terça-feira, 31 de março de 2009 | Autor:

A importância do livre pensar

A liberdade é o nosso bem mais precioso.
No caso de ter que confrontá-la com a disciplina,
se esta violentar aquela, opte pela liberdade.
DeRose

Eu só permaneci no SwáSthya porque ele não violentava minha liberdade, não tolhia meu livre pensamento e não me castrava com doutrinação. Essas são questões sobre as quais não há concessão.

Mas como conciliar Liberdade com Disciplina? Como conciliar a preservação da Opinião Própria com a necessidade do aprendizado e da memorização do conhecimento?

Entendo que esses fatores são elementos de seleção. Se você tiver fervilhando em suas veias o gérmen do Yôga Pré-Clássico, não sentirá que nossa disciplina violente a sua liberdade. Contudo, se senti-lo, deve “optar pela liberdade”, a liberdade de ir-se.

Quando estivemos na escola e na faculdade, fomos obrigados a decorar centenas de nomes e de fórmulas. Quando estudei anatomia, fisiologia e cinesiologia, não tive a possibilidade de questionar com meus professores que para exercer minha profissão eu jamais precisaria saber os nomes de todos os ossos e músculos do corpo humano. Se não os decorasse, simplesmente seria reprovado e ponto final. Nosso curso é igual a todos os demais, pois ainda não existe outro meio para fazer o conhecimento entrar na cabeça do estudante.

Sempre fui contra a “decoréba”. Mas tenho que reconhecer a memorização como recurso eficiente para reter o conteúdo da matéria. Decorar por decorar não tem grande valor. No entanto, memorizar e compreender o que está sendo gravado tem seu valor inquestionável.

No questionário do livro Programa do Curso Básico, as respostas que precisam ser memorizadas ipsis litteris, estão assinaladas com as letras RP (resposta-padrão). Essas, são poucas. As perguntas e respostas foram elaboradas por diversos instrutores ao longo destes últimos trinta anos e são muito interessantes – sem mencionar que são úteis também!

 

Alexandre Montagna
 

Ótimo texto. É interessante lembrar que toda resposta padrão foi elaborada e aprimorada por diversos docentes e Mestres ao longo de muitos anos. São, portanto, as frases mais bem elaboradas para suas respectivas perguntas, daí decorar ser o melhor método*.

* Em latim, de cordis; em francês, par coeur, em inglês, by heart. Decorar é gravar com o coração. (Fonte: A força da gratidão – pújá)

konnie ciuro

muchas gracias Mestre, me ha dado una importante herramienta para utilizar con mis alumnos, siempre hay alguno que pregunta por que debe estudiar de memoria… gracias nuevamente

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quinta-feira, 26 de março de 2009 | Autor:

A conotação dos testes mensais para praticantes é a de não-obrigatoriedade. O aluno fará os testes se assim o desejar. Caso os faça e seja aprovado, passará para um grau mais elevado (de sádhaka para yôgin; de yôgin para chêla). Obviamente, para galgar os níveis de aluno (sádhaka, yôgin e chêla) não é necessário participar de curso específico para formação profissional. Portanto, procure ler, estudar os DVDs/webclasses e participar voluntariamente dos testes.

Um aluno desinformado, seja lá qual for o seu grau, compromete a imagem do nosso Método e o bom nome do seu professor, passando para frente informações equivocadas, como aquele que declarou que praticava “yóga” com um dos nossos mais antigos e queridos instrutores.

Pior foi o que praticou durante anos na Sede Central e declarou certa vez: “A Yôga fez de mim um outro homem. Só não consigo ainda fazer a postura do lótus.” Imagine como ficou o conceito da instrutora dele, uma vez que não aplicamos o gênero feminino para a palavra Yôga, não utilizamos o termo postura e jamais traduzimos do sânscrito os nomes das técnicas! Onde ele terá lido ou escutado tal nomenclatura? E como terá permanecido tantos anos conosco sem ser corrigido pela sua instrutora?

Mais recentemente outro aluno da mesma Unidade mudou-se para Florianópolis e, ao se despedir, disse-nos: “Floripa tem tudo a ver com o Yôga. A gente só de andar pela rua já está relaxando…” Então foi isso que ele aprendeu com o seu instrutor? Que Yôga é relaxamento?

