Quando eu tinha uns seis anos de idade, minha mãe me levou na Semana Santa para assistir a Paixão de Cristo no cinema. Na hora da prisão, açoitamento e crucifixão de Jesus, perguntei à minha mãe porque aquela multidão de seguidores do Nazareno não o defendia. Minha mãe não soube me explicar. Talvez por isso, a perplexidade persista até hoje.
Enquanto vivo, Jackson foi difamado, insultado, chantageado, processado. Os oportunistas o atacavam para lhe tomar dinheiro, os jornais o classificavam das piores coisas, os tribunais o humilhavam…
Certa vez, comentei que isso só teria fim se ele morresse e que talvez ele soubesse disso.
Bem, aí está. Terá sido desistência de viver? Terá sido falência psicossomática? Suicídio? Não sabemos. Jamais saberemos, porque as notícias que chegam a público já foram manipuladas para que só saibamos aquilo que querem que fiquemos sabendo. E ali há muito dinheiro em jogo.
O que me revolta é que agora que o artista morreu, aqueles que deveriam tê-lo defendido enquanto ele estava vivo, passam a louvar sua genialidade e chorar sua ausência. Hipocrisia.
Quantas noites de Jackson devem ter sido lavadas em lágrimas por sentir-se só e desamparado. Quanto ranger de dentes por sentir-se injustiçado, traído, difamado!…
E agora, os mesmos que o detrataram elogiam e tecem emocionadas exéquias. Agora? Obrigado, mas agora não adianta mais. Melhor fariam se permanecessem em respeitoso silêncio e não dissessem mais nada.
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