sábado, 3 de setembro de 2016 | Autor:

Logo no primeiro dia de internato, houve uma competição para medir forças e estabelecer hierarquia entre os alunos. Era uma espécie de trote, The king of the hill, que consistia em conquistar o domínio de uma rocha, derrubando quem estivesse lá em cima e, depois, não deixando mais ninguém subir.
Como o Yôga me deu um bom preparo físico, fiquei numa posição muito especial: empatei com outro aluno, tão grande que seu apelido era Gigante. Logo após, por coincidência, vi-me envolvido numa esgrima verbal com um veterano para defender um calouro menor, de quem já estavam abusando demais. Eu não sabia, mas esse veterano era considerado o chefão por ali. Como o enfrentei bem, a gurizada não quis nem saber de fazer troça com o sistema hindu que eu adotara.
Nessa noite, o chefe de disciplina, Sr. Adalberto, chamou-me na frente de todos e me admoestou severamente.
– Aqui, não queremos galos de briga – disse ele –, mas como foi para defender o colega menor, desta vez você não vai ser punido.
Pelo contrário, recebi uma recompensa e tanto: passei a ser o cabeceira, que era quem tomava conta dos que se sentassem à sua mesa nas refeições e, mais tarde, tornei-me Auxiliar de Disciplina dos alunos do internato. Depois, seria nomeado pelo Prof. Barbosa também para o externato, ganhando com isso diversas vantagens, além da motivação e da autoafirmação tão importantes naquela idade: passei a poder ir às aulas sem uniforme e a ganhar meus estudos como bolsista em troca desse trabalho.
Este homem salvou a minha vida, tanto quanto a prática da filosofia que eu professava e professo. Percebendo que minha energia poderia me encaminhar para a rebeldia, chamou-me e disse: “Percebo que você tem muita liderança. Não quer me ajudar a manter a disciplina?” Com isso, ele ganhou um aliado e eu, adolescente questionador, enquadrei-me no bom caminho.

sexta-feira, 16 de novembro de 2012 | Autor:

Observe que colunas mais lindas! Eu amo os capiteis coríntios. São da sala de jantar da minha casa em Lisboa, o Palácio Pestana. Esta foto é para compartilhar com você a beleza de uma arquitetura que é mais comum na Europa. Ela existe no Brasil, mas é rara e a maioria das pessoas não presta atenção. Quando você estiver no Rio de Janeiro, atente para a arquitetura da Biblioteca Nacional, da Escola Nacional de Belas Artes e do Teatro Municipal. Os três prédios estão na Av. Rio Branco e em uma posição entre eles você pode se deliciar admirando os três. Depois, entre e embeveça-se com a arquitetura interna.

Quando expomos fotos como esta não estamos encorajando a opulência e sim valorizando a beleza, a estética e a arte. Não ocorrendo tal valorização, uma arquitetura dessa categoria não seria preservada e todos os esforços para produzi-la estariam fadados às deterioração, o que seria um pecado.

Mais um bom motivo para divulgar os ambientes pelos quais transitamos é proporcionar aos pais dos nossos alunos uma demonstração de que a profissão de Empreendedor do Método DeRose, que o filho escolheu, é uma boa carreira e tem futuro.

Da Wikipedia:

Vitruvius descreve a ordem Coríntia como inventada por Callimachus, um arquiteto e escultor que se inspirou em um cesto de acantos. Nas palavras de Vitruvius, em seu Livro 4, Da Arquitetura: “Por seu turno, o terceiro, que é chamado coríntio, procura reproduzir a delicadeza virginal, pois as donzelas, em razão da tenra idade, formadas por membros mais graciosos, produzem com seus adereços efeitos mais agradáveis. Uma jovem mal chegada à idade núbil, cidadã de Corinto, acometida por uma enfermidade, faleceu. Após seu sepultamento, sua ama reuniu e dispôs num cesto as poucas coisas às quais ela se afeiçoara enquanto vivera. Levou-as a seu túmulo e as colocou sobre ele, e, para que elas se conservassem dia após dia, teceu por cima delas um pequeno teto. O cesto havia sido colocado casualmente sobre raízes de acanto, e, nesse ínterim, premidas por seu peso, verteram na primavera, folhagens e hastes em profusão. As hastes do acanto, crescendo ao longo das bordas do cesto e empurradas pela beira do teto, em razão do seu empuxo, foram forçadas acurvar suas extremidades. Calímaco, então, que em virtude da elegância e da graça de sua arte de trabalhar o mármore foi denominado pelos atenienses o príncipe dos artífices, passando perto desse monumento, reparou no cesto e na delicadeza da folhagem que medrava ao redor, e, encantado com a novidade das formas produzidas, executou para os coríntios colunas segundo esse modelo e instituiu suas proporções, e atribuiu as relações da ordem coríntia a partir daquilo que está presente na perfeição de suas obras”.
Leia mais »

terça-feira, 23 de outubro de 2012 | Autor:
Querido Mestre,

Recentemente vi uma imagem que me lembrou instantaneamente da sua história de vida.

http://sphotos-e.ak.fbcdn.net/hphotos-ak-ash3/58709_510217895657373_1679447175_n.jpg

Obrigado por, apesar de todas as adversidades e dos preconceitos alheios, manter as flores lindas e vibrantes na sua cabeça! :D
Um forte abraço de um jovem aluno,

Bruno Herzmann.

domingo, 16 de setembro de 2012 | Autor:
 

Enviado por Pedro Gabriel:

 

Mestre,

Recebi este texto através do correio eletrônico. Me lembrou uma frase que vi riscada no muro de um dos prédios mais nobres da cidade de Santos. Na época, ainda não tinhamos nenhuma escola da Rede DeRose.

“Não adianta praticar ióga e não cumprimentar o porteiro!”

O texto que segue abaixo, trata-se de uma tese de mestrado em psicologia, apresentada na USP.

‘O HOMEM TORNA-SE TUDO OU NADA, CONFORME A EDUCAÇÃO QUE RECEBE’

Título: ‘Fingi ser gari por 1 mês e vivi como um ser invisível’

Psicólogo varreu as ruas da USP para concluir sua tese de mestrado da
‘invisibilidade pública’. Ele comprovou que, em geral, as pessoas
enxergam apenas a função social do outro. Quem não está bem posicionado
sob esse critério, vira mera sombra social.

Plínio Delphino, Diário de São Paulo.

O psicólogo social Fernando Braga da Costa vestiu uniforme e trabalhou um mês como gari, varrendo ruas da Universidade de São Paulo. Ali,constatou que, ao olhar da maioria, os trabalhadores braçais são ‘seres invisíveis, sem nome’.

Em sua tese de mestrado, pela USP, conseguiu comprovar a existência da ‘invisibilidade pública’, ou seja, uma percepção humana totalmente prejudicada e condicionada à divisão social do trabalho, onde enxerga-se somente a função e não a pessoa. Braga trabalhava apenas meio período como gari, não recebia o salário de R$ 400 como os colegas de vassoura, mas garante que teve a maior lição de sua vida:

‘Descobri que um simples bom dia, que nunca recebi como gari, pode significar um sopro de vida, um sinal da própria existência’, explica o pesquisador.

O psicólogo sentiu na pele o que é ser tratado como um objeto e não como um ser humano.
‘Professores que me abraçavam nos corredores da USP passavam por mim, não me reconheciam por causa do uniforme. Às vezes, esbarravam no meu ombro e, sem ao menos pedir desculpas, seguiam me ignorando, como se tivessem encostado em um poste, ou em um orelhão’, diz.

