terça-feira, 31 de março de 2009 | Autor:

A importância do livre pensar

A liberdade é o nosso bem mais precioso.
No caso de ter que confrontá-la com a disciplina,
se esta violentar aquela, opte pela liberdade.
DeRose

Eu só permaneci no SwáSthya porque ele não violentava minha liberdade, não tolhia meu livre pensamento e não me castrava com doutrinação. Essas são questões sobre as quais não há concessão.

Mas como conciliar Liberdade com Disciplina? Como conciliar a preservação da Opinião Própria com a necessidade do aprendizado e da memorização do conhecimento?

Entendo que esses fatores são elementos de seleção. Se você tiver fervilhando em suas veias o gérmen do Yôga Pré-Clássico, não sentirá que nossa disciplina violente a sua liberdade. Contudo, se senti-lo, deve “optar pela liberdade”, a liberdade de ir-se.

Quando estivemos na escola e na faculdade, fomos obrigados a decorar centenas de nomes e de fórmulas. Quando estudei anatomia, fisiologia e cinesiologia, não tive a possibilidade de questionar com meus professores que para exercer minha profissão eu jamais precisaria saber os nomes de todos os ossos e músculos do corpo humano. Se não os decorasse, simplesmente seria reprovado e ponto final. Nosso curso é igual a todos os demais, pois ainda não existe outro meio para fazer o conhecimento entrar na cabeça do estudante.

Sempre fui contra a “decoréba”. Mas tenho que reconhecer a memorização como recurso eficiente para reter o conteúdo da matéria. Decorar por decorar não tem grande valor. No entanto, memorizar e compreender o que está sendo gravado tem seu valor inquestionável.

No questionário do livro Programa do Curso Básico, as respostas que precisam ser memorizadas ipsis litteris, estão assinaladas com as letras RP (resposta-padrão). Essas, são poucas. As perguntas e respostas foram elaboradas por diversos instrutores ao longo destes últimos trinta anos e são muito interessantes – sem mencionar que são úteis também!

 

Alexandre Montagna
 

Ótimo texto. É interessante lembrar que toda resposta padrão foi elaborada e aprimorada por diversos docentes e Mestres ao longo de muitos anos. São, portanto, as frases mais bem elaboradas para suas respectivas perguntas, daí decorar ser o melhor método*.

* Em latim, de cordis; em francês, par coeur, em inglês, by heart. Decorar é gravar com o coração. (Fonte: A força da gratidão – pújá)

konnie ciuro

muchas gracias Mestre, me ha dado una importante herramienta para utilizar con mis alumnos, siempre hay alguno que pregunta por que debe estudiar de memoria… gracias nuevamente

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quinta-feira, 26 de março de 2009 | Autor:

Roberto

Grande Mestre !!

Lembra-se da sugestão que lhe dei ” para dar uma dura ” nos diretores das unidades para anexarem a foto da respectiva unidade na página do site da Uni-Yôga no menu ” onde praticar ” ?

Sabe quantos inseriram a fato da unidade ? Dois.
Quando eu contei da última vez, faltavam 42.
A sugestão foi feita antes do carnaval, portanto já fazem mais de 30 dias.

Não quero ser indelicado, mesmo correndo o risco de sê-lo, mas escrevendo aqui, acho que o diretor ou algum instrutor ou mesmo algum aluno vai ler e providenciar.

Mais uma coisa importante para àqules que disponibilizam e-mail ou ” fale conosco ” nos sites ou blogs: é preciso abrir a caixa postal. Às vezes lá existe uma mensagem, uma sugestão, uma reclamação.

Os detalhes pequenos também são obervados e quando tudo está em ordem a imagem é positiva, de organização, competência, profissionalismo e honestidade.

Grande abraço !!

Roberto

Na verdade, Roberto, confesso que não dei a dura. É que eu estou me conscientizando, e aos demais, de que depois de cinco décadas de ensino minha função é escrever livros e ministrar cursos, mas não queimar o meu filme (e talvez a saúde, as amizades…) chamando a atenção da moçada. Estou cada vez mais retirado da área administrativa, deixando que os Conselhos, o Colegiado, as Comissões, as Diretorias disto e daquilo, assumam a maturidade de gerir, criar, orientar, julgar, proceder ou fiscalizar a si mesmos. Vez por outra, escorrego no velho hábito de meio século como professor e dou uma trishulada, como a das placas luminosas. Mas logo volto ao meu status atual de “rei da Inglaterra”, e procuro apenas ungir, aconselhar e apoiar. Portanto, a falha não foi deles que teriam descumprido e sim minha que não dei a dura! Afinal, o interesse é deles de fazer constar a foto de suas respectivas escolas no site. Um abração para você.