E mais uma da Sede Central, para que não digam que criticamos as outras escolas. Um praticante estava conosco havia cinco anos e saiu-se com esta: “Mestre DeRose, o professor Fulano é um ótimo instrutor. A parte da aula que eu mais gosto é a parte espiritual.” O tal instrutor Fulano ficou vermelho, gaguejou, deu uma bronca no aluno e passou horas nos justificando que ele jamais disse qualquer coisa que pudesse ter passado essa falsa imagem. Pois é, mas também não deve ter aplicado as perguntas regulamentares no final de cada classe nem deve ter aplicado os testes mensais para avaliar o que o aluno estava absorvendo.

Para melhorar o nível dos alunos, a primeira providência é incentivar todos os praticantes, mesmo os que não querem se tornar instrutores, a participar do exame mensal com vinte perguntas, extraídas do livro Tratado de Yôga. São as perguntas do mês. O teste mensal é para que o próprio praticante conscientize que existe um universo fascinante que ele ainda não conhece sobre a Nossa Cultura. Este procedimento tem também a utilidade de proporcionar um feed-back ao instrutor e lhe fornecer meios para que faça mais em benefício do aluno.

A Profa. Rosana Ortega, da Unidade Berrini, São Paulo, declarou que a partir do momento em que os testes começaram a ser aplicados, seus alunos ficaram mais engajados e passaram a estudar muito mais. Ninguém se recusou a participar da avaliação. Pelo contrário. “O pessoal está curtindo!” Mesmo antes, ao dar informações ao candidato, o instrutor percebe que ele passa a valorizar mais o curso quando sabe que há um monitoramento sério do seu progresso.

A Profa. Marisol Espinosa, de Porto Alegre, confirmou: depois que passou a oferecer os testes mensais aos alunos, todos gostaram e desenvolveram uma fidelidade maior pelo SwáSthya e pela escola.

Além dos testes mensais voluntários, a Profa. Vanessa de Holanda, da Unidade Leblon, Rio de Janeiro, certa vez me disse que no final de cada prática aplicava as perguntas do livro. Sua tática era a de avisar na sessão anterior qual iria ser o capítulo sobre o qual seria feita a pergunta da aula seguinte. Segmentando o estudo dessa forma, conseguiu estimular os alunos a ler mais e tomar gosto pelo livro. Alguns confessaram que não conseguiram parar mais de lê-lo.

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quinta-feira, 26 de março de 2009 | Autor:

Roberto

Grande Mestre !!

Lembra-se da sugestão que lhe dei ” para dar uma dura ” nos diretores das unidades para anexarem a foto da respectiva unidade na página do site da Uni-Yôga no menu ” onde praticar ” ?

Sabe quantos inseriram a fato da unidade ? Dois.
Quando eu contei da última vez, faltavam 42.
A sugestão foi feita antes do carnaval, portanto já fazem mais de 30 dias.

Não quero ser indelicado, mesmo correndo o risco de sê-lo, mas escrevendo aqui, acho que o diretor ou algum instrutor ou mesmo algum aluno vai ler e providenciar.

Mais uma coisa importante para àqules que disponibilizam e-mail ou ” fale conosco ” nos sites ou blogs: é preciso abrir a caixa postal. Às vezes lá existe uma mensagem, uma sugestão, uma reclamação.

Os detalhes pequenos também são obervados e quando tudo está em ordem a imagem é positiva, de organização, competência, profissionalismo e honestidade.

Grande abraço !!

Roberto

Na verdade, Roberto, confesso que não dei a dura. É que eu estou me conscientizando, e aos demais, de que depois de cinco décadas de ensino minha função é escrever livros e ministrar cursos, mas não queimar o meu filme (e talvez a saúde, as amizades…) chamando a atenção da moçada. Estou cada vez mais retirado da área administrativa, deixando que os Conselhos, o Colegiado, as Comissões, as Diretorias disto e daquilo, assumam a maturidade de gerir, criar, orientar, julgar, proceder ou fiscalizar a si mesmos. Vez por outra, escorrego no velho hábito de meio século como professor e dou uma trishulada, como a das placas luminosas. Mas logo volto ao meu status atual de “rei da Inglaterra”, e procuro apenas ungir, aconselhar e apoiar. Portanto, a falha não foi deles que teriam descumprido e sim minha que não dei a dura! Afinal, o interesse é deles de fazer constar a foto de suas respectivas escolas no site. Um abração para você.