No primeiro dia de trabalho paramos pro café. Eles colocaram uma garrafa térmica sobre uma plataforma de concreto. Só que não tinha caneca. Havia um clima estranho no ar, eu era um sujeito vindo de outra classe, varrendo rua com eles. Os garis mal conversavam comigo, algunsse aproximavam para ensinar o serviço.

Um deles foi até o latão de lixo pegou duas latinhas de refrigerante cortou as latinhas pela metade e serviu o café ali, na latinha suja e grudenta. E como a gente estava num grupo grande, esperei que eles se servissem primeiro.

Eu nunca apreciei o sabor do café. Mas, intuitivamente, senti que deveria tomá-lo, e claro, não livre de sensações ruins. Afinal, o cara tirou as latinhas de refrigerante de dentro de uma lixeira, que tem sujeira, tem formiga, tem barata, tem de tudo. No momento em que empunhei a caneca improvisada, parece que todo mundo parou para assistir à cena, como se perguntasse:

‘E aí, o jovem rico vai se sujeitar a beber nessa caneca?’ E eu bebi.

Imediatamente a ansiedade parece que evaporou. Eles passaram a conversar comigo, a contar piada, brincar.

O que você sentiu na pele, trabalhando como gari?

Uma vez, um dos garis me convidou pra almoçar no bandejão central.

Aí eu entrei no Instituto de Psicologia para pegar dinheiro, passei pelo andar térreo, subi escada, passei pelo segundo andar, passei na biblioteca, desci a escada, passei em frente ao centro acadêmico, passei em frente a lanchonete, tinha muita gente conhecida. Eu fiz todo esse trajeto e ninguém em absoluto me viu.

Eu tive uma sensação muito ruim. O meu corpo tremia como se eu não o dominasse, uma angustia, e a tampa da cabeça era como se ardesse, como se eu tivesse sido sugado. Fui almoçar, não senti o gosto da comida e voltei para o trabalho atordoado.

E depois de um mês trabalhando como gari? Isso mudou?

Fui me habituando a isso, assim como eles vão se habituando também a situações pouco saudáveis. Então, quando eu via um professor se aproximando – professor meu – até parava de varrer, porque ele ia passar por mim, podia trocar uma idéia, mas o pessoal passava como se tivesse passando por um poste, uma árvore, um orelhão.

E quando você volta para casa, para seu mundo real?

Eu choro. É muito triste, porque, a partir do instante em que você está inserido nessa condição psicossocial, não se esquece jamais.

Acredito que essa experiência me deixou curado da minha doença burguesa. Esses homens hoje são meus amigos. Conheço a família deles, freqüento a casa deles nas periferias. Mudei. Nunca deixo de cumprimentar um trabalhador.

Faço questão de o trabalhador saber que eu sei que ele existe. Eles são tratados pior do que um animal doméstico, que sempre é chamado pelo nome. São tratados como se fossem uma ‘COISA’.

“Ser IGNORADO é uma das piores sensações que existem na vida!”

quinta-feira, 8 de março de 2012 | Autor:


Extraído do livro “Yôga, Mitos e Verdades”, 1992.

Ele existe, sim! E, por incrível que pareça, é mesmo a maioria. Alguns dos exemplos anteriores é que são as exceções. Felizmente!

O discípulo ideal é simpático, gosta de colaborar, compreende nossas razões e tem satisfação em cumprir todas as determinações.

Leu todos os textos com uma disposição positiva, compreendeu e não comete erros, pois considera tudo tão simples, claro e óbvio, que ele não entende a confusão que alguns fazem.

Ao ler Um Tranco do Mestre procurou pensar bem se alguma daquelas advertências podia servir para ele. E, honestamente, concluiu que não. Mesmo assim, consultou seu Mestre, só para confirmar!

Paga tudo irrepreensivelmente, quantias corretas nas datas certas. Revalida pontualmente, prepara novos instrutores todos os anos, seus alunos são disciplinados e, pelo olhar deles, percebe-se que gostam da gente.