Thais Liani

Olá Mestre,

Placas e luminosos são mesmo muito importantes. Aqui em Curitiba várias unidades trocaram suas placas recentemente, mudaram da alaranjada para a branca. Mas acho que a branca chama menos atenção e por isso, o tamanho dela e localização da unidade influenciam muito! Resumindo, já passei batida por uma unidade que optou pela placa branca e com certeza não fui a única!

Abração

quarta-feira, 18 de março de 2009 | Autor:

Nos idos de 1960 e 1970 os instrutores de Yôga viviam isolados. Não podiam conviver com seus pares. Tinham que amargar a solidão, pois o único a realmente compreender o instrutor de Yôga é outro instrutor. A única pessoa que tem um diálogo útil e que preencha as carências de um professor de Yôga é outro profissional.

Nossa família e nossos amigos, geralmente, não compartilham os nossos ideais. Às vezes até gracejam ou boicotam nosso estilo de vida.

Mas os instrutores não podiam buscar consolo, conforto, solidariedade e compreensão entre outros colegas, já que havia um clima de desconfiança. Se um instrutor de Yôga tentasse visitar ou escrever a um colega, este entrava em defensiva, com medo, porque não era formado e sabia muito pouco. O outro era uma ameaça.

Com isso, os instrutores fechavam-se no seu isolamento e estagnavam-se no seu progresso. Só podiam encontrar algum incremento nos livros. Mas não tinham a quem consultar sobre suas dúvidas e incertezas; não tinham quem lhes desse opiniões, sugestões e críticas construtivas…

Então, um grupo de professores de vários tipos de Yôga resolveu unir-se para trocar idéias e para que cada um emitisse opiniões sobre o trabalho do outro. Se um conhecesse melhor determinado assunto, ensinaria isso aos demais. Juntos, dividiram o custo de impressos e de publicidade, o que foi vantajoso para todos. A essa “cooperativa” deram o nome de União de Yôga, União Nacional e, finalmente, União Nacional de Yôga.

Mais tarde, a União de todos passou a proporcionar cursos de aperfeiçoamento, cursos de formação, expedir os primeiros certificados de instrutor de Yôga do país, publicar livros e, até mesmo, criar um vínculo de mútuo apoio que fez muita gente crescer bastante.

Já não éramos indigentes. Agora tínhamos uma entidade amigável, honesta, grande e forte para nos respaldar.

Essa União não foi criada para gerar separatismo e sim para unir, como já diz o seu próprio nome. Contudo, era preciso proporcionar algumas vantagens exclusivas aos que quiseram fazer parte da família. Então, criaram-se descontos generosos de até 90% em cursos e eventos, e de até 50% na compra de livros e suprimentos.

Hoje, quarenta anos depois, estamos ainda aqui, de braços abertos para receber você na nossa família e lhe estender os benefícios da União. Estamos ansiosos por contar com a sua presença amiga entre nós.

 

Bruna Amor

Boa noite Mestre,
gostaria de compartilhar este vídeo com você e com todos que acessam seu blog.
Achei muito pertinente, uma vez que somos uma famiglia de pessoas engajadas e gregárias.
Me lembrou o sutra ” Uns se sentam e choram, outros se levantam e fazem.”
Segue link, vídeo intitulado “O menino e a árvore”.

http://romanticos-conspiradores.ning.com/video/video/show?id=2765393%3AVideo%3A1881

Um grande beijo no coração!
Bruna Amor

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sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009 | Autor:

É mesmo interessante como o nosso público é completamente diferente do público de yoga. No ambiente da yoga os alunos têm o condicionamento de sugar o professor, perguntar, cobrar, reclamar e criticar. Neste blog é muitíssimo mais comum que as pessoas aportem informações, vídeos, textos, contribuições culturais, dados úteis para compartilhar ou palavras de carinho para ofertar! Sou obrigado a concordar com os que disseram isso durante décadas e finalmente assumi: o que nós fazemos “é outra coisa”.