Thais Liani

Olá Mestre,

Placas e luminosos são mesmo muito importantes. Aqui em Curitiba várias unidades trocaram suas placas recentemente, mudaram da alaranjada para a branca. Mas acho que a branca chama menos atenção e por isso, o tamanho dela e localização da unidade influenciam muito! Resumindo, já passei batida por uma unidade que optou pela placa branca e com certeza não fui a única!

Abração

domingo, 22 de março de 2009 | Autor:

Estive no Rio para realizar uma noite de autógrafos de três livros: a nova edição do Ser Forte, o recém-lançado Programa do Curso Básico (nova versão) e o Tratado de Yôga. Fui surpreendido pelo interesse dos alunos e instrutores da Cidade Maravilhosa. Todos os livros levados para o evento esgotaram-se em poucos minutos e ainda faltou.

No dia seguinte, curso de karma e dharma, lotado. Realmente, fiquei muito feliz. Meu agradecimento aos diretores, instrutores e praticantes das escolas do Rio de Janeiro.

Contamos até com a visita de uma ilustre professora de Hatha Yoga que tem seu nome indelevelmente gravado nos anais da Yoga no Rio, minha estimada amiga Miriam Both. Ela iluminou com sua presença a noite de autógrafos, contando algumas experiências vividas.

quinta-feira, 19 de março de 2009 | Autor:

O curso será ministrado pelo presidente da API, Associação Paulista de Imprensa, o jornalista e advogado J.B. Oliveira. JB já havia ministrado um curso de oratória ao qual compareceram mais de vinte instrutores nossos. Eles gostaram tanto que pediram ao ministrante que lhes montasse um curso voltado para o bem escrever.

O curso é só para instrutores da Nossa Cultura, mas colegas de todo o Brasil podem participar pois será dado aos domingos. Quem está à frente da organização é o companheiro De Nardi. Ele enviou o seguinte comentário, que reproduzo para o conhecimento de todos: 

Mestre
Você pode divulgar? Já fechamos as datas e os custos. O número máximo de pessoas será 30. Os interessados podem mandar e-mail para mim [email protected]

a) primeiro curso, dia 05 de abril: Gramática com os princípios gerais do NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO.
Horário: das 09h00 às 19h00

b) segundo curso, dia 14 de junho: Redação.
Horário: das 09h00 às 19h00

O valor será de R$300 para os dois cursos.

Beijos

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terça-feira, 3 de março de 2009 | Autor:

Você sabe se comportar com seu parceiro(a) afetivo, antes, durante e depois do amor? Sabe se comportar no banheiro? Sabe segurar o garfo e largar a faca? São as boas maneiras de cama, mesa e banho! Mas não é só. Você está em condições de ser life style coach de um aluno de bom nível sócio-cultural? Está em condições de aceitar o convite de um aluno para jantar em sua casa ou de passar o fim-de-semana em seu sítio?

Sutileza é sinônimo de Boas Maneiras

No banheiro

  • Os homens devem lançar o jato na lateral do vaso para não produzir ruído nem levantar cheiro.
  • Devem limpar as bordas do vaso com papel higiênico.
  • Mantenha o vaso sanitário fechado.
  • Se algum dispositivo (papel higiênico, toalha, sabonete) estiver acabando, avise o dono da casa ou, melhor ainda, compre e reponha.
  • As mulheres devem catar os cabelos que vão denunciando sua passagem por aquele território.
  • Abra as torneiras para atenuar algum ruído desagradável.
  • Sempre que usar o banheiro, use um desodorizante spray.
  • Tenha desodorizantes de ar disponíveis no banheiro.
  • Enxugue-se dentro do box.
  • Tenha sempre uma toalha, um sabonete novo e uma escova de dentes nova, dentro da embalagem para oferecer a algum hóspede.
  • Evite entrar no banheiro quando seu parceiro estiver lá.
  • Não faça aquele ruído horrível com a garganta quando for ao banheiro pela manhã. Se você não sabe do que eu estou falando, ótimo, é porque você não o faz, nem nenhum conhecido seu!

Na cama

  • Verifique se a roupa de cama está sempre limpinha e perfumada.
  • Para não roncar, evite comer à noite e durma de lado. Costuma funcionar.
  • Não fique duro e pesado. Se o parceiro estiver sem espaço, perceba mesmo dormindo e chegue pra lá.
  • Arrume a cama ao se levantar.