Comparece a todos os cursos, congressos, festivais, estágios, seminários, convocações. Divulga tudo e traz mais gente, promove cursos e eventos, convida o Mestre para ministrar cursos e nunca deixa a egrégora de fora quando realiza algo.

Não mistura o Método DeRose com nenhuma outra disciplina, arte, ciência ou filosofia. Não participa de cursos apócrifos. Não frequenta instituições concorrentes. Não confraterniza com nossos detratores nem com os dissidentes. É leal, disciplinado, amoroso e ético.

Consulta sempre seu Mestre. Dá sugestões, mas sem críticas nem cobranças. Quer servir e ajudar. Por outro lado, aceita críticas sem se ofender, e até mesmo as pede. Aliás, não se ofende nunca, uma vez que o amor em seu coração pelo Mestre é tanto que não sobra lugar para suscetibilidades.

Pela frente, trata o Mestre com carinho; por trás, defende-o com lealdade. Para este, está tudo certo e perfeito: os cursos, as normas, as revalidações, a supervisão, o Swásthya, o Método DeRose, até mesmo as guinadas do Mestre.

Reencontrá-lo é sempre uma festa, conversar com ele, uma descontração. É uma pessoa que queremos como nosso amigo pessoal.

Ao ler esta descrição ele se identifica, reconhece o seu valor e fica feliz por saber que nós o valorizamos pelo que ele é.

terça-feira, 17 de maio de 2011 | Autor:

Adote esta nova maneira de estudar e de conhecer o SwáSthya, mesmo quando estiver na praia, caminhando, esperando o ônibus, viajando, andando de bike, guiando seu carro, fingindo que está trabalhando…

É o audiobook do livro Programa do Curso Básico. Uma mão na roda para alunos, praticantes, instrutores de qualquer modalidade de Yôga, simpatizantes, curiosos, amigos e desamigos. E a grande vantagem é que o custo é baixíssimo.

Clique na imagem para ampliá-la.

 

sábado, 9 de abril de 2011 | Autor:

Estou felicíssimo. Meu Diretor de London, Prof. Gustavo Cardoso, mora numa casa térrea em South Kensington, um dos mais chiques bairros de Londres. Só não tem garagem para o seu BMW. Na mesma rua, instalou sua escola de dois pavimentos, muito bem decorada. Os alunos que conheci são todos perfis, jovens, bonitos, elegantes, educados. Faço votos de que todas as escolas da Europa, Estados Unidos e Américas conquistem o mesmo sucesso.

Mas qual será o segredo do colega Gustavo?

Não tem segredo. Ele conta para todo o mundo há anos em todos os eventos nos quais lhe dão a palavra. Acabou de nos contar de novo no DeRose Pro – Tático, em Curitiba, há duas semanas. Ele valoriza seu trabalho e sua profissão. Ele cobra a remuneração justa e honesta pelo seu trabalho. Ele não opõe resistência passiva quando seu Supervisor lhe dá uma sugestão. Enquanto os outros ficam com medo e não reagem, Gustavo vai lá e faz (“Os que dizem que é impossível devem sair da frente daqueles que estão fazendo.”).

Acabo de ministrar neste sábado uma atividade cultural de técnicas e conceitos que começou às 10 da manhã e terminou à 21 horas, com teoria, prática, diálogo, aconselhamento, jantar e concerto realizado na escola com várias peças de Mozart, executado pelos próprios alunos.

No final do curso, quando me perguntaram se eu estava cansado e se estava satisfeito, respondi: “Com o que me pagam em Londres eu trabalharia até de graça.”

Estou indo dormir com o corpo cansado, mas com o coração leve e feliz por conta do respeito demonstrado pelo conhecimento acumulado em mais de 50 anos de magistério, pelo trabalho, pelo esforço, pela idade e pela saúde do ministrante.

A pergunta que eu lhe faço é: você teria coragem de organizar um evento igual a esse na sua cidade?