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domingo, 15 de fevereiro de 2009 | Autor:

 

Pri Ramos
http://www.priramos.com | [email protected] | 189.68.209.99

Eu não havia me dado conta da importância dos ritos de passagem…

Quando me formei na PUC-SP (fiz faculdade de História), houve uma cerimônia informal. Cinco cursos juntos. Sem beca. Com um juramento genérico, que se adequasse à cinco profissões diferentes daqueles formandos. Em uma salinha comum. Que decepção!

Após dois anos como instrutora de SwáSthya, não pensei que a cerimônia de colação de grau fosse me impactar. Porém, ao descer as escadas e adentrar o salão da Assembléia Legislativa, sob o som de “Conquest of Paradise”, de Vangelis, meu coração inesperadamente disparou!

Eu estava cercada de amigos. Não colegas: amigos! Após o discurso do Prof. Charles Maciel, nosso querido Chachá, me enchi de bháva e determinação a dedicar-me a esta nobre profissão com cada dia mais afinco.

Durante o juramento do yôgin… meus olhos se encheram de lágrimas e, se não executasse um pránáyáma lento e profundo, não teria contido o choro! O peso das palavras é impressionante; que juramento lindo.

Só posso agradecer ao meu querido Mestre DeRose e ao meu querido monitor Joaquim Roxo por me proporcionarem o prazer de ter a melhor profissão do mundo.

Pois é, Pri. Eu não entendo porque algumas federações insistem em não realizar as solenidades de formatura nos seus respectivos estados. DeRose.

Thais Lopes
http://www.yogaemsantos.com | [email protected] | 189.34.226.1

Mestrão, sei que a correria do dia-a-dia não é fácil, mas você precisa descansar mais! Pois queremos sua saúde em perfeitas condições por muitos e muitos anos!
Sabemos que todo o seu trabalho é feito com um imenso amor e prazer. Mas pode dormir um pouquinho mais tá? (rsrsrs)

A formatura ontem foi realmente belíssima e fiquei muito feliz ao ver meus familiares completamente emocionados com o evento. Não vou esquecer as palavras de minha mãe:

“Filha, se eu tinha alguma dúvida da profissão que você escolheu, agora não tenho mais. Tenho certeza da seriedade deste trabalho, e tenho muito orgulho de você seguir uma carreira tão bonita.”

Ela adorou todas as pessoas que conheceu ontem, e comentou que ficou impressionada com a alegria, a união, o carinho imenso que estava no ar, e os sorrisos sinceros de felicidade daqueles jovens que ali estavam.

Parabéns para as professoras Nina de Holanda e Márcia Cordoni que organizaram esta belíssima colação de grau. No próximo ano, estarei lá novamente.

Um abração. E até a sua aula, logo mais…

Rafa Ramos
http://www.yogajardimanaliafranco.com.br | [email protected] | 201.83.85.211

Foi realmente emocionante! Meus pais ficaram muito orgulhosos!

É muito bom poder fazer parte de tudo isso.

Beijos

Carla Mader
[email protected] | 201.43.134.206

A formatura foi muuuuuuuuuito linda! Fiquei emocionadíssima pela minha monitorada Cìnthia Ferrari que estava esparramando felicidade pelos poros por estar ali naquele instante, um marco em sua vida! Parabéns Marcia Cordoni e aos tantos invisíveis que fizeram esta maravilhosa festa! Obrigada Mestre, que me proporciona a cada dia, mais motivos para amar, viver, vencer e trabalhar!

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quarta-feira, 26 de novembro de 2008 | Autor:

DeRose é Doutor Honoris Causa, Comendador e Notório Saber por várias entidades culturais e humanitárias, Conselheiro da Ordem dos Parlamentares do Brasil, Conselheiro da Academia Brasileira de Arte, Cultura e História, e Conselheiro da Academia Latino-Americana de Arte. Tem quase 50 anos na profissão de educador e 24 anos de viagens à Índia, freqüentando durante essas estadas no país inúmeras escolas, mosteiros e outras entidades culturais, nas quais buscou aprimorar seu conhecimento da Filosofia Hindu.