Nas relações afetivas

  • Não brigue.
  • O casal que se fecha em copas é mal educado. Seja mais sociável. Conviva com os amigos, convide-os para jantar, passear, reunir-se, recebê-los em sua casa, ir à casa deles.
  • Saiba terminar bem o namoro ou sua fama de troglodita vai correr e vai ser difícil conseguir depois alguém interessante.
  • Saiba a hora certa de terminar. Se passar o momento mágico, vocês começarão a se tratar mal e vão terminar com constrangimento.
  • Nada de discutir a relação. Mas muito diálogo é saudável.
  • Ciúme é grosseria.
  • Em caso de confronto iminente, pense com a cabeça do outro.
  • Peça desculpas, mesmo que a culpa não seja sua. O outro também acha que a culpa não é dele.
  • Lembre-se das datas importantes.
  • Dê flores.
  • Dê presentes. Não precisam ser caros. Mas é importante mostrar essa atenção.
  • Abra a porta para ela.

Com os amigos

  • Não brigue.
  • Timidez é falta de educação. Deixa os outros pouco à vontade e dá a impressão de que você não gosta das pessoas.
  • Procure os amigos. Telefone. Visite-os. Leve flores. Envie postais dos lugares por onde viaja.
  • Visitando um amigo, sinta-se à vontade na casa dele, mas respeite seu espaço vital, sua privacidade e saiba quando ir embora.
  • Seja pontual. Deixar alguém esperando é uma grosseria. Atrasar-se é um descaso. Se você faz isso sempre, não tenho nem palavras para qualificar isso.

À mesa

  • Não comece a comer antes dos outros. Espere todos se servirem. Se forem mais de seis pessoas esta regra não vale.
  • Ponha o guardanapo sobre as pernas.
  • Se comer pão, mantenha a mesa imaculadamente limpa de farelos.
  • Se a manteiga vier em esferas, tire uma e coloque-a no pratinho que está do seu lado esquerdo.
  • Não jogue o pão dentro da sopa.
  • Não incline o prato para alcançar a última colherada de sopa.
  • Use os talheres de fora para dentro. Os primeiros são para as entradas ou salada. Os últimos, para o prato principal.
  • Como segurar o garfo com delicadeza (de preferência com os três dedos: polegar, indicador e médio).
  • Não encha o garfo. Não encha a boca. Não fale de boca cheia.
  • Não incline muito o corpo sobre o prato.
  • Jamais corte o macarrão, nem com o garfo.
  • Como comer spaghetti ou tagliarini.
  • Nunca use a faca para empurrar a comida para o garfo.
  • Apoie a faca sobre dois pontos na borda do prato.
  • Ao usar a faca, não segure o garfo como quem está cortando um bife duro.
  • Corte sem fazer muita pressão, para evitar o ruído estridente e desagradável da faca raspando a louça.
  • Não toque com os dentes no garfo. Não os levante nem gesticule com os talheres.
  • Use o guardanapo para limpar os lábios antes de tomar a bebida.

No falar

  • Fale a, no mínimo, um braço de distância do seu interlocutor.
  • Não diga “uma mulher”: ou é uma senhora ou uma moça.
  • Não diga “quer que eu faço?” ou “quer que eu vou?” pois isso está errado e denota extrato social sem cultura.
  • Não diga “ele vai vim”. Vim é primeira pessoa: eu. Eu vim. Vim é passado. “Ontem eu vim assistir a aula do Prof. DeRose.” “Ele vai vim” é uma aberração idiomática! Alguém diria “Amanhã ele vim”? Então como é que algumas pessoas dizem solenemente: “Amanhã ele vai vim”?
  • Não diga “meu óculos”. Óculos é plural. Meus óculos, um par de óculos.
  • “Que nem ele”, significa “diferente dele”. Prefira “como ele”, “igual a ele”.
  • “Se caso ele não puder” não é correto. Use: “se ele não puder” ou “caso ele não possa”.
  • “Provavelmente ele não possa” não existe. Prefira: “É provável que ele não possa” ou “provavelmente ele não poderá”.
  • “Possivelmente eu não vá” é o mesmo caso acima. Prefira: “É possível que eu não vá” ou “possivelmente eu não vou”.
  • “Como você chama?” Chama o quê? Se quiser saber o nome do outro pergunte “como é que você se chama?”
  • Leia o capítulo Falar corretamente no livro Boas Maneiras no Yôga. É divertido e ensina a falar melhor.

