Leia mais »

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009 | Autor:

Nossa definição oficial é a seguinte:

Qualidade de vida é tornar sua existência descomplicada, é fazer o que lhe dá prazer,
com alegria, saúde e bem-estar.

Mas o Maurício nos ofereceu um raciocínio muito esclarecedor a respeito. Leia abaixo:

Maurício

Ler os seus textos Mestre DeRose é sempre uma alegria, um texto bem temperado, é picante, é engraçado, é suave, é terno, enfim é uma delícia.

Tem conteúdo, por isso devemos saboreá-lo com gratidão cada palavra, cada pontuação, cada frase, cada mensagem. Re-ler seus textos, livros nos mostra o frescor das suas colocações. Percebemos as nuances dos diversos ingredientes utilizados no seu preparo.

Com as leituras e as práticas aprendi que a qualidade de vida é constituída por um conjunto de hábitos, valores e visão, que adotamos ao longo da vida.
E que são necessários para suprir nossas necessidades e aumentar e otimizar o nosso desenvolvimento pessoal de forma contínua, com plenitude.

Qualidade de vida é:
•É suprir as necessidades fisiológicas e ergonômicas, adotarmos hábitos que promovam e mantenham funcionadade do corpo, é o aprimoramento e desenvolvimento das nossas habilidades. Através da alimentação, atividade física e de utensílios ergonômicos – Yôga;

•É relacionar-se de forma equilibrada, ética e sustentável com o meio ambiente e o meio sócio-cultural procurando compartilhar e interagir agregando sempre valor em nossos relacionamentos. Através da adoção de um conjunto de valores, e Sistema de Governaça e processos – Tantra;

•É adotar um paradigma, de visão de mundo, que nos motive a buscar o desenvolvimento e o aprimoramento contínuo, conquistando a nossa Excelência e/ou Qualidade de Vida. Através de crenças, raciocínios e ideais – Sámkhya.

Qualidade de Vida em três palavras: Yôga-Tantra-Sámkhya.

Obrigado Mestre por tudo…

 Novo texto revisado e aperfeiçoado

Nossa definição de qualidade de vida

Síntese: Qualidade de vida é tornar sua existência descomplicada, é fazer o que lhe dá prazer, com alegria, saúde e bem-estar.

 

Fundamentação, elaborada a partir do texto que o praticante Maurício Waly de Paulo postou como comentário em nosso blog (fizemos alguns ajustes):

Qualidade de vida é suprir as necessidades fisiológicas e ergonômicas, é adotarmos hábitos que promovam e mantenham a funcionalidade do corpo, do emocional e do mental, é o aprimoramento e desenvolvimento das nossas habilidades, através da boa alimentação, boa forma e boa cabeça – isto é Yôga.

Qualidade de vida é relacionar-se de forma descontraída, ética e responsável com o meio ambiente e o meio sócio-cultural, procurando compartilhar e interagir, agregando sempre generosidade, elegância, respeito e carinho aos nossos relacionamentos, mediante da adoção de um conjunto de valores que incluem boa cultura, boa civilidade e boa educação – isto é Tantra.

Qualidade de vida é adotar uma visão de mundo que nos motive a buscar o desenvolvimento e o aprimoramento contínuo, conquistando a nossa excelência através do estudo, ideais e autoconhecimento – isto é Sámkhya.

Conclusão: qualidade de vida resume-se na proposta de um Yôga de fundamentação Tantra e Sámkhya, isto é, o Yôga Pré-Clássico – SwáSthya Yôga.

Leia mais »

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009 | Autor:

É mesmo interessante como o nosso público é completamente diferente do público de yoga. No ambiente da yoga os alunos têm o condicionamento de sugar o professor, perguntar, cobrar, reclamar e criticar. Neste blog é muitíssimo mais comum que as pessoas aportem informações, vídeos, textos, contribuições culturais, dados úteis para compartilhar ou palavras de carinho para ofertar! Sou obrigado a concordar com os que disseram isso durante décadas e finalmente assumi: o que nós fazemos “é outra coisa”.

Leia mais »