Em 1960 DeRose começou a lecionar numa conhecida sociedade filosófica. Em 1964 fundou o Instituto Brasileiro de Yôga. Em 1969, publicou o primeiro livro (Prontuário de Yôga Antigo), que foi elogiado pelo próprio Ravi Shankar, pela Mestra Chiang Sing e por outras autoridades. Em 1975, já consagrado como um professor sincero, encontrou o apoio para fundar a União Nacional de Yôga – Uni-Yôga, a primeira entidade a congregar instrutores e escolas de todas as modalidades de Yôga, sem discriminação. Foi a União Nacional de Yôga que desencadeou o movimento de união, ética e respeito mútuo entre os profissionais dessa área de ensino. Desde então, a União cresceu muito e conta hoje com centenas de escolas, praticamente no Brasil todo e instrutores na Argentina, Chile, Portugal, Espanha, França, Inglaterra, Escócia, Alemanha, Itália, Havaí, Indonésia, Canadá, Estados Unidos, Austrália e outros países.

Em 1978 DeRose liderou a campanha pela criação e divulgação do Primeiro Projeto de Lei visando à Regulamentação da Profissão de Professor de Yôga, o qual despertou viva movimentação e acalorados debates de Norte a Sul do país. A partir da década de setenta, introduziu os Cursos de Extensão Universitária para a Formação de Instrutores de Yôga em praticamente todas as Universidades Federais, Estaduais e Católicas. Em 1980, começou a ministrar cursos na própria Índia e a lecionar para instrutores de Yôga na Europa. Em 1982, realizou o Primeiro Congresso Brasileiro de Yôga. Ainda em 82, lançou o primeiro livro voltado especialmente para a orientação de instrutores, o Guia do Instrutor de Yôga; e a primeira tradução do Yôga Sútra de Pátañjali, a mais importante obra do Yôga Clássico já feita por professor de Yôga brasileiro. Desafortunadamente, quanto mais sobressaía, mais tornava-se alvo de uma perseguição impiedosa movida pelos que sentiam-se prejudicados com a campanha de esclarecimento movida pelo Prof. DeRose. Em 1994, completando 20 anos de viagens à Índia, fundou a Primeira Universidade de Yôga do Brasil e a Universidade Internacional de Yôga em Portugal. Em 1997, DeRose lançou os alicerces do Conselho Federal de Yôga e do Sindicato Nacional dos Profissionais de Yôga.

domingo, 25 de maio de 2008 | Autor:

UMA ODE CONTRA OS FALSOS ESTEREÓTIPOS 

 

O que é o Yôga (a Yôga, a Yóga, o Yóga, o Yoga, a Yoga, o ioga, a ioga)

 

O Yôga (a Yôga, a Yóga, o Yóga, o Yoga, a Yoga, o ioga, a ioga) é uma filosofia. Todos os dicionários classificam o Yôga (a Yôga, a Yóga, o Yóga, o Yoga, a Yoga, o ioga, a ioga) como filosofia. Todas as enciclopédias classificam o Yôga (a Yôga, a Yóga, o Yóga, o Yoga, a Yoga, o ioga, a ioga) como filosofia. Nenhum dicionário ou enciclopédia se refere ao Yôga (a Yôga, a Yóga, o Yóga, o Yoga, a Yoga, o ioga, a ioga) como terapia. Nenhum considera o Yôga (a Yôga, a Yóga, o Yóga, o Yoga, a Yoga, o ioga, a ioga) como educação física.

O problema é que a mídia internacional pontificou que o Yôga (a Yôga, a Yóga, o Yóga, o Yoga, a Yoga, o ioga, a ioga) deve ser o que o Yôga (a Yôga, a Yóga, o Yóga, o Yoga, a Yoga, o ioga, a ioga) não é. E a opinião pública foi atrás no equívoco sobre o que o Yôga (a Yôga, a Yóga, o Yóga, o Yoga, a Yoga, o ioga, a ioga) deve ser. O mais grave é que o leigo se arroga o direito de entender mais do Yôga (a Yôga, a Yóga, o Yóga, o Yoga, a Yoga, o ioga, a ioga) do que um professor formado nessa disciplina.

Assim, quando declaramos que praticamos o Yôga (a Yôga, a Yóga, o Yóga, o Yoga, a Yoga, o ioga, a ioga) ou que ensinamos o Yôga (a Yôga, a Yóga, o Yóga, o Yoga, a Yoga, o ioga, a ioga), sempre passaremos pelo dissabor de sermos confundidos com algum maluquete naturéba; ou, pior, com algum “guru” espertalhão ou curandeiro que queira iludir a terceiros com o Yôga (a Yôga, a Yóga, o Yóga, o Yoga, a Yoga, o ioga, a ioga), supostamente, alguma espécie de seita ou de religião (!).