E aí, recebi este comentário do Luc:

Luc
[email protected] | 189.41.83.160

Um aluno me mandou este texto e acho que tem tudo a ver com o post:

Existe uma coisa difícil de ser ensinada e que, talvez por isso, esteja cada vez mais rara : a elegância do comportamento.
É um dom que vai muito além do uso correto dos talheres e que abrange bem mais do que dizer um simples obrigado diante de uma gentileza.
É a elegância que nos acompanha da primeira hora da manhã até a hora de dormir e que se manifesta nas situações mais prosaicas, quando não há festa alguma nem fotógrafos por perto.
É uma elegância desobrigada.
É possível detectá-la nas pessoas que elogiam mais do que criticam. Nas pessoas que escutam mais do que falam. E quando falam, passam longe da fofoca, das pequenas maldades ampliadas no boca a boca.
É possível detectá-la nas pessoas que não usam um tom superior de voz ao se dirigir a frentistas. Nas pessoas que evitam assuntos constrangedores porque não sentem prazer em humilhar os outros.
É possível detectá-la em pessoas pontuais.
Elegante é quem demonstra interesse por assuntos que desconhece, é quem presenteia fora das datas festivas, é quem cumpre o que promete e, ao receber uma ligação, não recomenda à secretária que pergunte antes quem está falando e só depois manda dizer se está ou não está.
Oferecer flores é sempre elegante.
É elegante não ficar espaçoso demais.
É elegante, você fazer algo por alguém , e este alguém jamais saber o que você teve que se arrebentar para o fazer…
É elegante não mudar seu estilo apenas para se adaptar ao outro.
É muito elegante não falar de dinheiro em bate-papos informais.
É elegante retribuir carinho e solidariedade.
É elegante o silêncio, diante de uma rejeição…
Sobrenome, jóias e nariz empinado não substituem a elegância do gesto.
Não há livro que ensine alguém a ter uma visão generosa do mundo, a estar nele de uma forma não arrogante.
É elegante a gentileza… atitudes gentis, falam mais que mil imagens…
…Abrir a porta para alguém… é muito elegante …Dar o lugar para alguém sentar…é muito elegante…Sorrir, sempre é muito elegante e faz um bem danado para a alma… ..Oferecer ajuda…é muito elegante…Olhar nos olhos, ao conversar é essencialmente elegante.
Pode-se tentar capturar esta delicadeza natural pela observação, mas tentar imitá-la é improdutivo. A saída é desenvolver em si mesmo a arte de conviver, que independe de status social: é só pedir licencinha para o nosso lado brucutu, que acha que “com amigo não tem que ter estas frescuras”.
Se os amigos não merecem uma certa cordialidade, os inimigos é que não irão desfrutá-la.
Educação enferruja por falta de uso.
E, detalhe : não é frescura.
(Toulouse Lautrec)

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sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009 | Autor:

“Se não está escrito em inglês, não é ciência.”

Por trás da arrogância desta frase, existe uma realidade global. Por isso, os 200 gurus indianos não tomaram conhecimento do Tratado de Yôga e penaram para compilar apenas 600 ásanas, quando poderiam ter contado com um incremento considerável ao seu trabalho, se voltassem suas lunetas para outras culturas.

O reconhecimento do Império Romano

Durante o Império Romano ocorria um fenomeno de aculturação que persiste até os nossos dias. Se uma colônia, por exemplo, a Gália, quisesse comprar cultura, não cogitaria em adquiri-la da Lusitânia ou da Helvétia. Não a importaria do seu vizinho mais próximo, um produto às vezes melhor, a um custo mais razoável. Fazia questão de importar de Roma, o centro do império. Então, muitas vezes as colônias levavam seu produto para Roma, traduziam-no em latim e a partir de então as demais colônias o aceitavam! Quantas conquistas científicas e tecnológicas foram perdidas apenas por não estar escritas em latim! Conhecemos o Direito Romano, mas como era o Direito Etrusco? Conhecemos a Medicina Romana que atendia os legionários e os gladiadores, mas como era a Medicina Minóica?

