Você sabe se comportar com seu parceiro(a) afetivo, antes, durante e depois do amor? Sabe se comportar no banheiro? Sabe segurar o garfo e largar a faca? São as boas maneiras de cama, mesa e banho! Mas não é só. Você está em condições de ser life style coach de um aluno de bom nível sócio-cultural? Está em condições de aceitar o convite de um aluno para jantar em sua casa ou de passar o fim-de-semana em seu sítio?
Sutileza é sinônimo de Boas Maneiras
No banheiro
- Os homens devem lançar o jato na lateral do vaso para não produzir ruído nem levantar cheiro.
- Devem limpar as bordas do vaso com papel higiênico.
- Mantenha o vaso sanitário fechado.
- Se algum dispositivo (papel higiênico, toalha, sabonete) estiver acabando, avise o dono da casa ou, melhor ainda, compre e reponha.
- As mulheres devem catar os cabelos que vão denunciando sua passagem por aquele território.
- Abra as torneiras para atenuar algum ruído desagradável.
- Sempre que usar o banheiro, use um desodorizante spray.
- Tenha desodorizantes de ar disponíveis no banheiro.
- Enxugue-se dentro do box.
- Tenha sempre uma toalha, um sabonete novo e uma escova de dentes nova, dentro da embalagem para oferecer a algum hóspede.
- Evite entrar no banheiro quando seu parceiro estiver lá.
- Não faça aquele ruído horrível com a garganta quando for ao banheiro pela manhã. Se você não sabe do que eu estou falando, ótimo, é porque você não o faz, nem nenhum conhecido seu!
Na cama
- Verifique se a roupa de cama está sempre limpinha e perfumada.
- Para não roncar, evite comer à noite e durma de lado. Costuma funcionar.
- Não fique duro e pesado. Se o parceiro estiver sem espaço, perceba mesmo dormindo e chegue pra lá.
- Arrume a cama ao se levantar.
Nas relações afetivas
- Não brigue.
- O casal que se fecha em copas é mal educado. Seja mais sociável. Conviva com os amigos, convide-os para jantar, passear, reunir-se, recebê-los em sua casa, ir à casa deles.
- Saiba terminar bem o namoro ou sua fama de troglodita vai correr e vai ser difícil conseguir depois alguém interessante.
- Saiba a hora certa de terminar. Se passar o momento mágico, vocês começarão a se tratar mal e vão terminar com constrangimento.
- Nada de discutir a relação. Mas muito diálogo é saudável.
- Ciúme é grosseria.
- Em caso de confronto iminente, pense com a cabeça do outro.
- Peça desculpas, mesmo que a culpa não seja sua. O outro também acha que a culpa não é dele.
- Lembre-se das datas importantes.
- Dê flores.
- Dê presentes. Não precisam ser caros. Mas é importante mostrar essa atenção.
- Abra a porta para ela.
Com os amigos
- Não brigue.
- Timidez é falta de educação. Deixa os outros pouco à vontade e dá a impressão de que você não gosta das pessoas.
- Procure os amigos. Telefone. Visite-os. Leve flores. Envie postais dos lugares por onde viaja.
- Visitando um amigo, sinta-se à vontade na casa dele, mas respeite seu espaço vital, sua privacidade e saiba quando ir embora.
- Seja pontual. Deixar alguém esperando é uma grosseria. Atrasar-se é um descaso. Se você faz isso sempre, não tenho nem palavras para qualificar isso.
À mesa
- Não comece a comer antes dos outros. Espere todos se servirem. Se forem mais de seis pessoas esta regra não vale.
- Ponha o guardanapo sobre as pernas.
- Se comer pão, mantenha a mesa imaculadamente limpa de farelos.
- Se a manteiga vier em esferas, tire uma e coloque-a no pratinho que está do seu lado esquerdo.
- Não jogue o pão dentro da sopa.
- Não incline o prato para alcançar a última colherada de sopa.
- Use os talheres de fora para dentro. Os primeiros são para as entradas ou salada. Os últimos, para o prato principal.
- Como segurar o garfo com delicadeza (de preferência com os três dedos: polegar, indicador e médio).
- Não encha o garfo. Não encha a boca. Não fale de boca cheia.
- Não incline muito o corpo sobre o prato.
- Jamais corte o macarrão, nem com o garfo.
- Como comer spaghetti ou tagliarini.
- Nunca use a faca para empurrar a comida para o garfo.
- Apoie a faca sobre dois pontos na borda do prato.