A que se devem as interpretações desatinadas a respeito do Yôga (a Yôga, a Yóga, o Yóga, o Yoga, a Yoga, o ioga, a ioga)? À medida que nossa cultura geral se amplia, vamos percebendo que as pessoas alimentam ideias alucinadas sobre quase todas as coisas. Por que não as nutririam com relação ao Yôga (a Yôga, a Yóga, o Yóga, o Yoga, a Yoga, o ioga, a ioga)? Podemos ver em filmes de Hollywood um oficial alemão da Segunda Grande Guerra conversando com outro alemão em inglês!  Ah! Mas tudo bem: eles falavam inglês com sotaque alemão! Vemos mulheres indígenas bonitas, com sobrancelhas feitas e maquiagem da moda da época em que o filme foi feito. Com uma ingenuidade dessas você acha que conseguiriam entender o Yôga (a Yôga, a Yóga, o Yóga, o Yoga, a Yoga, o ioga, a ioga)?

Basta mencionar a palavra mágica (o Yôga, a Yôga, a Yóga, o Yóga, o Yoga, a Yoga, o ioga, a ioga) e o interlocutor já nos pergunta automaticamente, incontrolavelmente: “Quais são os benefícios do Yôga (a Yôga, a Yóga, o Yóga, o Yoga, a Yoga, o ioga, a ioga)?” Mas como assim “Quais são os benefícios do Yôga (a Yôga, a Yóga, o Yóga, o Yoga, a Yoga, o ioga, a ioga)?” Alguém pergunta quais são os benefícios da filosofia de Sócrates, de Platão, de Aristóteles ou de Kant? Então, por que perguntam isso com relação à filosofia que leva o nome de Yôga (a Yôga, a Yóga, o Yóga, o Yoga, a Yoga, o ioga, a ioga)? Percebe que é irracional?

Contudo, é claro que a culpa não é da pessoa que formula tão insensata questão. A responsabilidade da barafunda mental que assola o Yôga (a Yôga, a Yóga, o Yóga, o Yoga, a Yoga, o ioga, a ioga) poderia ser atribuída à Imprensa. Acontece que ela é mais vítima do que algoz nessa crassa trapalhada, já que os jornalistas também são parte da opinião pública e estão igualmente sujeitos a sofrer paralisias paradigmáticas com relação ao Yôga (a Yôga, a Yóga, o Yóga, o Yoga, a Yoga, o ioga, a ioga).

A raiz da baralhada é que o Yôga (a Yôga, a Yóga, o Yóga, o Yoga, a Yoga, o ioga, a ioga) pertence a uma outra cultura muito diferente da nossa, com outros valores e outros parâmetros. Quando o ocidental assesta o olhar para o Yôga (a Yôga, a Yóga, o Yóga, o Yoga, a Yoga, o ioga, a ioga), inevitavelmente filtra esse Yôga (a Yôga, a Yóga, o Yóga, o Yoga, a Yoga, o ioga, a ioga) pelas suas lentes cristãs. O resultado do que ele enxerga é desastroso. O que ele vê é uma caricatura do Yôga (a Yôga, a Yóga, o Yóga, o Yoga, a Yoga, o ioga, a ioga). Na verdade, além de cristianizar o Yôga (a Yôga, a Yóga, o Yóga, o Yoga, a Yoga, o ioga, a ioga), o ocidental também o embaralha com budismo, lamaísmo, tai-chi, macrobiótica e o que mais lhe passar pela cabeça que seja oriental ou apenas esquisito.

Agora temos também o modismo de estereotipar o Yôga (a Yôga, a Yóga, o Yóga, o Yoga, a Yoga, o ioga, a ioga) com o “natural”. Recebi um entrevistador que veio gravar uma matéria para a televisão. Gracejei com ele e disse-lhe que já estava a postos para fazermos a matéria sobre contabilidade. Ele entrou na brincadeira e respondeu sem titubear: “Desde que seja contabilidade natural.” (!) Como assim? Isso não faz o mínimo sentido.  …  Ah! Entendi! Já que somos do Yôga (a Yôga, a Yóga, o Yóga, o Yoga, a Yoga, o ioga, a ioga), devemos ser naturébas. Então, se vamos falar sobre contabilidade, deve ser contabilidade “natural”. Ha-ha-ha! Entendi…

E ponha preconceito nisso.