Aqui no subcontinente brasileiro presenciei o mesmo fenômeno em diversas ocasiões. Quando eu ministrava um curso em Porto Alegre, minhas turmas chegavam a 160 alunos vindos de Caxias do Sul, Cruz Alta, Pelotas, Rio Grande, Santa Cruz do Sul, Santa Maria, Passo Fundo, Bento Gonçalves, Novo Hamburgo, Canela, Livramento, Uruguaiana e muitas outras cidades do exuberante interior gaúcho. Todos aceitavam de bom grado ir fazer um curso na capital. Mas quando o mesmo professor dava o mesmo curso em qualquer uma dessas cidades, o quorum era bem mais modesto, pois incrivelmente os interessados das cidades vizinhas não aceitavam fazer um curso em uma cidade de interior. Viajavam muito mais para fazer o curso em Porto Alegre, mas não se encaixava no seu paradigma viajar para participar do evento em uma cidade mais próxima.

Isso nos faz pensar. Praticamente tudo o que no Ocidente conhecemos e incorporamos no nosso passado, está restrito à cultura greco-romana. O direito que utilizamos é o Direito Romano, a língua morta de referência é o latim e “o mundo todo” a que nos referimos quando dizemos que Napoleão conquistou o mundo, é o mundo romano. Até a cultura grega, chegou a nós através dos romanos, que colonizaram e anexaram a Grécia ao seu Império. O Cristianismo chegou a nós através do Império Romano que estava lá em Jerusalém quando tudo aconteceu e, progressivamente, absorveu suas propostas. Tudo o que era incorporado ou aceito pelo Império Romano passava a “existir” e teria direito a ser perenizado. O que ficasse restrito a outras culturas estava destinado à desconhecença por parte do restante da civilização e seria condenado ao ostracismo pela História. Quantas descobertas cruciais para a Humanidade ocorridas entre os babilônicos, sumérios, drávidas, etruscos, hititas estão simplesmente perdidas, apenas porque não foram escritas em latim!

Atualmente, restringimo-nos aos registros em inglês. O que conhecemos do Egito ou da Índia, é porque foi escrito ou traduzido originalmente para o inglês. Só conhecemos o Kama Sútra porque o inglês Richard Burton o traduziu para a sua língua. Só conhecemos os Tantras porque o magistrado britânico Sir John Woodroffe os traduziu para o inglês. A Bhagavad Gítá, traduzida em 1784 por Charles Wilkins, é um dos muitos textos que vieram a se tornar mais populares na própria Índia depois que foram passados para o idioma britânico. Assim ocorreu com todas as demais escrituras hindus vertidas para o inglês: os Vêdas, as Upanishads, o Yôga Sútra, etc.

No início do século XX, havia um Mestre chamado Ramana Maharishi, que vivia em Arunachala, Tiruvanamalai, a uns 200 quilômetros ao Sul de Madrás. Nunca ninguém ouvira falar dele, embora fosse um grande sábio. E teria passado pela terra em brancas nuvens, sem que jamais a história registrasse sua existência ou o valor do seu ensinamento, se um anglo-saxão, Paul Brunton, não tivesse, um dia, visitado seu ashram e escrito sobre ele.

Esse é o caso do curare, que os índios brasileiros durante milênios usavam para pescar e que na segunda metade do século XX foi descoberto pela literatura em inglês, passando a ser adotado no mundo todo como anestésico nas grandes cirurgias.

Esse também é o caso dos bacteriófagos que os soviéticos vinham utilizando há quase um século no lugar dos antibióticos, com muito mais eficiência e menos inconvenientes, mas ninguém tomava conhecimento pelo fato de a literatura não estar escrita em inglês (“se não está escrito em inglês, não é ciência.”)!

Tivemos um filósofo brasileiro, falecido na década de 80, que era um verdadeiro gênio. Seu nome, Huberto Rohden. Quando jovem ele esteve na Alemanha e, na época, escreveu um livro de filosofia em alemão impecável. Enviou a obra a um editor que a aceitou incontinenti. Mandou chamar o autor para firmar contrato de edição. No entanto, quando Rohden abriu a boca o editor percebeu tratar-se de brasileiro e voltou atrás, recusando-se a editar o livro. “De brasileiros nós não compramos cultura. Compramos só café”, disse o preconceituoso editor.

Por todos estes fatos, devemos valorizar o trabalho que a Universidade de Yôga está realizando pelo mundo afora. A Uni-Yôga é a única instituição cultural brasileira (agora também argentina e portuguesa) que exporta know-how cultural e profissional para o resto do planeta. Ainda encontramos entraves linguísticos e outros, mas estamos derrubando fragorosamente todas as barreiras e seguimos crescendo para mostrar ao mundo a linda filosofia que temos para compartilhar.

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