- Ao usar a faca, não segure o garfo como quem está cortando um bife duro.
- Corte sem fazer muita pressão, para evitar o ruído estridente e desagradável da faca raspando a louça.
- Não toque com os dentes no garfo. Não os levante nem gesticule com os talheres.
- Use o guardanapo para limpar os lábios antes de tomar a bebida.
No falar
- Fale a, no mínimo, um braço de distância do seu interlocutor.
- Não diga “uma mulher”: ou é uma senhora ou uma moça.
- Não diga “quer que eu faço?” ou “quer que eu vou?” pois isso está errado e denota extrato social sem cultura.
- Não diga “ele vai vim”. Vim é primeira pessoa: eu. Eu vim. Vim é passado. “Ontem eu vim assistir a aula do Prof. DeRose.” “Ele vai vim” é uma aberração idiomática! Alguém diria “Amanhã ele vim”? Então como é que algumas pessoas dizem solenemente: “Amanhã ele vai vim”?
- Não diga “meu óculos”. Óculos é plural. Meus óculos, um par de óculos.
- “Que nem ele”, significa “diferente dele”. Prefira “como ele”, “igual a ele”.
- “Se caso ele não puder” não é correto. Use: “se ele não puder” ou “caso ele não possa”.
- “Provavelmente ele não possa” não existe. Prefira: “É provável que ele não possa” ou “provavelmente ele não poderá”.
- “Possivelmente eu não vá” é o mesmo caso acima. Prefira: “É possível que eu não vá” ou “possivelmente eu não vou”.
- “Como você chama?” Chama o quê? Se quiser saber o nome do outro pergunte “como é que você se chama?”
- Leia o capítulo Falar corretamente no livro Boas Maneiras no Yôga. É divertido e ensina a falar melhor.
E aí, recebi este comentário do Luc:
Um aluno me mandou este texto e acho que tem tudo a ver com o post:
Existe uma coisa difícil de ser ensinada e que, talvez por isso, esteja cada vez mais rara : a elegância do comportamento.
É um dom que vai muito além do uso correto dos talheres e que abrange bem mais do que dizer um simples obrigado diante de uma gentileza.
É a elegância que nos acompanha da primeira hora da manhã até a hora de dormir e que se manifesta nas situações mais prosaicas, quando não há festa alguma nem fotógrafos por perto.
É uma elegância desobrigada.
É possível detectá-la nas pessoas que elogiam mais do que criticam. Nas pessoas que escutam mais do que falam. E quando falam, passam longe da fofoca, das pequenas maldades ampliadas no boca a boca.
É possível detectá-la nas pessoas que não usam um tom superior de voz ao se dirigir a frentistas. Nas pessoas que evitam assuntos constrangedores porque não sentem prazer em humilhar os outros.
É possível detectá-la em pessoas pontuais.
Elegante é quem demonstra interesse por assuntos que desconhece, é quem presenteia fora das datas festivas, é quem cumpre o que promete e, ao receber uma ligação, não recomenda à secretária que pergunte antes quem está falando e só depois manda dizer se está ou não está.
Oferecer flores é sempre elegante.
É elegante não ficar espaçoso demais.
É elegante, você fazer algo por alguém , e este alguém jamais saber o que você teve que se arrebentar para o fazer…
É elegante não mudar seu estilo apenas para se adaptar ao outro.
É muito elegante não falar de dinheiro em bate-papos informais.
É elegante retribuir carinho e solidariedade.
É elegante o silêncio, diante de uma rejeição…
Sobrenome, jóias e nariz empinado não substituem a elegância do gesto.
Não há livro que ensine alguém a ter uma visão generosa do mundo, a estar nele de uma forma não arrogante.
É elegante a gentileza… atitudes gentis, falam mais que mil imagens…
…Abrir a porta para alguém… é muito elegante …Dar o lugar para alguém sentar…é muito elegante…Sorrir, sempre é muito elegante e faz um bem danado para a alma… ..Oferecer ajuda…é muito elegante…Olhar nos olhos, ao conversar é essencialmente elegante.
Pode-se tentar capturar esta delicadeza natural pela observação, mas tentar imitá-la é improdutivo. A saída é desenvolver em si mesmo a arte de conviver, que independe de status social: é só pedir licencinha para o nosso lado brucutu, que acha que “com amigo não tem que ter estas frescuras”.
Se os amigos não merecem uma certa cordialidade, os inimigos é que não irão desfrutá-la.
Educação enferruja por falta de uso.
E, detalhe : não é frescura.
(Toulouse Lautrec)