Creio que nunca mais vamos poder declarar que praticamos o Yôga (a Yôga, a Yóga, o Yóga, o Yoga, a Yoga, o ioga, a ioga) ou que ensinamos o Yôga (a Yôga, a Yóga, o Yóga, o Yoga, a Yoga, o ioga, a ioga) sem gerar um mal-entendido. Na verdade, quando conhecemos alguém em algum evento e a pessoa diz que pratica o Yôga (a Yôga, a Yóga, o Yóga, o Yoga, a Yoga, o ioga, a ioga) já vou logo mudando de assunto para evitar conflito. É que o termo sânscrito masculino Yôga (a Yôga, a Yóga, o Yóga, o Yoga, a Yoga, o ioga, a ioga) significa união, porém, paradoxalmente, desune as pessoas que estudam o Yôga (a Yôga, a Yóga, o Yóga, o Yoga, a Yoga, o ioga, a ioga) ou que praticam o Yôga (a Yôga, a Yóga, o Yóga, o Yoga, a Yoga, o ioga, a ioga).

Será que no mundo inteiro reina essa confusão com relação ao Yôga (a Yôga, a Yóga, o Yóga, o Yoga, a Yoga, o ioga, a ioga)? No que concerne à interpretação do conteúdo e à classificação, em todo o Ocidente, o Yôga (a Yôga, a Yóga, o Yóga, o Yoga, a Yoga, o ioga, a ioga) é uma alucinação kafkiana. Mas nós, brasileiros e portugueses, não podíamos deixar barato e fizemos melhor. Passamos a enriquecer o desatino complicando também o gênero da palavra (o que no inglês, por exemplo, não ocorre) e querendo grafar com i, sem o y, o que não ocorre no inglês, nem no francês, nem no alemão, nem no espanhol, nem no italiano… só para complicar a nossa vida! Pronto: agora o Yôga (a Yôga, a Yóga, o Yóga, o Yoga, a Yoga, o ioga, a ioga) passa a ter uma barafunda a mais. Uma, não! Duas.  Antes que eu possa discorrer sobre o Yôga (a Yôga, a Yóga, o Yóga, o Yoga, a Yoga, o ioga, a ioga), preciso investir uma hora ou mais da aula ou da palestra para demonstrar que o Yôga (a Yôga, a Yóga, o Yóga, o Yoga, a Yoga, o ioga, a ioga) escreve-se com y, que é vocábulo masculino, que a pronúncia é com ô fechado, que leva acento no seu original em alfabeto dêvanágarí…

Quando termino de proporcionar estes esclarecimentos prévios sobre o Yôga (a Yôga, a Yóga, o Yóga, o Yoga, a Yoga, o ioga, a ioga), acabou o tempo e as pessoas terão que se contentar em ir para casa mais confusas do que quando chegaram e sem que eu tenha podido dissertar sobre o conteúdo em si, o qual deveria ter sido o Yôga (a Yôga, a Yóga, o Yóga, o Yoga, a Yoga, o ioga, a ioga) e não sobre a grafia, o gênero e a pronúncia da palavra Yôga (o Yôga, a Yôga, a Yóga, o Yóga, o Yoga, a Yoga, o ioga, a ioga)!

Assim, se o estimado leitor ainda não compreendeu qual é o objetivo de mencionarmos tantas vezes o Yôga (a Yôga, a Yóga, o Yóga, o Yoga, a Yoga, o ioga, a ioga) neste pretensioso artigo, sugiro que se sente em posição de Yôga (a Yôga, a Yóga, o Yóga, o Yoga, a Yoga, o ioga, a ioga) e faça uma boa e profunda meditação budista. Ou macrobiótica? Ah! Tanto faz, vem tudo do mesmo lugar, aquele tal de Oriente.

Assinado: DeRose

Professor de o Yôga (a Yôga, a Yóga, o Yóga, o Yoga, a Yoga, o ioga, a ioga)

Deus me livre! Que confusão! Vamos combinar assim: não me qualifique mais como
professor de o Yôga (a Yôga, a Yóga, o Yóga, o Yoga, a Yoga, o ioga, a ioga).
Para todos os efeitos, sou consultor em qualidade de vida e administração de relações humanas
para adultos jovens e saudáveis.

 

Post scriptum: se eu soubesse que iria ser assim, não sei, não, se em 1960 eu teria optado por me tornar instrutor do Yôga (a Yôga, a Yóga, o Yóga, o Yoga, a Yoga, o ioga, a ioga).